quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Mães Más



Um dia, quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes:

"Eu os amei o suficiente para ter perguntado: onde vão, com quem vão e a que horas regressarão".

Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio, e fazer com que eles soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.

Eu os amei o suficiente para fazê-los pagar pelas balas que tiraram da mercearia, ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: "Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar".

Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé duas horas junto deles, enquanto limpavam o quarto: tarefa que eu teria feito em 15 minutos.

Eu os amei o suficiente para deixá-los ver além do amor que eu sentia por eles, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.

Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.

Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes NÃO, quando eu sabia que poderiam me odiar por isso - e em alguns momentos até me odiaram.

Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.

Estou contente, venci... porque no final eles venceram também!

E qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, meus filhos vão lhes dizer, quando eles lhes perguntarem se a sua mãe era má: "Sim... Nossa mãe era má! Era a mãe mais má do mundo..."

As outras crianças comiam doces no café da manhã, e nós tínhamos de comer cereais, ovos e torradas.

As outras crianças bebiam refrigerantes, comiam batatas fritas e sorvete no almoço, e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas.

E ela obrigava-nos a jantar à mesa, bem diferente das outras mães, que deixavam os filhos comerem vendo televisão.

Ela insistia em saber onde nós estávamos a toda hora - tocava nosso celular de madrugada.

Era quase uma prisão; mamãe tinha que saber quem eram os nossos amigos e o que eles faziam.

Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorasse só uma hora ou até menos.

Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela violou as leis de trabalho infantil.

Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalhos que achávamos cruéis.

Eu acho que ela dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer.

Ela insistia sempre conosco para lhe dizermos a verdade, e apenas a verdade.

E quando éramos adolescentes, ela até conseguia ler nossos pensamentos.

A nossa vida era mesmo chata.

Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que nós saíssemos.

Tinham que subir, bater à porta para ela os conhecer.

Enquanto todos podiam voltar à noite com 12, 13 anos, nós tivemos de esperar pelos 16 para chegar mais tarde, e aquela "chata" levantava para saber se a festa foi boa - só para ver como estávamos ao voltar.

Por causa de mãe, nós perdemos algumas experiências da adolescência.

Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubos, atos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.

Foi tudo por causa dela.

Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos fazendo o nosso melhor para sermos "Pais Maus", tal como a nossa mãe foi.

Eu acho que é um dos males do mundo de hoje: não há suficientes 
"MÃES MÁS".

Carta de Deus



Você já pensou em receber uma carta de Deus?

Se Deus lhe escrevesse, o que será que Ele teria para lhe dizer?

Talvez a carta começasse assim:

Olá, como você acordou esta manhã?

Eu observei e esperei, pensando que você falaria Comigo, mesmo que fossem apenas umas poucas palavras, para saber Minha opinião sobre alguma coisa, ou Me agradecendo por algo de bom que lhe aconteceu ontem.

Mas, notei que você estava muito ocupado, tentando encontrar uma roupa que ficasse bem em você, para ir ao trabalho.

Então, Eu esperei outra vez. Quando você correu pela casa de um lado para outro, já arrumado para sair, Eu estava lá. Seriam certamente poucos minutos para você dizer alô, mas você estava realmente muito ocupado.

Você se deu conta de que tinha que esperar alguns minutos e os gastou sentado em uma cadeira fazendo nada. Estava apenas sentado.

Então, vi que você se levantou rapidamente e pensei que você queria falar Comigo, mas você correu ao telefone e ligou para um amigo para lhe contar as últimas novidades.

Eu vi quando você foi para o trabalho e esperei pacientemente o dia inteiro. Com todas as suas atividades, achei que você estaria realmente muito ocupado para dizer alguma coisa.

Notei que, antes do almoço, enquanto esperava a refeição, você olhou ao redor, mas não foi dessa vez. Talvez se sentisse um pouco sem jeito ou com vergonha de falar Comigo em público.

Vi quando você observou alguns de seus amigos fazendo uma breve oração antes do almoço, mas você não teve coragem.

Tudo bem! O dia ainda não havia acabado e Eu tinha esperança que você falasse Comigo hoje.

Você foi para casa e parecia que tinha muitas coisas para fazer. Depois que terminou algumas delas, ligou a televisão e gastou bastante tempo em frente à TV, curtindo a programação.

Eu esperei pacientemente, outra vez, enquanto você jantava, e mais uma vez você não falou Comigo!

Enfim, chegou a hora de ir para cama, chegou a hora de dormir...

Pensei que, naquele momento, você se lembraria de Mim, ao menos para agradecer pelo dia que passou, mas você devia estar muito cansado.

Depois que disse boa noite para a sua família, pulou na cama e dormiu rapidamente.

Tudo bem, talvez você não soubesse que Eu estou sempre ao seu lado.

Mas Eu tenho muita paciência. Muito mais do que você possa imaginar. Desejo ensinar a você como ser paciente com as outras pessoas e como ser bom.

Eu o amo tanto que espero todos os dias um sinal seu, um simples gesto, uma curta oração, um pensamento de agradecimento...

Sabe, meu filho, é muito difícil manter uma conversa sozinho, um monólogo. O bom mesmo é dialogar mas, infelizmente, você não se lembra de Mim.

Bom, amanhã você vai se levantar outra vez para um novo dia. E mais uma vez Eu estarei esperando, talvez em vão, mas com muito amor para você, desejando que você possa dar-Me alguma atenção, um pouco do seu tempo.

Tenha um bom dia!

Seu amigo, sempre presente, Deus.

* * *

Talvez esta suposta carta nada tenha a ver com você, pois você sempre se lembra de falar com Deus.

Mas, se alguma coisa lhe chamou atenção lembre-se de que, no mínimo, você deve gratidão a Deus pela vida.

Pelo fato de você estar respirando neste exato momento, por estar com saúde, por poder ouvir, falar, andar...

Enfim, agradecer a Deus por lhe ter permitido existir.

Pense nisso!

Redação do Momento Espírita

Não Deixe para Depois



O pai de família chegou em casa e se sentou à mesa com as contas do mês a pagar, e algumas já vencidas, quando seu filhinho, cheio de alegria, entrou correndo na sala e disse com entusiasmo:
Feliz aniversário, papai! Mamãe disse que você está completando cinquenta e cinco anos hoje, por isso eu vou lhe dar cinquenta e cinco beijos, um para cada ano.
O garoto começou a fazer o que prometera, quando o pai exclamou:
Oh! Filho, agora não! Estou tão ocupado!
O menino fez silêncio imediato. Mas o seu gesto chamou a atenção do aniversariante.
Olhando-o, o pai percebeu que havia lágrimas em seus grandes olhos azuis.
Desculpando-se, disse ao filho: Você pode terminar amanhã.
O menino não respondeu e não foi capaz de disfarçar o seu desapontamento, enquanto se afastava.
Naquela mesma noite o pai lhe falou: Venha cá e termine de me dar seus beijos agora, filho.
Ou ele não ouviu ou não estava mais com vontade, pois não atendeu ao pedido.
Dois meses depois, um acidente levou o garoto. Seu corpo foi sepultado num pequeno cemitério, perto do lugar onde ele gostava de brincar.
Aquele pai constantemente se sentava ao lado do túmulo do seu pequeno e, observando a natureza, pensava consigo mesmo:
O canto do sabiá não é mais doce que a voz do meu filho, e a rolinha que canta para os seus filhotes não é tão gentil como o menininho que deixou de completar a sua declaração de amor.
Ah! Se eu pudesse ao menos lhe dizer como me arrependo daquelas palavras impensadas, e como o meu coração está doendo agora por causa de minha falta de delicadeza.
Hoje eu fico aqui sentado, pensando em como pude não retribuir seu afeto, e entristeci seu pequeno coração, cheio de ternura.

* * *

Às vezes, por motivos banais, deixamos passar oportunidades únicas, que jamais se repetirão em nossas vidas.
São momentos em que uma distração qualquer nos afasta do abraço afetuoso de um ser querido...
Um compromisso, que poderíamos adiar, nos impede de ficar um pouco mais com alguém que nos deixará em breve...
Depois, como aconteceu ao pai que recusou os beijos do filho, só resta a dor do arrependimento.
E essa dor é como um fogo que queima sem consumir.
E não é necessário que a pessoa a quem negamos nossa atenção seja arrebatada pela morte, para que sintamos o desconforto do arrependimento.
Quantos filhos deixam de procurar os pais, por falta de atenção, e se vão, em busca de alguém que ouça seus desabafos ou responda suas perguntas.
Quantas esposas se fecham no mutismo, depois de várias tentativas de diálogo com o companheiro indiferente ou frio.
Quantos esposos se isolam, após tentativas frustradas de entendimento.
Por todas essas razões, vale a pena prestar atenção nos braços que se distendem para um abraço, os lábios que se dispõem para um beijo, as mãos que se oferecem para um carinho.

* * *

Um gesto de ternura deve ser sempre bem recebido, mesmo que estejamos sobrecarregados, cansados, sem vontade de atender.
Uma demonstração de amor é sempre bem-vinda, para dar novo colorido às nossas horas, ao nosso dia a dia, às nossas lutas.
O amor, quando chega, dissipa as trevas, clareia o caminho, perfuma o ambiente e refaz o ânimo de quem lhe recebe a suave visita.
Pense nisso!

Redação do Momento Espírita

Os Nossos Heróis



Passamos boa parte da nossa existência cultivando imagens de heróis.
Até que um dia o pai herói começa a passar o tempo todo sentado, resmunga baixinho e puxa uns assuntos sem pé nem cabeça.
A heroína do lar começa a ter dificuldade de concluir as frases e dá de implicar com a empregada.
O que papai e mamãe fizeram para caducar de uma hora para outra?
Envelheceram....
Nossos pais envelhecem. Ninguém havia nos preparado pra isso.
Um belo dia eles perdem o garbo, ficam mais vulneráveis e adquirem umas manias bobas.
Estão cansados de cuidar dos outros e de servir de exemplo: agora chegou a vez deles serem cuidados e mimados por nós, nem que pra isso recorram a uma chantagenzinha emocional.
Têm muita quilometragem rodada e sabem tudo, e o que não sabem eles inventam.
Não fazem mais planos a longo prazo, agora dedicam-se a pequenas aventuras, como comer escondido tudo o que o médico proibiu.
Estão com manchas na pele. Ficam tristes de repente. Mas não estão caducos: caducos ficam os filhos, que relutam em aceitar o ciclo da vida.
É complicado aceitar que nossos heróis e heroínas já não estão no controle da situação.
Estão frágeis e um pouco esquecidos, têm este direito, mas seguimos exigindo deles a energia de uma usina. Não admitimos suas fraquezas, seu desânimo.
Ficamos irritados e alguns chegam a gritar se eles se atrapalham com o celular ou outro equipamento e ainda não temos paciência para ouvir pela milésima vez a mesma história que contam como se acabassem de tê-la vivido. Em vez de aceitarmos com serenidade o fato de que as pessoas adotam um ritmo mais lento com o passar dos anos, simplesmente ficamos irritados por eles terem traído nossa confiança, a confiança de que seriam indestrutíveis como os super-heróis. Provocamos discussões inúteis e os enervamos com nossa insistência para que tudo siga como sempre foi.

Essa nossa intolerância só pode ser medo. Medo de perdê-los, e medo de perdermos a nós mesmos, medo de também deixarmos de ser lúcidos e joviais.
Com todas as nossas irritações, só provocamos mais tristeza àqueles que um dia só procuraram nos dar alegrias.
Por que não conseguimos ser um pouco do que eles foram para nós?

Quantas noites estes heróis e heroínas passaram ao lado de nossa cama, medicando, cuidando e medindo febre?
E nós ficamos irritados quando eles se esquecem de tomar seus remédios e, ao brigar com eles, os deixamos chorando, tal qual crianças que fomos um dia.
É uma enrascada essa tal de passagem do tempo. Nos ensinam a tirar proveito de cada etapa da vida, mas é difícil aceitar as etapas dos outros...
Ainda mais quando os outros são nossos alicerces, aqueles para quem sempre podíamos voltar e sabíamos que estariam com seus braços abertos, que agora estão dando sinais de que um dia irão partir sem nós.

Façamos por eles hoje o melhor, o máximo que pudermos, para que amanhã, quando eles já não estiverem mais aqui conosco, possamos lembrar com carinho de seus sorrisos de alegria e não das lágrimas de tristeza que tenham derramado por nossa causa.
Afinal, nossos heróis de ontem serão nossos heróis eternamente: nosso pai e nossa mãe.

O Preço de um Filho!



O governo americano calculou recentemente o custo para criar um filho, do seu nascimento aos 18 anos, e chegou a R$ 80.000 a 90.000 para uma família de classe média. O valor é chocante! E esse valor não cobre a formação escolar.
Mas R$ 80.000 a 90.000 não é tão ruim assim, se você parcelá-lo.
Ele se traduz em: R$ 4.981,08 por ano, R$ 415,09 por mês, R$ 103,72 por semana. E meros de R$ 13,39 por dia. Cerca de um R$ 0,55 por hora.
O que você ganha com R$ 80.000 a 90.000 ?
Direito de dar nomes. O primeiro, o do meio e o último. Olhares de Deus todos os dias.
Risadinhas debaixo das cobertas todas as noites. Mais amor do que seu coração pode suportar.
Beijos jogados no ar e abraços com velcro. Infinitas admirações por pedras, formigas, nuvens e biscoitos.
Uma mão para segurar, normalmente suja de geleia ou chocolates. Um parceiro para fazer bolhas de sabão, soltar pipas. Alguém para fazer você rir como bobo, não importa o que seu chefe tenha dito ou como as bolsas se comportaram nesse dia.
Por R$ 80.000 ou 90.000 , você não precisará crescer nunca. Você deve:
Ter os dedos sujos de tinta, modelar abóboras, brincar de esconde-esconde, pegar vaga-lumes, e
nunca parar de acreditar em Papai Noel.
Você terá uma desculpa para...
Continuar a ler as Aventuras do Ursinho Puff, assistir desenhos animados ao sábado pela manhã.
assistir filmes da Disney, e fazer pedidos a estrelas.
Você recebe molduras de arco-íris, de corações ou flores sob imãs de geladeira ; conjunto de mãos impressas em argila para o Dia das Mães, e cartões com letras viradas para o Dia dos Pais.
Por R$ 80.000 ou 90.000 , não há outro jeito mais fácil de ficar famoso. Você é um herói apenas por...
recuperar um gatinho do telhado da garagem, retirar as rodinhas da bicicleta, remover uma farpa, encher uma piscina de plástico, fazer bola de chiclete sem estourar e treinar um time de futebol que nunca vence mas sempre recebe sorvete de prêmio.
Você tem lugar na primeira fila da "história" como testemunha ...
dos primeiros passos, das primeiras palavras, do primeiro sutiã, do primeiro namoro, e da primeira vez atrás do volante de um carro.
Você fica imortal.
Você tem um novo braço na sua árvore genealógica e, se tiver sorte, uma longa lista de membros no seu obituário, chamados netos e bisnetos.
Você recebe formação em psicologia, enfermagem, justiça criminal, comunicação e sexualidade humana que nenhuma faculdade pode lhe dar. Aos olhos de uma criança, você localiza-se logo abaixo de Deus. Você tem poder para curar um choro, espantar os monstros que estão debaixo da cama, remendar um coração partido, policiar uma festa sonolenta, cultivá-los sempre e amá-los sem limites. E assim algum dia, eles como você, amarão sem medir os custos. É um excelente negócio por esse preço!!!!
Ame e curta seus filhos e netos e bisnetos!!!!!!!
É o melhor investimento que você fará.

Antes que eles cresçam - Emocionante



Há um período em que os pais vão ficando órfãos de seus próprios filhos.

É que as crianças crescem de uma maneira independente, como árvores tagarelas e pássaros estabanados.
Crescem sem pedir licença à vida.

Crescem com uma estridência alegre e, às vezes com uma alardeada arrogância.
Mas não crescem todos os dias, de igual maneira, crescem de repente.

Um dia sentam-se perto de você, no terraço, e dizem uma frase com tal maneira que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.

Onde é que andou crescendo aquele pequeno ser e que você não percebeu?

Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com enfeites e o primeiro uniforme do maternal?

A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você agora está ali, na porta da boate, esperando que ela não apenas cresça, mas que apareça...

Ali, estão muitos pais ao volante, esperando que eles saiam radiantes, sorrindo, de cabelos longos e soltos.
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão os nossos filhos com uniforme da sua geração.

Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas que pareciam intermináveis.
E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo com os acertos e erros.

Principalmente com os erros que esperamos que não se repitam.

Chega um período em que os pais vão ficando um pouco mais órfãos dos filhos.

Não mais os pegaremos nas portas das boates e das festas.
Não temos mais os uniformes do colégio e aqueles famosos ataques da adolescência passarão a fazer falta... Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô.

Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Deveríamos ter ido mais à cama deles, ao anoitecer, para ouvirmos a sua alma respirando. Deveríamos ter acolhido com mais carinho quando corriam à nossa cama, durante a madrugada... Conversas e confidências entre os lençóis da infância e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, pôsteres, agendas coloridas e discos, hoje fazem falta.

Não os levamos suficiente ao Playcenter, ao shopping; não lhes demos suficientes hambúrgueres e refrigerantes, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado.

Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto.

No princípio, iam à casa de praia entre embrulhos, biscoitos, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amigos de infância.

Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes, as cantorias sem fim e a insistente pergunta: “Pai, ainda falta muito?”

Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados.

Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudade daquelas verdadeiras "pestes".

Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando muito para que eles acertem nas escolhas em busca da felicidade.

E que a conquistem do modo mais completo possível.
O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos.
O neto é a hora do carinho ocioso não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco.
Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho.

Esperar... Esperar... Vamos ficando verdadeiros craques nisso.

Olhamos para a porta de nossas casas e lembramos quando eles chegavam da escola esbaforidos, com o uniforme todo sujo e sempre morrendo de fome. Hoje, eles entram carregando a chave do carro, trazendo junto tudo o que passaram durante a semana e que agora vão dividir com os seus pais.

É... Chego à conclusão de que eu não tenho mais como segurar aquela criança no meu colo... Tê-la nos meus braços como se fizesse parte do meu corpo, hoje é apenas um sonho... Suas asas já estão muito grandes e a vontade deles de voar é ainda maior.

Por isso, é sempre necessário fazer alguma coisa, antes que eles cresçam.

Affonso Romano de Sant'Anna

Vale a pena ler! Emocionante...



Um jovem foi se candidatar a um alto cargo em uma grande empresa . Passou na entrevista inicial e estava indo ao encontro do diretor para a entrevista final. O diretor viu seu CV, era excelente. E perguntou-lhe: 
- Você recebeu alguma bolsa na escola? - o jovem respondeu - Não.
- Foi o seu pai que pagou pela sua educação?
- Sim - respondeu ele.
- Onde é que seu pai trabalha?
- Meu pai faz trabalhos de serralheria.

O diretor pediu ao jovem para mostrar suas mãos.
O jovem mostrou um par de mãos suaves e perfeitas.

- Você já ajudou seu pai no seu trabalho?
- Nunca, meus pais sempre quiseram que eu estudasse e lesse mais livros. Além disso, ele pode fazer essas tarefas melhor do que eu.

O Diretor lhe disse:
- Eu tenho um pedido: quando você for para casa hoje, vá e lave as mãos de seu pai. E venha me ver amanhã de manhã.

O jovem sentiu que a sua chance de conseguir o trabalho era alta!

Quando voltou para casa, ele pediu a seu pai para deixá-lo lavar suas mãos.
Seu pai se sentiu estranho, feliz, mas com uma mistura de sentimentos e mostrou as mãos para o filho. O rapaz lavou as mãos de seu pai lentamente. Foi a primeira vez que ele percebeu que as mãos de seu pai estavam enrugadas e tinham muitas cicatrizes. Algumas contusões eram tão dolorosas que sua pele se arrepiou quando ele a tocou.
Esta foi a primeira vez que o rapaz se deu conta do significado deste par de mãos trabalhando todos os dias para pagar seus estudos. As contusões nas mãos eram o preço que seu pai teve que pagar por sua educação, suas atividades escolares e seu futuro.
Depois de limpar as mãos de seu pai, o jovem ficou em silêncio organizando e limpando a oficina do pai. Naquela noite, pai e filho conversaram por um longo tempo.

Na manhã seguinte, o jovem foi encontra-se com o Diretor.
O diretor percebeu as lágrimas nos olhos do moço quando ele perguntou:
- Você pode me dizer o que você fez e aprendeu ontem em sua casa?
O rapaz respondeu: 
- Lavei as mãos de meu pai e também terminei de limpar e organizar sua oficina. Agora eu sei o que é valorizar, reconhecer. Sem meus pais, eu não seria quem eu sou hoje... Por ajudar o meu pai agora eu percebo o quão difícil e duro é para conseguir fazer algo sozinho. Aprendi a apreciar a importância e o valor de ajudar a família.

O diretor disse: 
- Isso é o que eu procuro no meu pessoal. Quero contratar uma pessoa que possa apreciar a ajuda dos outros, uma pessoa que conhece os sofrimentos dos outros para fazer as coisas, e que não coloca o dinheiro como seu único objetivo na vida. Você está contratado.

Uma criança que tenha sido protegida e habitualmente dado a ela o que quer, desenvolve uma mentalidade de "Tenho direito" e sempre se coloca em primeiro lugar. Ignora os esforços de seus pais.
Se somos esse tipo de pais protetores, estamos realmente demonstrando amor ou estamos destruindo nossos filhos?
Você pode dar ao seu filho uma casa grande, boa comida, educação de ponta, uma televisão de tela grande... Mas quando você está lavando o chão ou pintando uma parede, por favor, o faça experimentar isso também . Depois de comer, que lave os pratos com seus irmãos e irmãs. Não é porque você não tem dinheiro para contratar alguém que faça isso; é porque você quer amar do jeito certo. Não importa o quão rico você é, você quer entender. Um dia, você vai ter cabelos brancos como a mãe ou o pai deste jovem.

O mais importante é que a criança aprenda a apreciar o esforço e ter a experiência da dificuldade, aprendendo a capacidade de trabalhar com os outros para fazer as coisas.

(Tradução da postagem de Adri Gehlen Korb)