segunda-feira, 7 de março de 2016

A Importância dos Cambonos na Umbanda










    A quem já acompanhou alguma Gira de Umbanda por esse imenso Brasil,
com toda certeza já observou um personagem no qual é chamado de
"Cambono" ou "Cambones".

    Esse personagem de intensa destreza e sabedoria dentro dos Terreiros
é algo que não pode faltar, aliás sem ele era quase impossível de
termos Giras tão eficientes.

    Mas, quem é esse personagem?

    Cambono ou Cambones é o auxiliar de Médiuns de Incorporação e o
Servidor dos Orixás. O cambono é o médium que teve o necessário
desenvolvimento para poder auxiliar e entender os Guias nas necessidades
das sessões.

    É uma atividade exercida nos terreiros de Umbanda e que merece uma
atenção especial dada a sua importância como auxiliar das Entidades de
Luz, dos médiuns e dos dirigentes do Terreiro.

    Sendo auxiliar das Entidades de Luz, cabe ao cambono ser o
interpretador das mensagens entre a Entidade e o consulente, além de um
defensor da Entidade e da integridade física do médium. Cabe a ele cuidar do material da Entidade, orientar o que acontece em sua volta e também ajudar o entendimento do consulente, pois a linguagem do espírito nem sempre é entendida, mas ao cambono fica claro já pela sua intimidade com o comportamento do espírito que ele serve.

    Mas nem sempre a posição do cambono é confortável, pois algumas vezes cabe a ele fiscalizar também o comportamento do Médium, que podendo não estar bem no dia, por uma razão ou outra, fugir da normalidade deve imediatamente avisar a direção do terreiro. O limite da intimidade do consulente com o espírito ou o médium deve ser fiscalizado pelo cambono para evitar mal entendidos e desajustes de informações.

    Finalmente ao cambono é dada uma oportunidade especial de conhecer mais a Umbanda e a forma das Entidades trabalharem porque seu contato é direto. Como o cambono tem como obrigação ouvir o que o espírito ouve e fala, seu conhecimento, em cada consulta, aumenta consideravelmente.

     Então resumindo, Cambonagem ou cambonar é uma das principais e mais complexas funções na Umbanda. No trabalho de cambonagem o cambono acaba por receber influências diversas de vibrações dos médiuns e consulentes, alem disso o cambono acaba por aprender a diferenciar as Entidades, o que usam como: fumo, bebidas, a própria fala, a incorporação, desincorporação, o que manipulam para auxiliar a consulta, os materiais de trabalho da Entidade de Luz.

Os Cambonos acabam aprendendo sobre a importância do sigilo, pois o que é ouvido durante uma consulta, não pode e nem deve ser passado adiante, sendo assim como se fosse um sigilo profissional, tendo que ser respeitada esse silêncio, independente do qual for o assunto tratado com a Entidade de Luz e
seu consulente, dentro dos termos da espiritualidade e as regras da casa.

    E em se tratando do lado espiritual podemos falar em sigilo espiritual. O cambono é como se fosse uma espécie de orientador, ou seja, que orienta o consulente na hora da consulta, no fato de deixá-lo à vontade para expor seus problemas e suas duvidas. Mais deixando claro que tudo tem que haver respeito, que não se pode brincar, conversar durante uma sessão, pois acaba por atrapalhar a sessão e até mesmo as próprias Entidades. Sem falar que os cambonos precisam ter respeito com os médiuns e as Entidades, cuidando de tudo quanto for necessário para o bom trabalho de caridade a ser feito.

    Uma das mais importantes coisas que está presente nas funções de um Cambono é ficar atento as mensagens ou recados para os consulentes, na qual se tem que ter atenção redobrada para ouvir, traduzir, se preciso for, e explicar, não dando opinião mais explicando o que foi passado pela Entidade de Luz. E o mais importante estar sempre atento a tudo e a todos, estar de coração e mente aberta para servir, ter respeito ao próximo, responsabilidade, comprometimento, amor pelo o que vai fazer. Em resumo cambonar é servir com amor, dedicação e humildade. Compromisso feito com Amor Humildade e Sabedoria Ato Construído com Atenção e Responsabilidade.


Abaixo vamos expor resumidamente para entendimento algumas das funções de um Cambono preparado para assumir seu trabalho dentro de um terreiro.

- Auxiliar a Entidade de Luz e ao médium dentro das normas da espiritualidade e regras da casa na qual são filhos.

- Colaborar materialmente e espiritualmente com o médium e com a Entidade de Luz, antes, durante e depois do trabalho de caridade.

- Orientar os consulentes quando não for entendido por ele o que foi determinado pela Entidade de Luz, como por exemplo algum banho, entregas, novas consultas, vibrações e o que for necessário.

- Prestar extrema atenção na consulta, para não ser infringida nenhuma regra ou regulamento da casa, e notando alguma anormalidade deve ser comunicado ao Chefe de Cambonos ou ao Pai Pequeno ou Mãe Pequena do Terreiro, e, conforme o caso, o Pai de Santo.

- Deve apresentar honestidade e sigilo absoluto, não devendo nunca contar a ninguém o teor das consultas.

- Não pode incorporar quando está atendendo a uma Entidade, exceto quando autorizado pela Entidade a quem estiver servindo, ou se essa Entidade o trouxer junto ao consulente para um provável descarrego. Mas tudo isso com a autorização prévia da Entidade incorporada no
momento.


          Funções do Cambono antes e durante os trabalhos:

- Levar todo material da Entidade para seu respectivo lugar no terreiro (Como por exemplo: pemba, velas, ponteiros, bebida, fósforo, tabua, charutos, palheiros, cigarros, ervas, e eventuais outros materiais).

- Servir a Entidade em tudo que ela precisar dentro das regras da Umbanda e da casa.

- Não deixar de ouvir, mesmo que por solicitação do consulente, as consultas feitas às Entidades e as respostas por elas dadas. Em caso de determinação da Entidade para se afastar durante uma consulta, avisar imediatamente o Pai de Santo ou a Entidade que nele estiver incorporada.

- Durante a vibração, ficar atento à Entidade e ao trabalho que ela realiza, sem contudo ser necessário ficar ao lado da Entidade, a não ser que a mesma solicite.

- Conversar com a Entidade quanto ao número de consultas e o tempo disponível.


            As Funções dos Cambonos após os atendimentos:

Sempre conversar com a Entidade, pedindo orientações quanto ao destino das sobras de materiais utilizados.

- Levantar o ponto riscado da seguinte forma: Retirar ponteiros (caso houver), assim também com as velas e outros materiais do ponto, e jogar cachaça sobre o ponto riscado, em forma de cruz, e com as mãos, apagar o ponto riscado. Depois pode retirar do local e limpar na torneira da pia com água.

- Guardar e recolher o material, deixando o local limpo.


Algumas orientações gerais:

- Ao se locomover pelo ambiente onde está sendo firmado trabalhos de corrente, dando passes magnéticos ou consultas entre Entidade e consulente, não atravessar na frente ou ficar costurando passagens entre as firmezas. Evite bater em médiuns, derrubando velas, pisando em pontos.

- Ao afastar-se da função, seja por um período ou não, auxiliar o novo Cambono, passando orientações a respeito do trabalho com as Entidades.

- Não aproveitar-se da função para fazer consultas em nome de parentes, amigos, sobrecarregando o trabalho das Entidades. Desejando falar algo particular aguarde o momento final, e peça a autorização do Pai de Santo ou da própria Entidade.

- Qualquer dificuldade em orientar os consulentes, pedir auxilio ao Pai ou Mãe Pequenos ou mesmo ao Pai de Santo, não tente resolver um problema que não faz parte da ossada de sua função.

- Não atrapalhar o encerramento dos trabalhos levantando o ponto ou guardando os materiais.

- Durante a abertura e encerramento dos trabalhos, todos devem estar na corrente.

- Não ficar com conversas fora dos trabalhos com a assistência, não se deve ´parar os trabalhos nem a concentração para cumprimentar algum consulente, mesmo que seja amigo de longas datas, quando esse chega ou se retira do terreiro, afinal estamos ali em uma missão religiosa não numa festa de confraternização.


    Muitos médiuns acham que o Cambono é algo inferior dentro de um terreiro, que seu trabalho pode ser substituído por qualquer pessoa. Pois não é, o Cambono é extremamente necessário para o bom caminhar de toda uma Gira. Basta dizermos que por muitas das vezes uma Entidade de Luz entrega toda a confiança a seu Cambono, falando-lhe e ensinando-lhe milhares de coisas, que um médium um tanto mais distante dos afazeres dentro de um terreiro nunca aprenderia se não passasse por um bom tempo como Cambono.

Portanto o trabalho do Cambono é tão importante quanto ao do médium e Entidade.

    A responsabilidade mediúnica do cambono é tão importante quanto a de qualquer outro médium.

    O médium que camboneia, não atrapalha seu desenvolvimento. A experiência como cambono lhe é importantíssima no aprendizado.


    Então que nosso Pai Oxalá, todos nossos Orixás e nossas Entidades de Luz abençoem e protejam todos nossos Cambonos, para que assim possamos seguir tranquilamente com nossas Giras para que possamos ser abençoados também.

Um Salve especial a todos os Cambonos de nossa amada Umbanda de Luz.

Carlos de Ogum

Vamos Conhecer Um Pouco Mais de Nossa Umbanda Sagrada




    Muitas pessoas se dizem Umbandistas, dizem seguir com amor a
Religião de Umbanda, diz amar com todo carinho do mundo os Orixás e
as Entidades de Luz.

    Mas será que sabemos realmente o que é a Umbanda?

    Será que realmente  conhecemos a Umbanda?

    A Umbanda é uma religião de grande diversidade. Ao contrário do
Kardecismo ela não é codificada e se apresenta através de diferentes
práticas. Porém, alguns princípios básicos são comuns a todas as
ramificações da Umbanda.


    O primeiro deles é a caridade gratuita, sem distinção de cor,
raça, credo religioso ou status social.

    Aliás, a incorporação mediúnica de Caboclos, Pretos Velhos,
Crianças, Exus, Boiadeiros, Pombo Giras, Ciganos, etc., se dá para
cumprir este objetivo - a caridade a quem precisa - e a evolução do
espírito.

    No que tange a evolução do espírito, a Umbanda crê na reencarnação
dos espíritos para cumprimento de seus carmas e como forma de evoluir
na escala espiritual. A Umbanda crê no livre arbítrio que torna o
homem responsável por suas escolhas, ações, pensamentos e sentimentos
e que o coloca, portanto, no dever de responder por seus atos sem
revolta e com compreensão.

    Para a Umbanda, o mal, é um bem a nascer, e todos terão perante a
Deus o direito de evoluir, mesmo que para isso sejam necessárias
várias reencarnações. Eis o verdadeiro objetivo das reencarnações:
oportunidade de crescimento e evolução para o espírito.

    A Umbanda não prega o mal, é absolutamente contra a violência e
valoriza a humildade como virtude fundamental. Tanto o corpo mediúnico
quanto os dirigentes das Casas de Umbanda devem permanecer no
exercício constante de combater a vaidade e lembrar que a doação e
honestidade são fundamentais no caminho escolhido por eles: a missão
que é o serviço à Umbanda.

A Umbanda também tem como um dos seus principais pilares o respeito.

    Respeito pelas outras religiões, respeito pela evolução e história
de cada espírito, respeito pelos valores humanos, pela moral e pela
dignidade.

    Ainda hoje há muita confusão no entendimento da Umbanda. Essa
religião que só prega caridade e respeito muitas vezes é mal
interpretada por pessoas que a desconhecem ou pior, por charlatães ou
pessoas de má fé que se dizem Umbandistas e só deturpam os princípios
básicos da religião, fazendo com que boa parte da sociedade olhe para
a Umbanda com desconfiança, medo e até aversão.


    A Umbanda é uma Religião linda, não voltada ao dinheiro, portanto
nunca se deixem serem levados ´por pessoas maus caráteres que possam
vir a tentar vender a você bençãos em nome da Umbanda, pois Umbanda é
caridade pura, e fazer o bem sem esperar nada em troca e sem olhar a
quem.

    Umbanda é Religião e nunca poderá ser uma profissão.

    A Umbanda de forma nenhuma fará o mal a um semelhante, não fará
nada que leve contra o livre arbítrio de alguém, não vai tirar o
sossego de um irmão, não vai amarrar uma pessoa de forma amorosa, só
porque alguém que não tem amor próprio pediu.

    A Umbanda é linda, humilde, reflexível, nos dá caminhos nas horas
que não encontramos uma saída, nos dá lições quando precisamos
aprender sobre amor, paz e caridade.


    Não tenha medo de descobrir o que é a Umbanda, ela está de braços
abertos, sem nenhum interesse, esperando para receber você, com
carinho, respeito, amor e uma extrema e grandiosa fé em Deus.


    Vamos agora aprender uma bela oração, abaixo o Credo Umbandista.


Credo Umbandista.

Creio em Deus, Onipotente e Supremo.
Creio nos Orixás e nos Espíritos Divinos que nos trouxeram para a Vida
por Vontade de Deus.
Creio nas Falanges Espirituais, orientando os homens na vida terrena.
Creio na reencarnação das almas e na Justiça divina, segundo a Lei do
Retorno.
Creio na comunicação dos Guias Espirituais, encaminhando-nos para a
Caridade e a prática do Bem.
Creio na invocação, na Prece e na Oferenda, como atos de fé e creio
na  Umbanda, como religião redentora, capaz de nos levar pelo caminho
da evolução até o nosso Pai Oxalá.

    Que Assim Seja!

    Saravá nossa Umbanda Sagrada, nossa Religião Amada.


Carlos de Ogum

Conhecendo os Falangeiros de Ogum

    Muito se ouve falar em "Falangeiros" dentro de nossa linda
religião de Umbanda.
Mas pouco se explica sobre o que é um Falangeiro.

    Sendo assim vamos entrar no mundo dos Falangeiros, e como estamos
no mês de Pai Ogum, nosso Orixá guerreiro e protetor, decidi falar um
pouco sobre os Falangeiros desse Orixá tão conhecido e respeitado
dentro das religiões Afro-Brasileiras.

    Falangeiro é aquela Entidade que está somente abaixo do Orixá, ele
comanda as legiões de Entidades e Espíritos que se afinizam na
vibração do Orixá que os governa.

    Esses Falangeiros são divididos da seguinte maneira:

Ogum Megê, Ogum Beira-Mar, Ogum de Ronda ou Naruê, Ogum Matinata,
Ogum Delei ou Delê, Ogum Iara e Ogum Rompe-Mato.

    Eles vem na seguinte vibração de Ogum com outro Orixá:


Ogum Megê: Trabalha em vibração com Omulú, na linha das Almas.
Ogum Beira-Mar: Trabalha em vibração com Iemanjá.
Ogum de Ronda ou Naruê: Trabalha em vibração com Exú.
Ogum Matinata: Trabalha em vibração com Oxalá.
Ogum Dilei ou Delê: Trabalha em vibração com Xangô.
Ogum Iara: Trabalha em vibração com Oxum.
Ogum Rompe-Mato: Trabalha em vibração com Oxossi.

    Abaixo falaremos um pouco de cada um.


                              OGUM MEGÊ




Ogum Megê nos ritos de Umbanda é muito invocado para resolver casos de
feitiçaria e outros trabalhos mais pesados, principalmente os que
envolvem a Calunga Pequena, ou cemitério.

    Ogum Megê anda geralmente nas encruzilhadas, e estradas que dão
acesso ao campo santo, e sua força se une com a de Omulú, o grande
guardião das almas e de sua morada.

    Poderoso guerreiro, sempre está atento para o que se passa dentro
dos cemitérios, sendo importante que; antes de fazermos qualquer
passagem neste local, pedimos licença a ele, e pedimos sua proteção
contra Espíritos perdidos que se encontram ali.

    Ogum Megê, assim como os demais Oguns, é um protetor fiel, e
sempre que por ele chamamos, encontramos pronto atendimento às nossas
súplicas.

    Com sua força e luz, este Ogum ronda os cemitérios, e nada podemos
fazer sem sua devida autorização.

    Era comum os umbandistas mais antigos, levarem para ele, cerveja,
velas, ou outro tipo de oferenda para que ele autorizasse aos exús
daquele lugar, que viessem atender a um chamado sempre que deles
precisassem. Hoje em dia, com novos conhecimentos, entendemos que
muitas dessas coisas não se fazem necessário, pois Ogum Megê é
sublime, caridoso e nos ajuda diante de nossa fé, apenas desejando
respeito e que não usemos o seu nome para levar ódio e maledicências
a terceiros.

    Ogum Megê Usa as cores vermelha e branca, assim como a grande
maioria dos Oguns de Umbanda, fuma cigarro ou charuto e quando
incorporado, bebe de forma moderada a cerveja branca.

    Só frisando que o fumo e a cerveja, fazem parte do ritual de
limpeza de ambientes e médiuns, não é para satisfazer vontades, pois
um Orixá não tem essa necessidade.

    Ao invocarmos algum exú de cemitério para nos ajudar em alguma
situação, o Sr. Ogum Megê, vem imediatamente até as proximidades do
portão e busca saber a que lugar vai aquele exú, também desejando
saber o que vai fazer. E se ele não for devidamente informado, pode
impedir que aquele exú venha trabalhar, e essa é a causa de alguns
trabalhos de cemitério não renderem resultados satisfatórios.

    Ogum Megê Dentro da quimbanda, assim como os demais Oguns, se
encarrega de supervisionar os trabalhos que são realizados, e se por
ventura algo de muito errado for feito, ele imediatamente comunicará
às esferas superiores e se dará assim, o início da cobrança daquele
ato, primeiramente para o exú e posteriormente para a pessoa que
solicitou o trabalho.

    Saravá Ogum Megê!!!


                           OGUM BEIRA-MAR




    Entre todas as qualidades de Ogum, Ogum Beira-Mar, talvez seja o
mais conhecido entre eles, pois muitos trabalham com as Entidades de
Luz dessa falange.

Um dos principais motivos é que todos filhos de Ogum tem uma ligação
direta e muito especial com Iemanjá.

    A entidade que faz a ligação entre Ogum e Iemanjá, é Seu
Beira-Mar.

    Essa entidade toma conta das praias, onde há a arrebentação das
ondas, é ele que encaminha os pedidos feitas a mãe Iemanjá, pois como
nas lendas dizem, "Ogum mora no mar", portanto é lá que seu Ogum
Beira-Mar trabalha.

    Quando estão em terra as Entidades desta linha são sempre eretas,
com uma postura um tanto chamativas, de peito inflado. Podendo dentro
do Candomblé, seja que algum use capas encarnadas, e preferem
armaduras prateadas, diferente de outras entidades que usam dourado.

    Sua cor vibratória é o Vermelho, mas aceitam muito bem o azul
claro, pois é sua cor de atuação.

    Ogum Beira-Mar, comanda muitas falanges como por exemplo: Ogum 7
Ondas, Ogum 7 Mares, Ogum Marinho entre outros.

    No caso de Ogum 7 ondas, que é o responsável em entregar as
oferendas a Iemanjá, ele vem logo após a Ogum Beira-Mar, ou seja, se
oferta algo a Iemanjá, Ogum autoriza a Ogum Beira-mar a receber, e
Ogum Beira-Mar faz a entrega a Ogum 7 Ondas para que esse entregue aos
braços da linda Iemanjá. Caso Ogum não autorize, seus pedidos e sua
oferenda não vão chegar a Iemanjá, e por esse motivo alguns pedidos
feitos a ela não são realizados.

Saravá Ogum Beira-Mar!!!


                     OGUM DE RONDA OU OGUM NARUÊ




    Ogum de Ronda ou Ogum Naruê, chama um tanto a atenção dentro dos
Terreiros de Umbanda por estar ligado com os Exús., portanto Ogum de
Ronda ou Naruê tem dois lados, sendo um lado Ogum e outro lado Exú.

    Isso quer dizer que Ogum de Ronda ou Naruê, trabalha em dois polos
energéticos, ou seja, tanto do lado positivo quanto do negativo.

    Ogum de Ronda ou Naruê, vem quase da mesma vibração de Ogum Megê,
trabalha também nas Calungas Pequenas (cemitérios), e guarda com
firmeza as entradas de Centros e Terreiros Umbandistas.

    E normal na entrada de um Terreiro de Umbanda notarmos a imagem de
Ogum de Ronda dividindo os espaços entre as assistências e consulentes
do espaço cedido aos Médiuns trabalhadores, pois, enquantos os Exus
tomam conta das tronqueiras, Ogum de Ronda protege a entrada do cômodo
onde está havendo as incorporações, desobsessões, descarregos e
atendimentos.

    Também é natural se acompanhar no momento da defumação dos
Terreiros e de Médiuns, assim como todo o ambiente, o pedido dos
responsáveis pela Gira, o acompanhamento de Ogum de Ronda nessa hora.

Saravá Ogum de Ronda ou Ogum Naruê!!!


                            OGUM MATINATA




Ogum Matinata vibra, originalmente na linha de Ogum sem cruzamentos, é
a linha puro do Orixá Guerreiro.

    Ele é defensor dos campos onde são feitas as oferendas para Oxalá,
bem comuns em colinas floridas e montes.

    Ogum Matinata raramente é observado em um trabalho de incorporação
mediúnica, pois são pouquíssimos Médiuns que o tem como guia, pelo
fato de ser uma incorporação um tanto complicada, sendo um Médium com
Ogum Matinata na coroa, esse Médium tem que estar extremamente
desenvolvido para tal.

    As cores de Ogum Matinata são branco e vermelho, predominando mais
o branco.

    Suas oferendas devem ser sempre entregues em campos com muitas
flores. Além de guardar as oferendas de Oxalá, vibra diretamente
com o mesmo.

Saravá Ogum Matinata!!!


                OGUM DE LEI, OGUM DELÊ OU OGUM DILEI




    Esse Orixá é intermediador de Ogum e Xangô, ele chama-se Ogum de
Lei, alguns chamam de Ogum Delê e outros de Ogum Dilei, depende da
região onde se encontra os Terreiros.

    Todo material pesquisado sobre Ogum De Lei, não dá a grandeza
desse Orixá, pois é um tanto escasso, talvez pelo fato de que seja, um
tanto raro de ser visto em rituais de Umbanda.

    Ogum De Lei são os aplicadores da lei de Xangô, pode-se chamar até
de executores das leis divinas.

    Ogum de Lei, no Candomblé, usa armadura dourada e capa encarnada,
e por ser intermediador de Xangô, usa uma balança nas mãos, sempre com
uma mão sobre a espada, em sinal de execução.

    Sua cores cabalísticas são branco, vermelho e amarelo.

    Sua área de atuação é a entrada das pedreiras, pois nas pedras o
intermediário de Ogum para Xangô é, o "Ogum Guarda das Pedreiras". Mas
como disse essas entidades são dificeis de se ver em terra.

    Quando o Orixá Ogum manifesta-se na defesa do reino de Xangô,
encontramos o desdobramento chamado de Ogum de Lei, ou seja,
combinação vibratória do Orixá Ogum com o Orixá Xangô. Em nível de
necessidade nossa de terra (ou terreiro) é quando Ogum atua na
execução de justiça. É o Ogum da ponderação, ou seja, conquista/defesa
através da ponderação, da estratégia, da justiça e da sabedoria.

Saravá Ogum De Lei!!!


                              OGUM IARA



Ogum Iara, que também se pode ser escrito Ogum Yara, é uma falange do Orixá Ogum, bem
conhecida, ele trabalha em vibração com a Orixá Oxum, e também é dito
que seu trabalho vibra junto com Ibeiji, intermediando as crianças da
Umbanda.

    Ogum Iara que além de sua natureza aguerrida ainda carrega o amor
característico de nossa mãe Oxum, e também a doçura das crianças, que
vibram juntamente com Ibeiji, tem como característica a proteção de
modo especial a seus filhos, a sublime demonstração de ensinamentos
além de nos dar caminhos rumo a vitória. Sendo ele um pai austero,
forte e amoroso, assim nos ensina a caminhar nessas estradas, ora
iluminadas e planas, ora escuras e cheias de obstáculos.

    Dentro da Umbanda, Ogum Iara, é muito respeitado, e em um de seus
pontos cantados que diz assim:

"Ogum Iara, quando era menino, em seu cavalo branco ele foi guerrear, ele
guerreou, lá na sua banda e na nossa banda ele venceu demanda."

    Podemos observar nessa entoação, toda a bravura desse guerreiro,
sua forma destemida de encarar as demandas, sejam elas no plano
espiritual ou material.

A cor vibratória de Ogum Iara é o azul escuro. Ele trabalha nas
cachoeiras e em alguns jardins, tem como função de ser o receptor das
oferendas entregues a Oxum e também a Ibeiji.

Saravá Ogum Iara!!!

                           OGUM ROMPE-MATO



    Senhor Ogum Rompe-Mato é Senhor e comandante dos Caboclos de Ogum,
Seu Rompe-Mato também é famoso. suas falanges baixam em muitos
terreiros.

    A maioria dos falangeiros de Ogum, se comportam de forma retida,
costumam ficar parados num local, como se fosse um guarda de um
palácio, mas as Entidades de Luz da falange de Seu Rompe-Mato é
diferente, quase todos dançam e rodam o terreiro inteiro, alguns até
bradam. Talvez pela afinidade com a linha dos caboclos.

    Ele é intermediário entre o Orixá Ogum e Oxossi, por isso também
usa como cor vibratório além do branco e vermelho, o verde das matas.

    Seu campo de atuação é a entrada das matas, onde Oxossi governa.
Ogum Rompe-Mato guarda essa entrada, ele está sempre na entrada de uma
trilha, guardando os espíritos que lá moram.

    Não devemos confundir o Ogum Rompe-Mato com o Caboclo Rompe-Mato,
um é o intermediador de Ogum e Oxossi, já o Caboclo, é uma Entidade de
Luz que trabalha na linha de Ogum, e faz sua entrega pra Oxossi, um é
falangeiro, outro é um Guia.

    Todos os pedidos e  oferendas a Pai Oxossi, entregues nas entradas das matas e
florestas, passam por Seu Ogum Rompe-Mato, que autoriza ao Caboclo
Rompe-Mato a levá-las ao próprio Oxossi, para ai sim serem atendidos
os pedidos, e como os outros falangeiros de Ogum, se esse pedido não
tiver cabimento dentro da lei Umbandista, Seu Ogum Rompe-Mato não
autoriza e esse pedido sem nexo nunca vai ser realizado.

Saravá Ogum Rompe-Mato!!!

    Esses são os falangeiros desse maravilhoso e protetor Orixá
guerreiro, e esse é um texto resumido, pois a beleza desses Orixás é
tão grandiosa que realmente não daria para expressar em tão poucas
linhas.

Patacori Ogum!!!

Carlos de Ogum

CABOCLA JUREMA.






CONHECENDO A CABOCLA JUREMA.


Nesse texto falaremos um pouco da Cabocla Jurema, Cabocla linda, tão
conhecida e tão sagrada para nós umbandistas, que até existe um culto
com seu nome.

    Acredita-se até que a árvore da Jurema é sagrada onde reside os
Orixás, e é desta árvore que se faz a base do chá chamado "Daime".

 Esta Cabocla linda é a Rainha das Matas, filha mais velha do Caboclo
Tupinambá. Ela teve mais duas irmãs chamadas: Jupira e Jandira, que da
mesma forma que a Cabocla Jurema, são poderosas Entidades de Luz, e
tem seus trabalhos dentro da Umbanda muito bem vistos e respeitados.

    A Cabocla Jurema presta sua caridade em qualquer Casa de Cultos de
Umbanda. Faz isso somente por caridade, não admitindo de forma alguma
cobranças pela consulta ou trabalhos. Sua legião é constituída de
grandes Entidades Espirituais, espíritos puros que amparam os
sofredores, utilizando o processo de curas através de passes
magnéticos, ervas e suas vibrações espirituais.

 Normalmente a Divina Entidade Cabocla Jurema, quando está
trabalhando, atrai as vibrações de todas as caboclas Juremas, ou seja,
Jurema da Cachoeira, Jurema da Praia, Jurema das Matas, ou de todas as
vibrações que se enquadram nessa força espiritual.

    Na realidade todas são uma única vibração que trabalham com
ambientes da natureza, como por exemplo: Lua, Sol, Mata, Chuva, Vento
e todas as vibrações naturais.

 A Cabocla Jurema trabalha dentro da necessidade de cada pessoa,
transmitindo coragem e energia. Tem sempre uma palavra de alento e
conforto para aqueles que sofrem de enfermidades, sejam enfermidades
físicas ou mentais.

 Essa linda Cabocla nos ensina a entender as dificuldades e nos dá
coragem para suportá-las. Em qualquer lugar onde você esteja, quando o
desespero tomar conta, e a coragem lhe faltar, chame com fé pela
Cabocla Jurema, e sentirá sua força lhe protegendo e lhe amparando.

A Cabocla Jurema, sendo igualmente uma entidade espiritual que
trabalha na linha de Oxossi, é uma "cabocla", ou divindade evocada no
Catimbó, cultos Afro-brasileiros e mais prestigiada e respeitada na
Umbanda.

 Sendo Entidade Guia Chefe da Linha de Oxossi, ela trabalha na legião
constituída de grandes entidades espirituais, espíritos puros que
amparam os sofredores e mais necessitados, utilizando o processo de
passes e curas através das ervas e pontos riscados. Chame pela Jurema
nas horas de dificuldade, pois essa cabocla sempre estará ali para
ajudar seus filhos de Fé.

    Existem várias dissidências dessa Entidade. Sabendo que a maioria
dos aparelhos de ação da Cabocla Jurema serem filhos e filhas ligados
a Iansã, pois é sua vibração Original, existem ainda outros tipos de
irradiação constituída em vibrações de outros Orixás, fazendo sua
ligação vibratória com Caboclos da mesma linha, conforme relação
abaixo:

Cabocla Jurema da Praia.
Ligação com a Orixá: Iemanjá.
Caboclo de Irradiação: Caboclo 7 Pedreiras.

Cabocla Jurema da Cachoeira.
Ligação com a Orixá: Oxum.
Caboclo de Irradiação: Caboclo Lírio.

Cabocla Jurema da Mata.
Ligação com o Orixá: Oxossi.
Caboclo de Irradiação: Caboclo Rompe Mato.

Cabocla Jurema Flecheira.
Ligação com o Orixá: Xangô.
Caboclo de Irradiação: Caboclo 7 Flechas.

Cabocla Jurema do Oriente.
Ligação com o Orixá: Ibeji.
Caboclo de Irradiação: Caboclo Cobra Coral.

Cabocla Jurema Rainha.
Ligação com Orixá: Oxalá.
Caboclo de Irradiação: Caboclo Girassol.

Cabocla Jurema Preta.
Ligação com o Orixá: Omulú/Obaluaiê.
Caboclo de Irradiação: Caboclo Arranca Toco.

Cabocla Jurema da Lua.
Ligação com o Orixá: Ogum.
Caboclo de Irradiação: Caboclo 7 Montanhas.

Cabocla Jurema Mestra.
Ligação com a Orixá: Nanã Buruquê.
Caboclo de Irradiação: Caboclo Araúna.

    Como já foi dito anteriormente, a Cabocla Jurema vem na maioria
das vezes com a vibração da Orixá Iansã, portanto não tem uma
especificação a essa Orixá como foi feito acima com os outros Orixás.


    A Umbanda tem em Jurema uma força suprema, um respeito digno de
uma rainha, um amor grandioso a essa maravilhosa e linda Cabocla.

Saravá a nossa Cabocla Jurema.

Oração à Cabocla Jurema.

Nossa querida chefe de terreiro! Saravá a Cabocla Jurema!

Jurema, recebi o teu recado
Aqui me tens atendendo o teu chamado
Diante de ti, de joelho a teus pés,
Rainha da Mata Virgem
Jurema, eu sei que és.
Irmã de Oxalá,
Filha de Tupã,
Da linha de Oxossi,
E da legião de Utubatã.
Jupira, Jandira, Janaina e Iracema.
É a falange suprema.
Da linda cabocla Jurema.
Eu encontrei em Jurema,
A redenção e a luz.
A beleza do poema,
Nas máximas de Jesus.
Amai vós tanto na vida,
tanto quanto eu vos amei
Nesta Umbanda querida
Esta é a nossa lei.
Quem nesta tenda chegou,
O nosso Mestre é o Senhor.
Esta mensagem é fraterna,
Esta mensagem é de amor.
Salve o reino de Oxossi,
Onde Jurema é rainha,
Pois um homem sem amor é um morto que caminha.

Saravá Cabocla Linda!

Okê Cabocla Jurema!

Carlos de Ogum.

CONHECENDO OS FALANGEIROS 

DE PAI OXOSSI

            
              

    Seguindo a linha de Falangeiros, hoje vamos falar dos Falangeiros
do Orixá Oxossi.

    E como sempre vamos relembrar que os Falangeiros são aquelas
Entidades que estão somente abaixo do Orixá, ele comanda as legiões de
Entidades e Espíritos que se afinizam na vibração do Orixá que os
governa.

    Os Falangeiros de Oxossi vem com as seguintes nomenclaturas:

Agbandada, Akanbi, Alapade, Apalá, Asunara, Êboalama, Fayemi, Ibuanun,
Inlé ou Erinlé, Kusi, Mutalambo, Olumeye, Ondun, Oré, Owala.

    Os Falangeiros descritos acima vem em vibração ou fundamento de
Oxossi (Odé) com os seguintes Orixás:


Odé Agbandada: Tem ligação e fundamento de Oxossi com os Orixás Ogum e
Xangô.

Odé Akanbi: Tem ligação e fundamento de Oxossi com os Orixás
Obaluaiê/Omulú e Nanã Buruquê.

Odé Alapade: Tem ligação e fundamento de Oxossi com os Orixás Iansã
(Oiá), Iemanjá, Obá e Oxum.

Odé Apalá: Tem ligação e fundamento de Oxossi com o Orixá Oxalá (tanto
na forma jovem, Oxaguiã, quanto na forma idosa, Oxalufã).

Odé Asunara: Tem ligação e fundamento de Oxossi com os Orixás Ogum e
Ossãe.

Odé Êboalama: Tem ligação e fundamento de Oxossi com o Orixá Ogum e
a linha de Exú.

Odé Fayemi: Tem ligação e fundamento de Oxossi com os Orixás Ossãe,
Oxum e os Ibeijis.

Odé Ibuanun: Tem ligação e fundamento de Oxossi com os Orixás Omulú e
Oxum.

Odé Inlé ou Odé Erinlé: Tem ligação e fundamento de Oxossi com os
Orixás Oxum, Oxalá e Iemanjá.

Odé Kusi: Tem ligação e fundamento de Oxossi com os Orixás Nanã
Buruquê e Omulú.

Odé Mutalambo: Tem ligação e fundamento de Oxossi com a linha de Exú.

Odé Olumeye: Tem ligação e fundamento de Oxossi com as Orixás Iemanjá,
Iansã (Oiá) e Oxumaré.

Odé Ondun: Tem ligação e fundamento de Oxossi com os Orixás Ogum e
Oxum.

Odé Oré: Tem ligação e fundamento de Oxossi com os Orixás Oxalá, Xangô
e os Ibeijis.

Odé Owala: Tem ligação e fundamento de Oxossi com os Orixás Oxaguiã
(Oxalá na forma jovem), Ossãe e Oxumaré.



Agora vamos ver, resumidamente, algumas características de cada
Falangeiro. Frisando que essas características não são regradas, pois
isso vai de Médium para Médium, na sua linha de desenvolvimento, e
também de casa para casa. O que estaremos descrevendo aqui é uma visão
geral de cada um deles.

    Antes vamos colocar o significado de alguns apetrechos utilizados
por alguns desses Falangeiros, como ferramentas ou símbolos presentes
em suas roupagens, para que possamos ter o entendimento de cada um
durante o seguimento do texto.

OFÁ: Arco e a flecha de metal em junção um com o outro.

IRUKERÉ: Um tipo de "espanta moscas", que os reis usavam como símbolo
na África. Usado pelos Falangeiros de Oxossi como afugentador e
dominador de Espíritos sem luz (Kiumbas e Zombeteiros).

OGÊ OU OLUGBOHUN: Um tipo de chifre de touro, no qual Odé entra em
comunicação com o Pai Maior através da voz.

ÉRÚKÊRÊ: É uma espécie de cetro feitos com pelos do rabo de touro,
presos a um couro duro, constituindo um cabo, e revestido com um couro
fino, ornado com contas e cauris (búzios). É um dos principais
instrumentos dos caçadores e detém poderes sobrenaturais. Na África
nem um caçador, se aventuraria, a ir à floresta sem seu Érúkêrê. Ele é
preparado com pós e remédios de diversos tipos, assim como folhas e
raízes.

CABAÇA COM PÓ DE AROLÉ: Pó sagrado de cor avermelhada, que protege os
filhos da morte e livrando-os de Eguns.


    Agora seguiremos falando das características e formas de cada um
desses Falangeiros.


Odé Agbandada: De características e formas de jovem a madura, esse
Falangeiro tem como missão trabalhar em prol da caridade levando a
justiça de uma forma exata a seus consulentes. Não adianta chegar a
ele pedindo algo se estiver escondendo as verdadeiras intenções, pois
ele vai ao fundo da alma de seu consulente para buscar todas as
intenções, sejam elas boas ou ruins.

    Sua roupagem vem nas cores vermelho e marrom juntamente com o
verde. Tem um modo peculiar de chegada aos terreiros e roças, pois
traz nas mãos um ´Érúkêrê, no qual faz questão de demonstrar nas suas
danças.

Odé Akanbi: Tem como característica uma forma idosa, de passos pesados
e curvatura dorsal prolongada. É de poucas palavras, e muitas vezes de
pouca paciência a lamentações desnecessárias. Tem um olhar penetrante,
porém sereno. Trabalha na maioria do tempo com encaminhamentos de
desencarnados, curas de doenças, proteção aos idosos.

    Sua roupagem tem as cores verde e branco, raiadas de amarelo, roxo
e preto. Traz sempre nas mãos uma cabaça com pó de Arolé, Pó sagrado
de cor avermelhada, que protege os filhos da morte e livrando-os de
Eguns.

    Tem uma grande ligação com a terra, reina nas matas quanto na
Calunga pequena. Dizem que e ele que vai de encontro a morte quando um
filho seu chega ao findar da caminhada terrena.

Odé Alapade: De formas e características jovial, de rosto afeminado,
dança flutuante. Reina sobre as matas e as águas em geral. Em
consultas nos terreiros e roças, vem como uma Entidade que gosta muito
de falar, mostrar as belezas da natureza, trabalha em junção as mães
d'água de todos os reinos e segmentos. Tem como finalidade principal a
proteção a família, as crianças, as gestantes e o parto propriamente
dito.

    Sua roupagem vem nas junções do verde claro ao azul claro. Pode em
alguns casos ter barras rendadas na borda da roupa nas cores branco,
azul anil e amarelo.

    Traz nas mãos um Olugbohun, e dizem que sempre o usa para ser
ouvido mais facilmente na hora de levar os pedidos dos consulentes ao
Pai Maior.

    Sua chegada a terreiros e roças, vem em uma dança rodopiante,
sempre de sorriso aberto, e em algumas vezes batendo palmas, como se
estivesse afugentando o mal.

Odé Apalá: Esse Falangeiro pode vir tanto na característica e forma
jovial, quanto na idosa. Tem como missão trazer sempre a paz,
esperança de um início de caminhada vitoriosa a todos que buscam um
aconselhamento dele.

    Tem um modo carinhoso de atendimento, com palavras serenas,
sorriso aberto, olhos penetrantes, como um verdadeiro pai de todos.

    Sua roupagem vem nas cores em branco e azul claro, com bordas em
verde claro.

    Sua dança e de forma leve, parecendo flutuar. Chega de braços
abertos, e os fecha como se abraçasse a todos os filhos, e assim gira
dando uma volta sobre o próprio eixo, retornando a posição inicial,
para refazer o carinhoso abraço. Muitas pessoas se sentem
descarregadas só nessa chegada desse Falangeiro.

Odé Asunara: De característica e forma jovem, muito guerreiro e
lutador contra o mal, esse Falangeiro leva o respeito pelas matas, tem
os espíritos das árvores em seu ser. Tem como finalidade ajudar
consulentes com problemas de mazelas e males físicos. Dizem que não a
mal algum  que não seja quebrado pela força desse Falangeiro.

    Sua dança é rápida, segura, firme. Chegando a terreiros e roças
de uma forma protetiva, como se estivesse em guerra. Olha de um lado
para o outro e lança seus braços da esquerda para a direita, como se
atirasse flechas atacando os inimigos ocultos.

    Sua roupagem vem nas cores verde e amarelo, raiadas ou bordadas de
vermelho. Pode ter nas mãos uma espada curta ou um Ofá, no qual faz
seus ataques aos espíritos sem luz que tentam perturbar os trabalhos
da casa.

Odé Êboalama: Falangeiro de característica e forma jovem, rei do fogo
e da guerra. Tem um poder de domínio sem igual. Domina a noite e
trabalha juntamente com as linhas de esquerda dentro de sua
irradiação.

    Muito respeitado dentro de terreiros e roças. Tem uma bela dança
que contagia a quem esteja dentro da casa na hora de sua chegada. Seu
modo guerreiro, lutador, de força extrema, juntamente com o outro lado
sorridente e de carisma elevadíssimo, deixa as pessoas em volta em
êxtase no momento de sua chegada.

    Sua roupagem nas cores vermelho e preto também é algo que chama
muita atenção. Tem nas mãos um Ofá e também pode trazer um Olugbohun,
em alguns casos ao invés do Ofá traz um Érúkêrê, tudo dependerá da
missão destinada a ele no momento.

Odé Fayemi: De características e formas joviais até infantilizada,
esse Falangeiro trabalha quase que exclusivamente para ajuda a
grávidas, crianças, combatendo os males de doenças através de banhos
de ervas ou chás.

    Sua chegada em terreiros e roças vem de uma forma em algumas vezes
com muitas danças, e de outras com saltos e até um pouco de
brincadeira, assim como as Ibeijadas. Mas não se engane com a chegada
dessa forma, pois ele é um Falangeiro de Oxossi, e sendo assim a
brincadeira é momentânea.

    Sua roupagem pode ser nas cores verde claro e amarelo, azul claro
e rosa, ou azul anil raiado com verde.

    Traz nas mãos um Ofá, sendo ele coberto de fitas nas cores rosa,
azul, amarelo, verde, e branco.

Odé Ibuanun: De características e formas idosa, tem como finalidade
principal dar o livramento as famílias de cargas de obsessores,
Kiumbas e Zombeteiros.

    Trabalha com os dois lados, vida e morte. Tem a força da mata e da
cachoeira para que na junção da terra possa levar todo mal para longe
do consulente que vem a ele buscar ajuda.

    Sua roupagem vem nas cores amarelo e preto, com raios traçados em
azul anil. Traz nas mãos um Érúkêrê e uma
cabaça com pó de Arolé.

Odé Inlé: Também conhecido como Odé Erinlé, tem como característica
uma forma nem muito jovem nem muito idosa, podemos colocar como uma
forma madura, de expressão adulta. E assim que chega esse Falangeiro
nas roças e terreiros, com um ar maduro, de olhar profundo, sem muita
demonstração em sua dança, um típico senhor respeitável

    Sua missão nos trabalhos de caridade é espalhar a esperança,
mostrando que nada melhor que o tempo para dar solução a todos os
problemas. Tem uma ligação muito forte com as águas da cachoeira e dos
oceanos. Se entrega totalmente quando os trabalhos são direcionados ao
bem estar de famílias.

    Sua roupagem vem nas cores verde musgo, azul tanto claro quanto
anil, radiados da cor branco. Traz nas mãos um Irukeré, demonstrando
toda a nobreza de seus passos e gestos.

Odé Kusi: Falangeiro muito ligado a morte e ao encaminhamento de
desencarnados. Tem como característica a forma bem idosa, dizem que é
o mais idoso de todos os Falangeiros de Odé.

    Ao chegar em terreiros e roças ele não dança, apenas anda como se
arrastasse os pés, de uma forma cansada, pesada e até frágil.

    Seus trabalhos consistem em retiradas de obsessores e espíritos
sem luz como os Kiumbas e Zombeteiros, tem nos Eguns uma forma
especial de trabalho, pois ele sempre tem como missão lutar, vencer,
encaminhar e fazer esse ser entender que é hora de partir sem
prejudicar os encarnados.

    Sua roupagem é bem estampada nas cores roxa, amarelo e preto, com
barras em verde. Traz nas mãos o Érúkêrê e a cabaça com pó de Arolé,
que normalmente usa jogando um pouquinho desse pó nos seus consulentes
para proteção.

Odé Mutalambo: Esse Falangeiro tem uma colocação especial. Ele é
totalmente virado a linha da esquerda. Portanto seu modo de trabalho é
ir as mais obscuras profundezas para verificar trabalhos de magias
negras feitas contra seus consulentes.

    Tem como característica a forma bem jovial, tem todo frescor da
juventude, e toda a força juvenil.

    Ao chegar aos terreiros e roças vem dançando como uma Entidade da
linha dos Malandros, e no mesmo tempo se joga como se estivesse
guerreando, apontando o Ofá que traz nas mãos para um lado e para o
outro, nesse momento se encontra de feição fechada, sem sorrisos, de
semblante duro e nada sereno. Mas logo volta a sorrir, dando até
possíveis gargalhadas, enquanto gira no próprio eixo do corpo. Em
algumas vezes quando nota algum consulente com uma carga mais pesada,
ele puxa esse consulente para o meio do terreiro e com ele dança um
emaranhado de passos, muitas vezes tão rápido que ninguém compreende
muito bem o que está acontecendo, mas que na verdade seria uma limpeza
de aura, corpo e espírito, de uma forma tão grandiosa e forte, que o
consulente sente as pernas tremerem, podendo ficar um tanto perdido
com os acontecimentos. E nesse caso o mais correto e justo a fazer
é trazer uma cadeira para nosso querido consulente se sentar, até se
estabelecer de tanta força e energia espiritual desse Falangeiro.

    Sua roupagem é nas cores preto e vermelho. Podendo ter alguns
símbolos da linha de esquerda nela. Em alguns casos também pode trazer
nas mãos duas velas, uma na cor preto e outra na cor verde. E com
essas velas que faz a dança de limpeza em consulentes muito
obsediados.

Odé Olumeye: Falangeiro de característica e forma jovem, tem como
missão vencer os transtornos emocionais trazidos pelos sentimentos
ruins, tanto vindos do consulente quanto pelas pessoas que mesmo fora
do contato físico com algumas pessoas despejam sentimentos como ódio,
inveja, rancor, prepotência, entre outras coisas ligadas ao mal.

    Esse Falangeiro tem um modo de chegada em terreiros e roças bem
parecido com a de um índio caçador. Sempre em posição de ataque,
apontando seu Ofá, que sempre traz nas mãos, para todos os lados em
busca de guerrear e vencer todos esses sentimentos descritos acima.

    Ele é um guerreiro nato, nunca abandona um filho, sempre buscando
tirar todos os espinhos de caminhada rumo a evolução de seu protegido
ou consulente.

    Sua roupagem tem as cores verde, azul claro, amarelo e na barra
pode ter um traçado de fitas nas cores amarelo e verde, uma embutida
dentro da outra. Como foi dito acima ele sempre vem com seu Ofá nas
mãos, mas também por muitas vezes traz um Érúkêrê para se defender, e
também a seus protegidos.

Odé Ondun: Grande guerreiro das matas, chamado de as sombras das
florestas, esse Falangeiro tem como características e formas de jovem
a madura. Com seu poder em se tornar vencedor nas batalhas espirituais
contra os espíritos sem luz como Kiumbas, Eguns e Zombeteiros, ele é
muito solicitado para guerrear contra esses obsessores dentro de roças
e terreiros, trazendo paz, harmonia, esperanças, e vitórias em
objetivos buscados.

    Quando chega nos terreiros e roças vem com um Ofá nas mãos, e sua
dança é como se ele fosse realmente uma sombra, não chama muito
atenção, e não demonstra que está ali para uma guerra contra o mal.

    Sua roupagem vem em tons de verde, azul e vermelho. Podendo em
algumas vezes ser de cor única ou toda estampada.

Odé  Oré: Esse Falangeiro tem um detalhe bem interessante, ele pode
tanto vir nas características e formas muito jovem, infantil até, ou
em forma bem adulta, quase chegando a idosa.

    Seus trabalhos de caridade dependem da forma que ele vem
demonstrando sua característica, sendo da forma bem jovem, seu
trabalho consiste em quase de exclusividade a família, a gestantes e
as crianças em geral. Caso vir na característica adulta, seu trabalho
consiste em paz entre semelhantes, aconselhamentos, justiça, limpeza
espiritual e de aura.

    Também depende da forma que esteja nas chegadas a terreiros e
roças, ou seja, caso seja na forma jovem, ele chega sempre sorrindo,
não traz nada nas mãos, dança de modo frenético, vai até a
consulentes, muitas vezes os abraça, com um carisma sem igual. Mas
quando chega na forma adulta, ele dança em passadas, batendo os pés
firmemente ao solo, não se vê sorrisos, e traz nas mãos um Érúkêrê.

    Sua roupagem vem nas cores azul, rosa e verde claro, para a forma jovem, e
marrom, verde escuro e branco, para a forma adulta.

Odé Owala: Falangeiro de característica e forma jovem/adulta, rei das
matas fechadas, dono de todas as árvores, protetor dos animais da
floresta. Dizem que ele é conhecedor da linguagem dos animais e aves.
Dizem também que ele é o grande guardião dos ninhos de pássaros, pois
tem uma grande afeição com esses animais. A lenda conta que dentro
das florestas, quando um pássaro canta, Odé Owala fica atento,
observando e admirando cada pequeno som desse cantar. Da mesma forma
ele se entristece quando um desses pequenos cantadores são mortos,
aceitando apenas que e esse fato seja feito para alimento de outros
animais, mas caso for o homem a sacrificar os passarinhos, esse
Falangeiro vai demonstrar toda sua ira sobre o assassino frio e sem
coração.

    Nas chegadas nas roças e terreiros, esse Falangeiro tem um bailar
leve, realmente como os pássaros a voar. De passos as vezes largos, e
em outras vezes bem curtos, ele parece plainar sobre o solo, fazendo
seu girar, seu olhar quase indiscreto, sua menção a liberdade que
julga que todos da floresta devem ter.

    Quando se depara com algum consulente que por algum motivo esteja
com cargas negativas, no meio da própria dança ele se aproxima da
pessoa, e num gesto de olhar profundo e de abrir e fechar os braços
cruzando diante do próprio peito, faz a limpeza necessária ao filho
necessitado.

    Sua roupagem é um tanto extravagante, sendo ela muito puxada para
as cores verde claro, verde escuro, amarelo ouro e branco. Sempre traz
nas mãos um Ofá e um Irukerê, e traz na cintura um Olugbohun, que
utiliza sempre que um consulente ficar em dúvidas da fé contida em seu
ser.

    Esses são os Falangeiros desse tão amado e poderoso Orixá das
matas, que foi descrito de um modo resumido, pois como sempre
frisamos, precisaria muito mais que um post para descrever tamanha
força desses guerreiros de Oxossi.


    Saravá os Falangeiros de Pai Oxossi!

    Okê Arô.

Carlos de Ogum.