sexta-feira, 7 de outubro de 2016



Quando nada realmente falta , quando de uma profusão de idéias, sentimentos, valores, se faz rico o filho, pode ele doar e fica feliz quando assim o faz.

Mas a vida encarnada não é apenas uma abundancia de riquezas e sim formada também por momentos de penúria econômica, sentimental, espiritual. E então , quando nenhum dos caminhos parece suficientemente seguro, quando o medo se faz presente, quando a dor se faz presente, quando a falta se faz presente é quando deve o filho aprender a pedir e a receber.

Difícil para os altivos, para aqueles que acostumados estão a dar o tempo todo sem precisar pedir para si, mas tão somente para os outros. Estes filhos devem aprender a receber. Porque nesse momento estarão dando um grande passo à sua própria evolução. Estarão entendendo que não apenas de abundancia se faz a vida e que todos, independentemente de grau econômico, social ou espiritual, dependem uns dos outros para juntos, realizarem o grande bem.

Então sim filhos, aprendam a difícil lição de pedir. Aprendam a difícil lição de receber e depender deste recebimento para poder continuar sua caminhada.

Pedir é sempre possível. As entidades trabalham e se desenvolvem elas mesmas na tentativa de sempre ajudar. Precisam as entidades portanto, para poderem realizar sua missão, dos pedidos. E por isso agradecem, quando podem, por merecimento, ajudar os filhos.

E estes serão, sempre que o merecimento e as leis do karma permitirem, atendidos. Porque pediram, porque se precisam daquela ajuda para poderem continuar importante aos seus caminhos, ela se faz.

Então filhos, peçam. Peçam com coração, peçam com toda a força, conversem com as entidades, expliquem os motivos e esperem a resposta. Se as entidades puderem transformar a dor em alento, o alento em esperança e a esperança em alegria, por certo não irão negar o que lhes foi pedido.

É importante aprender a pedir. Precisar exatamente a necessidade também é uma arte. Ter a pergunta ao problema certo é poder entender que existe alguma resposta. E que esta resposta será encontrada, em um momento ou outro.
E também entender que as entidades estão esperando auxiliar os espíritos que lhes pedem ajuda. Porque a ajuda é o modo delas próprias obterem evolução.

Então filhos, peçam. Mas tenham a certeza de que o que pedem não irá prejudicar a outras almas, que também procuram se encontrar em meio às dificuldades. Porque qualquer pedido para prejudicar qualquer alma que seja, por mais merecedora da dificuldade, não será atendido. As entidades umbandistas não se prestam a fazer mandingas para prejudicar quem quer que seja.

Porque um dos fundamentos da Umbanda é exatamente que cada alma tem seu livre arbítrio** e que o perdão ou a paga somente é dado a Oxalá***. Não cabe aos filhos ou às entidades imporem qualquer uma dessas realidades, seja a paga, seja o perdão.

Portanto filhos, tenham toda a consciência quando pedem, porque aquele que deseja dor a outros não estará impune também, por mais merecedora que entenda o filho que a outra alma é dessa dor. Nenhuma entidade dentro da umbanda se presta a impingir dor , sofrimento ou obediência a qualquer alma que seja.

Assim, aquele que pedir que isto seja realizado, alem de não obter auxilio através das entidades da umbanda, ainda estará se responsabilizando pelo ato de tentar trazer ao terceiro a dor, e por isso, pagará.

Abre-se aqui um parêntese. É importante que se tenha consciência do pedido, para que ele não traga ao filho a paga. É fundamental que se entenda que sim, existem locais onde a dita magia negra é praticada. E que entidades, a troca de pagas, se prestam a realizar o mau. Mas estas não são as entidades que trabalham na umbanda.

Em nenhum terreiro umbandista o filho encontrará respostas ao pedido de prejudicar quem quer que seja. E preste atenção, porque todo o pedido aceito em casas não umbandistas às entidades que se prestam a essa paga, terá retorno, e um grande retorno.

Ninguém deseja ou realiza a dor, sem que a sua dor não seja a paga. Não há como passar por cima da regra. Quem pede pelo desespero de outro, está trazendo à sua vida, esse mesmo desespero. Porque se envolve com uma energia que vibra em baixa intensidade e que irá em algum momento, querer o retorno do trabalho feito.

As entidades que se prestam a esses serviços, não são entidades umbandistas, mas sim mercenárias, que por paga servirão a quem as ordenar. E aquele que fica devedor de uma entidade dessa, abre a porta para todo e qualquer tipo de ordem e desordem por ela prolatada.

Neste momento, as entidades boas, que jamais se prestariam a esse tipo de papel, abandonam o filho à sua própria sorte, porque foi ele quem abriu as portas da sua vida a essa energia de desestrutura. E o preço nunca é pequeno.

Aquele que impinge dor a outro, através de trabalhos espirituais, simplesmente se despe de toda e qualquer proteção que poderia ter.

É largado à própria sorte. E, mesmo conseguindo o que foi desejado, esse pedido custará muito mais caro do que se ele não tivesse sido realizado. O preço é muitas vezes maior do que o mau feito.

Porque aquele que deseja recebe a consciência do que procura e também é sabedor que estará abrindo sua vida a energias que não terão dó em torná-lo a próxima vitima. Também pagará e caro. Uma alma pode escolher a ação, mas nunca as conseqüências. *

Portanto filhos, pensem. Quando pedirem para seu próprio bem, para sua própria iluminação, sem que isso importe em momento algum na dor do outro, então, dentro da lei do karma e do merecimento, serão atendidos.

Mas não se prestem filhos a realizar mandingas para impingir dor aos outros. Porque entidades que se dispõem a realizar este trabalho são espíritos não iluminados que, de forma mercenária, utilizam sua influencia para destruir em qualquer momento a vida daqueles a quem prestaram serviços.

E se não forem essas, outras entidades, ou a própria lei do karma se encarregará de fazer que a paga seja enorme e então, não haverá mais hora para arrependimento, por que aquele que pede, recebe. E por isso, paga.


* - Livro: Umbanda para a Vida:




``A ignorância natural, na infância do Espírito humano, é um estágio evolutivo por onde todos transitamos um dia.

Mas a ignorância em que muitos estacionam através de uma fuga conveniente da verdade, sufocando a própria consciência, é o flagelo que assola a humanidade neste século!´´


Com os inegáveis avanços da ciência, o homem, em seus arroubos de grandeza, 
gasta valiosos recursos tentando ampliar seu domínio ao espaço cósmico, sem ao menos ter aprendido a viver no diminuto espaço que ocupa na sociedade onde convive com o seu semelhante.

Cada presídio construído no mundo comprova essa realidade, atestando o grau de ignorância em que ainda se encontra o homem na Terra. Não falamos da ignorância cultural ou inocente, mas da mais grave de todas as ignorâncias que predomina não só entre os incultos, mas principalmente nos meios ditos esclarecidos.

A tecnologia encurtou distâncias e ampliou as comunicações, proporcionando ao homem tomar conhecimento em poucos instantes de tudo o que acontece no mundo. Entretanto, com todos esses recursos, por incrível que pareça, a grande maioria dos homens ainda continua ignorante da sua real natureza e da verdadeira finalidade da vida.

É essa a ignorância que contribui para o aumento da criminalidade e o crescimento constante da população carcerária em todo o mundo. Se analisarmos o problema da criminalidade de forma um pouco mais profunda, vamos perceber que, na verdade, não existem criminosos, o que existe são dois tipos de vítimas dessa ignorância: a vítima passiva e a vítima ativa.

Os violentos, os desonestos, os corruptos, e os criminosos de toda sorte são as vítimas ativas que, sem compreenderem o verdadeiro significado da vida, acham-se no direito de tomar para si o que não conseguiram conquistar pelos meios adequados e justos.

Vítimas da própria ignorância, serão julgados no tribunal da própria consciência, onde o remorso os condenará a duras penas que poderão representar séculos de sofrimentos até que, como vítimas da violência que usaram hoje, resgatem seus crimes no futuro.

Por outro lado, menos doloroso, nossos irmãos que sucumbiram como vítimas passivas, provavelmente, são criminosos de outrora que retornaram ao mundo físico para resgatarem a consciência atormentada pelos crimes cometidos em encarnações passadas. Como vítimas hoje, retornaram ao mundo espiritual aliviados em suas consciências.

Aqueles que sofreram da violência apenas prejuízos morais, materiais ou físicos, com certeza, submeteram-se a provações que, se compreendidas, servirão de lastro para grandes conquistas na renovação dos seus sentimentos, resgatando os equívocos cometidos no pretérito.

Analisando as duas situações, percebe-se que o ser humano, em qualquer circunstância, é sempre uma vítima de si mesmo e da sua ignorância; além disso, o mal que pratica acaba servindo aos propósitos divinos no cumprimento das suas leis sábias e justas que punem os criminosos de ontem, através dos criminosos de hoje.

Todos são dignos da nossa compreensão!

Até que consigamos superar esse período de ignorância espiritual em que vive a maioria dos seres encarnados, os cárceres, os hospitais e os manicômios estarão sempre lotados.

Não quero, sob esse argumento, isentar da culpa aqueles que optaram pelos caminhos do crime, mas apenas chamar a atenção a um sentimento que, estimulado pela mídia, parece se generalizar na grande maioria das mentes desprevenidas. Trata-se da ideia de que os criminosos são seres à parte do contexto social e incapazes de qualquer recuperação.

Não podemos generalizar e nem tão pouco esquecer de que, há menos de cento e cinquenta anos, as leis humanas permitiam a muitos de nós, reencarnados naquela época, dar os filhos recém-nascidos dos nossos escravos, como alimento aos cães e aos porcos e até matar os adultos nos troncos, sob o guante infame da chibata, além de nos permitir praticar abusos inconfessáveis contra as mulheres cativas.

Apesar disso, não nos tornamos criminosos perante as leis da Terra, mas ferimos profundamente as leis naturais e as leis divinas.

É por esse motivo que jamais devemos julgar ou condenar quem quer que seja. Talvez os erros que apontamos no nosso próximo sejam aqueles que mais praticamos no passado. Hoje entendemos por que Jesus desafiou a turba sequiosa pela condenação, afirmando: ``Atire a primeira pedra quem não tiver pecado´´.

As pessoas habituadas ao perdão sofrem menos do que aqueles que ainda se deixam envolver pela ideia de que perdoar irrestritamente é abdicar dos próprios direitos supostamente conferidos pelas leis humanas. Com isso, arrastam-se durante uma vida duelando mentalmente ou juridicamente em uma luta inglória que culminará somente com perdedores perante as leis naturais da vida.

Os movimentos que alguns realizam para agravar as penas sobre os infelizes que optaram pelo crime, quase sempre nasceram do sentimento de vingança e de ódio daqueles que tiveram seus interesses ou entes queridos feridos pela violência, que não é causa, mas sim um efeito gerado por uma sociedade que ajudamos a construir.

Se, diante de tais fatos, percebemos claramente a importância do perdão até para com os criminosos do mundo, imaginemos a importância do perdão entre aqueles que estão ligados a nós pelos laços consanguíneos ou por um parentesco indireto, submetendo-nos, por força das circunstâncias, a uma convivência útil e necessária.

No decorrer dos fatos aqui relatados, todos vão descobrir que, em certos momentos da nossa vida, sofremos muitos dissabores desnecessários por não termos aprendido a exercitar o perdão.


Do livro: Perdão: O Caminho da Felicidade
                Nelson Moraes (Orientado pelo Espírito Aulus)




No mês de maio comemoramos o dia de Santa Sara Kali, a santa protetora do povo cigano e provedora de sorte, amor, saúde, fartura e vida longa.

O que poucos sabem é que Santa Sara é também protetora das mulheres que não conseguem engravidar, dos desesperados, dos ofendidos e dos desamparados.

Santa Sara foi canonizada em 1712 pela igreja católica, mas até hoje omite seu culto. O termo Kali significa "a negra", porque sua pele era escura. Seu culto está ligado ao culto das Madonas Negras e os festejos da santa ocorrem no dia 24 e 25 de maio com procissão e banhos no mar.

A imagem de Santa Sara é vestida de azul, rosa, branco e dourado. São colocados na imagem adorno de flores, jóias e lenços coloridos para que ela seja levada para a procissão no mar.

Os devotos buscam a obtenção das graças nos olhos da santa, pois nos olhos de Santa Sara tudo está contido: a força de Deus, a força da mãe, a força do amor, da irmã e da mulher, a força das mãos, a energia, o sorriso, a magia do toque e a paz. E assim, todos que buscam graças no seu olhar, retornam sempre aos pés de Santa Sara para agradecer.

Protegidos
Santa Sara Kali protege as mulheres que estão com dificuldades para engravidar. Muitas ciganas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que se engravidassem. Se isso de fato ocorresse, as gestantes iriam à cripta da Santa, em Saintes Maries de La Mer no sul da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um diklô (um lenço cigano), o mais bonito que encontrassem. Neste local existem milhares de lenços, como prova de que muitas ciganas receberam esta graça.

Lendas
Há muitas lendas sobre Santa. Algumas falam que ela era serva e parteira de Maria e que foi ela que trouxe Jesus ao mundo. Outra lenda diz que ela era serva de Maria Madalena.

A lenda mais comum conta que Maria Madalena, Maria Jacobina, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma serva, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões.

Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Neste momento Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Jesus Cristo e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito. Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Saintes-Maries-de-La-Mer. Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias.

Hoje, as pessoas fazem todo tipo de pedido para Santa Sara, pois ela possui a fama de atender todos os que tem verdadeira fé.

Santa Sara é a santa dos desesperados, dos ofendidos e dos desamparados.

Abaixo destaco duas Orações para fazer a Santa Sara Kali no dia dela ou em qualquer momento que necessitar de sua ajuda.

Primeira oração de Santa Sara Kali
Santa Sara, minha protetora, cubra-me com seu manto celestial. Afaste as negatividades que porventura estejam querendo me atingir. Santa Sara, protetora dos ciganos, sempre que estivermos nas estradas do mundo, proteja-nos e ilumine nossas caminhadas. Santa Sara, pela força das águas, pela força da Mãe-Natureza, esteja sempre ao nosso lado com seus mistérios. Nós, filhos dos ventos, das estrelas, da Lua cheia e do Pai, só pedimos a sua proteção contra os inimigos. Santa Sara, ilumine nossas vidas com seu poder celestial, para que tenhamos um presente e um futuro tão brilhantes, como são os brilhos dos cristais. Santa Sara, ajude os necessitados; dê luz para os que vivem na escuridão, saúde para os que estão enfermos, arrependimento para os culpados e paz para os intranquilos. Santa Sara, que o seu raio de paz, de saúde e de amor possa entrar em cada lar, neste momento. Santa Sara, dê esperança de dias melhores para essa humanidade tão sofrida. Santa Sara milagrosa, protetora do povo cigano, abençoe a todos nós, que somos filhos do mesmo Deus.

Segunda oração de Santa Sara Kali
Farol do meu caminho! Facho de Luz! Paz! Manto Protetor! Suave conforto. Amor! Hino de Alegria! Abertura dos meus caminhos! Harmonia! Livra-me dos cortes. Afasta-me das perdas. Dai-me a sorte! Faz da minha vida um hino de alegria, e aos seus pés me coloco, minha Sara, minha Virgem Cigana. Toma-me como oferenda e me faz de flor profana o mais puro lírio que orna e traz bons presságios à Tenda. Salve! Salve! Salve!






Em 1929, o poderoso cacique Pena Branca, líder dos índios Yaqui do México, liderou uma revolta contra a opressão e a injustiça que vitimavam o seu povo. Desde este momento, nas terras americanas, o mito desta grande entidade nasceu. Pena Branca é hoje um símbolo de liberdade, autenticidade e fraternidade.

Entrando em contato com muitos irmãos de cultos afro-indígenas do México, Caribe e Estados Unidos, fiz esta pergunta a mim mesmo :-”Será nosso Caboclo Pena Branca, esta mesma entidade ou um representante dela ? “

Certa vez, perguntei ao irmão Alberto Salinas, curandeiro e médium de uma tradição espiritualista mexicana, quais as principais entidades que incorporavam em seu templo. O primeiro nome que ouvi foi : Pena Branca. Em seguida, comentei que no Brasil, também incorporava um índio do mesmo nome. Ele não se surpreendeu e disse que outros “penas” também frequentavam sua sessão de cura, nada impedindo que fossem as mesmas entidades.

Longe dali, no Caribe, existe uma religião chamada de Vinte e Uma Divisões (ou Vinte e Uma Linhas) que é muito parecida com a nossa amada Umbanda. Nos terreiros deste culto, trabalham destemidos espíritos de índios, pretos velhos, exus (ali chamados de candelos) e outros espíritos familiares. Na Linha de Índio Bravo, uma das Vinte e Uma Linhas, encontramos também nosso velho amigo : Pena Branca !

Ali ele baixa, firme e elegante, dando brados e vivas imponentes. Com ele, também incorporam Águia Branca, Índio da Paz e outros “penas” : Pena Azul, Pena Negra, Pena Amarela, etc…

Nos estados sulistas dos Estados Unidos, existem algumas igrejas espíritas…. Coisa bem diferente, pois por fora parece um templo evangélico e por dentro um terreiro. Os pastores são médiuns e bem íntimos com as manifestações do Mundo Invisível.

O espírito principal que chefia estas igrejas, as vezes chamadas de Igrejas Espiritualistas Africanas, é o Chefe Índio Falcão Negro.

Quando o Chefe Falcão se manifesta, ele puxa outros companheiros das aldeias do astral, como Nuvem Vermelha, Águia Negra (nomes de chefes indígenas que existiram) e entre eles está : Pena Branca !

Algumas fraternidades esotéricas americanas, que cultuam os Mestres Ascencionados como Saint Germain, El Morya e outros bem conhecidos da Nova Era, conhecem um belo Mestre curador. Ele aparece como um índio banhado em branca e luminosa luz, dando sábios conselhos e mensagens. Seu nome ? Mestre Pena Branca.

Em algumas ilhas do Caribe existe um culto chamado Obeah, de origem africana. Dentro dele são celebrados os mistérios dos espíritos de origem indígena taino, etnia local. Existem muitas entidades indígenas, a maioria com comportamento muito arredio e nomes de animais, como Cobra Verde, Pantera Negra, Jaguar Dourado e etc…

Quando incorpora a Falange do Povo Alado, simbolizada pelos pássaros e morcegos, um deles tem um destaque especial. Este espírito se apresenta sério, compenetrado, usa tabaco fortíssimo e uma pena branca na cabeça. Como é chamado ? Índio Pena Branca.

Na Venezuela existe um culto belíssimo, semelhante em tudo com a Umbanda de nossa terra. Tem caboclo, preto velho, exu, marinheiro, Orixás e tudo de bom. É a tradição de Maria Lionza, a Rainha Mãe da Natureza.

Na Linha Índia, comandada pelo famoso espírito do Cacique Gaicaipuro, incorporam centenas de caboclos venezuelanos e americanos. Eles trabalham com pemba, bebidas diversas, água, cocares, maracás e todo o aparato ameríndio. Chegam bradando e saudando o povo, que procura semanalmente os irmandades em busca de alivio, socorro material e espiritual.

Certo dia em Bonaire, uma ilhazinha perto da Venezuela, eu participava de um culto de Lionza. Perto do congá, estava um rapaz incorporado com um caboclo. Atento, o índio ouvia pacientemente uma velha senhora e a limpava com um maço de ervas perfumadas. A senhora chorava muito e tremia. No final da sessão, o semblante dela havia mudado. Feliz, ela sentou-se no banco da assistência e orava agradecida.

Curioso, eu me aproximei e perguntei o nome da entidade que a atendeu. A velha irmã respondeu com reverência. Adivinhem o nome do caboclo. Ele mesmo, o grande índio Pena Branca !

O tempo passou e a pergunta ainda batia dentro da minha cabeça. Será que é o mesmo Pena Branca ? Terá este caboclo conhecido da Umbanda viajado tanto assim ? Afinal, ele é mexicano, americano ou brasileiro ? Quem, afinal, nasceu primeiro, o Pena Branca daqui ou de lá ? Inquietações de um pesquisador, pois os afilhados e médiuns de Pena Branca não ficam, creio eu, tão preocupados com a sua origem.

Uma bela noite, em um modesto e tranquilo terreiro umbandista do interior paulista, acontecia uma gira de caboclo.

A líder do terreiro abriu o trabalho e incorporou. Seu Pena Branca estava em terra, em todo o seu esplendor e força.

Fiquei atento, lembrei-me do Caribe e pensava em tudo isso que agora escrevo aqui.

O caboclo Pena Branca riscou seu ponto, pediu um charuto, deu algumas ordens ao cambono e olhou para onde eu estava. Senti uma estranha energia percorrer minha espinha. Ele continuou olhando e acenou. Me levantei e acenei de volta.

Foi então que ele falou :

- Filho, era eu, lembra ? Tem aí um maço de ervas bem cheiroso para mim ?


Salve Seu Pena Branca !



ORAÇÃO A SEU PENA BRANCA (rezada no Caribe)


Em nome de Deus Todo Poderoso,
Eu invoco o grande Pena Branca,
fiel espírito índio, grande herói,
zelador de meu altar e morada.
A você que me guia e conhece minhas necessidades,
peço proteção e luz.
Livra-me de toda má intenção e inimigos, ocultos ou manifestados.
Vigia meus caminhos e que nenhum feiticeiro ou bruxo malvado,
possa cruzar comigo.
Grande espírito, te ofereço esta vela (acender uma vela verde) e chamo seu nome.

Amém !


RECEITAS TRADICIONAIS

BANHO DE PROTEÇÃO PENA BRANCA (utilizado no Caribe)

4 litros de água,
Um pouco de erva cidreira,
Um pouco alfavaca,
Algumas pétalas de rosa branca.
Ferver as ervas, esperar esfriar um pouco e acrescentar as pétalas.
Acender uma vela verde antes do banho.


ÁGUA DE PENA BRANCA PARA PURIFICAR A RESIDÊNCIA (receita da Obeah).

1 litro de água mineral,
Um pouco de erva cidreira,
Um pouco de arruda,
Um pouco de verbena,
Sete gotas de essência de almíscar.
Misturar as ervas e ferver. Deixar esfriar e adicionar a essência.
Acender uma vela verde e pedir a Pena Branca para benzer a água.
Depois que a vela acabar, borrifar os cantos da casa, cama e objetos pessoais.


VELA MÁGICA DE PENA BRANCA PARA TRAZER PAZ (receita do culto Maria Lionza).

Uma vela de sete dias branca,
Um pouco de melaço de cana,
Um pouco de açúcar cândi,
Sete cravos-da-índia,
Sete gotas de essência de rosas,
Sete gotas de essência de verbena.

Misturar em um prato o melaço, açúcar e as essências. Untar a vela (mas não o pavio) e espetar os cravos nela, formando uma cruz (pode fazer os furinhos com a ajuda de um prego fino). A vela deve estar sem a capa de plástico. Acender a vela e pedir a ajuda deste caboclo.


Fonte: Jornal de Umbanda Sagrada
Autor: Ras Adeagbo



Seu Arranca Toco é um caboclo muito conhecido mas alguns desconhecem sua origem. 
Este guia é o chefe da falange dos Caboclos de Obaluaye, e esses caboclos são raros, pois são espíritos dos antigos "bruxos" das tribos indígenas. 
São perigosos, por isso só filhos de Omulu de primeira coroa possuem esses caboclos. 
Sua incorporação parece um Preto-velho, locomovem-se apoiados em cajados. Movimentam-se pouco. Fazem trabalhos de magia, para vários fins.
A história conhecida deste caboclo é que foi um feiticeiro e que ajudava muito sua tribo, ensinando o poder das ervas. Fontes não concretas dizem que vivia numa tribo na América Central e foi morto na colonização dos espanhois.
O seu modo de agir em terra é parecido com os Exus: não são de falar muito, preferem efetuar seu principal trabalho, que é transformar energias negativas em boas. 

Espiritualmente os caboclos desta falange são grandes pajés e feiticeiros e tem um grande conhecimento de ervas. O principal subordinado do Caboclo Arranca Toco é o Caboclo Araúna que também trabalha na linha de Obaluaye. 
Outros caboclos desta linha são: Caboclo Jacuri, Jariuna, Caramuru, Bugre, Iucatan, Pena Roxa, Pena Preta, Caboclo Roxo, Uiratan, Pantera Negra, Jaguariuna, Bauru.
O sufixo "Una" quer dizer "Negra" em tupi; sendo assim todo caboclo que usar isto no nome tem ligação com Obaluaye.


Na Terra ou no Espaço, na posição de encarnados ou desencarnados, encontraremos, sempre, aquilo que buscarmos durante as experiências evolutivas.
Agindo por nós mesmos, ou atendendo a sugestões de Espíritos menos esclarecidos, colheremos, hoje ou amanhã, o fruto de nossas próprias obras.
A nossa vida, de acordo com a simbologia lembrada pelos Espíritos superiores, pode ser comparada a uma balança comum. E o livre-arbítrio representará, sempre, o fiel dessa balança.
Numa das conchas, acumular-se-ão as nossas criações inferiores, acrescidas das sugestões menos dignas de nossos adversários desencarnados.
Na outra, as nossas criações mais elevadas unir-se-ão aos pensamentos inspirados pelos benfeitores, anjos de guarda ou Espíritos familiares.
Colocadas, assim, em pé de igualdade as duas conchas, o livre-arbítrio, isto é, a vontade consciente, fará que uma delas predomine sobre a outra, criando-nos, tal escolha, consequências ruinosas ou benéficas, segundo o caminho escolhido.
É livre a escolha.
Os amigos da Espiritualidade, mesmo os mais abnegados, não equacionam, inteiramente, os nossos problemas.
Inspiram-nos, em nossas silenciosas indagações, deixando, todavia, que a deliberação final nos pertença, com o que valorizam esse inapreciável tesouro que se chama livre arbítrio.
Sem a liberdade, embora relativa, do livre arbítrio, o progresso espiritual não seria consciente, mas se efetivaria, simplesmente, pela força das coisas.
Na escola da vida, os instrutores espirituais procedem com os homens à maneira dos professores com as crianças: dão informes sobre as lições, explicam-nas, referem-se a fontes de consulta, indicam livros e autores. Mas deixam que os alunos, durante o ano letivo, se preparem no sentido de que, nos exames finais, obtenham, pelo esforço próprio, boa vontade e aplicação, notas que assegurem promoção à série seguinte.
O aluno irresponsável achará, no fim do ano, o que buscou - a reprovação, a vergonha.
O aluno aplicado, que se consagrou ao estudo, achará igualmente, o que buscou - as alegrias da aprovação.
Tudo de acordo com a lição do Mestre.
``Buscai e achareis´´ (Lucas, 11:9.)
Em nossa jornada evolutiva - nascendo, vivendo, morrendo, renascendo ainda e progredindo continuamente -, somos alunos cujo livre-arbítrio escolhera, na maioria das vezes, o caminho das facilidades.
Os instrutores espirituais tem sido, para todos nós, devotados mestres, que nos observam a incúria e a desídia, porém aguardam, pacientes e compreensivos, que as lições do tempo e da dor nos induzam ao reajustamento.
Jamais se apoquentam, quando verificam que pendemos para a concha das sugestões utilitaristas, pois sabem que, buscando a ilusão, encontraremos, mais adiante, as folhas perdidas das desilusões.
Não ignoram que, batendo à porta dos enganos, elas se alargarão diante de nós, a fim de que, partilhando o banquete das futilidades, sejamos compelidos, mais tarde, a buscar, nos padrões do Evangelho, o roteiro para experiências mais elevadas.
Num planeta como a Terra, bem inferiorizado, falanges numerosas de entidades desencarnadas inspiram-nos com tal frequência que a sua intensidade - a intensidade de sua influenciação - não pode ser medida.
No Evangelho e no Espiritismo, estão os recursos imprescindíveis à nossa segurança.
A prática do bem, a confiança em Deus, o esclarecimento pelo estudo, o trabalho constante no bem, tudo isso, com o amparo da prece, preservar-nos-á do assédio de entidades que, em nome de velhos propósitos de vingança, ou por simples perversidade, procuram dificultar a nossa ascensão.
Batendo à porta dos que sofrem, para levar-lhes a mensagem consoladora do Evangelho e o socorro de nossas mãos, encontraremos um dia, a resposta do Céu aos nossos anseios de libertação.
Sendo livres para a escolha, acharemos, sem dúvida, o que buscamos.


Do livro: Estudando o Evangelho
              Martins Peralva