Agindo por nós mesmos, ou atendendo a sugestões de Espíritos menos esclarecidos, colheremos, hoje ou amanhã, o fruto de nossas próprias obras.
A nossa vida, de acordo com a simbologia lembrada pelos Espíritos superiores, pode ser comparada a uma balança comum. E o livre-arbítrio representará, sempre, o fiel dessa balança.
Numa das conchas, acumular-se-ão as nossas criações inferiores, acrescidas das sugestões menos dignas de nossos adversários desencarnados.
Na outra, as nossas criações mais elevadas unir-se-ão aos pensamentos inspirados pelos benfeitores, anjos de guarda ou Espíritos familiares.
Colocadas, assim, em pé de igualdade as duas conchas, o livre-arbítrio, isto é, a vontade consciente, fará que uma delas predomine sobre a outra, criando-nos, tal escolha, consequências ruinosas ou benéficas, segundo o caminho escolhido.
É livre a escolha.
Os amigos da Espiritualidade, mesmo os mais abnegados, não equacionam, inteiramente, os nossos problemas.
Inspiram-nos, em nossas silenciosas indagações, deixando, todavia, que a deliberação final nos pertença, com o que valorizam esse inapreciável tesouro que se chama livre arbítrio.
Sem a liberdade, embora relativa, do livre arbítrio, o progresso espiritual não seria consciente, mas se efetivaria, simplesmente, pela força das coisas.
Na escola da vida, os instrutores espirituais procedem com os homens à maneira dos professores com as crianças: dão informes sobre as lições, explicam-nas, referem-se a fontes de consulta, indicam livros e autores. Mas deixam que os alunos, durante o ano letivo, se preparem no sentido de que, nos exames finais, obtenham, pelo esforço próprio, boa vontade e aplicação, notas que assegurem promoção à série seguinte.
O aluno irresponsável achará, no fim do ano, o que buscou - a reprovação, a vergonha.
O aluno aplicado, que se consagrou ao estudo, achará igualmente, o que buscou - as alegrias da aprovação.
Tudo de acordo com a lição do Mestre.
``Buscai e achareis´´ (Lucas, 11:9.)
Em nossa jornada evolutiva - nascendo, vivendo, morrendo, renascendo ainda e progredindo continuamente -, somos alunos cujo livre-arbítrio escolhera, na maioria das vezes, o caminho das facilidades.
Os instrutores espirituais tem sido, para todos nós, devotados mestres, que nos observam a incúria e a desídia, porém aguardam, pacientes e compreensivos, que as lições do tempo e da dor nos induzam ao reajustamento.
Jamais se apoquentam, quando verificam que pendemos para a concha das sugestões utilitaristas, pois sabem que, buscando a ilusão, encontraremos, mais adiante, as folhas perdidas das desilusões.
Não ignoram que, batendo à porta dos enganos, elas se alargarão diante de nós, a fim de que, partilhando o banquete das futilidades, sejamos compelidos, mais tarde, a buscar, nos padrões do Evangelho, o roteiro para experiências mais elevadas.
Num planeta como a Terra, bem inferiorizado, falanges numerosas de entidades desencarnadas inspiram-nos com tal frequência que a sua intensidade - a intensidade de sua influenciação - não pode ser medida.
No Evangelho e no Espiritismo, estão os recursos imprescindíveis à nossa segurança.
A prática do bem, a confiança em Deus, o esclarecimento pelo estudo, o trabalho constante no bem, tudo isso, com o amparo da prece, preservar-nos-á do assédio de entidades que, em nome de velhos propósitos de vingança, ou por simples perversidade, procuram dificultar a nossa ascensão.
Batendo à porta dos que sofrem, para levar-lhes a mensagem consoladora do Evangelho e o socorro de nossas mãos, encontraremos um dia, a resposta do Céu aos nossos anseios de libertação.
Sendo livres para a escolha, acharemos, sem dúvida, o que buscamos.
Do livro: Estudando o Evangelho
Martins Peralva
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