quinta-feira, 18 de agosto de 2016

OS PILARES DA UMBANDA




Muitos questionam o porquê das diferenças entre os terreiros, por que há diferenças nos rituais, por que não é feita uma unificação das “umbandas”, por que não há uma padronização geral, que faça da Umbanda uma religião que siga regras igualitárias.
Para começar, a Umbanda não foi uma religião que simplesmente começou do zero aos 15 de novembro de 1908, pois já havia um movimento anterior a esta data, parecido com o que se tornaria a Umbanda, movimento este que surgiu das mudanças das macumbas cariocas, dos candomblés (que abriam exceção e permitiam a passagem de eguns - espíritos de humanos desencarnados), e de grupos kardecistas, que começavam a questionar o processo mediúnico por eles estudado e trabalhado. Só faltava uma diretriz para esse movimento, um precursor e um nome, e ai surgiu Zélio Fernandino de Moraes com o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Desde seu início, o movimento umbandista já mostrava diferenças de rituais, dado os grupos heterogêneos que o antecederam: macumbas, candomblés, kardecistas e outros grupos religiosos que permitiam, de uma maneira ou outra, a comunicação de espíritos. Tentar unir todos esses grupos e impor uma ordem nos primórdios do século XX era impossível. Com isso, o movimento umbandista foi crescendo e com ele, as diferenças dos diversos terreiros, devido ao conhecimento herdado de cada sacerdote de suas religiões anteriores.
Assim a Umbanda cresceu e se espalhou por todo o Brasil e por vários pontos do mundo, mantendo diferenças em rituais, que neste ponto já estavam enraizadas tradições de cada “umbanda”.
Baseado neste breve resumo apresentado acima, veremos os motivos que impedem que a Umbanda seja unificada e outros pontos que aparecerão no decorrer deste texto.

1.       Os pilares da Umbanda

Em pouco mais de 100 anos de existência da Umbanda, houve vários congressos, reuniões de federações e discussões acaloradas, onde os pontos unanimemente acordados entre todos são:

a.      A Umbanda é a fé;
b.      A Umbanda é o amor;
c.      A Umbanda é a caridade;
d.      A Umbanda é a humildade;
e.      A Umbanda é o respeito com o ser humano, com os animais e com a natureza;
f.       A Umbanda não pactua com nenhum tipo de discriminação e respeita a liberdade religiosa, a liberdade sexual, a liberdade racial e a liberdade de opinião de todas as pessoas;
g.       A Umbanda só pratica o bem e não cobra por atendimentos mediúnicos.

Estes são os pilares da Umbanda, que sustentam todos os templos, terreiros e tendas, que carregam a bandeira da religião.


Podemos imaginar os pilares básicos da Umbanda dispostos como na figura acima. Os pilares são os fundamentos ou dogmas da Umbanda.

Independentemente da origem religiosa, ou formação sacerdotal do fundador de um terreiro, os pilares da Umbanda não podem ser ignorados, mas devem, em primeiro lugar, serem respeitados e seguidos por todos. Sobre esses pilares, cada sacerdote constrói seu terreiro de acordo com seu conhecimento e sua fé.

                       
Os terreiros podem ser diferentes na forma, no ritual, na formação sacerdotal, mas todos devem estar apoiados nos pilares da Umbanda.
  

Mas alguns poderão perguntar: e se um desses pilares for quebrado ou mesmo ignorado por um terreiro, ele deixa de ser Umbanda?
Ele continua sendo de Umbanda mas se torna desacreditado ou mesmo evitado pela sociedade, acarretando até o fechamento do mesmo, pois:
·         Um terreiro sem fé não tem vinculo religioso com nada e não consegue repassar a fé aos seguidores;
·         Um terreiro sem amor só traz discórdia e desavenças entre seus membros;
·         Um terreiro que não pratica a caridade e que cobra por consultas mediúnicas é abandonado pelos espíritos de luz e fica à mercê de espíritos zombeteiros e brincalhões, não conseguindo o respeito da sociedade;
·         Um terreiro sem humildade afasta os trabalhadores sérios que buscam carregar a bandeira branca de Oxalá, sobrando apenas aqueles que colocam a vaidade à frente do trabalho;
·         Um terreiro que sacrifica animais nunca é bem visto pela sociedade, pela crueldade dessa prática;
·         Um terreiro que desrespeita as pessoas é evitado por aqueles que buscam um lugar de conforto e palavras que curem suas chagas morais e espirituais;
·         Um terreiro que destrói e emporcalha a natureza é evitado por seguidores que não querem vincular seus nomes com mais problemas ecológicos;
·         Um terreiro que discrimina por raça, credo, sexo e posição social, é fadado a processos judiciais e consequentemente ao fechamento de suas portas.


Se um único pilar da base umbandista for tirado ou ignorado por um terreiro, a chance de ruína é grande.
  


2.      Sobre os pilares, as diferenças

Se os pilares de base da Umbanda forem respeitados e seguidos, toda a construção acima disso se torna parte da riqueza de uma religião cheia de rituais, rezas e mandingas, que é capaz de transformar seres humanos em seres divinos, que sabem e sentem que todas as forças e energias de Deus estão ao alcance e a disposição de todos.
As diferenças de rituais, pontos cantados, pontos riscados, etc., deve-se a formação sacerdotal e a fé de cada dirigente em exposição, e é neste ponto que cada um consegue interpretar, à sua maneira, os símbolos umbandistas, ampliando o horizonte de beleza e riqueza da religião.

3.      A Verdadeira Umbanda

Como há diferenças entre os terreiros, costumamos dizer que para cada um é praticado “uma umbanda diferente da outra”, e que a Umbanda é feita por várias umbandas. A pergunta óbvia que chegamos é: qual é a verdadeira Umbanda?
Ora, se cada terreiro que respeita os pilares básicos da Umbanda e segue o ritual de acordo com a fé e formação sacerdotal de seu dirigente, ai está à verdadeira Umbanda.
Simples assim. Simples como a Umbanda deve ser.
A Umbanda não é como uma partida esportiva onde uma umbanda joga contra a outra umbanda, ao contrário, é uma religião onde uma deve estar a favor da outra, pois não há o melhor ou o pior, há afinidades e respeito pelas diferenças.

4.      Sobre pilares fortes, construímos mundos fortes

A unificação e padronização dos rituais de Umbanda destruiriam a diversidade cultural, religiosa, dogmática e a fé das umbandas já existentes, e por conseqüência, criaria cargos hierárquicos responsáveis pela ordem religiosa, culminando até mesmo, na criação de um cargo similar ao Papa católico, o que seria um contra-senso umbandista.
Alguns rituais como o batizado e o casamento podem seguir um padrão mais ou menos estabelecido pela maioria dos terreiros para que tenham efeito legal, de acordo com a legislação vigente. No geral, muitos terreiros utilizam uma mesma sequência para o ritual de um trabalho espiritual: defumação, abertura e saudação aos guias da gira, atendimento espiritual, fechamento e despedida dos guias da gira, encerramento.
Há variações e há diferenças, mas isso não invalida a umbanda praticada, o que importa é a união dos membros dessa umbanda para que seja carregada a bandeira de Oxalá e a Umbanda seja difundida e respeitada.
As várias umbandas, construídas sobre os pilares umbandistas, formam uma obra de arte que retrata Aruanda, um local rico e belo, com construções diferentes mas estáveis e fortes.

ROUPA CERTA




Um dia um médium recebeu a notícia de seu pai de santo que iria dar sua última obrigação de santo e se tornaria também um pai de santo. Ficou tão eufórico e envaidecido que quase não se conteve quando disse a  um irmão de santo:
- Serei um grande médium agora. Preciso de roupas novas imediatamente, roupas que façam jus à minha nova posição na casa.

O irmão,mais velho de corrente então, lhe recomendou um alfaiate:
- Conheço o alfaiate perfeito para você. É um velho sábio que sabe dar a cada cliente o corte perfeito. Vou lhe dar o endereço.

E o futuro pai de santo foi ao alfaiate, que cuidadosamente tirou suas medidas  e depois de guardar a fita métrica, ponderou:
- Há mais uma informação que preciso ter.Desde quando o amigo é pai de santo?
Surpreso,o vaidoso médium retrucou:
- Ora, o que isso tem a ver com a medida da minha túnica?
O sábio alfaiate lhe disse, pausadamente:
- Não posso fazê-lo sem obter esta informação amigo. É que um pai de santo recém-consagrado fica tão deslumbrado com o sacerdócio que mantém a cabeça altiva, ergue o nariz e estufa o peito. Assim sendo, tenho que fazer a parte  da frente maior que a de trás.
Anos mais tarde, quando está ocupado com o seu trabalho de caridade e os transtornos advindos da experiência o tornam sensato, e olha adiante para ver o que  vem em sua direção e o que precisa ser feito a seguir, aí então eu costuro  o manto de modo que a parte da frente e a de trás tenham o mesmo  comprimento.

Fez uma pausa e continuou a explicar:
- E mais tarde ainda, depois que o senhor está curvado pela idade e pelos anos de trabalho cansativo, sem mencionar a humildade adquirida através de uma vida de esforços, então faço o manto de modo que as costas fiquem mais longas que a frente. Portanto, tenho que saber há quanto tempo voçe está no sacerdócio, para que a roupa lhe assente  apropriadamente.


O novo pai de santo saiu da loja pensando menos na túnica e mais no motivo  que levara seu amigo a mandá-lo procurar exatamente aquele alfaiate

ESTA MALDITA MODERNIDADE...




Depois de ver assentar Oxóssi com suco Maguary e Ogum com uma bússola, talvez ainda veja um Preto-Velho processando alguém por tê-lo chamado de preto e de velho. Não me estranharia também um assentamento de Xangô feito com o Código Penal Brasileiro. Tão pouco o de Yansã com um ventilador de teto.
Mentira. Estranharia sim. Ainda me estranha muito algumas modernidades. Curso de formação de sacerdotes aberto a todos (sempre precisar sequer ser médium), búzios online, benzimento virtual, desenvolvimento mediúnico via internet, e algumas outras novidades chamadas por alguns de evolução.
Não leve a mal, o problema pode ser eu. Isso tudo pode ser necessário mesmo, esta tal evolução e modernidade. Pode ser que eu tenha certa dose de resistência a mudanças, mas é que aprendi Umbanda de outra forma, e por isso talvez que eu teime em acreditar em arruda, guiné e outras bobagens mais.

DIVERSIDADE?
É, existe sim. Inclusive eu apóio e respeito. Creio que a diversidade é uma das maiores riquezas das religiões afro-brasileiras. Mas algumas práticas, sobretudo as extremamente modernas, não são apenas parte da pluralidade encontrada naturalmente em uma religião livre de dogmas. São quase outras religiões.
Veja, uma pessoa acender uma vela vermelha para um Orixá enquanto a outra acende uma marrom para o mesmo Orixá, é uma diversidade. Mas ambas acendem velas. É diferente de alguém propor acender um pisca-pisca natalino no congá afirmando que todas as linhas já estariam firmadas ali da mesma forma que as velas fariam. Ou não?,gostarem demais de um exu,giramundo,tranca-rua,zé pelintra,seja lá quem for,Uns O tem como mensageiro, outros como guardião, outros como responsável por abrir os caminhos e trazer prosperidade, movimentador, e assim vai. Tudo bem, isto é diversidade. Mas ver um “Exu” com terço na mão e rezando o credo católico... Para né, Foi mais chocante do que seria ver a virgem Maria vestida de Pomba Gira, gargalhando, fumando e tomando champagne.

Seguindo a tendência exposta acima, de um Exu se parecer com um Preto-Velho, podemos em um breve exercício de futurologia anteciparmos o possível cataclisma da Umbanda: Os espíritos das Pombas Giras passarão a ser de freiras beneditinas; os Preto-Velhos ficarão brancos e jovens; os Baianos virarão Paulistas; os Erês terão maioridade penal; a Linha dos Caboclos passará a ser conhecida como Linha dos Doutores, já que serão espíritos de fitoterapeutas; os Marinheiros terão que comprovar ter servido a Marinha; os Ciganos terão que apresentar o passaporte em cada terreiro e a Linha dos Boiadeiros virará Linha dos Cowboys, se é que já não existe em algum canto por aí.
O medo do preconceito da sociedade é tão grande para alguns, que acabam descaracterizando a religião. Pior, não percebem que isto não é mudar a visão que a sociedade tem da Umbanda. Isto é adaptar a Umbanda de acordo com o que a sociedade julga aceitável. Onde está a quebra de preconceitos aí? Exu é Exu e será sempre Exu. Não é diabo, mas também não é Santo, nem sequer Preto-Velho.


ENFIM, O VIAGRA!
Voltando aos assentamentos Power Ultra Mega Blaster modernos, muito em breve encontraremos pílulas de Viagra em assentamento de Exu, já que ele também é associado a virilidade. Bom, ao menos os falos presentes em alguns destes assentamentos estarão extremamente energizados. Se é que você me entende.
È com estas modernidades todas que incompetentes estão tentando acabar com a umbanda de raíz,desinteressada e com amor ao próximo,é o que tanto falamos em nossa casa e espero estar conseguindo suplantar em todos os médiuns da umbandae a quem ler e concordar comigo!!!!

NÃO HÁ DOUTORES NA UMBANDA




Na Umbanda não há doutores
Em meio às atividades espírito-materiais de alguns terreiros que pregam a igualdade, a fraternidade, o amor e a caridade, um fato, dentre os muitos que nos deixam tristes e até mesmo perplexos, tem nos chamado atenção. Por isto mesmo, merece uma análise mais profunda e esclarecedora por parte daqueles que querem ver o Movimento Umbandista forte e coeso.
Estamos falando de ostentação de títulos de ordem honorífica ou profissional como movimento de aspiração ao poder e também como meio de dominação, subjugação e humilhação frente a terceiros.
A Umbanda, assim como outros grupamentos religiosos, é formada por pessoas das mais diferentes classes econômico-sociais e étnicas, que, justapostas formam o que se denomina de meio religioso intercorrente.
Também é de conhecimento geral que, não obstante as pessoas terem profissões ou ofícios diferentes, todos deverão estar ali, naquele espaço de caridade, imbuídas da mesma finalidade: auxílio espiritual e material aos necessitados. Faz- se então necessário traçar uma linha divisória entre o STATUS que algumas pessoas possam ter na sociedade e o trabalho espiritual exercido pelas mesmas.
Todos, independentemente dos títulos honoríficos ou profissionais que possam ter, deverão estar irmanados com aqueles que não puderam alcançar um estágio intelectual ou cultural mais elevado, no sentido de, juntos, poderem dar sua cota de sacrifício e suor em prol da nossa religião.



Referimo- nos a alguns médiuns que tratam de maneira diferente abastados e pobres; que tratam com pompas os que possuem títulos universitários, desprezando aqueles que quando muito possuem o primeiro grau; que dão atenção e mantêm diálogo somete com aqueles que tem automóvel novo e sucesso, etc .



Referimo-nos também àqueles que desejando fazer parte ou já estando no corpo de médiuns ou assistentes, fazem tremenda e irrevogável questão de serem conhecidos como Dr. Fulano- Engenheiro, Drª Fulana- Médica, Dr. Beltrano- Advogado etc. Que fazem absoluta questão de alcançarem cargos ou funções que os façam importantes e admirados, dentro da coletividade religiosa.
Temos assistido alguns destes "doutores" reclamarem, apresentando seus títulos, um lugar de destaque ou maior envergadura dentro das atividades de um Templo de Umbanda. Pressionam para que aqueles que têm alguma função ou responsabilidade dentro de um terreiro, fruto de méritos espirituais, morais, éticos e caritativos, sejam substituídos, asseverando:
" Eu sou formado, sou doutor, logo sou melhor e não posso obedecer ordens ou estar em posição inferior em relação àquele que não é instruído ou formado."
A soberba, a vaidade, o orgulho, a ganância, o egocentrismo e a ambição doentia não deixam ver a essas pesoas que o que importa na Umbanda é o SER, vale dizer, ser honesto, ser espiritualizado, ser dedicado à religião, ser simples, ser humilde e não o TER, ter títulos profissionais, carrões último tipo, mansões suntuosas e um belo saldo bancário. A religião jamais poderá ser utilizada como ferramenta de projeção social, bem como em complemento de sucesso profissional. A Umbanda, nossa querida e elevada religião, foi plasmada no plano astral, trazendo como carro-chefe os espíritos de Índios e Negros, duas das raças mais martirizadas do globo terrestre, e, que em última análise, representam a humildade, a dignidade e o alto graude espiritualidade, sentimentos e virtudes ainda ausentes em muitos corações.



Em nossa religião não há lugar para títulos terrenos, tanto para espíritos, quanto para médiuns e assistentes. Na Umbanda não se manisfestam espíritos com rótulos de doutores ou mestres, mas sim esforçados e trabalhadores Caboclos, Exús, Pretos- Velhos, Crainças, Ciganos etc que , seguindo as diretrizes da espiritualidade superior,não medem esforços no sentido de auxiliarem os habitantes da Terra, encarnados ou não, a progredirem espiritualmente.


Que esta simples dissertação possa de alguma forma contribuir para que alguns irmãos umbandistas, ainda impressionados com títulos e posses terrenos alcançem o verdadeiro sentido da IGUALDADE, e assim colaborem para que cada vez mais a Umbanda possa se tornar, não uma religião de ricos e pobres; de doutores e proletários, mas sim um seguimento religioso de IRMÃOS, unidos por laços de amor e fraternidade. É o que deseja o Cristo Jesus, nosso Pai Oxalá.


TEMOS QUE SER ÚTEIS




Como se faz um bom perfume?,vamos tentar responder dentro de meu pouco conhecimento sobre isso... penso eu, pela mistura de essências aromáticas (óleos essenciais), álcool e água que vai resultar um produto de aroma agradável, para uso pessoal ou então para ser aplicado a um ambiente.
Se isolarmos esses componentes o resultado seria o mesmo?,  não, o álcool tem suas propriedades e utilidades, assim como as essências e a água, porém, isoladamente, nenhum deles consegue produzir o resultado final daquela misturanão é?
E se mudarmos os tipos de óleos e essências, haveria outros resultados? Sim, porque cada essência contribui com um toque especial para a obtenção do perfume, dependendo de uma escala de evaporação, há, por exemplos, os toques amadeirados, os cítricos, os florais. 


Alguns óleos essenciais entram ainda como fixadores porque têm as chamadas notas básicas ou de maior duração, servindo de base para a fixação das demais essências. 
O mesmo se pode dizer em relação à qualidade do álcool e da água utilizados na preparação, pois sua variação vai interferir na qualidade do produto final.
Em resumo, um bom perfume depende da qualidade específica de cada “ingrediente” utilizado e do conhecimento técnico daquele que faz o preparo.

''Numa corrente mediúnica é a mesma coisa!''

A corrente se compõe de médiuns, cada um com características particulares,  alguns se assemelham e procuram estar juntos, seriam talvez, do grupo “óleos essenciais”, ou quem sabe do grupo “álcool”, ou do grupo “água”. Porém, cada um, não importa a “classificação”, vai dar sua contribuição particular para o resultado final: uma corrente mediúnica equilibrada em ação.
Mas, mudando um pouco as coisas, e se acontecer uma “rebelião”? E se os “médiuns-óleos essenciais” resolverem agir como “álcool”, ou então como “água”? E se estes últimos também resolverem agir como outra coisa que não seja da sua natureza? E se nenhum deles souber exatamente quem é, quais são as suas aptidões, nem para quê foi chamado ali? O que vai acontecer? 
No mínimo, aquele “laboratório” vai virar uma grande bagunça, e muito “material” ficará sem uma destinação inteligente, perdido... Nem “perfume”, nem “ingredientes”...
Parece bobagem minha, mas é o que muitas vezes ocorre no campo mediúnico― e “nas melhores famílias”, nos Terreiros mais bem intencionados e organizados,  porque as orientações dos guias e do dirigente da casa, por mais claras que sejam, estão sujeitas a “interpretações” da parte dos membros da corrente mediúnica e não se pode prever nem controlar o que anda na cabeça dos outros, pois cada um entende as coisas ao seu modo,dentro de suas limitações.


Acontece que cada membro da corrente é responsável por seus atos (inclusive pensamentos,emoções e atitudes).
Isso quer dizer que cada um de nós, membros de um trabalho espiritual, precisa olhar dentro de si e ver, em primeiro lugar, onde e como se “classifica”: que tipo de “ingrediente” tem sido, como tem contribuído para o resultado final (o objetivo do grupo), e onde e como pode melhorar seu desempenho. 
Cada um de nós precisa se perguntar, basicamente: “Que tipo de pessoa eu sou, quais são minhas aptidões e minhas deficiências?”; “Como eu me preparo interiormente para uma tarefa (no campo material e no espiritual)?”; “Estou aqui, por uma escolha consciente, ou vim por medo, ou porque alguém pediu, ou por que o pai joaquim disse que eu deveria frequentar um terreiro que me sentisse bem? “Aceito a tarefa que me foi designada, ou minha real vontade é estar no lugar de outro?”; “Como reajo diante de circunstâncias inesperadas; como recebo uma crítica; como recebo um elogio?”; “Preciso de elogios constantes para trabalhar, ou encontro satisfação pelo resultado final do trabalho de grupo?”. Isso, pra começar e lembrem-se do meu comentário sobre ''tocar o adjá a cada feito dentro da casa''
Em resumo, cada um de nós, médiuns de corrente, precisa se conhecer, cuidar de si mesmo e se aprimorar, para definir objetivos e fazer escolhas conscientes. Só assim a nossa participação nos trabalhos espirituais será proveitosa para o nosso crescimento e para o nosso aprendizado, e só a partir desse crescimento e aprendizado pessoal é que poderemos prestar auxílio aos outros.
Se não cuidarmos da qualidade das nossas energias, como será possível doarmos algo de bom aos outros na hora do passe ou do auxílio em algum trabalho interno em nossa casa?
Tudo isso dá trabalho: exige humildade, determinação, vontade firme, perseverança, paciência, autoestima, autoconfiança, capacidade de doação, paciência com o pai de santo...
Mas, como tudo na vida, é uma tarefa a ser cumprida aos poucos, dia após dia, sem pressa, sem atropelos, cada um respeitando o próprio tempo, suas necessidades e limites, sua natureza íntima. Quem é “óleo essencial” só poderá contribuir como tal; e isto vale também para quem é “álcool” e para quem é “água”.
Não adianta querer ser ou parecer outra coisa... 
Importa lembrar, sempre, que cada um tem uma contribuição importante a dar,lembrem-se quando o pai joaquim dá o exemplo do leite necessário para ele fazer o queijo que nos alimenta e cada um contribui com uma determinada quantia de leite,que na somatória, sirve para se chegar ao produto final esperado. 
E o mais bonito de tudo, no final das contas, é que juntos nós vamos produzir “um perfume” único e inconfundível, que irá envolver a todos, tornando a nossa vida diária um tanto mais bela e agradável, além de poder ser levado a outras pessoas, pelo simples toque de uma brisa, ou por uma gotinha distribuída aqui e acolá...
Enfim, essa “experiência” vai valer a pena! 
É algo que enriquece nosso “currículo”! E que leva outras tantas pessoas a buscarem também uma atividade que as satisfaça; incentivando em todos nós o firme propósito de nos tornamos bons “ingredientes” nas mãos sábias da nossa doutrina, este grande livro onde todos nós podemos aprender e, ao mesmo tempo, ajudar á escrever

Que zâmbi, os orixás, os mentores e guias nos amparem e auxiliem, para que estejamos atentos ao chamado do nossas obrigações, no momento em que a mediunidade desperte em nós. 
Que estejamos de mente e coração abertos no sentido de sermos úteis em nossa caminhada dentro de nossa religião,lembrando sempre que“Sempre fica um pouco de perfume nas mãos de quem oferece rosas”... 

MEU AMIGO ZÉ PELINTRA...




Zé Pelintra, tem como característica principal, a malandragem, o amor pela noite. Tem uma grande atração pelas mulheres, principalmente pelas prostitutas, mulheres da noite, além de outras características que marcam a figura do malandro. Isso quer dizer que em vários lugares, de culturas e características regionais completamente diferentes, sempre haverá um malandro. O malandro de Pernambuco, dança côco, xaxado, passa a noite inteira no forró; No Rio de Janeiro ele vive na Lapa, gosta de samba e passa suas noites na gafieira. Atitudes regionais bem diferentes, mas que marcam exatamente a figura do malandro. Isso bem explicado.tudo isto compõe esta maravilhosa entidade:  " SEU ZÉ "
Eu particularmente trabalho com este grande amigo em uma das suas mais bonitas facetas: como médico e curador,sempre me ensinando coisas boas dentro do meu aprendizado dentro da umbanda


    Não era mal de coração, muito pelo contrário, era bom, principalmente com as mulheres, as quais tratava como rainhas.
 Sua vida era a noite, sua alegria as cartas, os dadinhos a bebida, a farra, as mulheres e por que não, as brigas. Jogava para ganhar, mas não gostava de enganar os incautos, a estes sempre dispensava, mandava-os embora, mesmo que precisasse dar uns cascudos neles. Mas ao contrário, aos falsos espertos, aos que se achavam mais capazes no manuseio das cartas e dos dados, a estes enganava o quanto podia e os considerava verdadeiros otários. Incentivava-os ao jogo, perdendo de propósito incialmente, quando as apostas ainda eram baixas e os limpando completamente ao final das partidas.
 Esta entidade anda pelo mundo todo, suas manifestações apresentam-se em todos os cantos da terra. 


A pouco teve-se notícia pelos diários, de uma médium que o incorporava nos Estados Unidos .
    No Rio de Janeiro aproximou-se do arquétipo do antigo malandro da Lapa, contado em histórias, músicas e peças de teatro. Alguns quando se manifestam, vestem-se a caráter. Terno e gravata brancos. Mas a maioria, gosta mesmo é de roupas leves, camisas de seda, e justificam o gosto lembrando que a seda, a navalha não corta. Bebem de tudo, da Cachaça ao Whisky, fumam na maioria das vezes cigarros, mas utilizam também o charuto. São cordiais, alegres, dançam a maior parte do tempo quando se apresentam, usam chapéus ao estilo Panamá.
    Podem se envolver com qualquer tipo de assunto e têm capacidade espiritual bastante elevada para resolvê-los, podem curar, desamarrar, desmanchar, como podem proteger e abrir caminhos. Têm sempre grandes amigos entre os que os vão visitar em suas sessões ou festas.
    Existem também as manifestações femininas da malandragem: Maria Navalha é um bom exemplo. Manifestam-se como características semelhantes aos malandros, dançam, sambam, bebem e fumam da mesma maneira. Apesar do aspecto rude, demonstram sempre muita feminilidade, são vaidosas, gostam de presentes bonitos, de flores, principalmente as rosas vermelhas e vestem-se sempre muito bem.
    Ainda que tratado muitas vezes como Exu, Zé Pelintra não é Exu. Essa idéia existe porque quando não são homenageados em festas ou sessões particulares, manifestam-se tranqüilamente nas sessões de Exu e se parecem com eles.
   Ah! Seu Zé, que felicidade tenho em conhecê-lo, quanto já me ensinaste, quanto já me ajudaste! Sua força reside na amizade que dissemina, na camaradagem que lhe é peculiar, na força espiritual que possui! Possa permitir Deus, meu amigo, que possas sempre estar fortalecido no trabalho da caridade e que cada vez mais, sua evolução espiritual ascenda, e assim sendo, auxilie cada vez mais a todos que lhe procuram!