terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Viemos pra Evoluir, Não pra nos Rebelar



 

 Nosso Senhor Jesus nos disse em seu belo Sermão da Montanha: "Quem tem fome e sede de justiça será saciado".

Essa frase, parece uma coisa muito simples, que ao vermos tantas malignidades no muito, isso não passa de ilusão e alusão a uma Justiça Divina que não existe, mas, existe sim. Ao contrario do que muitos pensam nós não somos livres pra escolher a nosso bel prazer não. Nossas escolhas estão sempre entre o que nos é mostrado e entre os caminhos que serão bons ou ruins pra nós mesmos. Na verdade nós nem somos livres nem escravos, estamos em um caminho evolutivo que nos levará com sucesso em nossas escolhas a liberdade plena ou com ruína a prisão. Veja que citei nossas escolhas. Mas, essas escolhas têm que ser dentro de um contexto de um projeto espiritual que cada um de nós está inserido. Não pense que somos vagabundos do astral que viemos aqui pra pintar e bordar como se a Terra fosse um parque de diversões. Estamos sim embaixo de regras de Leis e de Ordens Maiores.

 

Que ridículo seria se o Arquiteto do Universo criasse tudo com tanta perfeição e simplesmente abandonasse sua obra deixando apenas a cargo do Carma e fosse tirar ferias! Esperando o Homem quando ele bem entender se acertar por conta própria.

 

Bem, os mais fortes engolindo os mais fracos e os inocentes sempre sendo massacrados e ai o Criador só olhando tudo passivamente sem se envolver. Bom, o que seria de nós com o surgimento de Anticristos, como Adolf Hitler, sem defesas e sem proteção espiritual. Aí, você vai dizer que foram os exércitos aliados que venceram os tiranos e que isso foi o próprio homem que deu jeito na bagunça. Não foi não. Tudo vem de cima, a organização seja de que exército for, vem de cima.

 

Na verdade, nós não somos fantoches na mão de Deus, porque ele não é um manipulador ou ditador, mas, também não é um pai desnaturado que abandona seus filhos. Veja que todos nós estamos debaixo de leis de homens e que vivemos tendo que pagar impostos, cumprir constituições e tudo mais. Veja lá se iríamos viver sem regras em termos espirituais! Na verdade, apenas somos livres para optar se obedecemos as Leis ou se seremos anarquistas do Sistema Evolutivo. Também não poderemos nos esquecer de um terceiro elemento, o Mal, personificado em Satanás, além dos outros dois fatores que são. Nossas próprias Leis pessoais, nossa Moral e Ética, como as Leis Divinas Maiores.

 

Veja que mesmo sem interferir diretamente ou visivelmente a Hierarquia Superior nos conduz a um processo depurativo e degradativo. Nota-se tudo isso em nossas células que vão morrendo a cada dia até nosso sistema orgânico morrer completamente. Lembre-se da diferença de uma criança de oito anos e uma mulher de 80 anos. E a prisão pior a que todos nós passamos que é sair de um útero protegido e entrar no final em um caixão horroroso pra sermos comidos por vermes. Mas, não ficamos presos nesse corpo apodrecido, porque a Misericórdia Divina nos faz transcender e o Espírito continua vivo. Se não fosse a organização do Astral Superior estaríamos a mercê da morte, tanto física, quanto espiritual e estaríamos perdidos. Veja que em termos de limpeza espiritual os Senhores Omulu e Obaluaê cuidam com todo carinho dos cemitérios, dando toda atenção aos entes queridos que já faleceram e encaminhando seus espíritos ao Astral Superior.

 

Não pensem vocês que somos livres pra fazer o que queremos sem arcar com as consequências, podemos até renegar nossa missão, abrir mão de nossos dons e não usufruir de nossa mediunidade, mas, isso terá um preço. É por isso que os Presídios, Hospícios, Hospitais e outros lugares horríveis e necessários, estão repletos de excluídos do sistema. No entanto, mesmo com estas escolhas errôneas, o Astral com sua imensa Caridade não nos abandona e aí entram os Exus, Pombas Giras e outros mensageiros também da parte da Luz trabalhando em prol da eliminação do carma.

 

Que Olorum ilumine a todos a viver em paz com seu Eu Interior e Superior.

Por Carlinhos Lima

Vida após a Morte - Numa Visão Umbandista


Em primeiro lugar o que ocorre é a morte de nosso corpo carnal, não morremos, apenas mudamos do plano material para o plano espiritual, sendo assim, continuamos a ser o que éramos antes, com os mesmos defeitos e virtudes.

A irradiação de Pai Omulú, responsável pela paralisação dos seres, envolve o ser e corta o “cordão de prata” que liga o espírito ao corpo, paralisando a vida material. Logo em seguida o ser é envolvido pelas irradiações de Pai Obaluayê, responsável pela evolução dos seres, que o transportará para a dimensão espiritual e para o nível condizente com sua vibração mental.

O seu grau de consciência o ligará ao nível vibratório que ele irá permanecer após o desencarne (cada um no seu lugar de merecimento consciencial).

Alguns podem ser transportados para as colônias espirituais para o refazimento , outros se mantém junto ao corpo físico, pois, por não acreditarem  em vida após a morte, mantém seus mentais presos a vida material, ou ainda, por suas baixas evoluções, presos as pessoas e vícios que aqui deixaram.

Por não conseguirem mais, sem o corpo físico, absorver o prana (energias), os espíritos de baixa evolução continuam a sentir fome, sede, dores, sono e falta de seus vícios (fumo, bebida, drogas, sexo) e não conseguem se reequilibrar, vão negativando mais seus mentais, caindo cada vez mais de níveis vibratórios.

Estes espíritos são chamados de EGUNS , embora no Candomblé todos os espíritos de pessoas desencarnadas são Eguns, inclusive nossos Guias Espirituais, pois já estiveram encarnados na terra.

Muitos são os trabalhadores espirituais que ajudam de diversas maneiras estes espíritos, primeiramente tentam esclarecê-lo das verdades espirituais e encaminhá-lo para colônias de tratamento, se não conseguem, aguardam que este espírito adquira um maior grau de consciência para tentar nova investida.

Os acessos destes trabalhadores aos planos negativos são feitos pelos Exus que trabalham para a Lei naqueles níveis vibratórios, executam as ordens do Alto fazendo com que aqueles seres expurgam todos os seus vícios e se libertem, tomando assim consciência dos seus erros, faltas e vícios.

Salve o Espiritualismo, Salve o Espiritismo, Salve todos os Trabalhadores do Bem

Início Mediúnico na Umbanda

   
O grande medo de todo médium que inicia sua caminhada na Umbanda é o da incorporação consciente. Nove entre dez médiuns sentem-se inseguros em suas primeiras incorporações. 

É muito comum ouvirmos frases do tipo “Eu vejo tudo, não posso estar em transe”. A culpa dessa dúvida que assola nossos terreiros é dos próprios dirigentes que não esclarecem aos iniciantes como é esse processo e dos irmãos mais antigos que insistem em dizer que são totalmente inconscientes, talvez para valorizar a sua (deles) mediunidade ou com medo de serem tachados de mistificadores. 

Acalmem-se todos! Há muitos anos as entidades deixaram de usar a inconsciência como fator preponderante para o bom trabalho exercido pelo médium. Muito pelo contrário, hoje sabemos que noventa e cinco por cento dos médiuns são conscientes ou semi-conscientes. A inconsciência completa é muito rara e pouquíssimas vezes revelada, justamente para não causar essa insegurança tão presente em nossa religião. 

Pensemos no exemplo da água misturada ao açúcar. Quando adicionamos um ao outro teremos um terceiro liquido inteiramente modificado, mas com ambos os elementos nele. Assim se processa a incorporação, a mente do médium aliada à energia gerada pela entidade que se aproxima , unem-se em perfeita harmonia e conseguem, utilizando os conhecimentos de ambos, um trabalho mais compacto e correto. Não se acanhem em dizer que são conscientes, pois a insistência dessa postura pode levá-los a falhas que aí sim, darão margens à suspeitas de mistificação. 

Nos primeiros anos da Umbanda havia a necessidade da inconsciência, os médiuns tinham vergonha de entregar-se ao trabalho sem reservas. Como deixar que um espírito se arrastasse pelo chão falando como criança? Ou ainda sentasse em um banco com um pito na boca? Eram atitudes que assustariam o aparelho e o levariam a afastar aquela entidade. Com a evolução constante da lei, todos conhecem perfeitamente as capas fluídicas que nossas entidades usam e não existe mais a necessidade delas esconderem de seus médiuns a forma com que se apresentam. 

O cuidado a se tomar nos terreiros cabe aos dirigentes com informação e doutrina abundante para que o velho fantasma da insegurança se afaste de vez de nossas casas.

Por Luiz Carlos Pereira

Formação Religiosa Infantil na Umbanda



A importância da formação religiosa infantil desdeos tempos imemoriais, a humanidade procurou registrar pela escrita osacontecimentos, idéias, ensinamentos, experiências e símbolos que marcam a suapassagem pelo tempo. As civilizações extintas continuam a falar através dosdiversos tipos de escrita que deixaram.

Este foi o problema com a memória de nossa Umbanda:pelo menos 1000 anos de tradições africanas, se perderam com a escravidão no Brasil.Somente com a popularização de nossa religião e com a luta contra o preconceitoconseguiremos ser respeitados pela má informação.

Hoje temos mais facilidade para falarmos de Umbandae de cultos afro-brasileiros que no passado. Portanto, maior responsabilidadecom nossas crianças, podemos torná-los atuantes em nossas vidas e aprofundá-losnos ensinamentos em comunhão com nossos irmãos.

Vamos incentivar o hábito da boa leitura nasnovas gerações, especialmente em leituras que impulsionem o progressoespiritual.

A formação religiosa infantil pode:

• Promover o desenvolvimento sadio e integral dacriança

• Proporcionar o gosto pela vida em fraternidade,em condições de relacionamentos consigo e com as outras pessoas.

• Sensibilizar a criança para as questõessociais, culturais, políticas e econômicas, despertando uma visão crítica darealidade.

• Despertar o espírito de liderança.

• Despertar o compromisso religioso, na vivênciada espiritualidade umbandista, cultivando o espírito da meditação.

• Despertar para o relacionamento construtivo davida familiar.

Sugestões para criar uma boa aula:

Cada lenda de Orixás oferece uma infinidade demateriais para pesquisa que podem ser adaptadas conforme a idade e a série:

• Utilizar-se de instrumentos musicais compontos cantados para contar a história.

• Pesquisar e construir outros instrumentosafricanos (sucata, maquetes de terreiros)

• Destacar palavras que apareçam no textopesquisar em dicionários e criar outras histórias utilizando-se das palavrasafricanas.

• Criar um banco de palavras de origem africana,ensaiar encenações das lendas, corais de pontos cantados.

• Elaborar explicações simples do ponto riscado.

• Preparar receitas de comidas de Orixás paradegustar com os alunos.

Para o desenvolvimento da aula:

• Fazer um estudo da realidade: levantamentosobre as religiões afro existentes no Brasil e identificar suas origens o mesmofazer com a religião de umbanda

• Correlacioná-las com fatos históricos,entrevistas com Pais-de-santo, Ogãs, Médiuns, Cambones,... E fazerlevantamentos bibliográficos.

Diagnóstico e resultados:

• Exposição dos resultados conquistados pelosestudantes.

• Criar uma graduação para a criança dentro datenda (assim como: cambono mirim, curimba mirim...)

Muitas vezes não damos conta da importância dapalavra em nossas vidas, às vezes, pela pressa, às vezes pela calmaria. Não hádepressão que resista a uma boa leitura, a uma boa conversa.

Pense nisso, os Orixás agradecem.

Umbanda e Caridade


Dizem por aí que a Umbanda não é caridade! Que énormal se cobrar pelas palavras amigas de um Preto-Velho, pela energiarevigorante de um Caboclo, pela pureza de uma Criança ou pela proteção de um Exu.Que devemos cobrar pelo que nos foi dado gratuitamente.

A mediunidade é um dom, mais que um dom, umpresente divino. Uma forma de atingir o coração das pessoas mais necessitadas elhes encher de carinho e segurança.

Afinal, a Umbanda também é amor! Amor pelosencarnados e pelos desencarnados.
Amor por ajudar aos necessitados. Amor pelacaridade, pois a Umbanda é acima de tudo amor pela caridade!

Desde que foi revelada pelo Caboclo das SeteEncruzilhadas, a caridade foi colocada como alicerce da Umbanda. Pois a Umbandaé louvação à Deus. E Deus é amor e caridade. E todas as entidades que estiveremdispostas a trabalhar em prol da humanidade terão seu lugar em um verdadeiroterreiro de Umbanda. Afinal, a Umbanda é serviço prestado ao próximo, é seesquecer do orgulho humano e aprender a ser humilde. Aprender a respeitar osofrimento alheio como se fosse o nosso próprio sofrimento.

Ser Umbandista é ter sempre o coração aberto aonovo. Pois a Umbanda é filha do preconceito, e na Umbanda não se deve existirdiscriminação. Somos todos iguais! Em gênero, cor (todos somos da raça humana)e classe social!

Na Umbanda não há distinção entre os encarnados enem entre os desencarnados. Afinal, somos todos filhos de Deus. E todosmerecemos ser tratados com amor e dedicação.

Na Umbanda todos temos o direito de buscar e obtero auxílio necessário para nossa evolução. Pois evoluir é necessário. E não hámeio melhor de se evoluir do que coma prática da caridade, do que sendocaridoso. Como diz Pai Pery, “fazer caridade é importante,ser caridoso com oirmão é essencial”. Ser Umbandista é ser caridoso!

Então meus irmãos, não se iludam! Não se deixemenganar por quem diz que devemos pagar para obter auxílio em um terreiro deUmbanda. Não se deixem enganar por quem diz que a Umbanda é uma fábrica dedesejos e lhes promete tudo com prazos. Pois a Umbanda, também é merecimento.

Seja caridoso meu irmão, e então serás Umbandista.Umbandista de corpo, alma, mente e coração.

Umbandista a serviço da caridade.


Por Matheus Zanon Figueira  - Centro Espiritualista Caboclo Pery

Quatro Aspectos da Mediunidade Sem Instrução



O estudocontínuo dos assuntos relacionados à mediunidade na Umbanda remove dentre seusseguidores dezenas, quiçá centenas, de crendices, costumes e hábitos que têm semostrado nocivos à própria Religião. Muitos umbandistas têm uma visão deturpadado que significa o dom mediúnico em suas vidas e dentro dos terreiros. Centenasde adeptos desenvolvem uma mediunidade repleta de entendimento errôneo,suposições equivocadas e vícios comuns a pessoas que pouco, ou quase nenhum,acesso têm à informação. Muitos desses equívocos são provocados justamente pelodesconhecimento. Os maus hábitos acumulam-se ao longo do tempo e transformam-seem vícios que necessitam de tratamento imediato. Os erros acontecem aos montescausando muito desconforto aos Caboclos de Aruanda, que vez por outra precisamintervir para remediar a situação. A culpa de tais problemas poderia seratribuída a muita gente: Chefes de Terreiro despreparados, médiuns afoitos oude pouca instrução, seguidores pouco compromissados com a religião, dirigentesdesinteressados e até mesmo Espíritos desencarnados causadores de demandas. Arealidade mostra, porém, que a maior causa de todos os problemas que afetam amissão do umbandista é unicamente a falta de estudo. Sem o mínimo conhecimentode tudo o que envolve o mecanismo da mediunidade, assim como em muitos outrosaspectos da vida comum, os erros grosseiros e infantis acontecem em profusão. Amediunidade, a partir de uma prática sem base teórica, tende a ser conduzidacomo um brinquedo nas mãos de infantes.

Amediunidade não é superstição. Partindo da premissa de que deve ser exercitadonuma perfeita união entre a Fé e a Sabedoria, o dom mediúnico transforma-se emvalioso instrumento de propagação das verdades espirituais. De outra forma, amediunidade equivocada é conduzida do mesmo jeito como o adivinho faz com asentranhas de um animal. Não há verdades. Tudo é subjetivo e enganoso. Faltaciência e sabedoria.

mediunidadesupersticiosa transforma os Guias Espirituais em oráculos domésticos,onde os mais ínfimos problemas de ordem inferior são levados em conta. Assim, oPreto Velho passa a ser o informante da traição de um marido ou do futuroeconômico de um filho carnal. O Caboclo, por sua vez, transforma-se em ajudantefiel dos negócios ou aquele que vai vencer um inimigo de desafeto. Na mesmaproporção, o Exu abandona a condição de Guardião e assume o papel de vingadorferrenho, ou um escravo à disposição do médium. A Pomba Gira, sob a mesmaótica, é tida como uma prostituta arrependida e por isso mesmo obrigada aarranjar parceiros para pessoas de moral duvidosa.

Amediunidade não é show pirotécnico onde o que se vê são rápidos e ilusórioslampejos de brilhos multicoloridos. O médium sem instrução transforma o dom emótimo artifício na exibição de espetaculares manobras que mais chamam a atençãodos curiosos e dos seres trevosos do que dos Espíritos de Luz. Assim, tudo éespantoso e deslumbrante. Todos os gestos do médium em transe são inchados deexageros. Todas as receitas de oferendas são idênticas às listas de um estranhoguisado. Os pontos riscados transformam-se numa mandala confusa de desenhos erabiscos infantis sem fundamento. As brancas vestes sacerdotais assumem aaparência de fantasias carnavalescas em que imperam o luxo, a vaidade e oexibicionismo.

Na mediunidadepirotécnica, vale mais a grosseira presença física do médium do que asuave e discreta participação dos Guias de Luz. O Preto Velho se esconde, oCaboclo se afasta, o Exu ri do fanfarrão e o médium se exibe. Neste tipo decondução da mediunidade há uma completa falta de força espiritual, pois a carneassume todas as funções do medianeiro e o animismo, a mistificação e a charlataniceestão em primeira linha.

Entre tantasformas de se exercitar a mediunidade há também a que leva em conta a ascensãosocial do médium. É a mediunidade interesseira.

mediunidadeinteresseira é aquela em que as reais intenções do indivíduo são quasedesconhecidas. Há muitos interesses em jogo, e o principal é o de “subir” navida. O médium intenciona ser aplaudido, então usa a mediunidade para chamar aatenção da platéia. O médium quer obter dinheiro de forma menos trabalhosa,então comercializa o dom. Se tem interesse em reconhecimento público, entãotransforma a mediunidade em degrau para a subida aos palanques políticos, aospalcos da mídia e aos púlpitos das câmaras e agremiações. Tal como o médiumpirotécnico, o médium interesseiro quer aparecer, mas com o fim certo de obteralgum rendimento financeiro.

Nesse tipode mediunidade, o indivíduo não se envergonha ao “pedir” o pagamento peloserviço prestado. Seu rosto não enrubesce quando dita o valor daquilo quevergonhosamente chama de caridade. Se precisar usar uma máscara, certamente ofará. Mas, em seu tempo, lançará por terra a fantasia e mostrará sua verdadeirae tenebrosa face. Como o lobo entre os cordeiros.

mediunidadeignorante é exercida pelos que verdadeiramente têm grande aversão aoestudo e à meditação. Nessa modalidade, o médium conscientemente classifica oestudo contínuo como algo desnecessário. Acredita que somente as instruções dosCaboclos já são suficientes para que ele seja um grande instrumento daComunidade Espiritual. A leitura, a pesquisa e o conhecimento dos mecanismosmediúnicos são coisas sem importância na visão dos ignorantes.

Neste caso,o médium não se importa em cometer diversos absurdos em nome de Deus, pois nãohá o conhecimento do que realmente é a vontade divina. Fala, mesmo usandoconversações aparentemente profundas, do mesmo jeito como discursa um simplescamponês acerca do universo astronômico. Age sempre de forma impensada, aindaque com a maior boa vontade. Suas ações são completamente sem método, critérioou planejamento. Tem uma visão do mundo espiritual como seus antepassados queoutrora atribuíam ao relâmpago um castigo dos deuses ou aos abalos sísmicos umademonstração da ira divina. Na mediunidade ignorante quanto menos se estuda,mais se erra.

Serinstrumento da Espiritualidade Maior é uma benção recebida por muitos. Porém,como qualquer instrumento necessita de um aprimoramento e de ajustesconstantes, assim é o médium de Umbanda a serviço dos Caboclos e Pretos Velhos.
Não basta ter mediunidade. Mas, é importante que esta seja útil aos interessesdo Criador, pois todo médium é um depositário da confiança de Deus. Para serútil, a mediunidade tem que estar firmada nas instruções que vêm do Alto.

Bom seria setodos os médiuns aplicassem a sabedoria e o conhecimento no aperfeiçoamento damediunidade e se o estudo continuado fosse uma prerrogativa para um perfeitoministério mediúnico.
Julio Cezar Gomes Pinto - Diretor-Presidente da Casa de Caridade SantoAntônio de Pádua

Meu Orixá é melhor que o Seu!


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“MEU ORIXÁ É MELHORQUE O SEU”. Quantas vezes nós já ouvimos esta afirmação de nossos irmãosUmbandista ou até mesmo daqueles que têm afinidade com a Umbanda? Mas, o quemais me assusta, como sempre, são os comentários feitos muitas vezes por nossosirmãos praticantes de nossa Religião. O meu susto não pára apenas na frase, ouseja, no conteúdo destas palavras, mas no tom de voz que é utilizado e apostura muitas vezes “arrogante” de alguns irmãos. Na minha visão, estamosprimeiramente desrespeitando os Orixás e na seqüência estamos nos achandosuperiores ao nosso próximo, coisa esta que é tipicamente nossa.

Vamos lembrar quetodos os Orixás estão vivos em nossa coroa e em nossas vidas, mas observe queestamos falando de Orixá, O Dono da Cabeça, seres supremos, logo não existemdivergências e tão pouco estrelismos ou melindres, como nós temos.

O assunto é tão sérioque já ouvi pessoas sendo filhos (as) de Omulú dizerem que sentem “vergonha” desua coroa, porque seu Pai é um Orixá “ancião” ou porque, para alguns, elecarrega o símbolo da morte. Com isso, aparecem os piores comentários: “Nossa!Então se sou filho de Omulú eu vou morrer? ”Sim, todos nós vamos um dia.“Nossa! Então eu sendo filho de Omulú eu posso matar qualquer um?” Não, a menosque goste de ficar em uma penitenciária respondendo um processo criminal.

Da mesma forma quetem àqueles que rejeitam temos também os médiuns, enchendo a boca para dizer:“Sou filho (a) de Oxum” ou “Sou filho (a) de Xangô”, etc.. Em alguns casos temo complemento: “Meu Orixá é melhor e mais forte que o seu”. Acredito que nosdois casos, tanto no desprezo / vergonha, bem como na “Idolatria”, são cenáriosde uma enorme falta de respeito com os nossos Pais e Mães Orixás.

Por que temos quesentir vergonha ou desprezar o Orixá que está em nossa coroa ou na coroa denossos irmãos? Por que muitos chegam a mentir com relação àqueles que regem suacoroa? Se todos os nossos Pais e Mães Orixás são Sagrados, por que rejeitamos oSagrado? Por que desprezamos o Sagrado que nos escolheram e estão nosprotegendo?

Não podemos fazercomparativos entre as forças dos nossos Orixás, dizendo que “o meu é melhor queo seu”, porque todos têm suas funções, ações, forças, estruturas, realizações,qualidades, etc.. O que seria da força de Ogum, para abrir os caminhos, se nãoexistisse a força de Omulú para paralisar ou finalizar os pensamentosnegativados demandados contra nós? O que seria da geração de Yemanjá, provendocondições melhores em nossas vidas, se Nanã não decantasse as nossas frustrações?

Com estesquestionamentos, como podemos afirmar que o “Meu Orixá é melhor que o seu”?Todos nossos Pais e Mães Orixás têm suas qualidades e se completam em umagrande força quando unidos, formam um TUDO e um TODO onde podemos, ainda,visualizar que existe um relacionamento e até mesmo uma “dependência” naatuação de um para o outro. É uma visão muito pequena achar que o Orixá querege a minha coroa e muito mais importante do que o que rege a coroa do meuirmão.

Em primeiro lugar,nós somos escolhidos por nossos Pais e Mães Orixás. Em segundo lugar, TODOS nóstemos uma missão para cumprir e os nossos Pais e Mães Orixás estão nosauxiliando nesta caminhada, tarefa, esta, que é bem difícil para Eles.Geralmente ficam nos mostrando os caminhos que devemos percorrer, bem como, oque devemos fazer, mas na maioria das vezes não escutamos, não percebemos e nãosentimos, pois estamos tão preocupados com nossos “pobres” pensamentos julgandoos Pais e Mães Orixás de nossos irmãos, achando que podemos ser maisimportantes ou melhores só por que não temos o mesmo Orixá na coroa, que nãoconseguimos perceber ou ouvir o que eles estão tentando nos mostrar ou dizer.

Então meu irmão, nãose sinta mais ou menos importante diante daquele que possui um Pai ou Mãe Orixádiferente do que possui em vossa coroa, sinta sempre o Orgulho de ter sidoescolhido por Ele e por Ela, deixe que as essências de vosso Pai e Mãe Orixáatuem em vossa vida. Não pratique a difamação dos Sagrados, não se esconda davossa essência, não vire as costas para àqueles que lhe escolheram como filho(a). Sejamos no mínimo, bons filhos (as), respeitando e cultuando as forçasdaqueles que nos sustentam.

Não digaO MEU ORIXÁ É MELHOR QUE O SEU, mas
Diga assimOS NOSSOS ORIXÁS SE COMPLETAM NA ESTRUTURA DE DEUS.

                         
             Por Danilo Lopes Guedes