sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

                               As diferentes classes de espíritos: Parte I

Você conhece sobre as diferentes classes de espíritos? Não? Então aproveite 
e estude conosco, pois hoje damos início a um breve estudo, dividido em 
algumas partes eque visa abordar o tema, esclarecendo sobre cada uma
 das classes de espíritos apontadas na literatura dos espíritos.

Diferentes Ordens de Espíritos

Um ponto capital na Doutrina Espírita é o das diferenças que existem 
entre os Espíritos, sob o duplo ponto de vista intelectual e moral; seu 
ensino, a esse respeito, jamais variou; não menos importante, porém, 
é saber que eles não pertencem eternamente à mesma ordem e que, 
em consequência, essas ordens não constituem espécies distintas: 
são diferentes graus de desenvolvimento. Os Espíritos seguem a marcha 
progressiva da Natureza: os das ordens inferiores são ainda imperfeitos; 
depois de depurados, atingem as ordens superiores; avançam na
 hierarquia à medida que adquirem qualidades, experiência e conhecimentos 
que lhes faltam. No berço, a criança não se assemelha ao que será na
 idade madura; entretanto, é sempre o mesmo ser.

A classificação dos Espíritos baseia-se no grau de adiantamento deles,
 nas qualidades que já adquiriram e nas imperfeições de que terão
 ainda de despojar-se. Esta classificação, aliás, nada tem de absoluta;
 apenas no seu conjunto cada categoria apresenta caráter definido. 
De um grau a outro a transição é insensível e, nos limites extremos, os
 matizes se apagam, como nos reinos da Natureza, nas cores do 
arco-íris ou, também, como nos diferentes períodos da vida do homem.
 Podem, pois, formar-se maior ou menor número de classes, conforme 
o ponto de vista donde se considere a questão. Dá-se aqui o que se 
dá com todos os sistemas de classificação científica, os quais podem 
ser mais ou menos completos, mais ou menos racionais e mais ou menos
 cômodos para a inteligência; sejam, porém, quais forem, em nada alteram 
as bases da Ciência.

Assim, é natural que, inquiridos sobre este ponto, hajam os Espíritos
 divergido quanto ao número das categorias, sem que isto tenha valor
 algum. Entretanto, não faltou quem se agarrasse a esta contradição
 aparente, sem refletir que os Espíritos nenhuma importância ligam ao
 que é puramente convencional; para eles, o pensamento é tudo; 
deixam-nos a forma, a escolha dos termos, as classificações – numa palavra, 
os sistemas.

Façamos ainda uma consideração que se não deve jamais perder de vista:
 a de que entre os Espíritos, assim como entre os homens, há os muito
 ignorantes, de modo que nunca serão demais as cautelas que se tomem
 contra a tendência a crer que, por serem Espíritos, todos devam saber
 tudo. Qualquer classificação exige método, análise e conhecimento 
aprofundado do assunto. Ora, no mundo dos Espíritos, os que possuem 
limitados conhecimentos são, como neste orbe, os ignorantes, os inaptos
 a apreender uma síntese, a formular um sistema; mesmo os que são 
capazes de tal apreciação podem mostrar-se divergentes quanto às 
particularidades, conformemente aos pontos de vista em que se achem,
 sobretudo se se trata de uma divisão, que nenhum cunho absoluto
 apresente. Lineu, Jussieu e Tournefort tiveram cada um o seu 
método, sem que a Botânica, em consequência, houvesse experimentado 
qualquer modificação. É que nenhum deles inventou as plantas, 
nem seus caracteres. Apenas observaram as analogias, segundo as
 quais formaram os grupos ou classes. Foi assim que também 
procedemos. Não inventamos os Espíritos, nem seus caracteres; 
vimos e observamos, julgamo-los pelas suas palavras e atos,
 depois os classificamos pelas semelhanças. É o que cada um teria 
feito em nosso lugar. Entretanto, não podemos reivindicar a totalidade
 desse trabalho como sendo obra nossa. Se o quadro que damos a 
seguir não foi textualmente traçado pelos Espíritos, e se é nossa a 
iniciativa, todos os elementos que o compõem foram hauridos em 
seus ensinamentos; não nos restaria senão formular a disposição material.

Os Espíritos, em geral, admitem três categorias principais, ou três
 grandes divisões. Na última, a que fica na parte inferior da escala, 
estão os Espíritos imperfeitos que devem ainda percorrer todas,
 ou quase todas as etapas; caracterizam-se pela predominância da 
matéria sobre o Espírito e pela propensão ao mal. Os da segunda se
 caracterizam pela predominância do Espírito sobre a matéria e pelo
 desejo do bem: são os Espíritos bons. A primeira, finalmente, compreende
 os Espíritos puros, os que atingiram o grau supremo da perfeição


Esta divisão nos pareceu perfeitamente racional e com caracteres bem
 positivados; só nos restava pôr em relevo, mediante subdivisões em
 número suficiente, os principais matizes do conjunto. Foi o que fizemos, 
com o concurso dos Espíritos, cujas benévolas instruções jamais nos 
faltaram. Com o auxílio desse quadro, fácil será determinar-se a 
ordem, assim como o grau de superioridade ou de inferioridade dos 
que podem entrar em relação conosco e, por conseguinte, o grau de 
confiança ou de estima que merecem. Além disso, interessa-nos
 pessoalmente porque, como pertencemos, por nossa alma, ao mundo
 espírita, no qual reentraremos ao deixar nosso invólucro mortal, ele 
nos mostra o que nos resta fazer para chegarmos à perfeição e ao
 bem supremo. Faremos, todavia, notar que os Espíritos não ficam 
pertencendo, exclusivamente, a tal ou tal classe. Sendo sempre 
gradual o progresso deles e muitas vezes mais acentuado num
 sentido do que em outro, pode acontecer que muitos reúnam em si 
os caracteres de várias categorias, o que seus atos e linguagem tornam
 possível apreciar.

Fonte: Revista Espírita, Ano I, fevereiro de 1858, nº. 2. - Allan Kardec

                                 As diferentes classes de espíritos parte II:

                                                    Espíritos Imperfeitos

Salves os amigos leitores, no post de hoje daremos continuidade ao estudo 
sobre as diferentes classes de espíritos, contudo, abordaremos aqui a 
terceira ordem de espíritos, isto é, os que comumente chamamos de
 espíritos inferiores, ou ainda, imperfeitos.



TERCEIRA ORDEM – ESPÍRITOS IMPERFEITOS

Características gerais. – Predominância da matéria sobre o espírito.
 Propensão para o mal. Ignorância, orgulho, egoísmo e todas as paixões 
que lhes são consequentes. Têm a intuição de Deus, mas não o 
compreendem. Nem todos são essencialmente maus. Em alguns há 
mais leviandade, irreflexão e malícia do que verdadeira maldade. Uns não
 fazem o bem nem o mal; mas, pelo simples fato de não fazerem o bem, já 
denotam a sua inferioridade. Outros, ao contrário, se comprazem no mal
 e se rejubilam quando uma ocasião se lhes depara de praticá-lo. Neles
 a inteligência pode achar-se aliada à maldade ou à malícia; seja, porém,
 qual for o grau que tenham alcançado de desenvolvimento intelectual,
 suas ideias são pouco elevadas e mais ou menos abjetos seus sentimentos.

Restritos conhecimentos têm das coisas do mundo espírita e o pouco que 
sabem se confunde com as ideias e preconceitos da vida corporal. Acerca
 dessas coisas, não nos podem dar senão noções falsas e incompletas;
 entretanto, nas suas comunicações, mesmo imperfeitas, o observador 
atento encontra a confirmação das grandes verdades ensinadas 
pelos Espíritos superiores. Na linguagem de que usam se lhes revela o
 caráter. Todo Espírito que, em suas comunicações, trai um mau pensamento,
 pode ser classificado na terceira ordem. Conseguintemente, todo mau 
pensamento que nos é sugerido vem de um Espírito dessa ordem.

Eles veem a felicidade dos bons e esse espetáculo lhes constitui incessante
 tormento, porque os faz experimentar todas as angústias que a inveja 
e o ciúme podem causar. Conservam a lembrança e a percepção dos 
sofrimentos da vida corpórea e essa impressão é muitas vezes 
mais penosa do que a realidade. Sofrem, pois, verdadeiramente, pelos
 males de que padeceram em vida e pelos que ocasionaram aos 
outros. E, como sofrem por longo tempo, julgam que sofrerão para 
sempre. Deus, para puni-los, quer que assim julguem.

Podem ser divididos em quatro grupos principais:

Décima classe. ESPÍRITOS IMPUROS – São inclinados ao mal, 
de que fazem o objeto de suas preocupações. Como Espíritos, dão
 conselhos pérfidos, sopram a discórdia e a desconfiança e se mascaram
 de todas as maneiras para melhor enganar. Ligam-se aos homens 
de caráter bastante fraco para cederem às suas sugestões, a fim de 
induzi-los à perdição, satisfeitos com o conseguirem retardar lhes o 
adiantamento, fazendo-os sucumbir nas provas por que passam.

Nas manifestações, dão-se a conhecer pela linguagem. A trivialidade
 e a grosseria das expressões, nos Espíritos, como nos homens, 
é sempre indício de inferioridade moral, se não também intelectual.
 Suas comunicações exprimem a baixeza de seus pendores e, se tentam
 iludir, falando com sensatez, não conseguem sustentar por muito tempo 
o papel e acabam sempre por se traírem. Alguns povos os arvoraram em
 divindades maléficas; outros os designam pelos nomes de demônios, 
maus gênios, Espíritos do mal.

Quando encarnados, os seres vivos que eles constituem se mostram 
propensos a todos os vícios geradores das paixões vis e degradantes:
 a sensualidade, a crueldade, a felonia, a hipocrisia, a cupidez, 
a avareza sórdida. Fazem o mal por prazer, as mais das vezes sem motivo,
 e por ódio ao bem, quase sempre escolhendo suas vítimas entre as 
pessoas honestas. São flagelos para a Humanidade, pouco importando 
a categoria social a que pertençam, e o verniz da civilização não os forra ao 
opróbrio e à ignomínia.

Nona classe. ESPÍRITOS LEVIANOS – São ignorantes, travessos, irrefletidos
 e zombeteiros. Metem-se em tudo, a tudo respondem, sem se
 incomodarem com a verdade. Gostam de causar pequenos desgostos
 e ligeiras alegrias, de aborrecer, de induzir maliciosamente em erro,
 por meio de mistificações e de espertezas. A esta classe pertencem 
os Espíritos vulgarmente tratados de duendes, trasgos, gnomos,
 diabretes. Acham-se sob a dependência dos Espíritos superiores, 
que muitas vezes os empregam, como fazemos com os nossos servidores.

Mais que outros, parecem ligados à matéria e ser os principais agentes 
das vicissitudes dos elementos do globo, quer vivam no ar, na água, no 
fogo, nos corpos sólidos ou nas entranhas da Terra. Muitas vezes 
manifestam sua presença por efeitos sensíveis, tais como pancadas, 
movimento e deslocamento anormal de corpos sólidos, agitação do ar, 
etc., o que lhes valeu o nome de Espíritos batedores ou 
perturbadores. Reconhece-se que tais fenômenos não se devem a
 uma causa fortuita e natural quando têm um caráter intencional e inteligente.
 Todos os Espíritos podem produzir esses fenômenos, porém os Espíritos
 elevados em geral deixam essas atribuições aos inferiores, mais aptos
 às coisas materiais que às inteligentes.

Em suas comunicações com os homens, a linguagem de que se servem é,
 por vezes, espirituosa e faceta, mas quase sempre sem profundidade. 
Exploram as falhas e o lado ridículo dos homens e das coisas, 
comentando-os em traços mordazes e satíricos. Se tomam nomes 
supostos, é mais por malícia que por maldade.

Oitava Classe. ESPÍRITOS PSEUDO-SÁBIOS – Dispõem de conhecimentos
 bastante amplos, porém creem saber mais do que realmente sabem.
 Tendo realizado alguns progressos sob diversos pontos de vista, a linguagem
 deles aparenta um cunho de seriedade, susceptível de iludir com respeito 
às suas capacidades e luzes. Mas, em geral, isso não passa de reflexo 
dos preconceitos e idéias sistemáticas que nutriam na vida terrena. É uma 
mistura de algumas verdades com os erros mais absurdos, através dos 
quais penetram a presunção, o orgulho, o ciúme e a obstinação, de que 
ainda não puderam despir-se.


Sétima Classe. ESPÍRITOS NEUTROS – Nem bastante bons para fazerem
 o bem, nem bastante maus para fazerem o mal. Pendem tanto para um
 como para o outro e não ultrapassam a condição comum da Humanidade,
 quer no que concerne ao moral, quer no que toca à inteligência. Apegam-se 
às coisas deste mundo, de cujas grosseiras alegrias sentem saudades.

Sexta Classe. ESPÍRITOS BATEDORES E PERTURBADORES - Estes
 espíritos propriamente falando, não formam uma classe distinta pelas 
suas classes pessoais. Pode caber em todas as classes da terceira ordem, 
manifestam geralmente sua presença por efeitos sensíveis e físicos, 
como pancadas, movimento e deslocamento anormal de corpos sólidos,
 agitação do ar, etc. Afiguram-se, mais do que outros, presos à matéria.
 Parecem ser os elementos principais das vicissitudes do elemento do 
Globo, quer atuem sobre o ar, a água, o fogo, os corpos duros, 
quer nas entranhas da terra. Reconhece-se que esses fenômenos não
 derivam de uma causa fortuita ou física, quando denotam caráter 
intencional e inteligente. Todos os espíritos podem produzir tais fenômenos, 
mas os de ordem elevada os deixam, de ordinário, como atribuições dos 
subalternos, mais aptos para as coisas materiais do que para as coisas 
da inteligência; quando julgam úteis as manifestações desse gênero, lançam
 mão destes últimos como seus auxiliares.

Fonte: Revista Espírita, Ano I, Fevereiro de 1858, nº. 2 - Allan Kardec e,
O Livro dos Espíritos, 14 edição de bolso, FEB, 2009 - Allan Kardec

As diferentes classes de espíritos parte III: 

Espíritos Bons e Puros


Dando continuidade aos estudos a cerca das classes de espíritos, 
hoje vamos pondo fim ao mesmo, trazendo elucidações a cerca 
das cinco últimas classes elencadas pelos espíritos.

SEGUNDA ORDEM – ESPÍRITOS BONS

Características gerais. – Predominância do espírito sobre a matéria; 
desejo do bem. Suas qualidades e poderes para o bem estão em relação
 com o grau de adiantamento que hajam alcançado; uns têm ciência, 
outros a sabedoria e a bondade. Os mais adiantados aliam o saber às
 qualidades morais. Não estando ainda completamente desmaterializados,
 conservam mais ou menos, conforme a categoria que ocupem, os traços 
da existência corporal, assim na forma da linguagem, como nos hábitos,
 entre os quais se descobrem mesmo algumas de suas manias. De 
outro modo, seriam Espíritos perfeitos.
Compreendem Deus e o infinito e já gozam da felicidade dos bons. 
São felizes pelo bem que fazem e pelo mal que impedem. O amor 
que os une lhes é fonte de inefável ventura, que não tem a perturbá-la
 nem a inveja, nem os remorsos, nem nenhuma das paixões más 
que constituem o tormento dos Espíritos imperfeitos. Todos, entretanto,
 ainda têm de passar por provas, até que atinjam a perfeição absoluta.
 Como Espíritos, suscitam bons pensamentos, desviam os homens da 
senda do mal, protegem na vida os que se lhes mostram dignos de 
proteção e neutralizam a influência dos Espíritos imperfeitos sobre 
aqueles a quem não é grato sofrê-la.

Quando encarnados, são bondosos e benevolentes com os 
semelhantes. Não os movem o orgulho, nem o egoísmo, ou a ambição.
 Não experimentam ódio, rancor, inveja ou ciúme e fazem o bem pelo bem.
 A esta ordem pertencem os Espíritos designados, nas crenças vulgares, 
pelos nomes de bons gênios, gênios protetores, Espíritos do bem. 
Em épocas de superstições e de ignorância, eles hão sido elevados 
à categoria de divindades benfazejas. Podem, igualmente, ser divididos 
em quatro grupos principais:

Quinta classe. ESPÍRITOS BENÉVOLOS. – A bondade é neles a 
qualidade dominante. Apraz-lhes prestar serviço aos homens e protegê-los. 
Limitados, porém, são os seus conhecimentos. Hão progredido mais no 
sentido moral do que no sentido intelectual.

Quarta classe. ESPÍRITOS DE CIÊNCIA – Distinguem-se especialmente
 pela amplitude de seus conhecimentos. Preocupam-se menos com as 
questões morais, do que com as de natureza científica, para as quais 
têm maior aptidão. Entretanto, só encaram a Ciência do ponto de 
vista da sua utilidade e jamais dominados por quaisquer paixões próprias
 dos Espíritos imperfeitos.

Terceira classe. ESPÍRITOS DE SABEDORIA – As qualidade morais da 
ordem mais elevada são o que os caracteriza. Sem possuírem ilimitados 
conhecimentos, são dotados de uma capacidade intelectual que lhes faculta
 juízo reto sobre os homens e as coisas.

Segunda classe. ESPÍRITOS SUPERIORES – Esses em si reúnem a ciência,
 a sabedoria e a bondade. Da linguagem que empregam se exala 
sempre a benevolência; é uma linguagem invariavelmente digna, elevada
 e, muitas vezes, sublime. Sua superioridade os torna mais aptos do que 
os outros a nos darem as mais justas noções sobre as coisas do mundo
 incorpóreo, dentro dos limites do que é permitido ao homem saber. 
Comunicam-se de bom grado com os que procuram de boa-fé a verdade 
e cuja alma já está bastante desprendida das ligações terrenas 
para compreendê-la. Afastam-se, porém, daqueles a quem só a 
curiosidade impele, ou que, pela influência da matéria, são desviados
 da prática do bem. Quando, por exceção, encarnam na Terra, é para 
cumprir missão de progresso e, então, nos oferecem o tipo da perfeição
 a que a Humanidade pode aspirar neste mundo.

PRIMEIRA ORDEM – ESPÍRITOS PUROS

Características gerais. – Nenhuma influência da matéria. Superioridade 
intelectual e moral absoluta, com relação aos Espíritos das outras ordens.

Primeira casse. Classe única. – Os Espíritos que a compõem percorreram
 todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria.
 Tendo alcançado a soma de perfeição de que é susceptível a criatura, não
 têm mais que sofrer provas, nem expiações. Não estando mais sujeitos
 à reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna no seio de Deus.

Gozam de inalterável felicidade, porque não se acham submetidos 
às necessidades, nem às vicissitudes da vida material. Essa felicidade, 
porém, não é a de ociosidade monótona, a transcorrer em perpétua
 contemplação. Eles são os mensageiros e os ministros de Deus,
 cujas ordens executam para manutenção da harmonia universal.
 Comandam a todos os Espíritos que lhes são inferiores, auxiliam-nos 
na obra de seu aperfeiçoamento e lhes designam as suas missões.
 Assistir os homens nas suas aflições, concitá-los ao bem ou à expiação
das faltas que os conservam distanciados da suprema felicidade, 
constitui para eles ocupação gratíssima.

São designados às vezes pelos nomes de anjos, arcanjos ou serafins.
 Podem os homens pôr-se em comunicação com eles, mas extremamente
 presunçoso seria aquele que pretendesse tê-los constantemente
 às suas ordens.

Fonte: Revista Espírita, Ano I, Fevereiro de 1858, nº. 2 - Allan Kardec

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