sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Correta Visão da Vida



Quando a criatura se encontra com a realidade espiritual, toda uma revolução se lhe opera no mundo interior. 

Dulcifica-se o seu modo de ser e torna-se afável. 

Tranqüiliza-se ante quaisquer acontecimentos, mesmo os mais desgastantes, porque sabe das causalidades que elucidam todos os efeitos. 

Nunca desanima, porque suas realizações não aguardam apoio ou recompensas imediatas. 

Identifica no serviço do bem os instrumentos para conseguir a perfeita afinidade com o amor, e doa-se. 

Na meditação em torno dos desafios existenciais ilumina-se, crescendo interiormente, sem perigo de retrocesso ou parada. 

Descobre no século os motivos próprios para a evolução e enfrenta-os com alegria, dando-se conta que viver, no mundo, é aprender sempre, utilizando com propriedade cada minuto e acontecimento do cotidiano. 

Usa as bênçãos da vida, porém, não abusa, de cada experiência retirando lições que incorpora às aquisições permanentes. 

Acalma as ansiedades do sentimento, por compreender que tudo tem seu momento próprio para acontece; e somente sucede aquilo que se encontra incurso no processo da evolução. 

Aprende a silenciar, eliminando palavras excessivas na conversação, e, logrando equilíbrio mental, produz o silêncio mais importante. 

Solidário em todas as circunstâncias, não se precipita, nem recua. 

Conquista a paz e torna-se irmão de todos.

O maior desafio do médium: ele mesmo!


O maior desafio do médium é si mesmo. Ele deve superar a si para conseguir ter êxito em sua missão. Isso significa que deve buscar equilibrar-se continuamente. O que poderá ocorrer pelo exercício da observação, do conhecimento, da percepção, da compreensão e da aceitação do que se é e do que não se é.
Essa postura implica a prática da assunção de seu papel e responsabilidade por sua própria evolução – em primeiro lugar. Maturidade mediúnica implica comprometimento e busca por autonomia emocional, intelectual, moral e por consequência, espiritual.
Quando aprendo e manifesto verdadeiramente isso em minha Vida – primeiro -, então estarei no caminho certo para ser instrumento de auxílio do meu próximo.
Meu contrato de Evolução é entre eu e Deus. Não entre eu e o Terreiro. Isso significa que o que quer que eu faça, estarei, inevitavelmente fazendo para mim mesmo. Essa é a realiade para todos os campos da Vida e todos os planos da Existência.
A noção de responsabilidade ajuda a construir novas crenças sobre si e sobre sua atuação no mundo. Crenças mais próximas da realidade espiritual de cada um.
Essa aceitação é o primeiro exercício de humildade e sabedoria a que todo médium se expõe, mas que muitos não passam.
Por isso se você tem problemas busque resolvê-los na esfera adequada. Não é vergonhoso buscar auxílio junto a profissionais especializados e tentar encarar e resolver seus traumas, por exemplo. O que não é adequado é passar por experiências e sair delas com um olhar distorcido do que é a Vida e do que são as pessoas.
Por isso é importante lembrar que nós vivemos em sintonia com as pessoas e situações que angariamos – atraídas por meio de nossas escolhas – conscientes ou não. Ninguém é vítima ou juiz, temos que ser responsáveis.
Filho de Umbanda que entende isso estará em bom caminho para se tornar parceiro de Evolução de sua Egrégora de Luz.
Muito Axé a todos!
Nelly

Nossos Umbigos



O terreiro de Umbanda, como um hospital de almas ou pronto socorro emergencial, recebe nos dias de sessão ou "gira" uma quantidade razoável de encarnados, mas somente os espíritos desencarnados que lá trabalham, é que podem vislumbrar a imensidão de desencarnados que se movimentam no ambiente, em busca de ajuda. Ordenados e amparados por seus tutores, chegam estropiados e com aparência assustadora, uma vez que em sua maioria representam aqueles que cansaram ou esgotaram suas forças, na vida andarilha do pós-morte do corpo físico.

Voltam a pátria espiritual e dela não tem conhecimento e sem noção da continuidade da vida, quando não, desconhecem até mesmo sua condição de espírito desencarnado e por isso continuam a sentir os desejos, ambições, gostos e dores da vida física e nesse caminho, definham suas energias.

Quando conseguem alcançar algum vislumbre de consciência de sua realidade, permitem a ajuda dos benfeitores que os encaminham a algum local sagrado, onde medianeiros encarnados possam ajudá-los através do choque anímico, permitindo o total desligamento da matéria. Neste momento os chamados Centros Espíritas e de Umbanda, tornam-se "oásis" em seus desertos e como pontes entre os céu e a terra, permitem a passagem de volta à casa.

Naquela noite chuvosa e fria, a maioria dos médiuns daquele terreiro, ressentidos pela dificuldade de deixarem o conforto dos lares, faltaram ao trabalho espiritual e o dirigente preocupado com o atendimento dos doentes que se apinhavam no espaço que dia-a-dia se tornava pequeno, ajoelhou-se em frente ao congá, assumindo sua tristeza diante dos Guias espirituais. Deixou correr duas lágrimas para aliviar seu peito angustiado. Pensou em como fora seu dia e nas atribulações a que já deveria estar acostumado, mas que agora pesavam mais pela saúde que já lhe faltava. Nas dificuldades financeiras, no aluguel da casa que já vencera e nos tantos atrapalhos que ocorreram em seu ambiente de trabalho naquele dia. Sem contar na visita que viera de longe e que deixara em casa esperando pela sua volta do terreiro. Nada disso o impediu de fazer uma prece no final do dia, de tomar seu banho de ervas e seguir a pé até o terreiro, enfrentando a distância e o temporal que se fazia.

Sentia-se feliz em cumprir sua tarefa mediúnica, mas como havia assumido abrir um "hospital de almas", juntamente com outros irmãos que se responsabilizaram perante a espiritualidade em servir à caridade pelo menos nos dias de atendimento ao público, sabia que sozinho pouco podia fazer.

Pedindo perdão aos guias pela sua tristeza e talvez incompreensão em ver os descaso dos médiuns, que a menor dificuldade, escolhiam cuidar dos próprios umbigos à servir aos necessitados, solicitou que se redobrasse no plano espiritual a ajuda e que ninguém saísse dali sem receber amparo.

Olhando a imagem de Oxalá que mesmo ofuscada pelas lágrimas, irradiava sua luz azulada, sentiu que algo maior do que a lamparina aos pés da figura, agora brilhava. Era uma energia em forma de fios dourados que se distribuíam, a partir do coração do Cristo e que cobriam os poucos médiuns que oravam silenciosos, compartilhando daquele momento, entendendo a tristeza do dirigente.

Agindo como um bálsamo sobre todos, iniciaram a abertura dos trabalhos com a alegria costumeira. Quando o mentor espiritual se fez presente através de seu aparelho, transmitiu segurança a corrente, com palavras amorosas e firmes e nesse instante, falangeiros de todas as correntes da Umbanda ali "baixaram" e utilizando de todos os recursos existentes no mundo espiritual, usaram ao máximo a capacidade de cada médium disponível, ampliando-lhes a percepção e irradiação energética, o que valeu de um trabalho eficiente e rápido.

Harmoniosamente, os trabalhos encerraram-se no horário costumeiro e todos os necessitados foram atendidos.

Desdobrados em corpo astral, dois observadores descontentes com o final feliz, esbravejavam do lado de fora daquele terreiro. Sua programação e intenso trabalho para desviar os médiuns da casa naquela noite, no intuito de enfraquecer a corrente e consequentemente, infiltrarem suas "entidades" no meio dela, havia falhado. Teriam que redobrar esforços na próxima investida.

Quando as luzes se apagaram e a porta do terreiro fechou, esvaziando-se a casa material, no plano espiritual, organizava-se o ambiente energético para logo mais receber os mesmos médiuns, agora desdobrados pelo sono.

Passava da meia noite no horário terreno e os médiuns, agora em corpo de energia voltavam ao mesmo local do qual a pouco haviam saído. Os aguardavam, silenciosos ouvindo um mantra sagrado, seus benfeitores espirituais. Tudo estava muito limpo e perfumado por ervas e flores. Um a um, ao adentrar, era conduzido a uma treliça de folhas verdes e convidado a deitar-se, recebendo ali um banho de energias revigorantes. Quando todos já se encontravam prontos, seguiram em caravana para os hospitais do astral e lá, como verdadeiros enfermeiros, auxiliaram por horas a fio a tantos espíritos que horas antes haviam estado com eles no terreiro e recebido os primeiros socorros.

No final da noite, o canto de Oxum os chamava para lavarem a "alma" em sua cachoeira e assim o fizeram, para somente depois retornar aos seus corpos físicos que se permitia descansar no leito.

-Vó Benta, mas e aqueles médiuns que faltaram ao terreiro naquela noite, perderam de viver tudo isso?

-Nem todos zi fio! Nem todos! Dois ou três deles, faltaram por necessidades extremas e não por desleixo e assim sendo, se propuseram antes de dormir, auxiliar o mundo espiritual e por isso foram convidados a fazer parte da caravana.

- E aqueles que mesmo não tendo comparecido por preguiça, se ofereceram para auxiliar durante o sono, não foram aceitos?

-A preguiça, bem como qualquer outro vício, é um atributo do ego e não do espírito, mas que reflete neste. Perdem-se grandes e valiosas oportunidades a todo instante pela insensatez de ouvirmos o ego e suas exigências. O tempo, zi fio, é oportunidade sagrada e dele se faz o que bem quer cada um. O minuto passado, não retorna mais, pois o tempo renova-se constantemente. O amanhã nos dirá o que fizemos no ontem e esse tempo que virá é nosso desconhecido, por isso não sabemos se nele ainda estaremos por aqui servindo ou se em algum lugar, clamando por ajuda de outros que poderão alegar não ter tempo para nós, pois precisam cuidar de seus umbigos.

Assim é a vida, zi fio. Contínua troca!

Morre uma escrava, nasce uma Preta Velha



A senzala exalava o calor de um local superlotado, o suor de mais um dia brutal de trabalho, e o medo de novas ordens ou atitudes desmedidas. 

O breu já se formava lá fora em noite sem lua, que prometia chuva. Nenhuma luz entrava pelas frestas da taipa desvastada pelo tempo e não se viam os animais que penetravam, insetos noturnos. Havia sempre o risco de uma cobra por baixo do tapete improvisado que protegia do chão áspero, feito de folhas de bananeira e palha de folha de cana. Por isso, sempre havia aqueles encarregados de bater todo o espaço com varas de bambu, para espantá-las. Um ou outro pequeno candeeiro, pois sinhozinho não gostava de gastar óleo de baleia com negros.

A senzala quadrangular era dividida em quatro setores : os homens de um lado, mulheres de outro, as mulheres com filhos recem-nascidos num terceiro canto, filhos estes de pele mais clara, e alguns até de olhos verdes. Os pretos e as pretas não podiam coabitar nem ter filhos, exceto se o “procriador” se destacasse muito pela força e inteligência. Não havia querer, não havia gostar.

No quarto último canto, os velhos, escravos e escravas juntos, já que não se reproduziam mais, haviam conseguido sobreviver à lida, aos maus tratos e à tristeza de ver seu povo sofrendo tanto.Traziam ainda a mente lúcida, sabiam receitas para curar todo o tipo de moléstias, sabiam rezar contra os males do corpo, e aguardavam a madrugada para entoarem seus cantigos nostálgicos, espantarem o banzo, e ensinarem aos outros suas lendas, suas origens e tradições. Alguns incorporavam velhos espíritos das florestas, dos cursos dágua, do fundo da terra, e rendiam seu culto de Fé a Olorum, Orixalá, Oxumaré, Obaluaiê, Iroko, Nanã Buruku e a Abikú, este último, pelo grande número de crianças que morriam. Colocavam em um pequeno pote de barro, o que tinham conseguido trazer escondido do parco almoço, um pouco de fubá, inhame, umas favas de feijão e enfeitavam com flores, completando com Amor e Devoção a singela entrega.

Tambem rendiam respeito ao Exu Kimbandeiro, pois na senzala só haviam negros bantos. Os caçadores de escravos haviam se espalhado de tal maneira que depois deles não houve mais os Tatás africanos, destruindo na África toda uma cultura milenar. Ou quem sabe era mesmo o momento dela migrar através do oceano para este Brasil que ainda não percebia o tamanho do horror que abrigava em seu generoso chão.

Havia ali naquele pobre albergue desguarnecido, uma velha escrava pequena, de passos miúdos, mãos mágicas que consertavam ossos quebrados, feridas abertas, corações partidos… Não tinha tido tempo de completar sua iniciação de Sacerdotisa em sua Terra, o Congo, quando foi aprisionada e separada dos seus. A solidão, a tristeza, a saudade, a perda das esperanças de ver suas matas novamente, não lhe haviam dobrado a cerviz. Do mesmo modo que era meiga, era firme, e se dedicava ao mundo espiritual incansavelmente, de alguma maneira conseguindo amenizar um pouco o sofrimento daqueles que estavam ali.

Ensinava que seu Povo era de caçadores, mas também guerreiros, e que mesmo desarmados e vencidos, cada negro ali tinha de manter a cabeça em pé, o pensamento focado na superação das provas físicas e a necessidade da solidariedade para obterem um pouco de Paz no seu dia a dia.

Ela já não tinha força para trabalhar no plantio da cana ou na colheita do milho, mas Sinhazinha mais de uma vez havia lhe chamado para curar seus filhos. Assim, ela passava seus dias curando, cantando, sorrindo com seus olhos enevoados pela idade, enquanto tratava das feridas dos que eram castigados.

Mas naquela noite sem Lua, com a chuva já encharcando o chão, deixando o sono de todos ainda mais desconfortável, subitamente o capataz da fazenda invade o local, destrancando e abrindo a porta com violência gritanto: “Um negro desgraçado fugiu, Uma fuga, uma vida.”! E agarrou o adolescente Jerônimo, que embora jovem era muito alto e forte, além de mostrar grande personalidade. Jerônimo iria pagar pela fuga. Com força descomunal para seu tamanho, na hora do derradeiro golpe do facão, Maria Quimbandeira desviou a arma certeira, salvando o menino, mas ela própria caiu, transpassada pela lâmina, e em pouco tempo sucumbiu, sem um gemido. 

Acordou junto a sua floresta africana, em meio a uma linda dança de encantados. O grande Babá-Egun a ela se dirigiu lhe dando o comando de duzentos guerreiros e disse:

“ Babá Maria, sua missão na Terra findou, mas se inicia aqui uma muito maior, junto aos homens, embora nenhum deles poderá vê-la. Irás ainda por muiito tempo vagar o Planeta, com a finalidade de proteger os homens do mal, e junto com outros milhares que estão fazendo o mesmo trabalho, até o dia em que poderás sentar à beira deste riacho e descansar. Agora não, que é tempo de muitas modificações e auxílio aos homens encarnados. Eis que sai de cena a velha Maria e surge a Vovó Maria da Pemba, sempre protegendo, amparando, fortalecendo e abençoando seus protegidos”.

Eis mais uma linda e comovente história de ascensão de uma alma, que se dedica até hoje, no silencio de outros planos a semear o Bem, amar incondicionalmente, a velar por aqueles que lhes afinizam, desmanchando demandas quebrantos e mazelas .

Salve Vovó Maria da Pemba! Salve a Sua Luz e a Sua Coroa! Adorei a Almas! Salve a África! Salve a Bahia! Salve o nosso Brasil!

Alex de Oxóssi
Rio Bonito – RJ

O Preto Velho e o Julgamento do Médium



Dentro do Centro Espírita, 
Os mestres de branco aconselhavam e oravam.
Fora do Centro e de vista, 
O preto velho a todos protegia e guardava.

O Médium sentou e se preparou, 
Para psicografar a mensagem.
Quando o preto velho se aproximou, 
O moço ficou julgando a entidade.

"Onde já se viu espírito, 
Com esse jeito de ex-escravo negro?
Se ele fosse mesmo evoluído, 
Não falaria assim desse jeito."

O preto velho sorriu, 
Mesmo perdendo a viagem. 
Não entendia o preconceito do médium, 
Mas, ainda assim, deu-lhe um passe. 

Ele sabia que no dia certo, 
Aquele médium perceberia o fato: 
Que se aprende tanto com o médico, 
Quanto com o operário.

Despediu-se dos mestres do Centro, 
Que lhe olharam pedindo paciência.
Embora o trabalho ainda fosse lento, 
Aumentava o discernimento e consciência.

A cada dia que passa, 
Os novos médiuns estão descobrindo.
Que não importa como se fala, 
E sim o que está sendo dito.

Por isso é que na rua ou no Terreiro de Umbanda, 
O Preto Velho continua o seu trabalho e nunca pára.
Até que os tambores de Aruanda
O convidem para uma outra jornada.

Lições para a Vida



Comece orando.
A prece é luz na sombra em que a doença se instala.
Semeie alegria.
A esperança é medicamento no coração.
Fuja da impaciência.
Toda irritação é desastre magnético de conseqüências imprevisíveis.
Guarda confiança.
A dúvida deita raios de morte.
Não critique.
A censura é choque nos agentes da afinidade.
Conserve brandura.
A palavra agressiva prende o trabalho na estaca zero.
Não se escandalize.
O corpo de quem sofre é objeto sagrado.
Ajude espontâneamente para o bem.
Simpatia é cooperação.
Não cultive desafetos.
Aversão é calamidade vibratória.
Interprete o doente qual se fôsse você mesmo.
Toda cura espiritual lança raizes sobre a força do amor.

Texto do espírito André Luiz pelo médium Francisco Cândido Xavier.

Mensagem de Ramatis sobre a Umbanda



Aos irmãos de Fé umbandistas:

Que os vossos destinos estejam sempre iluminados pelos bons espíritos, guias e protetores, falangeiros da caridade, mas que tenhais merecimento dessa assistência pelas vossas atitudes e ações.Fazei a vossa parte, que a Espiritualidade está fazendo a que lhe cabe, pois igualmente os espíritos têm comprometimento cármico convosco e estão evoluindo. Tendes o discernimento de escolher vossos destinos de acordo com o aprendizado vivenciado, fruto do estudo, da experimentação mediúnica e do conhecimento que propicia a fé racional, e não vos deixeis levar tal qual tora de madeira correnteza a baixo.
Vivenciai a singeleza da Senhora da luz, vossa amada Umbanda, ainda tão incompreendida e distorcida entre os homens. Umbanda, facho luminoso que desce do Altíssimo, que não cobra consultas, não se remunera por encomendas de oferendas e despachos milagrosos que a tudo resolvem, não faz sacrificio de animais e não tem rituais de sangue; práticas funestas de pais de terreiros pagos pelo vil metal, comprometidos com a sombra do astral inferior, num processo simbiótico vampirizador de larga escala na crosta terrestre decorrente da baixo moralidade que ainda prepondera neste inicio de Terceiro Milênio,mas que não está destinada ao homem místico e universalista da Nova Era de Aquário. Não tenhais receio de afirmar vossa condição de umbandistas, que é por natureza milenar, universalista e cristica. Resgatai a humildade e a sabedoria tão bem personalizada nas figuras amoráveis dos pretos velhos com seus cabelos brancos, corpos curvados pelas dores do tempo e linguajar simples e tosco , mas que por detras das vovós e vovôs , escondem-se espiritos de extrema elevação, muitos de outras paragens cósmicas, que no presente momento existencial não conseguireis entender em plenitude.
Tende a coragem dos índios e dos caboclos e enfrentai as vicissitudes de olhar firme no horizonte, respeitando a tudo e a todos, tendo o evangelho do cristo no coração.

SAUDAI VOSSA UMBANDA.
SAUDAI TODOS OS ORIXÀS, POSIÇÔES VIBRADAS DO COSMO QUE PERMITEM A MANIFESTAÇÃO DOS ESPIRITOS NA
FORMA E NA MATÉRIA.
SAUDAI TODOS OS GUIAS E PROTETORES.
SAUDAI TODOS OS CAVALARIANOS SOCORRISTAS.
SAUDAI TODOS OS QUE PRATICAM A CARIDADE DESINTERESSADA SOB A ÉGIDE DO CRISTO JESUS, ENCARNADOS E
DESENCARNADOS.

O amparo e a assistência se fazem sempre, atuantes por intermédio dos mensageiros da FRATERNIDADE BRANCA DO ASTRAL SUPERIOR,que sustenta em solo pátrio o movimento de unificação religiosa dos homens.
E que Oxalá vos dê ânimo para enfrentar os tempos vindouros e continuar praticando a caridade desinteressada, com amor ao próximo, confiança e fé como sempre foi,é e será pelo evo dos tempos, nos caminhos ascencionais de todos vós, inevitavelmente destinados à angelitude, independente das crenças terrenas.

SAMADHI - texto psicografado por Norberto Peixoto.

Umbanda é coisa séria, 

pra gente séria!




A vidência, não deve ser encarada como um "buraco de uma fechadura"
Onde qualquer um olha, vê e fala o que deseja sem medir as consequências de seus atos
A vidência, como qualquer outra faculdade mediunica, deve ser encarada com responsabilidade e bom senso
Devendo a mesma ser utilizada somente quando necessário e não a titulo de adivinhação, mas sim, de caridade com nosso semelhante
Lembrando as palavras do saudoso Caboclo Mirim:
"Umbanda é coisa séria, pra gente séria"
E na qualidade de espíritos em evolução que todos somos arriscamos completar:
"Mediunidade não é jogo de exibicionismo, mas sim, dom divino que dever ser conduzido com bom senso, responsabilidade e humildade"

PAI ANTONIO DAS ALMAS

Entende quem pode...mais uma história de Preto Velho




Um Preto-Velho em um Centro Espírita

"Dando início a uma destas reuniões mediúnicas num centro espírita orientado pela doutrina de Allá Kardec, foi feita a prece a abertura por um dos presentes. Iniciando-se as manifestações, pequenas mensagens de consolo e apoio foram dadas pelos desencarnados aos membros da reunião. Quando se abriu o espaço destinado à comunicação de Espíritos necessitados, ocorreu o inesperado, a médium Letícia fica sob a influência de um Espírito...O dirigente Sr. Antenor, como sempre fez nos seus vinte anos de prática espírita, deu-lhes as boas-vindas, em nome de Jesus.

- Seja bem-vindo, meu irmão, nesta casa de caridade.

O espírito respondeu:

- Boa noite fio. Suncê me dá licença pra eu me aproxima de seus trabaios, fio?

- Claro, meu companheiro, nosso centro espírita está aberto a todos os que desejam progredir. – respondeu o dirigente da mesa. Todos os presentes perceberam que a entidade comunicante era um Preto-Velho. A entidade continuou:

- Vós mecê não tem ai uma bebida pra eu bebê, fio?

- Não, não temos.Você precisa se libertar destes costumes que traz dos terreiros, que é o de ingerir bebidas alcoólicas. O espírito precisa evoluir – disse-lhe o Sr. Anestor.

- Vósmecê, num tem ai um pito? To com vontade de pita um cigarrinho, fio.

- Ora meu irmão, você deve deixar o mais breve possível este hábito adquirido nas práticas de terreiro, se é que queres progredir. Que benefícios traria isso a você?

O Preto-Velho respondeu :

- Preto Veio gosto muito de suas falas, mas suncê e mais alguns dos médiuns não faz uso do cigarro, fio? Suncê mesmo num toma suas bebidinhas nos finar de semana? Vós mecê pode me explica a diferença que tem o seu Espírito que beberica whisky do meu Espírito que quer beber aqui dentro? Ou explica pra mim, a diferença do cigarrinho que suncês fuma na rua, daquele que eu quero pita aqui dentro?

Sr.Anestor não pode explicar, mas resolveu arriscar :

- Ora, meu amigo, nós estamos num templo espírita é preciso respeitar os trabalho de Jesus.

Fio, ou se suncê preferi...Caro dirigente, na escola espiritual da qual faço parte, temos aprendido que o verdadeiro templo não se constitui nas quatro paredes a que chamais centro espírita. Para nós, estudiosos da alma, o templo da verdade é o do Espírito. E é ele que está sendo profanado com o uso do álcool e do fumo, como vêm procedendo os senhores. Vosso exemplo na sociedade, perante os estranhos e mesmo seus familiares, não tem sido dos melhores. O hábito, mesmo social, de beber e fumar deve ser combatido por todos os que trabalham na terra em nome do Cristo. A lição do próprio comportamento é fundamental na vida de quem quer ensinar. Houve grande silencio diante de tal argumentação segura.Pouco depois, o Espírito continuou :

- Suncê me adescurpa a visitação que fiz hoje, e o tempo que tomei do seu trabaio. Vou-me embora pra donde vim, mas antes, fio, queria deixa a suncêis um conseio: que tomem cuidado com suas obras, pois, como diria Nosso Sinhô, tem gente coando mosquito e engolindo camelos. Cuidado irmãos, muito cuidado. Preto-Véio deixa a todos um pouco da paz que vem de Deus. Ficam meus sinceros votos de progresso a todos os que militem nesta respeitável Seara.

Dado o conselho, afastou-se para o mundo invisível. Dr. Anertor ainda quis perguntar-lhe o porque de falar "daquela forma", mas não houve resposta. No ar ficou um profundo silêncio, uma fina sensação de paz e uma importante lição para todos meditarem."


(Isso aconteceu na Casa Espírita Seara Bendita e foi repassada por uma das médiuns presentes).
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Por uma vivência Umbandista amadurecida



Engraçado como as coisas são, vemos pessoas com suas vidas altamente enroladas, cheias de doenças, com tristezas profundas, sem trabalho, sem equilíbrio e sem alegria indo os Terreiros de Umbanda. Lá são atendidas pelos Guias Espirituais e passam por passes, por consultas, por descarregos, por energizações e por transformações extremas. Se equilibram, se harmonizam, se enchem de Fé e Esperança, e aos poucos os caminhos vão se abrindo. Surgem as primeiras oportunidades e quase que automaticamente acontecem as promessas, com juras de amor eterno, com emocionantes discursos cheios de convicções e real aceitação de sua missão mediúnica.

Tudo quase perfeito se não fosse a imaturidade tão inerente no íntimo de algumas dessas pessoas, que acabam por colocar suas “Histórias de Fé”, aquelas escritas semanalmente e diariamente, diante e junto de um Caboclo, de um Exu e ou de um Preto Velho, no “Nada”, no “Pra Nada” ou “Por Nada”.

Esquecem o fato de que são as “Histórias de Fé” que constroem o importante Livro chamado VIDA.

Esquecem que essas “Histórias de Fé” caracterizam o lado Humano, o lado Gente, o lado Verdade do Ser.

Esquecem que uma “História de Fé”, assim como qualquer outra história, para se tornar real, verdadeira, coerente e com capacidade de compartilhar, precisa de princípio, meio e fim. Portanto não dá para começar escrevê-la tomados de empolgação e deixar a última frase sem nexo, sem um fim, sem uma conclusão, envolvida por tristeza e lamentações. Mesmo porque, esse Livro reflete a Vida – história sem nexo é reflexo de vida sem nexo.

Afirmo essa situação por ver, durante tantos anos, pessoas cheias de energia, alegria e determinação, cheias de compromissos espirituais, assistenciais e internos, SIMPLESMENTE deixarem de lado suas histórias de terreiro e suas histórias de fé para viverem o Nada. Médiuns que, ao terem suas vidas melhoradas, com mais oportunidades e opções, deixam de lado seus compromissos e voltam a viver uma vida infantil cheia de querer e ilusão.

E pensando numa vida infantil, aquela quando não se tem capacidade de pensar nas consequências dos atos, acredito ser importante conhecermos, mesmo que de forma bem simplificada, o que é uma PESSOA MADURA. Para um dos mais importantes psicólogos do século XX, Gordon Willard Allport – doutor em psicologia formado em Harvard em 1922, a pessoa madura se caracteriza em seis critérios:

1 – Aquela que sai do seu egocentrismo e entra para o eterocentrismo, portanto consegue fazer uma ampliação do sentido do EU. Allport afirma: “se uma pessoa não cria intensos interesses fora de si mesma… vive mais próxima do nível animal que do nível humano de existência”.

2 - Aquela que conquista relação afetuosa do eu com os outros. São as relações de amor, amizade, fraternidade capaz de criar “vínculos”, o que é fundamental para qualquer pessoa.

3 - Aquela que tem segurança emocional e auto-aceitação. Aliás, para Allport uma forma de medir a maturidade é pela capacidade de “tolerância da frustração”, ou seja, é capaz de passar por aborrecimentos, irritações, frustrações sem grandes descontroles ou, mesmo que aconteça, conseguem voltar ao equilíbrio rapidamente. Os imaturos “estão ainda preocupados com partes e pedaços da experiência emocional” afirma Allport.

4 - Aquelas que conseguem ter uma visão realista da realidade, um contato real. Allport resume esse aspecto da seguinte forma: “a pessoa madura estará em contato muito estreito com o que denominamos o “mundo real”. Verá objetos, pessoas e situações como o que são. E terá trabalho importante para fazer”.

5 - Aquela com capacidade de avaliar-se com objetividade e realismo, mantendo-se ligada no passado e pensando no futuro. É a capacidade de aceitação de si com seus limites sem perder sua auto-estima e a capacidade de rir, de manter o humor mesmo percebendo suas próprias bobagens.

6 - Aquela com uma filosofia unificadora da vida, portanto têm princípios com modo de ser e de pensar comum ao grupo.


Sabedores desses critérios podemos então avaliar nossos atos e pensar melhor antes de tomarmos atitudes significativas em nossas vidas, não é mesmo? Inclusive, podemos avaliar se somos maduros suficientes para lidar com o livre arbítrio fazendo escolhas.

Enfim, agora podemos olhar para nós mesmos com mais clareza e refletir, estamos deixando de lado nosso eu para pensar no outro? Estamos conseguindo criar vínculos com relações de amor e fraternidade? Somos seguros conosco mesmo a ponto de aceitar nossos erros? Conseguimos ter uma visão real dos fatos sem criar imagens torcidas e percepções induzidas entendendo que ‘fato é Fato e diante dos fatos só nos resta aproveitar com bom humor’? Pensamos no futuro levando em conta as promessas do passado e as necessidades do presente? Estamos pensando em um Todo e no bem de todos???

Se as respostas foram positivas então estamos escrevendo um lindo Livro da Vida onde as “Histórias de Fé” estão dizendo o quanto somos maduros e verdadeiros diante daquilo que é mais importante na vida de qualquer médium e qualquer Ser, o ESPÍRITO. Reafirmando a grandiosa frase do teólogo Pierre Teilhard de Chardin: “Não somos seres humanos que estão passando por uma experiência espiritual, mas nós somos seres espirituais que passamos por uma experiência humana”

Se as respostas foram positivas então a Umbanda não terá mais histórias “engraçadas”, mas sim HISTÓRIAS DE AMOR, GRATIDÃO, FIDELIDADE E VERDADE.

Fonte de pesquisa e estudo:
Personalidade (1966), Desenvolvimento da Personalidade (1966) de Gordon Willard Allport
(texto retirado de www.minhaumbanda.com.br, escrito por Mãe Mônica Caraccio)

Preparo e Formação Teológica do Sacerdote de Umbanda




Por Rubens Saraceni
Todo sacerdote precisa receber uma preparação muito boa para que possa exercer com sabedoria todas as múltiplas funções que este cargo religioso exige.
É certo que todas as religiões, em seus inícios, não tenham toda uma teologia á disposição daqueles que aderem a elas e assumem posições de destaque, comando ou liderança sacerdotal.
Com a religião Umbandista não seria diferente, pois além de nova, ainda está na sua fase de implantação. fase esta que ainda é experimental mas que permitirá que uma linha de pensamento se delineie naturalmente e torne-se predominantemente em sua doutrina religiosa.
Mas esse experimentalismo não desobriga o sacerdote umbandista de uma boa formação, com a qual poderá exercer suas funções e discutir sua religião com sabedoria e com conhecimentos fundamentais acerca do seu universo religioso.
Nós sabemos que a Umbanda é uma religião espírita na qual a voz de comendo e a última palavra é dada pelos mentores espirituais e pelos guias-chefes dos médiuns. Fato este que tem sido de grande valia para a manutenção dos seus templos e para que as sessões ocorram de forma ordenada.
Mas, e por isto mesmo, é imperioso que todo sacerdote Umbandista desenvolva uma consciência voltada para aprendizado permanente. Fato este que beneficiará a religião como um todo, pois permitirá um aprimoramento ritualístico e uma renovação dos conceitos subtraídos de fontes religiosas não Umbandistas, mas incorporadas para suprir as lacunas conceituais, filosóficas e teológicas ainda existentes. Com algumas até gritantes porque o descaso com a formação teológica dos seus sacerdotes tem vulnerabilizado até práticas comezinhas, tais como: batismo, ma trimônio e funerais, durante os quais uma boa parte dos Umbandistas ainda recorrem a sacerdotes de outras religiões.
Nós sabemos que toda religião, em seu início, ainda é difusa e padece de ritos unânimes entre seus adeptos. Fato este que faz com que em certos casos ou situações seus seguidores recorram aos sacerdotes de suas antigas religiões ou com alguma outra a qual tenha identificação e tenha parentes ou amigos dentro dela.
Por isso é imperioso que envidemos todos os esforços necessários para, num curto tempo, suprirmos as lacunas ainda existentes dentro da nossa religião.
Conceitos filosóficos, teológicos e doutrinários mais profundos, só surgirão com o amadurecimento da própria religião. Mas isto não significa que devemos ficar de braços cruzados e a espera de que alguém venha com tudo pronto porque isto não acontecerá.
Sim. Só quando todos os Umbandistas desenvolverem uma consciência religiosa verdadeiramente de Umbanda e totalmente calcada em conceitos próprios é que um pensamento filosófico, teológico e doutrinário muito bem delineado surgirá e se imporá em todas as correntes mediúnicas que formam essa maravilhosa religião espírita fundamentada na existência de um Deus único e na sua manifestação através de suas divindades (os Sagrados Orixás ou Tronos de Deus).
Devemos incorporar conceitos cujos valores sejam universais e estejam presentes na vida e no dia a dia dos Umbandistas. Assim como, devemos refutar conceitos parcialistas ou dogmáticos que tolham o aperfeiçoamento de nossas práticas e sobrecarreguem a vida e o dia a dia dos Umbandistas, afastando-os dos templos ou impedindo-os de manifestarem livremente suas religiosidades e suas preferências conceituais.
Saibam que os conceitos universais sempre foram incorporados pelas religiões nascentes, que recorrem a ele até que elas mesmas desenvolvam seus conceitos religiosos universalizadores de suas doutrinas, ritos e práticas.

Divina corrente de Umbanda


Dia desses estava pensando sobre a sublime missão da Umbanda. Uma religião que permite o culto a natureza, que aceita pessoas de todas as religiões, de todas as cores, bandeiras, passados, crenças, sem exigir nada; que se baseia no intercâmbio mediúnico como forma de aprimoramento livre; que se manifesta de forma simples e alegre, na prece entoada em cânticos, no colorido das pembas, no sacudir das ervas...e, assim, lembrei que a idéia de "corrente" é algo que sempre me chamou a atenção. Hoje entendo um pouco melhor esse conceito.
Mais do que um chavão ou uma metáfora, a concepção de corrente mediúnica tem um fundamento de fraternidade, de universalidade, de união, de apoio e de condensação energética. Nunca vou esquecer a imagem: todos de branco, de mãos dadas, fazendo uma oração em prol de pessoas que nem conheciam...isso é uma corrente mediúnica. A ação de dar as mãos, de estar apoiado por seus irmãos e de apoiá-los, de vibrar em um só coração, um só pensamento em prol daqueles que em muitas situações nos são invisíveis, colocar-se como parte de um todo... diluir-se em meio ao todo. Quando entramos em uma corrente mediúnica, estamos nos colocando a serviço da Luz e, numa postura humilde, estamos dizendo ao Universo: "sou uma peça a mais na grandiosidade da Vida, sou só mais um elo".
Elos fortes são forjados dia a dia, são construídos na experiência de sua própria espiritualidade, na humildade adquirida na dor e na desilusão, na fraternidade construída no desapego e na solidão, na alegria de ser útil, na esperança que a minha fé proporciona...é na aprendizagem profunda sobre as dores e alegrias da Vida que me forjo, me fortaleço para a Caminhada mediúnica. E me fortaleço cotidianamente no respeito e no zelo ao meu próximo e à mim mesmo.
Serei um elo forte da divina corrente de Umbanda quando peceber que não faço parte dessa corrente apenas nos dias de gira, nas saudações, nos trabalhos externos (nos campos naturais) ou quando preciso de ajuda. Serei um bom elo, quando entender que sou co-responsável pelo ideário que a sociedade tem do que é mediunidade e do que é Umbanda. Serei um elo luminoso quanto mais assumir as responsabilidades perante a minha própria espiritualidade; quanto mais aprender a respeitar minha Casa Espiritual, meus irmãos de religião; quanto menos fizer qualquer tipo de distinção em auxiliar; quanto mais eu aprender sobre amar, proteger e respeitar a egrégora que me acolhe e me acompanha...
Seremos melhores elos quanto mais entendermos que somos apenas intrumentos a serviço do Povo de Aruanda.
Salve a Divina Corrente de Umbanda!
Saravá o Povo de Aruanda!
Um fim de semana com muito axé para todos!
Nelly

Você chegou ao seu Templo.
Ore, peça Iluminação.

Cumprimente seus Colegas.
Isso se chama Amizade.

Deseje a cada um, o melhor.
Isso se chama Sinceridade.

Faça seu programa do dia.
Isso se chama Reflexão.

Agora, com tudo planejado, comece a trabalhar.
Isso se chama Ação.

Acredite que tudo dará certo.
Isso se chama Fé.

Faça tudo com alegria.
Isso se chama Entusiasmo.

Dê o melhor de si.
Isso se chama Perfeição.

Ajude aqueles que tem mais dificuldades que você.
Isso se chama Doação.

Compreenda que nem todos estão na mesma sintonia.
Isso se chama Tolerância.

Receba as bençãos com gratidão.
Isso se chama Humildade.

Deus e os Divinos Orixás estão com você.
Isso se chama Amor. 

Sobre o Desapego




“Somos como as folhas de uma grande árvore. Quando o vento passa, nos leva para onde a força da vida indicar. Todos são espíritos. Todos são imortais. Nós não temos cor, não temos raça nem bandeira que limite a nossa ação. Às vezes é preciso que o vento nos leve até determinado lugar para aí desempenharmos uma tarefa. 
A gente se esconde num corpo quente, num coração amoroso e então renasce vestido de carne, com roupa branca ou preta, ou amarela; bonita ou feia. Quando chega a hora e o vento sopra novamente, partimos, deixamos a roupa usada e rumamos para onde a vida nos conduzir, para viver outra experiência. 
Por nisso é que devemos nos desapegar das coisas do mundo, mesmo daquelas que são boas. Estamos de passagem. Somos todos peregrinos, romeiros da vida. Em nossa viagem pelo mundo só possuímos, na verdade, aquilo que doamos, que oferecemos à vida: o amor, as virtudes, o bom caráter. As outras coisas são muletas que usamos para ajudar na caminhada; assim que aprendemos a andar direito, com a cabeça erguida diante da vida, deixaremos tudo de lado para partir rumo a novo aprendizado.
Ficará para trás tudo aquilo que nos prende ao chão, à retaguarda. È preciso se desapegar do mundo. Usar as coisas que estão no mundo sem se submeter a elas. Essa, a verdadeira essência da sabedoria. Somos todos imortais, espíritos, filhos da vida, de Deus. Coisas passageiras não fazem parte do que é eterno, e o que é eterno não pode ficar preso àquilo que é passageiro. Pense nisso, meu filho.
(Pelo Espírito Pai João de Aruanda - Retirado do Livro Sabedoria de Preto Velho – Médium Robson Pinheiro)

Mais uma história de Preto Velho 


Em uma madrugada de quarta-feira, em meio à orla marítima, Pai Benedito preparava-se para o último atendimento fraterno daquela noite.


A lua cheia brilhava esplendorosa no céu quando o perispirito de uma senhora de aproximadamente sessenta anos de idade, mas de mente jovial, sentou-se à frente da entidade.


— Como vai suncê zifia?


— Apesar de preocupada eu até que vou bem, mas qual é o nome do senhor?


— Zifia o nome deste nêgo é Benedito, mas nêgo deve pedir licença a suncê pra dizer que o senhor tá no céu.


— Vovô desculpe-me, mas eu só o chamei de senhor para demonstrar respeito.


— Nêgo véio sabe zifia, mas para que fique tudo certo é que nêgo pergunta: eu também posso tratá-la respeitosamente chamando-a de senhora?


— Ah não vovô, se for possível eu gostaria que o senhor me chamasse apenas de Mercedes.


— Então tá tudo certo zifia: nêgo chama suncê de Mercedes e suncê chama nêgo de Benedito.


Respondendo com um sorriso nos lábios Mercedes disse a entidade:


— Está certo vovô!


— Mas conte pra nêgo o que trouxe suncê até ele minha filha!


— Vovô, veja bem, eu conversei com o meu filho e ele disse que na próxima gira do terreiro ele vai estar sentado lá na assistência.


— Que bom zifia! Muito formoso suncê levar mais um zifio pra conhecer uma das casas de caridade onde nóis trabalha em nome da Umbanda.


— Nem me fale vovô, pois eu não vejo a hora de chegar o dia da próxima gira no terreiro!


— Mas por que tanta ansiedade zifia Mercedes? O filho de suncê tá com algum problema?


— Foi bom o senhor ter tocado neste assunto vovô, por que, na realidade, quem está com um problema sou eu!


— Conta pra nêgo véio zifia!!!


— Bem, é que nos últimos meses eu tenho me sentido muito só lá na casa onde eu vivo com meu filho, minha nora e meu netinho.


— Como assim zifia?


— A solidão que eu sinto é mais por parte do meu filho, que quase não tem tempo para estar comigo. O meu esposo faleceu há poucos meses, mas eu o sinto muito mais presente na minha vida do que o meu filho que eu tanto amo!


— Zifia Mercedes, nêgo inté que entende suncê; só o que nêgo não entende é o porquê da sua ansiedade em que o seu filho vá à assistência do terreiro.


— Olha vovô a minha ansiedade é por que eu não vejo a hora de o senhor conversar com o meu filho Ramon sobre toda esta solidão que eu já venho sentindo há um bom tempo. O senhor poderia fazer isto?


— Zifia antes, por caridade, responde uma coisa pra nêgo.


— Sim senhor!


— Zifia se o seu filho Ramon, ao invés de morar junto com suncê, residisse numa terra bem distante como suncê haveria de fazer pra conversar com ele?


— Bem vovô, eu poderia usar o telefone.


— Telefone?


— É vovô! O senhor não conhece?


— Ver nêgo já viu só que nêgo não sabe como funciona; suncê pode explicar pra ele?


— Certamente vovô! O telefone é um aparelho de comunicação onde eu posso fazer contato com outras pessoas, tanto como emissora quanto como receptora de mensagens.


— Nossa zifia Mercedes esse tal de telefone é mesmo um aparelho muito importante, não é?


— É sim vovô!


— Zifia pelo que este nêgo tá entendendo o telefone é um aparelho que encurta a distância aproximando pessoas, é isto?


— Exatamente vovô!


— Zifia, se uma pessoa que suncê gosta muito e sente muito a falta de comunicação com ela morasse do lado da sua casa suncê ia preferir entrar em contato com ela pelo telefone ou pessoalmente?


— Olha vovô eu preferiria pessoalmente.


— Suncê pode contar por quê?


— Perfeitamente. Para mim nada é mais importante do que o contato pessoal com aqueles que são tão caros ao nosso afeto. O telefone é importante, mas não deve substituir o carinho, a troca de energia e afeto que só o contato pessoal sabe proporcionar inigualavelmente.


— Deixa nêgo ver se entendeu: suncê tá dizendo que o telefone serve para encurtar distâncias em relação às pessoas que estão longe de nós, porque para pessoas que estão próximas nada é melhor do que o contato pessoal é isto?


— Exatamente isso vovô!


— Zifia Mercedes, nêgo véio entende que suncê veio até aqui pedir auxílio, mas, por caridade, será que Benedito pode fazer mais uma pergunta pra suncê?


— Puxa vovô, não precisa nem pedir!


— Zifia, como suncê mesma pode ver este nêgo véio não é muito chegado a beleza, mas mesmo assim ele pergunta: será que Nêgo Dito é tão feio, mas tão feio que parece um telefone?


Completamente atônita Mercedes respondeu:


— Como é vovô?


— Nêgo véio parece um telefone zifia?


— Claro que não vovô! O senhor é completamente diferente!


— Completamente diferente?


— Completamente vovô!


— Então porque zifia Mercedes deseja transformar este nêgo véio num telefone de suncê?


— Não entendo vovô!


— Não é suncê que mora na mesma casa com o seu filho Ramon?


— Sim senhor.


— Ele não lhe é muitíssimo caro?


— É sim senhor.


— E se ele mora na sua casa isso não quer dizer que ele lhe é próximo?


— Exatamente!


— Suncê quer que ele saiba que suncê se sente só em relação a ele, não é isto?


— Exatamente!


— Então por que suncê não aproveita esta oportunidade de ouro que é viver ao lado dele e não lhe diz o quanto a ausência dele a está fazendo sentir-se sozinha, triste, com medo de ser abandonada? Quem é nêgo véio pra substituir suncê no coração do seu filho? Se suncê souber quando, como e o que falar as suas palavras terão muito mais valia no coração do filho Ramon, do que qualquer palavra que este nêgo disser a ele, pois aos olhos daquele zifio nêgo véio seria apenas um telefone.


Talvez seja pelo fato do preto-velho falar das coisas que vão ao coração de um jeito tão humilde, talvez seja pelas palavras daquela entidade terem ampliado a consciência de Mercedes, ou talvez seja mesmo pelo fato dela ter carregado aquele sentimento de abandono por tempo demais dentro do seu ser: a realidade é que nenhuma destas teorias é mais importante do que o pranto transmutador que brotou dos olhos de Mercedes, desafogando o peito dela do medo e clareando o seu mental.


Após alguns instantes, e já se sentindo bem melhor, Mercedes disse a entidade:


— Vovô, o senhor me disse que se eu souber quando, como e o que falar com o meu filho o resultado será benéfico para nós dois, mas como é que eu vou saber o que quando e como comunicar-me com o meu filho?


— Simples zifia: é só suncê fazer um telefonema antes de conversar pessoalmente com o filho Ramon!


— Telefonema? Mas o senhor não acabou de dizer que é melhor falar pessoalmente?


— Este telefonema que suncê vai fazer num é pro fio Ramon!


— Não!?!?


— Não! É pra Zambi-Nosso-Pai!


— Telefonar para Deus? Vovô, o senhor está falando sério?


— Claro zifia Mercedes!


— E como é que se telefona pra Deus?


— Um telefone não serve pra comunicação?


— Sim.


— E como comunicar-se com Deus?


— Ah, entendi vovô! Eu devo fazer uma prece a Deus, não é isso?


— Exatamente zifia!


— Só que eu já fiz inúmeras preces a Deus e até agora não consegui encontrar forças para falar da minha dificuldade com o meu filho, por isto é que eu fui trazida até aqui para falar com o senhor!


— Nêgo véio sabe disto zifia: os filhos de fé são os emissores dos pedidos de auxilio divino, Zambi é o receptor destes pedidos, a oração é o telefone e nós, que suncês chamam de entidades, somos os impulsos telefônicos!


— Pois é vovô a sua definição é, mais uma vez, brilhante em tanta simplicidade, mas o que o senhor quer me dizer, na realidade, é que eu devo fazer mais preces antes de conversar com o Ramon?


— Zifia, por caridade, cite pra nêgo pelo menos dois problemas que podem atrapalhar ou impossibilitar a comunicação num telefonema entre duas pessoas aqui na terra.


— Bem, quando o telefone está mudo isto impossibilita a ligação telefônica; já quando esta é estabelecida os chiados podem atrapalhar a comunicação.


— Muito bom zifia! Foi suncê que acabou de ser brilhante!


— Eu?


— É zifia! Suncê mesma acabou de responder por que não conseguiu forças pra conversar com o seu filho apesar de sua reiterantes rogativas a Zambi.


— Eu respondi vovô?


— É zifia! Suncê até hoje não obteve a resposta de Zambi em relação aos “telefonemas” que suncê faz a Ele por conta das interferências no telefone.


— Não entendi vovô!


— Zifia Mercedes suncê mesma respondeu pra nêgo: quando o telefone está mudo a ligação fica impossibilitada.


— Desculpe, mas ainda não entendi vovô!


— Zifia muitas vezes quando suncê pega o telefone da oração pra fazer rogativas a Zambi ele está mudo e daì Zambi não recebe a mensagem de suncê!


— Quando é que isto acontece vovô?


— Quando sunce, por exemplo, faz a prece, mas se julga imerecedora de receber a benção, nêgo véio tá mentindo?


— Não senhor!


— O fato de emitir a oração com algum juízo de valor é o suficiente, por si só, pra torná-la muda, pois só Zambi-Nosso-Pai pode julgar o merecimento ou não de cada um em suas orações.


— Estou entendendo vovô, mas será que o senhor também poderia contar-me a interferência que faz a minha oração ficar com “chiados” aos ouvidos de Deus?


— Perfeitamente zifia! É quando suncê faz preces com outros desequilíbrios nos campos da fé!


— O desequilíbrio nos campos da fé provoca chiados na oração a Deus: é isto?


— Exatamente, pois a oração é por si só, um ato de fé, não é verdade?


— É verdade, agora estou entendendo Pai Benedito!


— No seu caso, como suncê bem sabe, o desequilíbrio nos campos da fé que produz os chiados em suas orações é originário do medo que suncê tem que Deus lhe dote de forças pra conversar com o seu filho e de que você, depois de conversar com ele, seja tratada de forma indesejada pelo Ramon devido à incompreensão dele.


— Não vou negar o senhor tem razão, é verdade!!!


— Pois então minha filha mudar sua postura, seu estado consciencial, continuar a ter fé em Deus sem duvidar de seu próprio merecimento e capacidade são as condições que farão a qualidade dos seus telefonemas ser a melhor possível aos ouvidos de Zambi-Nosso-Pai, suncê entendeu?


— Sim senhor!


— Então vá na força e na luz de Zambi-Nosso-Pai!


— Que assim seja e muito obrigado vovô!


— Nêgo véio é que agradece zifia Mercedes, nêgo veio é que agradece!!!



Mensagem de Pai Benedito recebida por Pedro Rangel.

Segundo o vernáculo, pedreiro é aquele que executa trabalhos de alvenaria (tijolos, pedras, etc.). Não vou falar sobre a construção de templos umbandistas nem daqueles que os constroem; falarei de uma categoria de pessoas que, ao contrário dos pedreiros, não constroem, mas querem destruir por meio da falácia e da engenharia lingüística, do ataque sistemático, da calúnia e do engodo, quem quer que pense ou atue diferente deles.
Falarei de quem atira pedras. Sim, eles mesmos. Usarei, portanto, uma expressão idiomática que, com a licença que peço ao vernáculo, defino como: “Aqueles que atiram pedras nos outros por não poderem, ou não conseguirem, fazer ou realizar o mesmo que os seus opostos”. Tudo bem! Agora que já despejei o meu excesso de bílis, explicarei melhor o meu raciocínio.
Como espíritos em evolução temos tendência à precipitação, a falta de compreensão, a intolerância, a influência de outros e até a maldade. Abordo este assunto por observar que muitos irmãos nossos não compreendem o modelo de cursos pagos, e fazem assim críticas precipitadas.
Peço que voltem ao início do texto e percebam que usei de palavras duras e até de sarcasmo. Me apropriei do idioma para atacar quem pensa diferente de mim, e tive uma postura dura e inflexível para com meus opostos de ideal. Resumo da atitude: fiz tudo errado!
Certamente, ao pensar melhor no assunto, ponderei que esses nossos irmãos (os chamo de irmãos pois é o que são: meus irmãos), têm o direito à opinião contrária. Ter divergências quanto à doutrina e a forma de ensinar são caminhos para todos evoluirmos, tentando entender que quem cobra pelos cursos tem seus custos de pesquisa, tempo, espaço físico, dedicação, material, aluguel, água, luz, telefone, hora trabalho, lembrando também que os ministrantes dos cursos trabalham religiosamente de forma gratuita, atendendo assim as necessidades daqueles que os procuram.
Respeitando a Umbanda como religião, traçamos um comparativo com outras religiões, ressaltando que todas, sem exceção, possuem suas escolas preparatórias para que a religião seja representada de forma eficaz e profissional, lembrando que a lingüística, a argumentação, o conhecimento teórico prático e experimental necessitam de prévia preparação. Certamente não existe nenhum Padre, Pastor ou Rabino que nunca precisou de preparação. Peço a todos os que divergem destes argumentos que ponderem, reflitam, procurem entender e, se possível, venham conhecer o tamanho deste trabalho e os benefícios advindos dele.
O respeito à individualidade e ao livre pensamento são responsabilidades inerentes a qualquer religioso e principalmente aos umbandistas, pois pessoalmente me orgulho muito desta religião que acolhe a todos, não discrimina (haja visto nossos Guias: Índios, Negros, Jagunços, etc. ) e aceita elementos de outras religiões.
Livres de conceitos pessoais certamente será mais fácil avaliar a funcionalidade deste trabalho e principalmente que não nos arrogarmos donos da Umbanda, nem tampouco detentores do saber religioso, mas sim que somos dedicados ao conhecimento e ao crescimento de nossa amada Umbanda.
A partir deste momento vamos construir mais, destruir menos e criticar de uma maneira positiva, pois a crítica positiva é sempre bem vinda e nos faz crescer e aprimorar nossos métodos – e não podemos nos esquecer que quem bate deve estar preparado para apanhar.
Um abraço fraterno.
Colaborou Hans Bonfá