quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A PREPARAÇÃO DE UM MÉDIUM NA UMBANDA Parte I



Nesta primeira abordagem ao tema vamos tratar das partes provavelmente mais importantes e ao mesmo tempo mais esquecidas em certas "umbandas" que infelizmente vemos por aí.
Mediunidade, todos sabemos que é um dote comum a todos os encarnados, embora seja maior em uns e menor em outros.


Sabemos também que através mediunidade (ou sensibilidade mediúnica) o ser encarnado consegue se comunicar com outros seres já libertos da matéria (situação em que a palavra é mais empregada) e até mesmo com seres ainda encarnados que estejam em outros locais. Essa mesma mediunidade também pode nos pôr em contato com o Reino Elemental e em alguns casos, como já se está estudando, com entidades que se apresentam como extra-terrestres e intra-terrestres.

O tipo de mediunidade mais cultivada no meio espiritualista sempre foi o de incorporação em detrimento de um sem número de outras possibilidades que o ser humano tem em potencial como a de captar e emitir pensamentos, orientações espirituais, a clarividência, a clariaudiência e outras mais que envolveriam inclusive menos gastos energéticos no trato com o mundo não físico e poriam os adeptos em contato mais estreito com seus protetores, na medida em que não precisariam estar incorporados para sentirem e entenderem a aproximação destes. Mas já que é assim, vamos nos basear na mediunidade de incorporação lembrando no entanto que, seja o tipo que for a mediunidade, para ser bem utilizada e o médium poder contar com a ajuda de Guias Verdadeiros, ele tem que ter na mente e nas ações os conceitos de HONESTIDADE e RESPEITO, pois sem isso, mais cedo ou mais tarde, acabará por se tornar presa fácil do Baixo-Astral.

Isso posto, vamos adiante.

O que faz uma pessoa procurar o Espiritismo e, em nosso caso, a Umbanda?

Antes de prosseguirmos vamos dar o real significado da palavra Espiritismo para que alguns apressadinhos não venham a dizer que Espiritismo é só o Kardecismo como eu já ouvi falar.
Espiritismo (está até no dicionário) - Espírito + ismo - palavra formada pelo radical "espírito" (alma ou sopro imortal) mais o sufixo grego "ismo" (crença, escola ou sistema). Doutrina fundamentada na crença da existência de comunicações por intermédio da mediunidade entre vivos e mortos ou espíritos encarnados e desencarnados.

A Umbanda portanto, está enquadrada totalmente no conceito da palavra que não é, de forma alguma, privilégio Kardecista.

Veja bem! Se formos analisar os motivos que levam as pessoas a procurarem a Umbanda (e até mesmo outros grupos religiosos) veremos que estarão invariavelmente dentro de uma das seguintes situações:

1- Estão com problemas de saúde (ou têm alguém conhecido nessa situação) e, não procuraram ainda um médico seja por que motivo for ou já o fizeram até insistentemente sem lograrem êxito em suas tentativas;
2- Estão com dificuldades na vida amorosa, financeira ou familiar, provocadas por perturbações inexplicáveis;
3- São curiosos e querem ver de perto esses "milagres" que dizem acontecer no Espiritismo;
4- Estão passando por problemas que já detectaram como de fundo espiritual e precisam de orientação;
5- Sentiram-se atraídos sem que nem bem soubessem o motivo (caso bem mais raro).

Em qualquer caso acima citado, todos precisarão desde a primeira fase de seu entrosamento com o culto, de orientações claras que lhes possibilitem vislumbrar uma possível solução para seus problemas, e para isso, os responsáveis pelo Templo deverão estar cientes das responsabilidades que assumirão a partir do momento em que se predispuserem a serem seus orientadores.

Em se tratando de pessoas que por quaisquer desses motivos tenham realmente que receber treinamento para trabalharem sua mediunidade (o termo é esse mesmo - receber treinamento) há de se convir que a responsabilidade torna-se ainda maior porque, uma pessoa que se entrega em confiança para que um dirigente ou pai no santo venha a tratar de algo que pode mexer com seu EU mais profundo, o que pode inclusive (se mal orientado) levar a pessoa à loucura, tem que ser respeitada, aprender a respeitar, ser tratada com honestidade e aprender a ser honesta com seus protetores, seus semelhantes, seus Guias etc.

A primeira lição que o médium tem que aprender é a da lealdade e da honestidade. Conforme já disse em texto anterior, o médium que inicia seu caminho sem entender o que é ser honesto consigo mesmo e suas entidades já estará iniciando o caminho com os pés na lama e correndo o risco de afundar em bem pouco tempo.

Todo médium deve compreender que as entidades que lhe acompanham não são "gênios da lâmpada" e que o trabalho que vêm desenvolver está diretamente ligado à evolução espiritual deles e a do próprio médium. Deve compreender também que não é só porque estão "do outro lado" que devem ser compreendidos como deuses ou espíritos santos, pois muitos que lá estão têm mais fácil acesso ao mundo material por estarem ainda muito apegados à matéria e possuírem um corpo astral muito denso. Só isso já indica que podem ser até mesmo muito menos evoluídos que o próprio médium.
O respeito a todas as entidades é fator importante, mas a obediência cega, seja à entidade que for, é imperdoável (a não ser em casos muito especiais e quando essa entidade já deu provas suficientes de que é capaz de orientar adequadamente seus discípulos).

Normalmente um dirigente preparado tem condição de identificar logo no começo o tipo de acompanhamento espiritual que o médium traz consigo e até mesmo de dizer quem é mais e/ou menos evoluído que o aparelho e desse modo, quais as entidades que podem realmente serorientadoras e quais as que têm que ser orientadas antes de tentarem orientar seja quem for. Sob esse prisma, torna-se imprescindível que se fale (embora eu saiba de antemão que vou contra o que já está especificado como normal) na inconveniência de, médiuns em início de desenvolvimento "darem cabeça" a Exú e Bombogiras que como sabemos, são em vias de regra, entidades normalmente menos evoluídas e por isso mesmo não terem capacidade de agirem como Guias de ninguém.

Se um médium vem ao terreiro em busca de orientações positivas para trabalhar sua mediunidade e sua evolução, tem que ter em mente que sua busca só se tornará realidade na medida em que buscar o acompanhamento de entidades que sejam mais evoluídas do que ele, e que nesse caso precisam ser buscadas mesmo, porque já habitam em planos mais sutis e não têm um acesso tão fácil à matéria como é o caso de Exús, Pomba Giras e outros ainda menos evoluídos.

Na verdade, um médium iniciante só deveria começar a "dar passagem" para Exús após ter obtido contatos realmente positivos com seus reais Protetores e Guias, aos quais caberia, por conseguinte, a orientação dos trabalhos que se faria através de Exú quando se fizesse necessário.

Vamos abrir outro parêntese para deixar bem claro que a Umbanda (e eu particularmente) nada tem contra Exú e Bombogira (ou Pomba Gira) pois o trabalho deles é muito positivo quando são orientados por espíritos superiores, mas que de forma alguma podem assumir a orientação de um filho de terreiro sob o risco de se tornarem uma dupla (ou trinca etc.) de cegos,evolutivamente falando.

Um espírito se encontra na classificação de Exú ou Bombogira porque ainda não alcançou méritos para poder trabalhar dentro de uma das caracterizações aceitas pela Umbanda e desse modo, pertencendo ainda ao Reino da Quimbanda como se sabe, (não há necessidade de explicar isso aqui) vem à Umbanda para trabalhar segundo a orientação de espíritos superiores e através disso alcançar sua própria evolução e até mesmo a possibilidade de vir a trabalhar futuramente como um(a) Caboclo(a), Preto(a)-Velho(a) e até mesmo uma criança.

Pense bem e sem achar que tudo o que se faz hoje é correto apenas porque é o que se faz ou porque lhe disseram que é normal, mas colocando um pouquinho de lógica nos seus pensamentos.

Ainda que mal comparando, se você tivesse dúvidas sobre uma determinada matéria na escola, a quem você procuraria para saná-las? A quem entendesse melhor do que você, ou a alguém que estivesse numa série abaixo da sua? O que um aluno da primeira série pode ensinar de positivo (na matéria em questão) para um aluno da terceira série se ele ainda nem chegou lá?

Exús são altamente positivos quando se trata de resolver trabalhos através de energias bastante densas? - Sim!

Exús são capazes de atuar sobre a matéria física muito mais facilmente que uma entidade do tipo "luminar"? - Sim!

Exús são capazes de curas espirituais? - Sim, sempre que estão trabalhando sob a orientação positiva!

Exús conseguem contato mediúnico mais facilmente que enti-dades mais evoluídas? - Sim!

Qualquer NÃO a perguntas como estas seria hipocrisia ou total desconhecimento sobre como as energias mais densas ou menos densas podem atuar sobre a matéria. Se no entanto as perguntas fossem como as que se seguem:

Exú pode assumir o comando da orientação mediúnica de um filho no santo?

Exú pode orientar um médium por caminhos de real evolução espiritual?

Exú pode determinar como deverão ser os trabalhos para a "coroação" de um médium de acordo com seu orixá?

Exú pode assumir a "coroa" de um médium como se fosse seu orixá?

Para todas estas perguntas a resposta certa é NÃO!

A despeito de todo o carinho que devemos ter para com essas entidades, é preciso que fique bem claro que Exú vem na Umbanda como auxiliar das verdadeiras entidades deste culto. Se hoje em dia vemos por aí, Fulano de Belzebu, Cicrano de Lalu e outros mais, pode ter certeza de que, ainda que queiram se dizer umbandistas jamais o foram ou serão. Exú só assume comando quando o templo é de Quimbanda. Nem nos rituais Afro de raiz, Exú tem permissão para assumir a orientação de quem quer que seja, pois lá eles são considerados mensageiros dos Orixás.

Mas porque estou falando de Exú quando o assunto é preparação de médiuns? Muito simples e um tanto complicado como vamos ver.


A PREPARAÇÃO DE UM MÉDIUM NA UMBANDA Parte II

CONTINANDO ...

Vamos considerar que um médium procura um terreiro para se orientar no que tange à sua mediunidade e, em lá chegando, percebe-se que sua sensibilidade já despontou e que urge que ele continue a freqüentar as giras de desenvolvimento (quando elas existem).

O que normalmente acontece a seguir é que esse médium passa a freqüentar o terreiro e nem sempre é devidamente orientado pelo(s) seu(s) dirigente(s), para que comece a estudar sobre as coisas que ali acontecem e que podem acontecer quando ele vai abrindo a guarda para "o que der e vier", bem assim como, em conseqüência de um desenvolvimento desorientado, começa a "dar a cabeça" para qualquer tipo de vibração que se aproximar (você pode até rir: eu já vi gente que se dizia mediunizado pelo "cavalo de ogun") sem saber exatamente o que fazer ou como fazer.

Há alguns outros que, estando em giras de desenvolvimento, "não recebem quase nada" mas quando se trata de uma gira de Exú...

Nos dois casos, o primeiro pela ignorância (no bom sentido) e o segundo pela afinidade (perigosa nessa etapa de desenvolvimento) o médium corre perigo de começar "com o pé esquerdo", a não ser que, no primeiro caso, tenha um acompanhamento espiritual bastante positivo que, desde o começo assuma o comando de seu "aparelho".

No segundo caso, aqueles que por afinidade se sentem melhor desde o início em giras de Exús e Bombogiras pode significar que:

1- O médium sofre atuação direta de espíritos dessa categoria sem que para isso concorra sua vontade, o que impede que entidades de maior grau evolutivo se aproximem. O orientador deve, nestes casos, providenciar o afastamento dessa(s) entidade(s) para que os protetores reais possam se revelar.
2- O médium seja um admirador dos Exús e Bombogiras o que o sintoniza bem com essas entidades e facilita-lhes a atuação com conseqüências idênticas ao caso anterior. O orientador deve fazer ver a esse filho que ele está dificultando uma possível ação dos seus VERDADEIROS GUIAS.
3- Durante as incorporações com Exús e/ou Bombogiras o médium se sinta mais forte, mais seguro, o que o faz pensar serem eles os mais fortes e mais seguros. O que ele não sabe é que essa sensação acontece muito mais pelo tipo de energias bastante densas que essas entidades trazem consigo do que pelo seus possíveis "poderes".
4- Há ainda aqueles que, por sentirem o respeito e até o medo que essas entidades costumam induzir nos menos avisados, através da incorporação, dão vazão a alguns possíveis complexos que trazem guardados no recôndito de suas almas - com eles sentem-se poderosos, intocáveis. O orientador nesse caso, deve explicar a esses filhos que esse poder induzido é falso. Essa energia é da entidade incorporante e que o poder verdadeiro só chega para aqueles que alcançam o domínio da própria vontade, do próprio ser, conseguindo através disso, assumir as rédeas de sua própria vida.

Exús e Bombogiras, como já disse, encontram, não raramente, uma facilidade maior de contato com os seres humanos e desse modo, quando pretendem assumir o comando, o que não é correto, agem como obsessores transmitindo ao médium a segurança e as facilidades materiais que ele espera de uma entidade "positiva" e com isso bloqueiam e fazem com que o próprio médium bloqueie, os canais de comunicação com as verdadeiras entidades guias. Daí a importância do médium estar em contato positivo com seus verdadeiros guias ANTES de começar a "dar cabeça para Exús e Bombogiras".

Mas você poderia retrucar dizendo que isso tudo não é importante porque Exú consegue fazer trabalhos positivos, pode até curar, pode trazer segurança para o seu protegido e através disso tudo pode estar fazendo a caridade que acabará fazendo com que evolua, certo? Só que você estará cometendo o maior dos erros se pensar que Exú e Bombogira, a menos que trabalhem sob orientação superior e/ou já tenham conseguido evoluir a ponto de compreenderem que devem fazer isso tudo em função de uma Evolução que devem perseguir, vão estar trabalhando para você ou quem quer que seja de graça. Fique sabendo que, na essência, tanto Exú como Bombogira são entidades que sequer pensam em evolução. Normalmente estão ligados aos mesmos defeitos que nós humanos encarnados e, como nós, acreditam que o que é feito deve ser pago de alguma forma (lembre-se: eles não são mais evoluídos do que nós e têm os mesmos defeitos e às vezes até mais defeitos do que nós). Como será a cobrança e quando ela virá é um outro aspecto da questão. De início as cobranças dessas entidades podem vir sob forma de oferendas que não raramente vão aumentando em quantidade e qualidade. Se o devedor deixa de fazer seu pagamento a cobrança pode vir por perdas financeiras, litígios em família, doenças etc. etc. A compreensão de um Exú não orientado limita-se ao: "pediu tem que pagar". Somente quando tem oportunidade de receber orientações positivas de entidades mais evoluídas (e isso é um dos trabalhos de caridade que o médium pode fazer desde que mantenha-se sempre em contato com seus Verdadeiros Guias e faça de seu próprio comportamento um exemplo) ele consegue vislumbrar novas realidades até então não alcançadas por estar preso a um Campo Vibratório excessivamente denso. É o contato com essas entidades mais evoluídas que o fará compreender a necessidade do trabalho pela evolução e conseqüente libertação desse Campo Vibratório, e nesse caso, é o médium bem preparado que lhe facilita o acesso e a compreensão necessárias.

No caso do nosso médium iniciante, antes de qualquer tipo de trabalho com Exús e Bombogiras é imprescindível que ele:

1- Esteja em pleno contato com a(s) entidade(s) responsável(is) pelo seu desenvolvimento - normalmente um(a) Caboclo(a) ou Preto(a) Velho(a);
2- Tenha sido constatado pelo(a) dirigente que este médium consegue incorporações realmente positivas com essas entidades e que não use o pretexto da "incorporação" para sair dizendo ou fazendo o que não teria coragem de dizer ou fazer em estado normal (só isso aí já mostra o total despreparo que podemos observar até em muitos médiuns que se dizem "prontos");
4- Tenha em mente que o seu futuro trabalho com Exús e Bombogiras devem seguir orientações dadas previamente por seus protetores e guias (considerando-os positivamente ligados ao médium) e no início, sempre que lhe for determinado qualquer tipo de trabalho por essas entidades, este seja passado pelo crivo de uma entidade superior antes de sua realização.

Esse último item é tão importante quanto normalmente esquecido.

Torno a dizer: Se você está começando a trabalhar com Exú e Bombogira e não os conhece ainda profundamente, bem assim como suas reais intenções quando de você se aproximaram, CUIDE-SE! Já vi muito médium se "empolgar" com a suposta força de entidades deste tipo e que por "se sentirem poderosos" com elas, deixaram seus verdadeiros guias pela estrada da vida acabando por se enfiarem no baixo espiritismo com conseqüências terríveis para suas vidas a partir do momento em que começaram a ver e agir nessa vida pelo mesmo prisma em que seus Exús e Bombogiras desorientados viam e agiam.

Se você é desses médiuns que ao lerem afirmações como essas acham logo que é bobagem ou que é medo, "perca" um pouco de tempo (na verdade ganhe) observando friamente as pessoas que vivem trabalhando mediunicamente sob a influência desses espíritos (e elementais também).

Veja se com o tempo a cobranças (oferendas etc) não vão chegando, chegando, chegando.

Veja se essas pessoas podem ser consideradas felizes ou são pessoas de paz e que por isso possam lhe transmitir essa paz!

Observe principalmente que, se têm um tempo em que gozam de supostas alegrias e possivelmente até riquezas, mais cedo ou mais tarde, se não obedecerem fielmente as ordens de seus "protetores exús", acabam por caírem na mais pura miséria e desespero.

Observe, irmão, observe!

O médium iniciante, e mesmo os não tão iniciantes que já têm incorporações positivas mas que ainda não receberam ordem de trabalho devem ser sempre lembrados de que o trabalho mediúnico, longe da proteção da corrente (egrégora) de seu Terreiro, Templo, etc., deve ser evitado para sua própria segurança (atenderão os que forem realmente honestos).

Não raramente vemos médiuns que mal sabem caminhar por si, acharem que por "receberem" a entidade X ou Y no Terreiro (principalmente se for um Exú ou Bombogira), já estão preparados para "darem consultas" e "desmancharem" trabalhos. Se perguntados sobre o que sabem respondem logo:

-"Eu nada, mas é a entidade quem tem que saber tudo".

Esses são os eternos "CAVALOS DE ENTIDADES". São montados, usados, e não raramente largados mais cedo ou mais tarde por essas entidades que se diziam Esse ou Aquele e que quase sempre não são nem um nem outro.

Sorte a deles se por qualquer motivo ou até mesmo extrema boa intenção, conseguiram atrair para junto de si entidades que sejam realmente positivas e os possam levar por caminhos idem.Infeliz-mente isso não é o que acontece na maioria das vezes, pela inclinação natural do ser humano de querer usar a mediunidade como meio de conseguir notoriedade e até mesmo bens materiaiso que os faz se aproximarem ou atraírem entidades que pensem do mesmo jeito.

Pelo que vimos acima é de extrema importância que um médium iniciante receba informações precisas que, se bem aprendidas, o livrarão de boas emboscadas do baixo astral, não só no início, mas em toda a sua vida mediúnica.

Todo dirigente honesto e que tenha reais conhecimentos no trato com o mundo espiritual, elemental etc., tem que saber muito bem que não basta (para que um médium, e mesmo os que não se acham médiuns, venham a ser realmente positivos) que se cumpram os preceitos físicos (ex: freqüentar as reuniões, ser batizado dentro do ritual específico, realizar suas "obrigações" etc., etc., etc.) de sua doutrina religiosa (seja ela qual for). Se a pessoa não assumir um comportamento adequado com os ensinamentos, não for honesto e leal consigo e com os seres invisíveis (não para todos) estará fadada a grandes infortúnios.

Qualquer um que queira "ganhar o Paraíso" NO GRITO apenas por meios materiais, sem se preocupar com sua própria mudança interna, ESTÁ SE ENGANANDO e enganando a todos os que o seguem.

De nada adiantam os "breves", os "patuás", os "santinhos", os "azeites ungidos", os "dízimos", as "salvas", as "obrigações" as "peregrinações" se o adepto do culto (seja ele qual for) não procurar a melhoria de seu EU INTERIOR através do culto ao verdadeiro amor, e à verdadeira honestidade para com essas entidades positivas que se busca alcançar. Ninguém vai comprar, seja por que meios for, o seu lugar no paraíso. Não é e nunca será por presentes e oferendas que o homem se verá livre das mazelas que quase sempre atrai por seus próprios pensamentos, palavras e atitudes.

Por que nos preocupamos tanto com esses aspectos da religião?

Porque os erros que vemos hoje são ainda os erros que fazem parte do passado de todas as religiões.

Porque as pessoas procuram as religiões ainda nos dias de hoje, ou apenas para se livrarem de males que as acompanham ou para conseguirem através delas e de supostos santos ou seja que nome se lhes queiram dar, os bens materiais, a notoriedade diante de outros por suas "posições de destaque" nos cultos, auferidas por interesses não raramente mesquinhos, e até mesmo em cargos políticos conseguidos pelos votos de pessoas que acham que, por conseguirem eleger seus "representantes" estarão mais protegidas ou terão seus desejos satisfeitos e, em se tratando de Umbanda, Umbandomblé e principalmente Candomblé, muitos são os que se achegam para se exibirem com seus "guias", seus colares, enfeites e o pseudo poder de suas entidades, esquecendo-se que por trás e acima de tudo isso estão entidades que não são meros bonecos que aceitem todas essas demonstrações como atitude de seres que queiram realmente evoluir. Não entenderam ainda que para que haja religação (religião) é preciso que o ser humano saia dessa farsa em que se encontra e pare de achar que os seres espirituais superiores têm que aceitá-los como eles são e que "as portas do céu estão abertas" para todas essas ignomínias que cometem" em nome das religiões".

Entenda irmão, de uma vez por todas, que a verdadeira Umbanda (e acredito que todas as outras) foi criada na Terra para tentar elevar a consciência dos seres encarnados para mundos além desse material a que estamos presos temporariamente, no sentido de nos libertarmos aos poucos, do excessivo apego ao que de material existe, o que leva até mesmo ao fato de existirem desavenças e guerras onde irmãos chegam a matar outros em nome de um "DEUS", que pelo menos ao que se sabe, através dos ensinamentos de Jesus, só quer que as pessoas se compreendam e se amem. Pode haver maior contradição do que essa?

Nos preocupamos com esses aspectos da religião porque é preciso que todos os que nela se iniciam estejam cientes das responsabilidades que assumem consigo e com entidades mais e menos evoluídas que por certo se apresentarão para acompanhá-los pelos novos caminhos, bem assim como cientes devem estar de que, desde que devidamente orientados, cada um é responsável pelas ações comportamentais que os levarão às vitórias reais ou a pseudo-vitórias temporárias com conseqüências às vezes funestas.

Irmão Dirigente, Pai No Santo, Babalorixá ou outro qualquer nome que queira ter em cargo de chefia, desde que o seja de fato, preste atenção:

Mais do que nunca é importante que as pessoas sejam corretamente orientadas nos cultos que envolverem práticas com o "Mundo Invisível". Todos nós sabemos que as armadilhas do Baixo Astral existem, que não são meras lendas e que elas acontecem até com o nome de Jesus diretamente envolvido. Todos nós sabemos que os que hoje vêm em busca de orientação, poderão ser amanhã os que levarão esses conhecimentos a outros, dando continuidade e até melhorando as formas de propagação de nossas doutrinas e cultos, e desse modo, é de suprema importância que os médiuns que nos procuram sejam honestamente orientados, recebam ensinamentos que sejam importantes para aperfeiçoarem seus dotes mediúnicos de tal forma que possam ter acesso positivo às entidades dos diversos Planos Evolutivos e, principalmente, sejam levados a compreender que uma vez iniciado seu caminho dentro da Umbanda ou qualquer outra religião, sinceridade, honestidade, coragem e FÉ deverão ser as companheiras inseparáveis que os tornarão aptos a aprenderem com os que estiverem acima e ensinarem aos que estiverem abaixo.

Cada Dirigente de grupo ou Terreiro deve ter em mente que cada Ser que chega para ser orientado é como ele próprio - um Ser da Criação - e como tal, merece todo o respeito, cuidado e consideração daqueles que se aventuram a serem Líderes.

Cada Dirigente de Terreiro tem o dever de orientar seus dirigidos fazendo-os compreender suas responsabilidades e deveres para com o grupo, as entidades, os rituais praticados, consigo mesmo e principalmente com aqueles que vêm em busca de auxílio.

É muito importante que cada médium do Terreiro compreenda seu valor dentro do ritual e saiba que, se cada um der o melhor de si, todos serão beneficiados. É também muito importante que esses médiuns, iniciantes ou não, entendam que o grupo a que pertencem é tão poderoso quanto o indivíduo mais fraco que ali esteja (em outras palavras e como costumamos ouvir: "a corrente é tão forte quanto o mais fraco de seus elos"), e dessa forma, ainda que o Chefe do grupo "tenha grandes poderes mediúnicos", se houver no grupo pessoas medrosas, vacilantes, despreparadas, pessoas que por qualquer motivo possam ser presas fáceis do Baixo Astral, pode ter certeza : É por essa(s) porta(s) que uma "derrubada" pode começar.

Raciocinando sobre tudo o que foi dito, veremos que:

1- Médium iniciante deverá sempre freqüentar Sessões especiais onde vai começar a aprender a ter contatos positivos com o Mundo Invisível;

2- Médiuns iniciantes não devem participar de Sessões de Trabalho antes de terem preparação adequada, para que não comprometam a segurança do Terreiro e a sua própria.

3- Médiuns iniciantes devem ser "trabalhados" para que consigam real contato com suas entidades protetoras e guias antes de se aventurarem a participar de trabalhos pesados e até mesmo de Giras de Exú.

4- A preparação adequada de um médium iniciante tem que incluir obrigatoriamente a aprendizagem de conceitos como FÉ, HONESTIDADE (em todos os sentidos), CORAGEM (ausência de medo), e PERSEVERANÇA.

É tão importante essa fase de preparação que é a partir daí que se poderá formar médiuns de caráter, conhecimentos e possibilidades mediúnicas exemplares ou pessoas com dotes mediúnicos, conhecimentos e caráter deturpados por medos, prepotências, dúvidas, inseguranças, e como conseqüência, com atuações espirituais duvidosas, tanto no que diz respeito à atuação em si (como no caso de animismo, quando o médium pensa estar atuado e não está), como em relação ao real valor das entidades que realmente atuem sobre ele.

Se o médium é dado como "pronto" e verdadeiramente não está, longe de vir a ser mais um auxiliar positivo para os trabalhos do grupo, ele fatalmente virá a ser o "Ponto Fraco" por onde mais cedo ou mais tarde poderão se infiltrar elementos do Baixo Astral com todas as conseqüências.

Em relação a si próprio, o médium enganado (há também os que gostam de se enganar),pensando contar com a presença positiva de entidades idem, poderá vir a cometer erros comportamentais e ritualísticos que acabarão por atrair para ele (e talvez para outros) problemas de grande monta, levando-o até mesmo, na melhor das hipóteses, à descrença e ao abandono do culto.
Não vou me alongar mais por enquanto. Faço isso em um próximo texto.

Vou terminar esse capítulo com a letra de um Ponto Cantado por nossas entidades que por certo merece um pouco de atenção.



MEDIUNIDADE "ESPONJA" PARTE I



Com esse nome "batizei" o tipo de mediunidade sobre o qual discorreremos abaixo.
Quantos de nós em começo de desenvolvimento ou mesmo muito depois, lidamos com esse fenômeno e não sabemos exatamente como ele ocorre e, principalmente, como lidarmos com ele sem que saiamos afetados mais ou menos seriamente?
Bem! Para quem ainda não sabe o que vem a ser a mediunidade "esponja", devo explicar que é um fenômeno através do qual o médium sente em seu próprio corpo as sensações que uma outra pessoa sente no seu, a ponto de até, às vezes, acusar em exames específicos, o mal que absorveu de outrem. É como no caso em que você recebe uma pessoa em sua casa, Terreiro, etc e, mesmo num "papo amigável" vão-lhe sendo contados os inúmeros problemas que a acompanham. No caso de você ter esse tipo de sensibilidade, não raramente acaba por sentir "em sua própria pele" todas as sensações que essa pessoa carrega consigo. Desse modo, se essa pessoa está extremamente triste, você passa a sentir uma tristeza que não sabe de onde vem; se ela têm um problema sério no pulmão, você passa a sentir os sintomas da doença que a acompanha e outras coisinhas mais.
É claro que, se isso não acontece com você, pelo menos já ouviu falar por outros.
Vamos tentar ser o menos "científicos" possível para deslindar de uma vez por todas os fatos que causam essas sensações e como lidar com elas no sentido até de salvaguardar sua própria saúde já que, com a continuidade, muitas vezes o que são apenas sensações podem se transformar em verdadeiros males físicos num futuro muito próximo.
Todos devem estar bem lembrados sobre o como chamamos sua atenção para a Aura e como ela pode ser afetada por energias externas, embora ela seja, em princípio, produto de eclosão de energias internas suas, certo?
Se você vem acompanhando os textos sobre mediunidade, Auras, Chakras, etc. aqui postados, com certeza já pode até ir deduzindo de que forma esse fenômeno já estudado pela parapsicologia pode estar acontecendo. Se não, acompanhe então o raciocínio atual que dá para chegar lá.
Partindo-se do princípio de que esse campo energético (Aura) que nos rodeia pode ser atuado por energias externas e, principalmente pelo fato de que nosso Chakra Solar (aquele que tem atuação direta e também atua diretamente sobre nossas emoções) pode nos ligar diretamete ao emocional de outrem, podemos deduzir daí que, ao nos aproximarmos de pessoas que tragam junto a si um excesso de cargas energéticas que se traduzem em doenças, por exemplo, desde que com elas compactuemos ou que por seus problemas nos interessemos sobremaneira (o que acaba nos sintonizado com o mal que a acompanha), automaticamente criamos um elo ou elos de ligação entre os Chakras emocionais delas e nosso, resultando daí uma canalização energética que faz com que energias delas passem direto para nós e vice-versa - este é, inclusive, um dos motivos que fazem com que, às vezes, essas pessoas se sintam muito melhor depois de estarem em nossa presença, compartilhando de nossas energias, mesmo sem que disso se apercebam.
Na verdade, e em outras palavras, quando nos ligamos, emocionalmente, ao problema de outrem ou de outrens, acabamos por criar pontes ou túneis de duas mãos, através dos quais energias circulam em trajetos de idas e vindas, Aura para Aura e, em casos como este, certamente acabamos abalados, uns mais, outros menos, pelas energias que acabamos por absorver.
Já perceberam, por exemplo, que não raramente, acontece de se ter mais inseguranças quando se trata de ajudar emocionalmente, mediunicamente ou em casos de doenças mais violentas, às pessoas que estão mais próximas a nós (marido, esposa, filho, tio, etc.) do que a um total desconhecido?
De onde vem essa insegurança? De onde vem esse medo de errar com eles já que não o temos com outros?
Já pensou sobre isso?
- "Mas o que fazer nessas situações?" - perguntariam.
- "Como me defender ou me livrar dessas sensações, já que possuo esse tipo de mediunidade?"
- "Isso acontece comigo e acabo ficando dias abalada(o) e até sem vontade de viver"...
- "Mas já que a pessoa fica melhor, isso também não é uma forma de CARIDADE? Então, se for é válida, não?"
- "Consigo menos com meus entes queridos porque tenho mais medo de errar com eles?"
Desse assunto trataremos em uma segunda parte.
Recebam todos um Sincero e Fraterno Abraço e votos de muita PAZ, HARMONIA E AMOR FRATERAL EM SUAS VIDAS.



EDIUNIDADE "ESPONJA" PARTE II (FINAL)

CONTINUAÇÃO.Meus Caros e Prezados maninhos.
Antes mesmo de darmos continuidade ao assunto: Mediunidade "Esponja", gostaria de, mais uma vez, realçar a necessidade de estarmos sempre e sempre, o máximo possível, buscado nossos verdadeiros caminhos em direção à nossa Paz Interior e, consequentemente, à nossa Evolução Espiritual. Para tal, reforço a necessidade de pesquisarmos, compararmos informações, colocarmos em prática sempre que possível e conosco mesmo, possíveis ensinamentos que não venham a nos prejudicar em relação às práticas ritualísticas que escolhemos como religião, sejam elas quais forem.
É preciso que entendamos, lá dentro de nós, que MEDIUNIDADE não é coisa RELIGIOSA, não depende de RELIGIÃO e, embora possa ser orientada através delas, pode e deve ser estudada à parte por todos os que se preocupam com esse dom que, MUITO LONGE DE SER UMA PRAGA, pode ser, para os que a vêem com olhos e mentes equilibradas, um caminho para o auto-conhecimento e, consequentemente para um auto-equilíbrio, mormente quando chegamos a compreender que, através dela, temos a condição de nos conectar a outros planos de existência e chegarmos à conclusão final, lá bem dentro de nós, de que a MORTE não é MORTE.
Faço esse aparte porque, também não raramente, vejo entre nós mesmos, os que se dizem espíritas, espiritualístas etc, um terror incrível dessa tal de MORTE e também, quando não é o próprio caso, a revolta com a "MORTE" de entes queridos nossos que, às vezes, mesmo sofrendo em vida com males incuráveis por enquanto pelo menos, são mantidos "artificialmente vivos" numa ânsia de que, um dia, sei lá quando, possam reviver na própria matéria já "apodrecida", desde que isso não lhes interrompa a vida atual. Seria isso mesmo uma atitude divina? Prender na matéria doentia espíritos que poderiam estar livres para poderem reecarnar mais sadiamente?Deixo isso para que todos pensem com muito amor a respeito e possamos debater futuramente, sem hipocrisias.
Isso bem compreendido, vamos então à nossa conclusão.
Ficamos, desde o início do assunto, com as seguintes colocações:
- "Mas o que fazer nessas situações?" - perguntariam.
- "Como me defender ou me livrar dessas sensações, já que possuo esse tipo de mediunidade?"
- "Isso acontece comigo e acabo ficando dias abalada(o) e até sem vontade de viver"...
- "Mas já que a pessoa fica melhor, isso também não é uma forma de CARIDADE? Então, se for é válida, não?"
- "Consigo menos com meus entes queridos porque tenho mais medo de errar com eles?"
Vamos partir do princípio de que você tenha a mediunidade esponja e, como já vimos, passa pelas sensações já descritas.
Sabendo de antemão, que essas sensações são fruto da canalização energética entre seu Chakra Solar e o das pessoas, e que esse SEU Chakra é ativado pelas SUAS EMOÇÕES, então o primeiro passo a ser seguido é: CONTROLE SUAS EMOÇÕES E PROCURE NUNCA SE SENSIBILIZAR COM OS PROBLEMAS ALHEIOS.
- "Ah, mas isso seria falta de caridade. Como não me sensibilizar com um problema que está me sendo levado por uma pessoa necessitada?" - diriam logo alguns.
Não se sensibilizar, não quer dizer, de forma alguma, NÃO AJUDAR, muito pelo contrário - você ajuda muito mais na medida em que NÃO PARTICIPA DAS MESMAS EMOÇÕES DAS PESSOAS, ou seja, consegue se manter isolado(a) dessas emoções e RACIONALMENTE EQUILIBRADO(A) para buscar as medidas certas a serem tomadas em cada situação.
Quando você se envolve emocionalmente com o problema ou os problemas alheios, acaba por se ver evolvido(a) nele e, pelo fato de haver trocas energéticas, nesse caso desordenadamente, descontroladamente, acaba também enfraquecido(a) pelas energias que recebe dele(s). Nesse caso, a possível "caridade", acaba por se tornar um verdadeiro inferno para quem tenta executá-la.
Cada um dos que possuem esse tipo de mediunidade, também o possuem em maior ou menor grau, exatamente como no caso das outras e, dessa forma, uns são mais afetados e outros menos. Há casos, como já foi dito, em que a sensibilidade é tanta que o médium, além de sentir o efeito das energias (dores, mal estar, etc.) que se traduzem em doenças, por exemplo, também ACABA FICANDO DOENTE, da mesma doença que a pessoa sofre - exatamente porque absorveu e não conseguiu se livrar das cargas energéticas doentias (verdadeiros miasmas).
Percebam que isso acontece muito em casos de mães e filhos. Quem já não ouviu falar ou mesmo passou pela experiência de ter um(a) filho(a) sofrendo de um mal e a mãe sentir todas as dores por ele(a)?
Eu mesmo tive nefrite e pielite (inflamação e pus nos rins) quando criança e quem sentia as dores nos rins, que eu deveria sentir, era minha mãe que já tinha mediunidade na época mas sequer pensava em tratá-la. Isso era TABU em nossa família.
Ainda pelo lado do abalo energético por que a pessoa passa pelo fato de ter recebido da outra um excesso de cargas negativas, devo explicar que esse fato acaba por induzir no médium um certo grau de INSTABILIDADE EMOCIONAL (fora o resto) com conseqüente INSEGURANÇA que, por sua vez, acaba aumentando ainda mais sua instabilidade emocional e por aí vai. Já deu pra perceber que, se isso continua, aonde vai parar esse médium, não?Bem compreendido o primeiro passo, vamos então ao segundo:
Sabendo-se portador desse tipo de sensibilidade e querendo realmente ajudar sem ser afetado(a), antes de entrar em contato com pessoas com grandes problemas, CRIE MENTALMENTE UMA BARREIRA ENERGÉTICA ENTRE VOCÊ E ELAS.
Sua mente, mesmo que você não queira crer, pode comandar as energias que o(a) circundam de forma a auxiliá-lo(a) ou não. Perceba que, se você está sendo atuado através de seu Chakra Solar, isto só está acontecedo porque sua mente se deixa envolver pelos problemas dos outros, o que faz com que o Chakra emocional se abra e receba o que não deve. Ora, se isto acontece assim, por que não acontecer de forma diferente? Se sua mente pode abrir o Chakra, porque não pode fechá-lo?
NÃO PODE SE VOCÊ NÃO CRER NISTO!Através da força de sua mente você pode criar uma espécie de parede energética que será tão forte quanto sua vontade e crença de que a está construindo (É PRATICAR PARA VER SE É VERDADE OU NÃO!) e, com isso, manter-se isolado(a) para que possa raciocinar equilibradamente com o fim de, aí sim, AJUDAR SEM SER AFETADO(A).
Ajudar sendo afetado(a) é o mesmo que DESPIR UM SANTO PARA VESTIR O OUTRO. Você não precisa ficar mal para que outros fiquem bem! Entenda isso, pelo amor de Deus. Isso não é caridade, é ingenuidade!Ah, mas então eu também posso fazer minha firmeza antes e pedir proteção dos meus Guias, certo?
Pode sim! Claro que pode. Mas será que você vai poder sempre ter esse tempinho para fazer sua firmeza, acender suas velas, arrumar o Gongá, etc.? Será que uma situação como esta não poderá acontecer na rua, numa casa que você esteja vistando em que morem até mesmo pessoas que não comunguem com sua crença? Pois é! Pode sim, certo? E aí?
Vou deixar bem claro, e espero que você entenda, senão hoje, mas pelo menos algum dia que, Protetores e Guias NÃO SÃO CABIDES nos quais devamos nos pendurar eternamente sempre que algum perigo nos rondar. O Pai ou Mãe maior (depende de sua crença) nos presenteou com nossos próprios meios de subsistência nesse campo. O que precisamos é aprender a usar nosso potencial, nossa FÉ e, para isso, temos que:
1) Perder os medos;
2) Acreditar em nós mesmos, em nossos potenciais (não confunda com prepotência);
3) Ativar a Força que temos em nossa mente;
4) Usar essa coisa que todos acham muito bonito falar (a Fé) e quase ninguém a põe em prática e, com isso;
5) Colaborar positiva e eficazmente com esses nossos Protetores e Guias, guardando-os apenas para situações incontestáveis.
Mas digamos que mesmo criando sua barreira você ainda foi afetado(a) pelos problemas do(a) necessitado(a). O que fazer então?
Primeiro passo: Trabalhe em sua mente, atuando em sua Aura, para que ela se liberte dessas energias. Isto pode ser feito através de mentalizações durante as quais você deverá concentrar seu pensamento de forma a criar uma imagem mental (uma forma-pensamento, lembra-se?) na qual essa energia que o(a) incomoda começa a se deslocar pelas mãos e pés, por exemplo, abandonando seu corpo. Você pode, se achar melhor, fazer isso até debaixo do chuveiro imaginando que essa energia se esvai ralo abaixo (e isso funciona, pode ter certeza!). Pode mesmo fazer uso da ajuda de banhos específicos de acordo com a ritualística que você segue, desde que sua mente esteja firmemente direcionada para os objetivos a serem alcançados - se livrar da(s) energia(s) que o(a) incomoda.
Na medida em que você conseguir um controle maior sobre sua mente, muitas vezes nem vai precisar de rituais específicos de liberação, mas enquanto isso não é possível, vá por exemplo à beira do mar e entregue a Yemanjá essas energias que o(a) estão acompanhando. Ou pare numa encruzilhada, peça licença e chame seu Exu Guardião pedindo-lhe que o(a) ajude a se livrar daquele "carrego". Mas o mais importante em qualquer um desses casos, é que SUA MENTE, a mesma que abre ou fecha seus canais de comunicação com essas energias, ESTEJA DISPOSTA A LIBERÁ-LAS. Dá para entender?
Uma outra coisa bem importante é que: DESCARREGUE-SE O QUANTO ANTES - quanto mais tempo essas energias permanecerem em sua Aura, mais se agregarão a ela e, ato contínuo, acabarão por trazer sérios incovenientes para você além, é claro, do fato de que, QUANTO MAIS AGREGADAS, MAIS DIFÍCEIS DE SEREM RETIRADAS.
Se você começar a pensar assim, indiferentemente do fato de ser Umbandista, Candomblecista, Kardecista, etc, verá sérias modificações, para melhor, em sua vida mediúnica, desde que creia e fortaleça cada vez mais sua mente nesse sentido.
Esse problema do ENVOLVIMENTO EMOCIONAL é de tanta importância que em Candomblés e Umbandomblés existe, a rigor, a proibição de, por exemplo, o marido tratar ou mesmo mexer nos apetrechos ritualísticos de sua esposa, bem assim como de seus filhos etc. Meter a mão na cabeça, nem em sonhos!
Mas se você leu com atenção sobre o que um envolvimento emocional pode causar no médium, poderá muito bem entender o PORQUÊ DESSA PROIBIÇÃO, embora muitos que a propalam, só o façam por questões de TRADICIONALISMO, sem nem bem entender os motivos reais.
Uma outra coisa que vou aproveitar PARA QUE PESQUISEM EM SUAS EXPERIÊNCIIAS PESSOAIS é o seguinte:
Os médiuns que estão mais propensos a esse tipo de mediunidade "esponja" são os que têm Omulu ou Obaluaiê até o terceiro santo e Oxum até o quarto. Também os filhos de Ogum (com menor propensão) se a coroa é de Ogum Megê (ou Mêge, como preferem alguns).
Nas Umbandomblés, Iansã do Bale preferencialmente como primeiro ou segundo santo e também os filhos de Oxalá Alufan ou Oxalufan costumam ter esse tipo de mediunidade mais aflorada.
Você acha que me arrisquei dizendo isso? Pesquise então! Observe pessoas com essas configurações de coroa e pergunte-lhes se isso acontece com eles ou não. Se não mentirem ...
Você verá, com o tempo, padrões energéticos bastante semelhantes entre todos.
Vou mais a fundo ainda. Um médium que tenha na coroa Oxum e Omolu (ou Obaluaiê) como primeiros santos, sendo qualquer um dos dois o primeiro, se não tiver um Ogum ou Oxossi no terceiro, com certeza tenderá a ser "esponja", ou seja, terá mais aflorado esse tipo de sensibilidade.
É muito importante, no entanto, que você entenda que a presença desse tipo de sensibilidade muito aflorada nesses médiuns NÃO É OBRIGATÓRIA. Costuma acontecer MAIS com eles por razões que não cabem aqui, no momento, discutirmos.
Espero ter podido colaborar um pouco mais e positivamete com o conhecimento de todos. Quaisquer dúvidas sobre o texto ou mesmo novas que tenham decorrido dele, estou pronto a esclarecer.
Recebam todos um Sincero e Fraterno Abraço e votos de que OXALÁ nos guie sempre pelos caminhos da verdadeira LUZ.


PERGUNTAS E RESPOSTAS


Ao iniciar este Blog, em maio deste ano (2007) tinha como objetivo criar algumas páginas inovadoras, mas não a ponto de desfigurar a Umbanda ou qualquer outro culto com possíveis delírios oníricos, fantasias e crenças absurdas, como já tive a oportunidade de expor, ainda que nas entrelinhas.

Inovadoras no sentido de expor, tanto para iniciantes quanto para pessoas com mais "tempo de santo", parte das experiências que tive (e ainda venho tendo) na convivência (poderíamos dizer assim) com entidades espirituais bem assim como com encarnados necessitados ou não.


Por conta disso tudo criei esse Blog no qual tento desenvolver textos com palavras fáceis e reflexões o mais explicadas possível. No entanto, UMBANDA e a MEDIUNIDADE não são coisas muito fáceis de se entender e, por mais que tentemos, sempre ficam algumas dúvidas pelo caminho.

As perguntas e respostas que estão abaixo foram escolhidas de uma série feitas aqui mesmo (e não publicadas por conterem e-mails) e em outros lugares virtuais e não virtuais. Espero que sejam respostas que sirvam, senão para todos, pelo menos para uma boa parte dos que já fizeram deste Blog um de seus favoritos.

Em outra oportunidade, se houver mais perguntas aqui não colocadas mas que sejam de interesse geral, possivelmente outra página como esta será aberta.
Espero que as respostas aqui colocadas possam sanar algumas dúvidas de quem as tiver.

Sobre PONTOS RISCADOS.

1- Como posso obter o Ponto riscado do Caboclo Cobra Coral, por exemplo?R: Você não pode. Se trabalha com o caboclo, aguarde até o momento em que ele vai poder riscar, através de você mesmo, o seu próprio ponto que será a princípio sua assinatura - uma forma de você e outros saberem que quem está ali, incorporado, é ele mesmo. No entanto, é muito importante que, se você for médium muito consciente, não risque jamais esse ponto por você mesmo. O Ponto Riscado de uma entidade é tão importante que ela NÃO O RISCA COMPLETAMENTE na frente de todos e a razão está em que, se assim o fizer, num futuro próximo alguém vai poder estar imitando e dizendo estar "tomado(a)" pela mesma entidade. Já pensou isso numa Gira da IURD? Seria a PIRATARIA dos Pontos Riscados.

2- "Meu" Caboclo riscava um ponto antes a agora, que mudei de terreiro, ele modificou o ponto dele. Por que?R: Modificou muito? Ou apenas acrescentou ou retirou algum detalhe?
Essas perguntas, em resposta, cabem porque não é comum uma situação destas e parece até estranha. No entanto, pode ser (apenas pode ser) que no caso de inserção ou retirada de algum símbolo, se deva à sua nova forma de trabalhar junto às entidades do novo local bem assim como à egrégora. Se trocou o ponto todo, aí isso tem que ser estudado mais a fundo porque o que parece é que a entidade espiritual não é mais a mesma, ainda que dê o mesmo nome de falange.

3- "Meu" Preto Velho já risca ponto há muito tempo. No entanto, tem vezes que ele risca uns símbolos a mais e quase sempre diferentes uns dos outros. O que isso significa?
R: Significa que ele está usando seu próprio Ponto de Força para, com algumas modificações, movimentar energias e elementais para trabalhos diversos. Isso não é raro quando tratamos com entidades de fato e que detém o conhecimento de como atuar no mundo astral através de seus Pontos Riscados.

4- Minha criança nunca riscou ponto. Isto está certo?R: Se está ou não está, é uma decisão dela, levando-se em conta que você seja médium preparado e outras entidades até já tenham riscado seus pontos através de você. Em verdade mesmo, eu nunca vi criança riscando ponto de fundamento mesmo. Já vi até ensaiarem alguns riscos no meio daquelas brincadeiras que sabem muito bem fazer, mas riscar mesmo, como Caboclo e Preto Velho, eu ainda não vi, ainda que alguns autores insistam em dizer que riscam.

PERGUNTAS GENERALIZADAS
1- Exu Mirim é criança de Umbanda?

R: Exu Mirim, o nome de falange já diz: é um Exu (uma entidade nessa categoria) que se apresenta como criança mas faz parte, evolutivamente, das falanges de Exus. São conhecidos também como Erês da Poeira e nessas falanges se apresentam ELEMENTAIS e ESPÍRITOS HUMANOS que habitam Planos Vibratórios bem próximos ao nosso. Costumam ser "da pá virada" e se não doutrinados, criam situações não muito agradáveis, tanto para seus médiuns como para quem os assiste. Podem, no entanto, vir a ser trabalhadores muito positivos, desde que tenham aprendido a trabalhar dentro das regras da Umbanda, junto às demais crianças e sob a tutela de um Preto Velho, Caboclo ou Exu de Lei. Uma característica geral bem marcante dos Exus Mirins é a de que fazem de tudo para aparecerem - são carentes de afeto, principalmente.
Crianças que sofreram maus tratos quando em vida, que se "perderam na vida" ou tiveram sérios traumas sentindo-se revoltados com isso; que não tiveram acesso à Educação no sentido de dominação de instintos e reações, costumam fazer parte dessas falanges.
Pelo lado dos Elementais Naturais (Encantados) que também povoam esse nível, costumamos encontrar aqueles que, ainda em fase de formação inicial de suas existências extra físicas, não separam bem de mal ou não reconhecem situações como bem ou mal (como quaisquer uma de nossas crianças nas fases mais elementares de suas vidas encarnadas). Eles apenas reagem de acordo com o que sentem ou agem de acordo com o que necessitam, por puro instinto. Esses elementais (ou encantados) assumem formas diversas e, numa vidência, podem nos aparecer como figuras, se não estranhas, pelo menos interessantíssimas, até mesmo de diabinhos, se esperam que assim sejam mais apreciados.

2- Por que Preto Velho e Caboclo fumam nos Terreiros?
R: Eu não diria que fumam porque eu nunca vi ENTIDADE DE LEI tragar, seja cachimbo ou charuto. O que acontece, na verdade é que eles se valem desses "artifícios" para defumarem, espargindo no ambiente e nos consulentes, a energia que sai do médium, modificada pelo aroma dos fumos específicos. Existe uma modalidade de "passe" que é chamado de "passe de sopro". Nessa modalidade, tanto o doador encarnado quanto o desencarnado incorporado, sopram para o paciente, a energia ectoplásmica da qual ele necessita. Você já deve ter visto isso nas baforadas dos Pretos Velhos e Caboclos, não?

3- Por que entidades de Umbanda bebem?
R: A bebida tem uma aplicação especial quando comedida e não exagerada. Essa aplicação está baseada no fato de que a bebida alcoólica principalmente, atua no médium de diversas formas que acabam facilitando a incorporação mais firme de certas entidades. Vamos tentar compreender: Em primeiro lugar o álcool modifica o estado psíquico de qualquer pessoa provocando, inicialmente, mais relaxamento - um dos comportamentos pedidos a médiuns para que as entidades possam melhor chegar e se assentar. Dando-se continuidade ao ato de beber, esse estado psíquico vai se alterando mais ainda até chegar num ponto em que até mesmo a atenção e certas "travas" que temos de âmbito psicológico, vão se relaxando e, com isso, permitindo que a personalidade espiritual, que não está sentindo os mesmos efeitos, possa se expressar melhor e mais nitidamente, com cada vez menos interferência do médium. Em maior quantidade e se for por conta da entidade mesmo e não pela vontade do próprio médium, este chega até mesmo ao ponto de se anular e permitir uma incorporação quase que total, com inconsciência e tudo.
É fácil de entendermos se observarmos os "bebuns" de plantão na vida normal, não mediúnica. Perceba como eles vão passando por vários estágios desde que começam a beber e, se abusarem, começam a falar demais (nesse estágio seus "freios" já estão soltos) e na continuidade acabam até "apagando". Nesse caso específico, quando não há entidade incorporada, o sujeito pode até mesmo, em certa fase, exteriorizar seu estado psicológico e anímico a ponto de sair falando sobre coisas de que nunca falou antes.
Algumas entidades aproveitam-se dessa vulnerabilidade da matéria e, "bebendo", abrem caminho para incorporações quase que sem barreira alguma.
Pelo lado espiritual, percebemos que, ao beber, acontece um relaxamento de AURA, permitindo dessa forma, que a entidade incorporante tenha mais facilidade de se conectar aos centros mediúnicos do médium já que naquele estado ele perde os medos e pode chegar até a "apagar".
É claro que todo esse processo tem que ser muito bem controlado pela entidade que assim age porque, conseqüentemente, ela se torna responsável pela condição em que vai deixar o médium após. E é claro também, que não só entidades de Lei conhecem essas formas de fragilizar as defesas do médium. A diferença é que os obsessores forçam o humano a esses comportamentos INDUZINDO-LHES A VONTADE E O USO CONTÍNUO, enquanto entidades de Lei só o fazem enquanto incorporadas, sem deixar "vontades posteriores" no médium.

4- E essas entidades que já chegam bêbadas. O que você teria a dizer sobre elas?
R: Essa é uma resposta que eu pensei muito se daria ou não, porque certamente envolve a crença de muitos que vêem em entidades desse tipo, verdadeiros mitos, quando não são. E porque digo que não são? Vamos a um raciocínio lógico partindo do princípio de que estejam realmente bêbadas e isso não seja teatro delas?
Vamos lá: Quem deu de beber a esses espíritos antes deles chegarem? Se a resposta foi ninguém, então é sinal de que eles, para poderem absorver álcool, ou tiveram que se encostar em alguém ou absorver esse álcool até mesmo de algum armazém ou encruzilhada. E que tipo de entidade se encosta, aqui ou ali pra absorver a essência do álcool no intuito de manter "em morte" o que provavelmente mantinha em vida? É só uma questão de raciocínio e eu nem vou me alongar mais nessa análise. Só vou dizer que entidades deste tipo ALÉM DE NÃO SEREM DE UMBANDA, têm que ser muito bem encaminhadas ou doutrinadas no caso de seu médium ter realmente que com elas trabalhar, caso contrário ...

5- Mas e quando chegam, nem bebem e deixam o médium bêbado?

R: Mais uma razão para que o responsável pela Gira as chame de volta (se "tiver na unha", como se diz) e as obrigue a deixar o médium em perfeito estado, fazendo-as aprender desde cedo, que ali naquele Terreiro de Umbanda ELES SÃO APRENDIZES E NÃO PROFESSORES.

6- Abri meu Terreiro de Umbanda e, quando por ocasião da visita de um babalorixá, fiquei sabendo que tinha que mexer nos fundamentos da casa para enterrar uma coisas e firmar o orixá regente. Tenho que fazer isso mesmo?

R: Meu caro. Se o seu Terreiro é de UMBANDA e não de CANDOMBLÉ, você não tem que fundamentar a casa da mesma maneira que fazem por lá. Os fundamentos de uma casa de UMBANDA estão nas firmezas que os GUIAS CHEFES (quando GUIAS DE FATO) determinam e em seus PONTOS RISCADOS (que não existem por lá) específicos para isso que devem estar nos locais também por eles indicados.

7- Mas ele me disse também que para preparar médiuns eu teria que "raspar pro santo". O que faço?

R: Continuo dizendo: Se o seu Terreiro é de UMBANDA, você não tem nada a fazer em termos de raspagem. Se você recebeu ordens para abrir Terreiro, lembre-se de que isso é uma enorme responsabilidade, principalmente quando se tratar de preparar novos médiuns, mas não quer dizer que você tenha que cumprir rituais de Candomblé para praticar Umbanda. Seria o mesmo que os pastores terem que se sagrar padres para poderem ser pastores evangélicos, já que a ICAR é muito mais antiga que a IURD e ambas se fundamentam nos mesmos livros, com interpretações diferentes, é óbvio!

8- Fui num Terreiro e fiquei sabendo que vou trabalhar com o Caboclo Pena Verde. Queria saber do que ele gosta e como ele se veste porque estou com um dinheiro em sobra e pretendo aproveitá-lo pra ir logo comprando o que for preciso.

R: Eu chamo isso de "botar a carroça na frente dos burros". Pegue o seu dinheiro e bote numa caderneta de poupança ou outra aplicação qualquer, já que não tem uso pra ele no momento.Quem disse que o seu Caboclo Pena Verde vai ter que ser igual a qualquer outro? Quem lhe disse que ele vai querer usar isso ou aquilo? Ou será que já temos uniformização de entidades na Umbanda também?
O caso é o seguinte: Você nem sabe, com toda a certeza se vai trabalhar com essa entidade porque nem começou a desenvolver. Daqui a algum tempo, depois que a entidade se manifestar mesmo e puder falar através de você, pergunte a ela. Acho que se for ela mesma a falar, você vai ter uma surpresa enorme.

9- Tenho uma entidade que se diz Cigana das Almas mas que nas giras de Cigana se apresenta como Sulamita. Afinal de contas, quem é ela? Sulamita ou Cigana das Almas?

R: Pois é! Está aí uma encruzilhada legal! Ela deve se apresentar como Pomba Gira Cigana das Almas em Giras de Umbanda, certo? Se for é porque ela é realmente uma Pomba Gira da linhagem dos ciganos que, no entanto, quando se trata de Sessão de Ciganos, especificamente, pode se apresentar com o outro nome porque nessas giras "não baixam Pombas Giras", ou pelo menos assim acreditam.

10- Meu pai de santo disse que eu tenho um oriental que pode trabalhar com curas e que eu deveria procurar outro lugar já que ele não trabalha com a linha do oriente. O que você tem a dizer?

R: Em primeiro lugar que o termo correto é PAI NO SANTO e não DE SANTO porque ele é "seu pai" (orientador) na linha de santo e não pai de qualquer santo
Desculpe-me, aproveitei pra dar uma explicação sobre uma terminologia errada mas que, mesmo errada continua a ser difundida.
Em segundo lugar, achei seu Pai NO Santo muito honesto, não pretendendo prendê-la em seu Terreiro e abrindo-lhe a porta para que você procurasse um lugar que pudesse lhe dar melhores informações sobre o seu "carrêgo espiritual" que, como ele mesmo diz, não está dentro de sua alçada.

Perfeito! Você pode continuar amiga de seu Pai NO Santo (porque ele é honesto) e continuar seu caminho com outro(s) orientador(es).

11- Já estou num terreiro há dois anos e nunca recebi nada. O que faço?

R: Você é médium de incorporação? Tem certeza? Se for, então é porque o Terreiro em que você está não agrada seu carrêgo espiritual e, provavelmente, se você lhe der chance, vai encaminhá-lo futuramente para outro lugar. Simples assim.

12- Com quanto Exus eu posso trabalhar?

R: Êta perguntinha danada, sô! Para explicar tenho que fazer uma introdução de alguns conceitos.
Vejamos: Você recebe, desde o nascimento a influência maior de uma ou duas Vibrações Originais, ou de Raiz ou de Orixás. Tudo bem até aí?

Pois bem. Essas Vibrações Originais que são na verdade as ENERGIAS que mais lhe afetam e estão mais em sintonia com suas glândulas pineal, pituitária e outras, permitem que, através de você, se apresentem diversos tipos de entidades espirituais de diversas classes e padrões evolutivos, desde os mais altos até os mais baixos. Numa determinada faixa vibratória encontramos os nossos amigos EXUS e POMBA GIRAS que também podem atuar em você através dessas canalizações energéticas.
Pois muito bem. Digamos que você esteja sob influência maior da Vibração Original a qual damos o nome de OGUM que, por conseqüência do que já foi dito, lhe permitiria, por exemplo, a atuação de Tranca Ruas, Rompe Fogo, Pimenta e outros. Nesse caso você poderá, de acordo com a gerência de sua coroa, trabalhar incorporando um deles e ter até outro, da mesma vibração (orixá), como dirigente ou chefe. Como não recebemos apenas a influência de uma Vibração Original, então temos o que chamamos o segundo santo, o terceiro, o quarto ... e cada um deles permite a canalização de outros tipos de Exus de acordo com seus padrões vibratórios, de forma que, talvez, você venha a trabalhar com um Exu do "primeiro santo"(primeira VIBRAÇÃO ORIGINAL) e mais um do segundo ou terceiro ou até mesmo que venha a trabalhar com um do terceiro e resguardo dos outros. O que vai decidir mesmo é a regência de sua Coroa. De uma forma geral e teoricamente, você poderia trabalhar com um Exu ou Pomba Gira de cada Vibração Orixá que lhe atua mais fortemente, até o terceiro santo ou quarto na hierarquia de sua Coroa, no entanto, o que acontece mesmo é que se venha a trabalhar incorporando, um ou dois deles e os outros fiquem como que de guarda, só por fora. Trabalhar (incorporar) com meia dúzia de Exus, não é nada certo!

13- Exu é diabo, afinal de contas?

R: Diabo, maninho, é o que ALIMENTAMOS dentro de cada um de nós quando nos desviamos dos caminhos do bem e partimos para engambelar outros, tirar dinheiro dos pobres, dar golpes nos amigos e nos não tão amigos, etc, etc.
O Diabo é o lado negro de nossas próprias personalidades.
Exu pode sim, ser o diabo, como qualquer um de nós também pode, mas originalmente, para a UMBANDA, os Exus são entidades que, tendo vindo da Quimbanda, ainda não atingiram um grau evolutivo que os envie para Planos Dimensionais Superiores, provavelmente por seus comportamentos nada indicados quando ainda em terra. São irmãos espirituais em evolução como qualquer um de nós e se aceitam os princípios de UMBANDA e passam a trabalhar dentro deles, já é sinal de que evoluíram o suficiente para entenderem que precisam se esforçar para melhorarem seus caminhos. Isso quando se tratam de espíritos. Quando se tratam de Elementais, não deixam de ser entidades em evolução, só que essa evolução ocorre paralelamente à nossa e eles nunca chegarão a encarnar, ou seja, todo o trabalho evolutivo deles é pelo lado de lá mesmo.

14- O que são elementais e qual a diferença deles para os espíritos?
R: Não complicando muito. Espíritos humanos são aquelas entidades que já tiveram alguma vez encarnados em terra ou que ainda estarão e Espíritos elementais (os naturais e não os falsos) são entidades que também habitam os Planos imateriais mas que têm um Plano de Evolução paralelo ao nosso - nunca encarnaram e nunca vão encarnar, como os orixás de Candomblé, por exemplo.

15- Os elementais então são esse que chamamos gnomos, salamandras, silfos e ondinas?

R: Esses são os que fazem parte da cultura popular de alguns países e foram "importados" aqui pro nosso "Brasilzão". No entanto, podemos dizer que há um sem número de tipos de elementais de várias espécies e também com os mais diversos graus de elevação. Os mais "terra a terra" são os que se alimentam de sangue de animais abatidos ou mortos naturalmente, enquanto que os mais elevados que se conhece, alimentam-se de energias muito menos densas do que possamos imaginar.

16- O que é isso de elementais falsos?

R: Falsos Elementais são aqueles que acabamos criando através de nossa própria mente, desejos e medos, figurando entre eles muitos desses que nos aparecem como diabos, de chifre e tudo, que nada mais são do que exteriorizações e condensações energéticas de formas ou figuras simbólicas que tememos e por isso mesmo estamos sempre a imaginá-las.
No livro Umbanda Sem Medo Volume II tem um capítulo que explica melhor isso.

17- Minha mediunidade está aflorando e eu tenho vidência. O caso é que só me aparecem espíritos pedindo orações, chorando, sofrendo ... Como posso lidar com isso?

R: Esse é quase um caso clássico. A vidência vem aparecendo e só aparecem "coisas ruins" pra se ver.
Normal quanto à vidência e anormal quanto ao que você está vendo pois, se assim está ocorrendo, é porque a sua sintonia ( a sua antena - pineal e pituitária) está voltada para esse nível espiritual onde só há esse tipo de entidades. O que você tem a fazer é procurar um bom orientador que faça com que sua vidência saia desse nível (ou até permaneça também) e alcance outros níveis vibracionais e com isso você possa ver que nem tudo o que existe do outro lado é só miséria e gente sofrendo. Resumindo: É uma questão de sintonizar sua antena mediúnica abrindo-a para uma gama maior de freqüências.

18- Meu pai de santo diz que meu caboclo tem que bater cabeça pro dele e ele não faz. Aí ele diz que eu sou teimosa. Ele está certo?
R: Minha cara, essa é uma situação difícil de ser analisada assim, por correspondência. Existe um sem número de fatores que podem levar a essa situação e eu não teria condições de, de longe, analisá-las perfeitamente. Experimente "bater um papo" com seu Pai NO Santo e entender, dele, o porquê de seu Caboclo ter que bater cabeça para o dele, ok?

19- Fui num Terreiro de Umbanda em que o Chefe era Seu Zé Pelintra e gostei muito. Ele me chamou pra desenvolver lá e disse que a gente tinha um longo caminho pela frente. O que acha disso?

R: Em primeiro lugar, se o Chefe era Seu Zé Pelintra esse Terreiro não era de Umbanda, ainda que assim se rotulasse. Se ele a chamou para desenvolver, será decisão sua ir ou não e será decisão de seus amigos espirituais, continuar ou não lá, desde que tenha começado. Enfim, essa é uma pergunta sobre uma particularidade que para ser respondida seria preciso sabermos umas tantas outras também particularidades. O melhor é você buscar dentro de si mesma ou junto a alguém que realmente tenha "santo" e esteja mais perto de você, as respostas para isso.

20- Seu Zé Pelintra é Exu, Mestre ou Caboclo?

R: Na Umbanda é EXU, no Catimbó, onde se originou, é MESTRE e na Quimbanda eu não sei, mas me parece ser mestre também. Como Caboclo eu nunca vi!

21- Quando montei meu grupo pedi a um sacerdote de Umbanda pra ir lá e me dar umas orientações. Ele foi e firmou minha tronqueira da forma que disse ser a correta. Estou passando a chefia do Terreiro para um dos médiuns e não sei o que fazer com a tronqueira, já que o sacerdote foi morar longe e eu perdi contato com ele.

R: Minha amiga. Essa é uma situação básica: Se outro médium vai assumir a direção de seu grupo, naturalmente o(s) Exu(s) dele deverá(ão) estar firmado(s) na tronqueira. Se é assim, converse diretamente com o(s) Exu(s) desse médium e peça a ele(s) e não a qualquer sacerdote de fora, a forma correta dele(s) ser(em) firmado(s) na tronqueira. Se o médium está preparado para assumir tão grande responsabilidade, tem que estar preparado também para dar passagem positiva a seu(s) Exu(s), de forma a que ele(s) possa(m) dizer exatamente o que deve ser feito. Se isso não acontecer é porque o médium não está tão preparado assim.

22- Você acredita em Jogo de Búzios?

R: Se você quer saber, eu nem sei se posso acreditar em Jogo de Búzios como verdadeiro jogo de tradição mesmo porque, ao longo do tempo, tudo o que era fundamento vem deixando de ser e, portanto ...
Vejamos: O Opelê Ifá era um jogo que só poderia ser feito através de autênticos babalawôs (homens) preparados especificamente para essa missão. Os Irindinloguns (agora chamados mirindinloguns) o jogo com 16 + 1 búzios era originalmente realizados apenas por sacerdotes (homens). Hoje tudo mudou e às mulheres também foi dado o direito de fazerem seus jogos. O que mudou? Foi o fundamento ou a tradição?
Tirando esses fatos de lado, mesmo que sejam constatação de fatos verídicos, acredito que algumas pessoas - homens ou mulheres - dotadas de sensibilidade mediúnica possam alcançar informações vindas do outro lado e que a "caída dos búzios" já não signifique tanto assim, valendo mesmo o melhor contato psíquico com o(s) mentor(es) que respondem, considerando-se aqui contatos realmente positivos e não certas engambelações que existem por aí.

23- Mas não é esse o único modo de sabermos nossos orixás?
R: Essa é uma crença difundida por alguns de nossos irmãos africanistas, com uma certa intenção de dizerem, nas entrelinhas, que sem sacerdote de Candomblé (que jogue búzios) não se pode conhecer as Raízes Espirituais de alguém. Em outras palavras: que sem africanismo a Umbanda não vai. Pensando melhor sobre isso, dei de cara com a seguinte situação:
Em cultos afro de raíz (e só os de raiz mesmo) isso pode ter mesmo fundamento, já que orixá nenhum fala, se exprime e tem até que aprender a dançar, se expressar razoavelmente depois de ter sido "feito" na coroa dos yawôs, precisando, talvez sim, de uma forma diferenciada para transmitir seus desejos e fundamentos. Mas quem responde na Umbanda são espíritos totalmente conhecedores da palavra, sabem se expressar (se o médium assim lhes permite) e, se de Umbanda mesmo, conhecedores, tanto das Energias/Vibrações Originais (Orixás), quanto de suas formas de serem tratadas, atraídas, fixadas. Portanto, no caso de Umbanda com mediunidade de fato, os jogos de búzios são totalmente dispensáveis, o que se prova, na prática, quando vemos que a maioria dos Terreiros ditos de Umbanda não têm ninguém que jogue búzios - são as próprias entidades que alcançam a coroa de seus protegidos.

24- Comecei há pouco num Terreiro e quando sinto o espírito se aproximar acho que fico tenso e não sei se sou eu ou é o espírito que está ali presente.

R: Essa é a dúvida de todos os que se iniciam no desenvolvimento da mediunidade de incorporação, principalmente se essa mediunidade não é karmica (ou cármica) - quando por isso mesmo, as entidades tendem a vir "abrindo espaço" desde o outro lado, ao mesmo tempo em que a "vida rola", de uma forma que, quando o médium chega a ir a um Terreiro, acaba "recebendo" logo na primeira ida e com toda a força.
Acontece que, em grande parte das vezes e até mesmo por este "temor" que existe naturalmente, os médiuns vão sendo "tomados aos poucos" e de acordo com a perda desse medo e sua entrega psíquica à entidade incorporante. Dessa forma, somente aos poucos e com bom e muito treino, a mente vai se embotando na presença da entidade ao mesmo tempo em que ela vai assumindo mais e mais controle, inclusive sobre o corpo físico.
Quanto de controle a entidade vai precisar ou vai se utilizar é que depende muito de inúmeros fatores, sendo que, até para existir a possibilidade destes maiores ou menores controles, será preciso que o médium tenha tido preparação adequada em seus treinamentos e isso demanda tempo.

25- Como se faz pra ficar inconsciente?

R: Não se faz! 
Melhor dizendo: Não existe uma fórmula especial para se alcançar a inconsciência imediatamente. O que existe é tempo e dedicação aos treinamentos mediúnicos com as entidades e suas energias. Para a inconsciência temporária ou total será necessário um perfeito entrosamento energético e psíquico entre entidade e médium.

26- Afinal de contas, tem ou não tem atabaques na Umbanda?
R: Sabe que eu já não sei? 

Tem tanta gente que diz que os atabaques são peças importantíssimas, indispensáveis, enquanto outros os acham totalmente dispensáveis e até mesmo sinal de selvageria ...
O que posso lhe explicar, e mesmo assim "por cima", é que SONS de qualquer natureza podem influenciar a mente consciente e até mesmo a inconsciente de muitos de nós, provocando estados de "transe"(alteração da consciência e estados mentais). Se partirmos dessa premissa, podemos concluir que o barulho dos atabaques pode fazer o mesmo, principalmente por se tratarem de sons repetitivos e orquestrados dentro de certas cadências. Nesse caso, se bem utilizados, os atabaques cumprem a tarefa de colocar as mentes dos médiuns em estado de transe passivo, receptivas a influências externas. Agora se é obrigatório a utilização de atabaques ... sei não!
Eu, pelo menos, iniciei em um Centro que nem de longe queria saber de atabaques e nem por isso os médiuns deixavam de se desenvolver ou trabalharem.

Na UMBANDA ORIGINAL a nós trazida pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, os tambores nunca foram usados.

27- Nossos guias são sempre mais evoluídos que nós?
R: Se forem GUIAS DE FATO mesmo, são sim. O que vemos muito na atualidade é uma imensa maioria aceitar que porque chega no Terreiro e incorpora então já é GUIA, o que está muito longe da verdade.
Somente podem ser considerados GUIAS DE FATO, espíritos que, além de se preocuparem em fazer caridade para outros, cuidam de seus médiuns, principalmente no que concerne a princípios de crescimento espiritual, comportamental e éticos. Os VERDADEIROS GUIAS são nossos MENTORES ESPIRITUAIS e não todos os que, através de nós, descem à terra para praticarem a caridade e com isso aprontarem a própria evolução - a estes damos a classificação de ESPÍRITOS PROTETORES, quando o são realmente.
O VERDADEIRO GUIA preocupa-se com seu "cavalo", "aparelho", médium e traz ensinamentos, não só sobre a vida carnal, mas também sobre a espiritual, com um detalhe que muitas vezes passa despercebido mas que deveria ser levado em alta consideração: NÃO TENTAM INTERFERIR NO LIVRE ARBÍTRIO.

Eles ensinam e esperam a resposta de compreensão de seus "filhos". Se não a vêem, depois de algum tempo nessa tentativa, acabam por "irem ao ló" em busca de quem os compreenda, sendo substituídos até mesmo por outras entidades da mesma falange mas em grau de PROTETORES.
Espíritos protetores têm ações diferentes em relação à mesma situação - incompreensão, "ouvidos de mercador" por parte dos médiuns.
Eles costumam avisar, avisar e, depois, se for importante para eles, criam algumas situações às vezes até "meio doidas", através das quais o médium entenda que está indo contra a correnteza, podendo até, no caso da compreensão de alguns deles, "domarem o cavalinho" com algumas "surras".
E por que essas atitudes tão diferentes de um e de outro?

Simples. ESPÍRITOS GUIAS, MENTORES, são mais evoluídos que os médiuns que ELES escolhem para orientar - por isso mesmo podem GUIÁ-LOS pelos caminhos da espiritualidade -e não dependem só deste ou daquele médium.
Não está na caridade que possam fazer a todos as suas missões e sim, principalmente, no que podem ensinar a este ou aquele ser vivo, já que suas missões são de ORIENTADORES e não mais de trabalhadores braçais (embora não fujam quando têm que encarar as batalhas), enquanto que os PROTETORES precisam desses médiuns para poderem fazer caridades através deles, razão pela qual, tentam "domá-los" quando estes não colaboram.
Em síntese: PROTETORES podem ser mais evoluídos ou não que o médium, enquanto que GUIAS, se forem GUIAS mesmo, SEMPRE SÃO MAIS EVOLUÍDOS que o médium. O problema é saber separar quem é GUIA de quem é PROTETOR.

28- Existem guias mais fortes que outros, ou todos são iguais?
R: O que existem são entidades que têm maiores experiências espirituais, mais conhecimentos ou fazem parte de falanges mais guerreiras ou menos guerreiras em termo de força como tendemos a compreender, porque isso também é bem relativo pois, dependendo do tipo de trabalho que deva ser realizado, haverá entidades e falanges que a uma primeira vista nos parecem frágeis (povo das águas, por exemplo) que realizam trabalhos que as falanges guerreiras não conseguem.
A respeito disso, observando uma vez uma Preta Velha que recebia um trabalho feito na Linha de Exu para ser desfeito, ela simplesmente invocou o povo das águas e com eles trabalhou, o que me causou curiosidade.

Quando pude e perguntei, obtive como resposta: -"Exu não é fogo? Com o que se combate fogo, mô fio?" Calei-me, claro!

29- Você afirma que as entidades de Umbanda são os Caboclos, Pretos Velhos e Crianças. Então o que devemos fazer em relação a outras falanges que se apresentam, como boiadeiros, baianos, ciganos? Devemos repeli-los?

R: Olha só! As falanges diferentes que ora estão já incluídas na Umbanda, vieram, ou dos Candomblés, ou da Quimbanda, exceto essas de Ciganos que, pelo menos nos Candomblés que conheço e nas Quimbandas, nunca se apresentaram. Todas essas entidades, ainda que não se apresentem como tal, trabalham e sempre trabalharam em Giras de Umbanda e até mesmo nas Mesas Kardecistas, su-til-men-te, humildemente, como entidades auxiliares "INVISÍVEIS", sem incorporarem e sem que se fizessem festas ou cultos para eles.
No caso de Terreiros, quem manda é o Chefe Espiritual (aquele que determina as regras) que, se pelo menos tender a ser de Umbanda vai ser, ou um Caboclo e/ou um Preto Velho (e não algum dessas falanges auxiliares). Esse Chefe Espiritual e sua falange é que, através de seus conhecimentos, suas formas de trabalhar, suas preferências, determina que tipo de entidades podem ou não podem fazer parte de sua Egrégora e, nesse caso específico, nem o médium chefe pode se intrometer já que esse tópico é de exclusiva determinação espiritual. No entanto, é preciso que fique bem claro que, sendo aceitas em uns Terreiros e outros não, em qualquer caso essas entidades estão ali para aprenderem e trabalharem de acordo com a Lei de Umbandae sob comando. O que não pode é quererem ditar regras e passarem por cima do Chefe Espiritual, porque nesses casos, na maioria das vezes as raízes de onde vieram vão "gritar mais alto" e aí ...

Acontece mais ou menos assim: Você tem uma classe afinada (admitindo que seja professor ou professora) com alunos aplicados, de bom comportamento e índole e num determinado momento você admite nesta classe alguns alunos vindo por exemplo, de uma FUNABEM. Não deixam de ser seres humanos e devem ser tratados como tal, mas o principal motivo para que ali estejam é o de que, em contato com os de melhores níveis comportamentais, com eles vão aprendendo e se socializando, ou seja: os antigos e bons alunos (povo de umbanda) são os exemplos em que os novos (os agregados) devem se basear e unir de uma forma que TODOS cresçam por igual.
Se no entanto isso não acontecer e por qualquer motivo O CHEFE (você) não conseguir colocar os freios e passar os ensinamentos que esses novos alunos deveriam receber, torna-se claro que ao invés de SE modificarem tentarão modificar os antigos alunos e tudo mais à sua volta,inclusive os hábitos da classe (os rituais), de forma a que, toda a classe, ao invés de melhorar, desça ao nível deles, com o risco dessa classe acabar virando uma sucursal da FUNABEM, entendeu? Nesse ponto o Chefe (você) já deixou de ser o Chefe e só pensa que é.

30- Meu Exu disse que já podia ter passado para o lado dos Guias mas preferiu continuar o trabalho duro nas trevas porque ali sente que poderá ajudar mais. O que acha disso?

R: Partindo do princípio de que ele esteja agindo assim por esta razão mesmo, existem, tanto Exus quanto Oguns e outros, que trabalham ao nível de umas espécies de UMBRAL (uma porteira ou uma porta dimensional, como queiram) que tanto dão passagem para níveis inferiores, quanto inversamente. Nesses portais existem as entidades que trazem outras das trevas e as que as recebem e encaminham.
Seu Exu tem todo o direito de trabalhar de qualquer um dos dois lados, por que não?

31- Afinal, já existia Umbanda antes do Caboclo das Sete Encruzilhadas, ou não?

R: Parece-me que essa pergunta é sempre fomentada pela dúvida quando escutamos ou lemos que antes do CDSE já existia UMBANDA NO BRASIL, e isso já está mais que provado que NÃO É VERDADE. Nos tópicos do Blog com títulos: "Umbanda - Uma Seita Afro?" e "Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade (Regimento Interno)" creio que já deixei bem explicado. Mas, para reforçar ainda mais, lembremos também o livro de João do Rio, publicado em 1904, no qual descreve todos os cultos e seitas e cujas práticas assistiu, NÃO CITANDO UMA VEZ SEQUER, O TERMO UMBANDA.
Veja bem: O que vemos por parte de alguns é que não conseguem aceitar que o que lhes ensinaram, não condiz com a realidade e, por mais que se provem, por documentos, testemunhos ou quaisquer outros meios, continuarão fazendo "ouvidos de mercador" e afirmando que já faziam uma coisa que não existia antes
O que fazer com os cegos que não querem ver?

32- Os orixás batem em seus médiuns?

R: Para lhe responder a essa questão seria interessante que eu soubesse o que você considera orixás:
a) Se são algum tipo de entidade espiritual ou elemental com raciocínio e forma humanizada própria ou não;
b) Se são energias provenientes da energia criadora (Vibração Original ou de Raíz) e portanto sem forma física e não incorporantes;
c) Se são entidades elementais que nunca tiveram experiências entre os humanos e por isso precisam aprender, com eles, a se comunicarem ...
De qualquer forma, sendo eles entidades ou energias não existe isso de baterem em médiuns. Entidades que "batem" em médiuns, dependendo da(s) besteira(s) que possa(m) estar fazendo, são entidades espirituais em nível ou grau de obsessores, Protetores e muito raramente Guias (observe a resposta à pergunta nº28).
Agora, se você está se referindo àquelas "sovas" que costumam acontecer quando alguns médiuns em inicio de aprendizagem costumam levar, elas se devem a uma não doutrinação das entidades (não orixás) que tentam incorporar à força e também à falta de sintonia entre elas e o médium que, com medo normalmente, acaba criando barreira psíquica e energética para a entrada das energias que tem que receber antes mesmo do processo de incorporação.
Melhores explicações sobre esse tema no Livro Umbanda Sem Medo.

33- O que representa a Encruzilhada para os Umbandistas e os Exus?

R: A encruzilhada é, basicamente, um símbolo da indecisão, de uma inércia à princípio, seguida de uma tomada obrigatória de posição mais adiante. Quando chegamos a uma podemos, nos casos em que não tenhamos certeza absoluta do caminho a tomar, acabar escolhendo a pista errada com conseqüências às vezes desagradáveis. Quando chegamos a uma encruzilhada física ou psicológica em nossas vidas e nos sobrevêm as indecisões, costumamos apelar para uma ajuda física, psicológica e até mesmo espiritual no intuito de nos auxiliar na escolha do caminho ou das decisões certas a serem tomadas para que possamos continuar no rumo certo de nossas vidas.
A figura de Exu e Pomba Gira como "donos das Encruzilhadas" nos remete à ideía de que essa ajuda (no caso dela vir a ser espiritual) nos possa ser revelada por essas entidades que, por existirem em Planos Espirituais bem próximos ao nosso - o físico - também têm maior facilidade de comunicação com os encarnados e, por causa disto, poderem ser eles os que mais facilmente nos encaminhariam para o lado certo a nos dirigir.
Oferendas eram e são feitas em encruzilhadas quando é necessária uma tomada de posição radical em relação a determinado assunto, justamente buscando, ao agradar o "dono" ou "dona", trazer para o nosso lado a amizade e a boa orientação e até, porque não dizer, uma "forcinha". Mas se por um lado podemos encontrar nas encruzilhadas físicas das ruas bons Exus, também corremos o risco de, ao estarmos tentando nos comunicar, o façamos com o que costumamos chamar de kiumbas, rabos de encruza, etc, que por ali também transitam. Por isso, nunca é demais realçarmos que trabalhos em encruzilhadas podem também ser "facas de dois gumes", pricipalmente para ingênuos que acham que só por estarem ali com suas oferendas, já estarão acompanhados de bons amigos ... Não é bem assim não e muita firmeza anterior é bom que seja feita junto aos Guias e Protetores que, aí sim, nos acompanharão até lá, se for o caso.

Ficamos por aqui por enquanto. Quaisquer outras dúvidas e/ou complementações podem ser adicionadas clicando-se no link COMENTÁRIOS, logo abaixo.
Meu Fraterno Saravá a Todos.