terça-feira, 4 de outubro de 2016

04 de outubro - São Francisco de Assis (1182-1226)


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Francisco  era filho de um rico comerciante da cidade italiana de Assis. Durante os primeiros anos de sua juventude, soube aproveitar dos prazeres que o dinheiro oferece. Porém, aos poucos começou a despertar para as diferenças sociais que a riqueza impõe, observando pequenos fatos dentro de sua própria casa e nas batalhas que participava. 
Um dia, orando na Capela de São Damião, semi-destruída, em um momento de profunda contemplação, ouviu uma voz que parecia saída do crucifixo e que dizia "Vai e reconstrói minha casa!". A partir daí, abraçou a vida religiosa, despojando-se de tudo o que o mundo lhe oferecia, inclusive dos bens materiais de sua família e sua roupa, a qual despiu em praça pública. 
Começou, então, a realizar viagens missionárias, pregando os valores evangélicos da caridade e da humildade. Cuidava dos pobres e doentes, sobretudo leprosos, com tal zelo, que não apenas curava-lhes as feridas, mas beijava. Seu amor pela natureza era tal, que chamava a todas as criaturas de "irmãos e irmãs". 
O grupo que se reuniu junto a Francisco e que também abraçou seus ideais, formou o primeiro Núcleo dos Frades Menores, ordem aprovada pelo Papa Inocêncio III e que até hoje encanta milhares de pessoas também movidas pelo desejo de paz e bem.
Francisco morreu pobremente, aos 44 anos, mas, até hoje é cultuado e amado pela pureza de sua alma e pelo encantamento que a humildade em que viveu desperta nos homens e mulheres de todo o mundo.
Santificando minha vida: Vou experimentar, pelo menos por hoje, rezar a Oração de São Francisco, com o profundo desejo de conseguir tornar-me um ser humano melhor.

Oração de São Francisco

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvida, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei com que eu procure mais
consolar que ser consolado,
compreender que ser compreendido,
amar, que ser amado.
Porque é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive, para a vida eterna.

O Dinheiro e a Umbanda.

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A Umbanda nasceu gratuita e deveria ser gratuita, então por que a cada dia vemos mais cobranças nos terreiros de Umbanda? E nem estamos falando sobre os “pais de poste”. Vamos entender essa relação promíscua entre a espiritualidade e a vida financeira.
Primeiramente não devemos colocar em cima do dinheiro a pecha de negativa, não é. O dinheiro é uma forma de energia como outra qualquer e serve apenas para qualificar a troca de bens de consumo por serviço direto. Temos que parar de demonizar o capital, para realmente entender que o mal não está no dinheiro, mas no seu uso de forma indevida.
A Umbanda sofre com as questões da cobrança desde, praticamente, o seu nascimento. A princípio o que era para ser uma manifestação do espírito para a caridade, com o advento das práticas do candomblé – onde cobrar é lícito e não estamos questionando as práticas candomblecistas, mas sim a sua inclusão na Umbanda – começaram a aparecer serviços de feitura de santo (que não faz parte da Umbanda) e até mesmo certos trabalhos de “despacho ou descarrego” a altos preços.
É muito claro saber que isso está errado, pois um dos pilares da Umbanda é a gratuidade dos atendimentos. Até aí, compreendo que está tudo muito óbvio e que todos sabem que quando se cobra, não está se praticando a Umbanda. Porém em um fenômeno mais moderno, tivemos uma nova avalanche de recursos financeiros atrelados a atividades da Umbanda, a princípio com cursos de magia, cursos de fundamentos, cursos de entidades, entre outros. A grande “licença poética” sobre isso é que um terreiro não se mantém sem a ajuda financeira vinda de fora, os cursos então seriam uma forma de manter a estrutura da casa. Concordo em partes, pois trabalho em uma casa com mais de 60 anos de existência que nunca cobrou sequer um centavo da sua assistência e se mantêm através das mensalidades (optativas e com o valor que caiba no orçamento de cada um) que são pagas pelos médiuns da casa.
Uma outra falácia promulgada é que os cursos são para que a casa possa sobreviver, mas de fato é uma forma de fazer com que o “sacerdote” possa sobreviver DA CASA. A maioria não tem um segundo trabalho e acaba usando do seu “sacerdócio” como um emprego.
Certa vez ouvi de um senhor o seguinte:
” – O que mais gosto na Umbanda é saber que cada um tem um trabalho de dia e à noite, mesmo cansados, fazem um trabalho de doação total de suas matérias para o bem de seus irmãos, de forma gratuita.”
O Espiritismo possui cursos que duram em média cinco anos, porém são todos gratuitos e ministrados por voluntários aos finais de semanas ou durante a semana, em horários que os voluntários possam abrir grupos. Já na NeoUmbanda, vemos cursos todos os dias, praticamente em todos os horários possíveis em todos os terreiros possíveis.
Mas vamos levar em consideração o seguinte pensamento:
Uma pessoa que tenha um desequilíbrio mediúnico e esteja sofrendo de perturbações espirituais, procura um terreiro de Umbanda para que possa encontrar a sua cura. Ele será orientado pela entidade e muita das vezes isso é um sintoma de uma mediunidade em estado descontrolado a se manifestar. O guia espiritual irá orientar a vítima (consulente) a educar a sua mediunidade através de um curso de desenvolvimento mediúnico. Pois bem, em um terreiro das antigas, o mesmo seria convidado a compor o grupo de trabalho como Cambone e depois iria nos dias específicos, para as giras de desenvolvimento mediúnico, de forma gratuita ou no máximo pagando a mensalidade de médium (geralmente optativa e desnecessária para quem não tem condições financeiras).
Mas na NeoUmbanda a pessoa é obrigada a pagar pelo curso de desenvolvimento que não tem previsão de término e nem te dá garantias que sua mediunidade será mesmo desenvolvida. Além disso é obrigado a fazer cursos sobre teologia daquela Umbanda específica e aprender sobre magias e também contribuir com a mensalidade do médium. Na última apuração que fiz, um terreiro “famoso” cobrava por volta de R$ 70,00 por aula, seja qual fosse e uma matrícula de R$ 50,00. Vamos desconsiderar a mensalidade e fazer uma conta simples:
Desenvolvimento Mediúnico (70,00) + Teologia (70,00) + Magia (70,00) + Mensalidade (70,00) = 280,00.
São duzentos e oitenta reais para uma pessoa só, agora se essa mesma pessoa for de origem mais simples, com recursos esparsos, recebendo um salário mínimo (R$ 880,00 na época), isso equivale a aproximadamente 32% do orçamento mensal daquela família, ou por volta de 1/3 dos recursos recebidos. Claro que ele não terá como manter isso, então como fará? Não fará.
Cobrar para que a pessoa tenha acesso a cura e ao atendimento que agora se veste de curso e informação é o mesmo que cobrar o atendimento. Agora vamos ainda evoluir esse pensamento para uma casa com 100 pessoas.
100 x 280 = 28.000 
São vinte e oito mil reais só com esses cursos, fora os demais, as vendas de livros e outras atividades que geram mais e mais dinheiro para os cofres do terreiro, ou melhor, para os bolsos dos “sacerdotes”.
Como um amigo disse: “Não vejo bazares sendo feitos, atividades sociais e nem nada disso! Vejo apenas sacerdotes que não trabalham, vivendo do trabalho do terreiro”. Ainda complemento, vivendo com o dinheiro dos outros, criticando o movimento evangélico pela cobrança do dízimo e fazendo o mesmo, só que de forma camuflada. Hipocrisia pura!
Ainda temos piores, que se utilizam do marketing “a la Bel Pesce” para criar um deslumbramento em seus seguidores, forçando-os a cada vez mais consumir seus produtos. Produtos esses de qualidade duvidosa e que sempre tem como gatilho um outro produto gratuito. Esse é um grátis que sai bem caro, pois logo depois vem outro e-mail fornecendo opções mais completas e que para você fazer parte daquele seleto grupo, você precisará desembolsar uma quantidade de dinheiro, mas como você é uma pessoa que faz parte do mailing e como “eles” são muito legais e bondosos, vão dar um desconto absurdo de 2000%, o que era para ser muitos milhares de reais acabam sendo reduzidos a poucas dezenas. Porém, será mesmo que o material é de qualidade? Será que isso não cria um gatilho para consumo desenfreado de um tipo de conhecimento raso e sem o devido cuidado?
Pois bem, tudo está sendo cobrado. Será que vale a pena pagar dezenas ou poucas centenas de reais em cursos rasos, ao invés de juntar a mesma quantia mensalmente para posteriormente fazer um curso em uma instituição realmente séria ou até mesmo um curso de nível superior, uma pós-graduação em ciências das religiões, antropologia, sociologia, história ou outras coisas como cursos de formação em oráculos, terapias e afins?! Cursos esses ministrados por profissionais sérios que não precisam esconder suas certificações. Profissionais que você em uma “googlada” ou uma pesquisa ao Lattes* irá encontrar informações sobre seu currículo e as instituições que deram a ele as certificações necessárias?
Então o que tenho para dizer é: Se é cobrado, não importa o tipo de oferta que você está recebendo, PESQUISE! Apure! Compare! Verifique! 
Mas na minha modesta opinião, se é religião não pode ser cobrado!
Se há cobrança, NÃO É UMBANDA!!!

Responsabilidade do Dirigente Espiritual

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A Internet é uma conquista do nosso mundo atual, com certeza não saberíamos viver mais sem a rede mundial de computadores e toda a informação que ela mantém. Porém essa informação precisa ser primeiramente processada por nós para se tornar útil ou válida, pois da mesma forma que existe muita coisa boa na rede, também há muita coisa ruim.
Nesse tsunami de informações nem sempre sabemos como separar o Joio do Trigo (Mateus 13:24-30), mas essa é uma tarefa árdua até mesmo para quem já está a muito tempo na estrada, por isso mesmo que existem os sacerdotes, dirigentes ou pastores. Na Umbanda essa figura é chamada de Pai de Santo, o que para mim é algo errôneo! Prefiro o termo pai ou mãe espiritual.
O Pai ou a Mãe Espiritual deve trazer as informações já processadas e apresentá-las de forma mais adequada a seus filhos-de-fé, ensinando-os a desenvolver o senso crítico e o discernimento. Justamente por isso é necessário ter muita responsabilidade sobre o que se está fazendo, dizendo e vivenciando. Não adianta só dizer da boca para fora algo, mas é preciso que as lições aprendidas no terreiro e as instruções dadas pelos mentores espirituais, sejam vividas pelos seus médiuns e principalmente pelo dirigente.
O que vemos por aí é uma promoção descabida de vídeos de todas as espécies, principalmente aqueles ensinando irresponsavelmente como fazer algumas ativações mágicas, por meio de oferendas ou firmezas. Existe uma diferença muito grande em ensinar uma firmeza de limpeza espiritual ou de ambientes, de proteção e de harmonia; do que ensinar uma firmeza de atração sexual, mesmo que essa não tenha uma conotação direta de amarração amorosa, ainda assim tramita nesse escopo.
Mas no afã de obter mais seguidores, mais cliques, mais compartilhamentos e o pior de tudo mais dinheiro, veiculam diversas magias que deveriam ficar restritas ao espaço religioso. Não que seja errado auxiliar alguém a se sentir melhor, ter auto-estima ou ser mais atraente. O que é errado é o porquê disto e nosso raciocínio geralmente é muito raso para atingir realmente a raiz do problema. Por isso que há a consulta com entidades espirituais, mais elevadas moral e intelectualmente, para nos auxiliar a enxergar o que não conseguimos.
O Caboclo Rompe-Mato sempre repete que ele consegue ajudar, não por ser melhor, mas porque ele não está envolvido no problema, ou seja, enquanto estamos dentro do poço, só conseguimos enxergar um facho de luz que é da abertura do poço e todo o resto é escuridão. Ele por estar do lado de fora do poço, só enxerga um ponto mínimo de escuridão e o restante todo de luz. Assim ele teria uma abrangência visual maior da questão e poderia indicar o melhor caminho a seguir.
Quem garante que o problema de relacionamento não é um processo kármico daquela pessoa? Ou até mesmo a falta de atratividade que ela não tem? Se fizermos algo contrário a isso, mesmo querendo ajudar, estamos nos envolvendo com as questões da programação kármica dela. Já se o mesmo for feito dentro do terreiro, com o auxílio de uma entidade, ela saberá se está infringindo ou não as regras do jogo.
Além disso, magia é algo muito sutil. Mudando, às vezes, apenas uma evocação ou encantamento, podemos ter um resultado completamente diferente. Podemos pegar uma supostamente inocente magia para atração e transformá-la em um verdadeiro ponto de amarração amorosa. Você quer algo para sua vida? Peça para as forças de Deus, a qual chamamos Orixás ou Santos. Mas não para entidades de esquerda de maneira irresponsável ou desacompanhada de supervisão de uma entidade de direita. Não que os esquerdeiros irão fazer algo de ruim (apesar de poderem), mas nossa forma de pedir pode ser confusa e o resultado ser completamente diferente daquilo que realmente queremos, ou melhor, do que realmente precisamos.
Por isso que convoco a todos a terem mais cuidado com os “popstars” que surgem por aí e que se algo parece errado, possivelmente ele é errado!

Irresponsabilidade Mediúnica

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As inúmeras advertências propagadas por aí parecem pouco importar para os supostos postulantes a médiuns – intermediários das comunicações espirituais. O que vemos cada vez mais são pessoas que começam a sentir a sensibilidade mediúnica aflorando e se entregam de vez a qualquer comunicador do mundo espiritual. Sem preparação, sem um ambiente próprio e sem a menor educação para tal.
O fenômeno parece importar mais do que a filosofia por trás de tudo o que representa um processo mediúnico. Independente da religião que a utilize como ferramenta. A mediunidade é isso, um meio e não o fim. Ela tem o propósito de trazer do plano astral/espiritual as informações e lições necessárias para o aprimoramento do ser humano, mas é tratada como algo mais excepcional, que traz certo destaque a quem a possui.
No mundo atual, onde a internet possuí informações abundantes – porém nem sempre corretas, e na era Facebook onde em todos os grupos existem milhares de gurus e doutores da espiritualidade, isso acaba se complicando ainda mais. Podemos notar vários ‘discípulos’ e seguidores de doutrinas espiritualistas. Porém quando você os questiona sobre a mesma, se escondem sobre o capuz de vários textos religiosos e doutrinários. Isso, pode até ser comum, em religiões mais estabelecidas como as patriarcais Judaico-Cristãs. Mas dentro de linhas como o Espiritismo (ou Umbanda) é inaceitável! Pelo próprio propósito da doutrina que é a compreensão maior sem ‘preconceitos’ ou ‘abandonos’.
A estrutura de uma religião é formatada para trazer a seu seguidor a segurança para cultuar sua deidade e suas crenças. Exercendo sua fé, não permitindo que esse caia em situações desagradáveis. Ainda mais em religiões mediúnicas onde são necessárias várias precauções para trazer essa segurança. O mundo espiritual tem toda uma fauna de espíritos diversos – além dos que não exploraremos aqui como encantados, naturais, gênios, anjos, demônios e elementais. Só o espírito humano é encontrado em uma ampla diversidade.
Apenas ler os livros de um determinado autor não te incute todos os conhecimentos necessários para estabelecer uma comunicação segura. Até porque muita coisa é dita em reuniões, aprendida na vivência e  por meio experiência. As coisas mudam, no plano espiritual também.
Existem motivos muito importantes para que a comunicação mediúnica não seja feita sem o preparo. Um médium demora certo tempo para identificar seus próprios mentores, quanto mais para identificar toda sorte de espíritos. Um pretenso médium carregado na vaidade, no orgulho, no ego, na ignorância e com sentimentos não muito nobres irá atrair para si espíritos afins. Assim como uma pessoa jocosa, que deseja brincar com a espiritualidade, irá atrair espíritos zombeteiros e brincalhões.
Para ter uma garantia de segurança – e mesmo assim nem sempre o é – é necessário estar em um ambiente preparado, com proteções, com um grupo de trabalhadores comprometidos com a filosofia da casa. A grande valia do teor da mensagem é o que importa. Mas infelizmente preocupam-se apenas com o arquétipo que o espírito se apresenta, logo deduzem que um velho camponês não pode trazer uma comunicação de maior valor moral que um médico ou filósofo. Eis a arrogância instituída.
E quando então esses ‘médiuns’ acabam por dar consultas via internet? Não tem o mínimo conhecimento para tal, mas se assoberbam de valores dados pelos espíritos (que ele nem ao menos sabe se são realmente comprometidos com o bem). E na grande maioria dos casos geram uma fascinação espiritual, prejudicando a quem o consulta e também o consultado.
Espírito que se manifesta sem a permissão do médium é apenas um espírito obsessor e não podemos chamar isso de incorporação, mas de possessão. Ludibriado pelos espíritos negativos ele se coloca como um grande guru espiritual ou é influenciado mentalmente por esse. Acabando por desqualificar todos os que possuem uma mensagem positiva para passar.
Incorporação? Só em centros espíritas, espiritualistas e terreiros ou em trabalhos com a corrente mediúnica da casa a qual faz parte. O mesmo vale para as psicografias, psicofonias e toda sorte de manifestações mediúnicas.
Esse texto fica mais como um alerta – mais um dos muitos que existem por aí – para que você não seja vítima da obsessão espiritual e se decepcione, colocando a culpa sempre na doutrina e não na sua vaidade descabida.

Mediunidade, chave para evolução ou não?










A mediunidade é uma das ferramentas mais fantásticas a disposição do ser humano. Alguns questionam a mesma como sendo uma forma de contato com um mundo ao qual não deveríamos ter acesso, justificando essa posição através do esquecimento do reencarne.
Eu penso que, mesmo na mediunidade, as coisas são reveladas em doses homeopáticas, sempre com um cuidado maior das entidades que regem nossas existências, para que não haja uma interferência no plano da vida de forma a nos desviar do plano proposto antes de retornarmos a vida carnal.
Mas a mediunidade não está aí para o ser humano usá-la a seu bel prazer e deleite, ela tem quem ter um propósito de elevação. É muito comum encontrar entusiastas da mediunidade procurando ter acesso a conhecimentos secretos, mensagens de grandes revelações e assim por diante, contudo essa não é a função da faculdade mediúnica.
Acredito que a mediunidade com o amadurecimento moral do ser humano cederá espaço para uma vertente mais branda da mesma, conhecida como canalização ou ‘channeling’, muito próxima da mediunidade intuitiva.
Mas para isso temos que evoluir, não só intelectualmente, não só espiritualmente, mas temos que evoluir como espécie, como unidade. Quando a humanidade começar a deixar as travas terrestres para trás iremos vivenciar uma realidade também destravada, por enquanto ainda precisamos do açoite, mas não custa ter bons pensamentos e desejar que a palavra seja a nossa principal ferramenta, a palavra para o engrandecimento da humanidade.




PRETO VELHO – Meu filho, você tem que evoluir, tudo evolui.

MÉDIUM – O que tenho que fazer, meu Pai?
PRETO VELHO – Se desfaça de todos os bens materiais que você tem. Dê uma parte para os pobres e necessitados e a outra para sua mulher e filhos.

MÉDIUM – De tudo?
PRETO VELHO – Sim. E também de sua mulher e filhos. Vamos sair pelo mundo ajudando aqueles que necessitam. Andaremos de cidade em cidade, de lugar em lugar. Quando tiver fome, eu providenciarei comida; quando tiver sono, eu providenciarei lugar seco e seguro para descansar; quando tiver frio, eu providenciarei agasalho e roupas…

MÉDIUM – Não sei se posso. O senhor está pedindo muito de mim
PRETO VELHO – Mas você não quer evoluir, chegar numa consciência maior?

MÉDIUM – Eu quero evoluir, mas tenho que perder tudo o que tenho. Largar minha família, meus amigos… Não sei se posso fazer isso para evoluir. Prefiro ficar como estou e buscar uma outra forma de evoluir. O senhor mesmo não disse que existem muitas formas de evoluir. Porque só me deu esta escolha?

PRETO VELHO – Quando você disse que era necessário retirar as imagens do meu Congá, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que era necessário retirar os atabaques, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que era necessário parar com as oferendas para os Orixás, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que não era preciso utilizar as guias, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que era necessário que os Guias de nossa casa parassem de beber e fumar, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Você procurou outras formas e outros meios na procura de uma consciência maior. Introduziu várias formas e meios diferentes dos que eu lhe ensinei, pois você começou a achá-los atrasados, primitivos. No entanto, eu pedi a você apenas uma coisa, e você diz que é incapaz. Você mudou tudo o que achou necessário, mas não soube mudar por dentro. Evolução não se faz mudando formas, fundamentos, ritos, meios… Evolução se faz de dentro para fora. Não importa o nosso modo de operar nossa magia, mas sim o que ela representa; sua essência e importância na vida dos que nos procuram; a doutrina e a responsabilidade de nossos rituais; nossos fundamentos; o respeito pelo que é nosso. Você mudou procurando o novo, mas apenas buscou novas formas de fazer velhas coisas. Coisas que você achava que eram primitivas e que não fariam você evoluir. Você hoje se baseia em outros para mostrar sua evolução e consciência: se eles mudam lá, você também muda aqui; se eles fazem lá, você faz aqui. Você fugiu das velhas formas, mas apenas buscou o moderno para fazer o velho. Você já está velho. Em breve irá partir e eu não mais o usarei como cavalo. Tenho, agora, nova missão com outro médium. Nele a tradição será mantida e o novo se fundirá com o velho em busca da essência e não da forma..

MÉDIUM – O Senhor nunca me recriminou. Nunca disse que não.

PRETO VELHO – Se eu dissesse que não, você ficaria frustrado. Faria as coisas por fazer, sem o respeito ou os fundamentos necessários. Então eu deixei que você fizesse o que achava que era correto, pois você o faria com gosto. Na verdade, você nunca perguntou o que eu achava de tudo isso. Mas mesmo em desacordo, reconheço que você ajudou muitas pessoas.

MÉDIUM – Porque o Senhor só está me dizendo isto agora? Depois de tanto tempo trabalhando comigo…

PRETO VELHO – Você mudou tanto… Tanto que nem o reconheço mais… Só que agora você esta velho. Já está indo embora. Então vim para pedir uma última caminhada juntos, para que você encontrasse sua essência e tivesse a oportunidade de alcançar o que você buscou todos esses anos: evoluir, alcançar uma consciência com Deus.

MÉDIUM – Então todo esse tempo… Todas essas mudanças que fiz… Foram em vão?

PRETO VELHO – Não. Muitos que aqui estiveram e saíram para construir suas casas e nelas buscaram a essência daquilo que você ensinou, e que não mudaram por mudar, seguindo um caminho próprio, conseguiram encontrar uma consciência com Deus e uma evolução de dentro para fora. Você, mesmo sem saber, os ajudou.

MÉDIUM – Mas eu expulsei muitos médiuns por não quererem seguir com minha linha de trabalho.

PRETO VELHO – Eles souberam tirar o melhor de seus ensinamentos e dos meus. Eles abriram suas casas e hoje fazem Umbanda de várias formas.

MÉDIUM – Então…

PRETO VELHO – Sim. Aqueles que você dizia que ficaram no caminho; aqueles que não ficaram mudando constantemente, mas souberam degustar cada momento e perpetuar a tradição, os costumes, os fundamentos, os ritos… Eles mudaram a forma de ver o mundo e sua relação com ele. Buscaram a modernidade nas relações com os médiuns, no entendimento dos novos problemas, essa modernidade viciosa do ser humano. Utilizaram a modernidade e o novo para levar a doutrina, os ensinamentos, a palavra e o auxílio aos que necessitavam, mas souberam dar continuidade à nossa cultura e nossa forma, alcançando a essência naturalmente, gradativa. Mesmo o novo precisa de tradição para virar doutrina e buscar em sua própria forma e essência. Agora é hora de seguirmos juntos.

MÉDIUM – Mas eu não sei se posso largar tudo…. Eu disse ao Senhor que não podia largar tudo o que construí, minha família, mulher, filhos, amigos…

PRETO VELHO – Olhe para baixo… O que você está vendo?

MÉDIUM – Minha família. Minha mulher, meus filhos, meus amigos… Estão à minha volta. E com lágrimas se despedem… Para onde vamos, meu Velho?
PRETO VELHO – Encontrar o seu cavalo e o Terreiro onde você irá trabalhar dando auxílio aos necessitados; conforto aos desesperados; curando os enfermos; agasalhando o frio das almas com palavras de calor e esperança; dando de beber a sede de muitas almas em busca de luz… Agora você é um de nós.

MÉDIUM – É engraçado, meu Velho. Eu busquei tanto o novo tentando alcançar a evolução que evoluí com a missão da tradição e de perpetuar o que não soube dar o devido valor. O Senhor ficará comigo?

PRETO VELHO – Sim, e lhe darei meu nome e minha força. Te ensinarei tudo o que será necessário. O resto será entre você e seu médium. Ele é novo e muito parecido com você.

MÉDIUM – E como devo agir com ele? Também sofrerei como o Senhor sofreu comigo?

PRETO VELHO – Eu não sofri com você.

MÉDIUM – Mas o Senhor disse…

PRETO VELHO – Eu não disse que sofri. Estava preparando você para tudo isso. Às vezes só se dá o real valor a algo quando ele escorre de nossas mãos. Você vivenciou a tradição, os costumes e os novos meios, as novas formas. Adquiriu experiências diferentes. Segure minha mão…

MÉDIUM – Estou mudando…

NO TERREIRO – “Bate tambor lá na Angola, bate tambor… Bate tambor lá na Angola, bate tambor… Os meus Pretos Velhos batem tambor… Nas minhas Almas batem tambor… Para todo povo, batem tambor… Lá na Angola, bate tambor… Bate tambor lá na Angola, bate tambor… Bate tambor lá na Angola, bate tambor…”.

PRETO VELHO – É aquele ….

**O novo PRETO VELHO se incorpora, e um novo ciclo se inicia...**

Fonte: Umbanda Sagrada


Uma das maiores forças da criatura é, sem sombra de dúvida, a palavra.
Com ela podemos elevar ao céu ou empurrar ao precipício. 
A palavra pode reerguer, consolar, estimular ou destruir.
Representa exteriorização do que está pleno no coração.
Podes usá-la para oferecer ânimo e conforto ou fazer dela uma arma letal a abreviar oportunidades que poderiam ser valiosas.
Ela é a força dos homens de bem que tentam incutir o apego à dignidade nas almas das criaturas, mas também a arma dos enganadores que inclinam à ilusão e ao mal.
Carrega consigo uma energia tão forte, que é capaz de impressionar um coração frágil, e é tu que assumirás a responsabilidade pelo dano causado.
Faz a diferença entre querer viver ou optar por abandonar a existência.
Não a uses sem analisar o que conduz e qual efeito pode produzir.
Abriga-te em Deus todas as vezes que fores chamado a proferir uma palavra.
Que tua boca seja fonte propiciadora de luz a jorrar sobre todos os que ouvem a fim de te tornares instrumento do bem a espalhar o amor pela Terra.
Que seja anunciadora da esperança por toda parte, e que aqueles que sofrem busquem-na em ti para consolar-se, assim como os impetuosos acalmem-se ao som do que pronuncias.
Que a tua palavra soe no mundo como trombeta angélica a falar de Deus aos homens, convencendo-os de um porvir luminoso desvanecendo as trevas da ignorância e do desamor.
Para vencer a noite tormentosa que envolve o planeta, seja a boa palavra o primeiro anúncio de uma madrugada que prenuncie um amanhecer de paz.


Do livro: A conquista da Felicidade

               (Eulália Bueno - Esp. Maria do Rosário Del Pilar)