quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

ODÉ E OTIM

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Dia da semana: sexta-feira
Cor: Odé azulão com branco
Otim azulão com rosa
Número de axés: 04, 07, 14, 28, 210.
Comida: farofa doce com costela de porco assada com mel
Guias: azulão com branco para Odé, azulão com rosa para Otim.
Parte do corpo que Odé rege: pulmão e garganta
Ferramentas: flecha com arco, lança e estilingue, bolinhas de gude.
Ave: galo pintado e para Otim galinha pintada, casal de galinha d'angola.
Pombo: escuro ou branco
Quatro - pé: porco para Odé; porca para Otim.
Peixe: pintado.
Lugar de oferendas: mata e praia
Frutas: uva preta, maçã, butiá e araçá.
Função: amarração e demanda
Sobrenome de Orixás:
Odé: Linde, Jubim, Emí, Avagan, Lobomí, Ridê, Tola, Olobomí, Fabiorô Otim: Anidon, Dígala,Obérémi, Emí, Aridã, Tola, Olobomí,Renique,Talabí,Iborô
Flor: lírio roxo
Características: dono da mata e caçador
Apelido: caçador, Odé e Otim: gorda.
Ervas: folha de araçá e butiá, Orô
Doce: bolo inglês, cocadinha e merengue
Agrados: mamadeira com agua de canjica e leite de coco
Saudação: oque bambo Odé, oque bambo Otim ou oké arô
Santos que o representa: Odé São Sebastião; Otim Santa Maria Goretti
Dia do Ano: 20 de Janeiro

Odé é no Batuque o orixá que corresponde a Oxossi no Candomblé. Orixás caçadores vivem nas matas a fim de caçar e garantir a subsistência dos homens. Odé e Otim formam um casal inseparável, onde está Odé está Otim. Odé é representado por um menino portando arco e flecha, suas ferramentas para a caça e Otim porta um cântaro que carrega na cabeça.Orixás da fartura e dos excessos, Odé tem fama de generoso e bom: ele caça, mas fica com pena e remorso e dá a caça a Otim que come tudo rapidamente, sendo apelidada de gorda. São poucos os filhos de cabeça do Orixá Otim, talvez isto explique o seu quase esquecimento no culto, sendo Odé o mais conhecido, este sim com vários filhos. A beleza de Odé estende-se a seus filhos assim como suas características. Odé jamais pode ser esquecido, pois se sente excluído e abandonado e não perdoa facilmente uma falta como esta.

Características Positivas:Filhos de Odé são pessoas espertas e com iniciativa, nasceram para a liberdade, inteligentes, meigos, exigentes, cultos e sensí-veis de temperamento infantil, brincalhão, participante e alegre. Amantes irresponsáveis amam sobre tudo a natureza e a liberdade.Tem grande sensibilidade artística, são extremamente organizados, podem ser grandes amigos e estão sempre prontos para tudo.

Características Negativas: ciumentos, possessivos e inseguros. Narcisistas, egoístas, vaidosos a ponto de acharem que são os melhores em tudo. Temperamen-tais, quando estão com raiva podem até ficar perigosos. Aborrecem-se fácil e por qualquer motivo.

Lendas

Conta-se no Brasil que Odé era irmão de Ogum e de Bará, todos os três filhos de Iemanjá.Bará era indisciplinado e insolente com sua mãe e por isso ela o mandou embora. Os outros dois filhos se conduziam melhor. Ogum trabalhava no campo e Odé caçava na floresta das vizinhanças, de modo que a casa estava sempre abastecida de produtos agrícolas e de caça. Iemanjá, no entanto, andava inquieta e resolveu consultar um babalaô. Este lhe aconselhou proibir que Odé saísse à caça, pois se arriscava a encontrar Ossanha, aquele que detém o poder das plantas e que vivia nas profundezas da floresta. Odé ficaria exposto a um feitiço de Ossanha para obrigá-lo a permanecer em sua companhia. Iemanjá exigiu então, que Odé renunciasse a suas atividades de caçador. Este, porém, de personalidade independente, continuou sua incursões à floresta. Ele partia com outros caçadores, e como sempre faziam, uma vez chegados junto a uma grande árvore (ìrokò), separavam-se, prosseguindo isoladamente, e voltavam a encontrar-se no fim do dia e no mesmo lugar. 
Certa tarde, Odé não voltou para o reencontro, nem respondeu aos apelos dos caçadores. Ele havia encontrado Ossain e este lhe dera para beber uma poção onde foram maceradas certas folhas, como amúnimúyè, cujo nome significa "apossa-se de uma pessoa e de sua inteligência", o que provocou em Odé uma amnésia. Ele não sabia mais quem era nem onde morava. Ficou, então, vivendo na mata com Ossain, como predissera o babalaô.Ogum, inquieto com a ausência do irmão, partiu à sua procura, encontrando-o nas profundezas da floresta. Ele o trouxe, mas Iemanjá não quis receber o filho desobediente. 
Ogum revoltado pela intransigência materna recusou-se a continuar em casa (é por isso que o lugar consagrado a Ogum está sempre instalado ao ar livre).Odé voltou para a companhia de Ossanha, e Iemanjá desesperada por ter perdido seus filhos, transformou-se num rio, chamado Ògùn (não confundir com Ògún , o orixá).
Narrador desta lenda chamou a atenção para o fato de que "esses quatro deuses iorubás -Bará, Ogum, Odé e Ossanha - são igualmente simbolizados por objetos de ferro e vivem todos ao ar livre.".

Uma lenda explica como surgiu o nome de ÒSÓÒSÌ , derivado de ÒSÓWUSÌ ( o guarda-noturno é popular):"Olófin Odùduà, rei de Ifé, celebrava a festa dos novos inhames, um ritual indispensável ao início da colheita, antes do quê, ninguém podia comer destes inhames. Chegado o dia, uma grande multidão reuniu-se no pátio do palácio real. Olófin estava sentado em grande estilo, magnificamente vestido, cercado de suas mulheres e de seus ministros enquanto os escravos o abanavam e espantavam as moscas, os tambores batiam e louvores eram entoados para saudá-lo. As pessoas reunidas conversavam e festejavam alegremente, comendo dos novos inhames e bebendo vinho de palma. Subitamente um pássaro gigantesco voou sobre a festa, vindo pousar sobre o teto do prédio central do palácio. Esse pássaro malvado fora enviado pelas feiticeiras, as Ìyámi Òsòrònga, chamadas também as Eléye, isto é, as proprietárias dos pássaros, pois elas utilizam-nos para realizar seus nefastos trabalhos. 
A confusão e o desespero tomaram conta da multidão. Decidiram, então, trazer, sucessivamente, Oxotogum , o caçador das vinte flechadas, de Idô; Oxotogí, o caçador de quarenta flechas, de Moré; Oxotobá, o caçador das cinqüenta flechas, de Ilarê , e finalmente Oxotokanxoxô, o caçador de uma só flecha, de Iremã. Os três primeiros, muito seguros de si e uns tanto fanfarrões, fracassaram em suas tentativas de atingir o pássaro, apesar do tamanho deste e da habilidade dos atiradores. Chegada a vez de Oxotokanxoxô, filho único, sua mãe foi rapidamente consultar um babalaô, que lhe declarou: ' Seu filho está a um passo da morte ou da riqueza. Faça uma oferenda e a morte tornar-se-á riqueza.' Ela foi então colocar na estrada uma galinha, que havia sacrificado, abrindo-lhe o peito, como devem ser feitas as oferendas às feiticeiras, e dizendo-lhes três vezes: ' Que o peito do pássaro receba esta oferenda'. Foi no momento preciso que seu filho lançava sua única flecha. 
O pássaro relaxou o encanto que o protegia, para que a oferenda chegasse ao seu peito, mas foi a flecha de Oxotokanxoxô que o atingiu profundamente. O pássaro caiu pesadamente, se debateu e morreu. Todo mundo começou a dançar e cantar: 'Oxó é popular! Oxó é popular! Oxowussi! Oxowussi!! Oxowussi!

O filho de Odé apresenta arquetipicamente as características atribuídas do Orixá. Representa o homem impondo sua marca sobre o mundo selvagem, nele intervindo para sobreviver, mas sem alterá-lo.Os filhos de Odé são geralmente pessoas joviais, rápidas e espertas, tanto mental como fisicamente. Tem portanto, grande capacidade de concentração e de atenção, aliada à firme determinação de alcançar seus objetivos e paciência para aguardar o momento correto para agir.
Fisicamente, os filhos de Odé, tendem a ser relativamente magros, um pouco nervosos, mas controlados. São reservados, tem forte ligação com o mundo material, sem que esta tendência denote obrigatoriamente ambição e instáveis em seus amores.
No tipo psicológico a ele identificado, o resultado dessa atividade é o conceito de forte independência e de extrema capacidade de ruptura, o afastar-se de casa e da aldeia para embrenhar-se na mata, afim de caçar. Seus filhos, portanto são aqueles em que a vida apresenta forte necessidade de independência e de rompimento de laços. Nada pior do que um ruído para afastar a caça, alertar os animais da proximidade do caçador. Assim os filhos de Odé trazem em seu inconsciente o gosto pelo ficar calado, a necessidade do silêncio e desenvolver a observação tão importantes para seu Orixá. Quando em perseguição a um objetivo, mantêm-se de olhos bem abertos e ouvidos atentos. Sua luta é baseada na necessidade de sobrevivência e não no desejo de expansão e conquista. Busca a alimentação, o que pode ser entendido como sua luta do dia-a-dia. Esse Orixá é o guia dos que não sonham muito, mas sua violência é canalizada e represada para o movimento certo no momento exato. É basicamente reservado, guardando quase que exclusivamente para si seus comentários e sensações, sendo muito discreto quanto ao seu próprio humor e disposição.
Os filhos de Odé, portanto, não gostam de fazer julgamentos sobre os outros, respeitando como sagrado o espaço individual de cada um. Buscam preferencialmente trabalhos e funções que possam ser desempenhados de maneira independente, sem ajuda nem participação de muita gente, não gostando do trabalho em equipe. Ao mesmo tempo , é marcado por um forte sentido de dever e uma grande noção de responsabilidade. Afinal, é sobre ele que recai o peso do sustento da tribo.
Os filhos de Odé tendem a assumir responsabilidades e a organizar facilmente o sustento do seu grupo ou família. Podem ser paternais, mas sua ajuda se realizará preferencialmente distante do lar, trazendo as provisões ou trabalhando para que elas possam ser compradas, e não no contato íntimo com cada membro da família. Não é estranho que, quem tem Odé como Orixá de cabeça, relute em manter casamentos ou mesmo relacionamentos emocionais muito estáveis. Quando isso acontece, dão preferência a pessoas igualmente independentes, já que o conceito de casal para ele é o da soma temporária de duas individualidades que nunca se misturam. 
Os filhos de Odé, compartilham o gosto pela camaradagem, pela conversa que não termina mais, pelas reuniões ruidosas e tipicamente alegres, fator que pode ser modificado radicalmente pelo segundo Orixá. Gostam de viver sozinhas, preferindo receber grupos limitados de amigos.É portanto, o tipo coerente com as pessoas que lidam bem com a realidade material, sonham pouco, têm os pés ligados à terra.São pessoas cheias de iniciativa e sempre em vias de novas descobertas ou de novas atividades.Têm o senso da responsabilidade e dos cuidados para com a família. São generosas, hospitaleiras e amigas da ordem, mas gostam muito de mudar de residência e achar novos meios de existência em detrimento, algumas vezes, de uma vida doméstica harmoniosa e calma.
O tipo psicológico, do filho de Odé é refinado e de notável beleza. É o Orixá dos artistas intelectuais. É dotado de um espírito curioso, observador de grande penetração. São cheios de manias, volúveis em suas reações amorosas, multo susceptíveis e tidos como "complicados". É solitário, misterioso, discreto, introvertido. Não se adapta facilmente à vida urbana e é geralmente um desbrava-dor, um pioneiro. Possui extrema sensibilidade, qualidades artísticas, criatividade e gosto depurado. Sua estrutura psíquica é muito emotiva e romântica
oxossi
DIA: Quinta-feira
COR: Verde
SÍMBOLOS: Ofá (arco), Damatá (flecha), Erukeré
ELEMNTO: Terra (florestas e campos cultiváveis)
DOMÍNIOS: Caça, Agricultura, Alimentação e Fartura
SAUDAÇÃO: Òké Aro!!! Arolé!
Oxóssi (Òsóòsi) é o deus caçador, senhor da floresta e de todos os seres que nela habitam, orixá da fartura e da riqueza. Actualmente, o culto a Oxóssi está praticamente esquecido em África, mas é bastante difundido no Brasil, em cuba e em outras partes da América onde a cultura iorubá prevaleceu. Isso deve-se ao facto de a cidade de Kêtu, da qual era rei, ter sido destruída quase por completo em meados do século XVIII, e os seus habitantes, muitos consagrados a Oxossi, terem sido vendidos como escravos no Brasil e nas Antilhas. Esse facto possibilitou o renascimento de Kêtu, não como estado, mas como importante nação religiosa do Candomblé.
Oxóssi é o rei de Kêtu, segundo dizem, a origem da dinastia. A Oxóssi são conferidos os títulos de Alakétu, Rei, Senhor de Kêtu, e Oníìlé, o dono da Terra, pois em África cabia ao caçador descobrir o local ideal para instalar uma aldeia, tornando-se assim o primeiro ocupante do lugar, com autoridade sobre os futuros habitantes. É chamado de Olúaiyé ou Oni Aráaiyé, senhor da humanidade, que garante a fartura para os seus descendentes.

Na história da humanidade, Oxóssi cumpre um papel civilizador importante, pois na condição de caçador representa as formas mais arcaicas de sobrevivência humana, a própria busca incessante do homem por mecanismos que lhe possibilitem se sobressair no espaço da natureza e impor a sua marca no mundo desconhecido.
A colecta e a caça são formas primitivas de busca de alimento, são os domínios de Oxóssi, orixá que representa aquilo que há de mais antigo na existência humana: a luta pela sobrevivência. Oxóssi é o orixá da fartura e da alimentação, aquele que aprende a dominar os perigos da mata e vai em busca da caça para alimentar a tribo. Mais do que isso, Oxóssi representa o domínio da cultura (entendendo a flecha como utensílio cultural, visto que adquire significados sociais, mágicos, religiosos) sobre a natureza.
Astúcia, inteligência e cautela são os atributos de Oxóssi, pois, como revela a sua história, esse caçador possui uma única flecha, por tanto, não pode errar a presa, e jamais erra. Oxóssi é o melhor naquilo que faz, está permanentemente em busca da perfeição.
Em África, os caçadores que geralmente são os únicos na aldeia que possuem as armas, têm a função de salvar a tribo, são chamados de Oxô, que significa guardião e wúsí que significa popular, ouseja Osowusí e na expressão populara cabou virando Oxóssi. Oxóssi também foi um Òsó, mas foi um guardião especial, pois salvou seu povo do terrível pássaro das Iyá-Mi.
Outras histórias relacionadas com Oxóssi apontam-no como irmão de Ogum. Juntos, eles dominaram a floresta e levaram o homem à evolução. Além de irmão, Oxóssi é grande amigo de Ogum – dizem até que seria seu filho, e onde está Ogum deve estar Oxóssi, as suas forças completam-se e, unidas, são ainda mais imbatíveis.
Oxóssi mantém estreita ligação com Ossaim (Òsanyìn), com quem aprendeu o segredo das folhas e os mistérios da floresta, tornou-se um grande feiticeiro e senhor de todas as folhas, mas teve que se sujeitar aos encantamentos de Ossaim.
A história mostra Oxóssi como filho de Iemanjá, mas a sua verdadeira mãe, segundo o mais antigos, é Apaoká a jaqueira, que vem a ser uma das Iyá-Mi, por isso a intimidade de Oxóssi com essa árvore.
A rebeldia de Oxóssi é algo latente na sua história. Foi desobedecendo às interdições que Oxóssi se tornou orixá.
Tal como Xangô, Oxóssi é um orixá avesso à morte, porque é expressão da vida. A Oxóssi não importa o quanto se viva, desde que se viva intensamente. O frio de Ikú (a morte) não passa perto de Oxóssi, pois ele não acredita na morte.
Características dos filhos de Oxóssi
Os filhos de Oxóssi são pessoas de aparência calma, que podem manter a mesma expressão quando alegres ou aborrecidas, do tipo que não exterioriza as suas emoções, mas não são, de forma alguma, pessoas insensíveis, só preferem guardar os sentimentos para si.
São pessoas que podem parecer arrogantes e prepotentes, e às vezes são. Na realidade, os filhos de Oxóssi são desconfiados, cautelosos, inteligentes e atentos, seleccionam muito bem as amizades, pois possuem grande dificuldade em confiar nas pessoas. Apesar de não confiarem, são pessoas altamente confiáveis, das quais não se teme deslealdade; são incapazes de trair até um inimigo. Magoam-se com pequenas coisas e quando terminam uma amizade é para sempre.
São do tipo que ouve conselhos com atenção, respeita a opinião de todos, mas sempre faz o que quer. Com estratégia, acabam por fazer prevalecer a sua opinião e agradando a todos.
Altos e magros, os filhos de Oxóssi possuem facilidade para se mover, mesmo entre obstáculos. O seu andar possui leveza e elegância. A sua presença é sempre notada, mesmo que não façam nada para isso acontecer.
Os filhos de Oxóssi gostam de solidão, isolam-se, ficam à espreita, observam atentamente tudo que se passa à sua volta. Curiosos, percebem as coisas com rapidez, são introvertidos e discretos, vaidosos, distraídos e prestativos, comportamento típico de um caçador, provedor do seu povo.

Deus é um só (Oxóssi e São Sebastião) - Douglas Fersan


Deus é um só...
São Sebastião foi um mártir cristão. Soldado do Império Romano, tratava os cristãos com piedade, o que levou o imperador Diocleciano a condená-lo à morte, no ano 286. Amarrado a uma árvore, foi alvejado com várias flechas e seu corpo jogado em um rio. Entretanto, sobreviveu a todas as torturas e retornou a Roma.

É sincretizado com o orixá Oxóssi, o caçador de uma flecha só, o provedor piedoso, senhor das matas e protetor dos desvalidos.

Seja no Império Romano, seja em Ketu, na África, a misericórdia divina sempre estará presente. Nos cultos de Umbanda, sincretizado ou não, rendemos hoje, 20 de janeiro, nossas homenagens a Oxóssi e São Sebastião.

Douglas Fersan

Salve Oxóssi, o rei de Ketu - por Douglas Fersan


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O orixá oxóssi (Òsòóxi, originalmente) é o deus da caça, senhor e guardião das florestas e dos seres vegetais e animais que a habitam. É também um orixá ligado à fartura (elemento presente nas florestas) e à riqueza.  Oxóssi é um dos orixás mais populares no Brasil, sendo muito cultuado também em Cuba (rituais de Santeria) e outros países da América que utilizaram a mão-de-obra escrava negra, em especial a Iorubá.  Entretanto, seu culto na África praticamente desapareceu, em virtude da destruição da província de Ketu (da qual Oxóssi era um rei lendário) no século XVIII.  Os habitantes de Ketu se tornaram escravos no Brasil e nas Antilhas (fato que explica o desaparecimento do culto na África e seu surgimento nesses lugares).  Assim, como uma fênix, Ketu ressurgiu, não como Estado político, mas como nação espiritual, através do culto que seus descendentes praticavam e praticam a Oxóssi.

   O título de caçador consistia uma grande honraria, já que a ele cabia escolher o local adequado para instalar a aldeia, garantindo que nada faltasse a seus habitantes (isso também explica o fato de Oxóssi estar liga à fartura).  O caçador era o primeiro habitante do local e se tornava uma autoridade sobre os demais, sendo chamado de "Oni Aráaiyé", o senhor da humanidade, aquele que garantia a riqueza e a fartura para o seu povo.

   Nos cultos de Umbanda é sincretizado com São Sebastião, o mártir cristão que foi executado com flechas por determinação de Diocleciano, o imperador romano, por volta de 286.  A relação das flechas que executaram São Sebastião e as usadas pelo caçador contribuíram para o sincretismo entre o santo católico e o orixá, considerado também o patrono da linha dos caboclos na Umbanda.

Douglas Fersan