terça-feira, 5 de julho de 2016

REFLETINDO  A UMBANDA



Refletir a Umbanda compartilhando conceitos com os prosélitos umbandistas se torna complexo porque, no universo ritualístico externo, e no mais das vezes no interno, dado a diversidade do mundo espiritual, a legitimidade daquele que fala ou escreve sempre é questionada. Esta situação leva a uma inibição de muitas lideranças, que poderiam participar mais ativamente da porta de entrada dos terreiros para fora, para a sociedade, se unindo a outros terreiros, não somente para dentro, para o público assistente e corpo mediúnico. Na atualidade, nem mesmo nas comunidades internas de cada agremiação é possível um consenso, desde que perguntarmos para cada médium manifestado – “incorporado” - numa entidade o que é Umbanda, cada uma terá um conceito e orientação diferente. Talvez esta situação mudasse se quebrássemos o tabu de não se falar em consciência mediúnica, o que nos traria muito mais responsabilidade como instrumentos dos espíritos no sentido que seríamos artífices ativos, em vez de passivos, do que falamos e orientamos. A manutenção do tabu da inconsciência, um dogma em alguns terreiros, talvez ainda a maioria, nos faz acomodar, pois o que é dito e orientado é “culpa” das entidades, nos liberando de maiores esforços, lamentavelmente também de estudar, pois o “guia faz tudo”. Concluir-se-á que pouco se estuda no meio umbandístico. As discussões bizantinas nos terreiros sobre a “verdadeira” maneira de fazer as coisas, em que sempre se encontram detalhes ritualísticos, ditos fundamentos, que permitem a diferenciação e dão ênfase a interpretação pessoal de cada líder chefe, inclusive dos médiuns “incorporados” em que a entidade dá a sua opinião, não raras vezes questionando diretamente a chefia dos trabalhos, só fazem demonstrar a extrema dificuldade de um campo muito fragmentado na sua relação com o mundo dos espíritos, na qual a própria idéia de ortodoxia, muito tênue, inevitavelmente constitui paradoxos: - convergência não significa unidade na diversidade; - a fala dos espíritos pode ser questionada e muitos chefes de terreiros quando contrariados pela orientação de um guia “subalterno” na hierarquia do espaço sagrado, acusam o médium de simulação. Em se tratando de prática ritualística e fundamento de cada terreiro, se conclui que dificilmente haverá uma unidade em toda a diversidade existente. Diante desta constatação, se infere que o movimento de convergência está mais ligado a preceitos mais simples e comuns, num tratado epistemológico de linguagem acessível. É consenso fazer a caridade desinteressada, o maior ponto convergente na Umbanda. Há que se refletir como surgiu na Umbanda a vinculação com a sua essência, fazer a caridade. Pode haver críticas, contrariedades, mas não há como se negar que o apelo caritativo da Umbanda, assim como a sua ligação a Jesus Cristo, foi instituída pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas através da inequívoca mediunidade de Zélio de Moraes. Este canal, desobstruído, natural, simples, não teve nenhuma iniciação na Terra, não fez raspagens e nunca precisou de sangue ou corte ritualístico para reforçar o seu tônus mediúnico. O apelo iniciático é dispensado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, que preparou seu médium em muitas encarnações antes da atual personalidade ocupada. Pensemos sobre isto. Eis um ponto de contrariedade em muitas lideranças: a vinculação à Jesus e à caridade desinteressada. Na verdade o “mal estar” não está ligado propriamente a Jesus, nas tentativas de dessincretizar a Umbanda, mas à sua própria vibração, que é a do Cristo Cósmico, liberando os santos das personalidades transitórias, como foi a de Jesus, uma mera encarnação deste representante dos Orixás. O que está se tentando dizer é que o movimento de reafricanização no meio umbandístico, dispensando a Umbanda da imagem de Jesus e da caridade desinteressada, libera os adeptos para cobrarem as consultas e trabalhos, para realizarem tranqüilamente os sacrifícios dos animais, que desta forma não se confrontaria com a caridade, já que matar nunca poderá ser considerado um ato de amor, logo caritativo. Este é o fulcro de toda a desarmonia existente nas tentativas de se criar uma unidade de preceitos, de fundamentos, uma mínima ortodoxia doutrinária - obvio que isto não significa cartilha dogmática - no seio da Umbanda. EXU, O GRANDE PARADOXO NA CARIDADE UMBANDÍSTICA Poder-se-ia aprofundar esta questão, polêmica por si. Como por exemplo refletindo as múltiplas facetas de EXU e a diversidade de interpretações existentes nos cultos. Desde os idos da antiga África que EXU deixa estupefatos os circunstantes. Para alguns umbandistas, mais ligados a dualidade católico-espirítica é um grande incômodo e não é permitido as suas manifestações. Para outros liberados de constrições culposas, EXU ainda é vestido pelo inconsciente do imaginário popular com capa vermelha, tridente, pé de bode, sorridente entre labaredas. Há os que “despacham” EXU para não incomodar o culto aos “orixás”. Exu, sendo considerado entidade, não deve entrar, dizem os ortodoxos que preconizam a pureza das nações. Ali não tem lugar para egum...espírito de morto... Existem os mais entendidos nos fundamentos da natureza oculta que compreendem EXU como o movimento dinâmico de comunicação entre os planos de vida. Entendem que o axé – asé – impulsiona a prática litúrgica que, por sua vez, o realimenta, pondo todo o sistema em movimento. EXU, vibração indiferenciada, não manifestada na forma transitória de um corpo astral ou outro veículo do plano concreto, é o que põe em movimento a força do axé – asé – por meio da qual se estabelece a relação de intercâmbio da dimensão física – concreta – com a rarefeita, a dimensão q48h espiritual. Em conformidade com esta conceituação, passa EXU a ser indispensável e o elemento de ligação mais importante em toda liturgia e prática mágica umbandística. Sendo EXU o transportador, o que leva e traz, fecha e abre, para os africanistas ligados as tradições antigas, como concebê-lo sem o sacrifício animal para realimentação da força vital – o asé -, diante do preceito- tabu – que o sangue é o perfeito e indispensável condensador energético com esta finalidade? Quando referimos africanista, não que dizer negro. Para ser africanista, no sentido de se preconizar a retomada dos antigos ritos tribais, pode se ter qualquer cor de pele. Existem muito negros que tem verdadeira ojeriza a qualquer sacrifício assim como há muitos brancos a postos com a faca afiada. Neste artigo não se preconiza contra as oferendas ritualísticas. Pedimos tão somente a reflexão. Reduzir toda a movimentação das forças cósmicas e seu ciclo retro-vitalizador ao derramamento de sangue pelo corte sacrificial é uma visão estreita, fetichista, da DIVINDADE. É uma posição reducionista, que demonstra dependência psicológica. Na atualidade se verifica que esta “práxis” extrapolou os limites de fé dos antigos clãs tribais e está inserida na variedade racial da sociedade que a compõe e ao mesmo tempo a confronta, já que objetiva a manutenção financeira de cultos religiosos e o prestígio de seus chefes, dado que o sangue equivocadamente está ligado a força, poder, resolução de problemas e abertura dos caminhos. Saber manipulá-lo, ter cabeça feita, ser iniciado no santo simboliza este poder. Este apelo mágico divino atrai mais que retrai, pelo natural imediatismo das pessoas em resolver seus problemas. Afirmamos que é plenamente possível se movimentar todo o axé – asé -, harmonicamente integrado com a natureza de amor cósmico e crística da Umbanda, equilibrado com a sua essência que é fazer a caridade desinteressada, e GRATUÍTA, sem ceifar vidas e derramar sangue. O próprio aparelho mediúnico é o maior e mais importante vitalizador do ciclo cósmico de movimentação do axé – asé. Ele é o “fornecedor”, a cada batida do seu coração, o sangue circula em todo seu corpo denso, repercutindo energeticamente nos corpos mais sutis e volatilizando no plano etéreo. Desta forma, os espíritos mentores, que não produzem estas energias mais densas e telúricas, se valem de seus médiuns que fornecem a vitalidade necessária aos trabalhos caritativos aos necessitados. Há os espíritos que vampirizam estes fluídos. São dignos de amor, de amparo e socorro, o que fazem as falanges de Umbanda. O APELO MÁGICO DA INICIAÇÃO: RASPAR A CABEÇA E DEITAR PRO SANTO Vamos levantar algumas questões para a reflexão. Não visamos julgar quem quer que seja, pois o respeito ao livre arbítrio de cada um é soberano. Por outro lado, muitos ritos das nações se contrapõem a Umbanda pelo lado estético, exterior: o luxo e a criatividade das roupas usadas contrastam violentamente com a simplicidade e austeridade umbandística. Assim, embora o caráter festivo das cerimônias das nações seja confrontado com a utilidade do trabalho “simplório” da Umbanda, é justamente o luxo e as apoteoses que agem como imã sobre os médiuns que estão na Umbanda. Mesmo com o custo excessivos das iniciações e dos adereços, muitos umbandistas acabam se interessando pelas raspagens e deitar pro santo, por quê? Segue algumas constatações dos motivos: - Na Umbanda os médiuns incorporam espíritos simples para fazer a caridade, anonimamente se identificando em nomes simbólicos. Nas nações os iniciados se transformam em deuses poderosos que controlam os trovões e ventos, cuja presença do santo no “cavalo” é motivo de veneração coletiva. A combinação de música, dança, luxo, decoração, comida, gera uma fascinação irresistível sobre os espectadores; - Tornar-se iniciado, significa prestígio e brilhar nas cerimônias confere autenticidade à manifestação do santo; - Os que são iniciados e continuam em seus terreiros de Umbanda, chefes espirituais, aos olhos da assistência e clientes, se tornam mais poderosos, com um axé – asé – mais forte, aumentando a procura pelos serviços mágicos o que oportuniza um maior ganho financeiro, status e prestígio frente ao mercado religioso; - Reforçar sua mediunidade, achando que fazendo o corte ritual, no alto do crânio, assentando o “orixá”, terão mediunidade mais inconsciente, o que tornará seu tônus mediúnico mais forte. Cada vez mais se verifica terreiros que se rendem ao apelo mágico deste tipo de iniciação, introduzindo as raspagens, camarinhas, cortes ritualísticos. Numa segunda etapa, preconizam “libertar” a Umbanda, dessincretizando-a, “africanizando-a” às tradições antigas, dispensando o atrito destes ritos frente a essência umbandística: a caridade desinteressada. CONCLUSÃO DESTAS REFLEXÕES: ESTÁ FALTANDO MEDIUNIDADE NA UMBANDA Pensemos a Umbanda. Relembremos o Caboclo das Sete Encruzilhadas e o canal mediunidade. A manifestação mediúnica cristalina, inequívoca, num jovem de 17 anos. Reflitamos na essência da Umbanda com o Cristo Cósmico, na sua maior representatividade que foi Jesus na Terra. Qual o motivo do Caboclo das Sete Encruzilhadas ter associado o movimento nascente, que era pré-existente no Astral muito antes, à caridade, à disciplina, à austeridade do branco, à igualdade entre todos, à simplicidade sem ritos complexos e sacrificiais. Na verdade, pensemos que para ser médium não precisa de pai-de-santo para manifestar os guias, pois nascemos com eles. Quem tem mediunidade, quem tem coroa pra trabalhar, já vem com ela antes de encarnar. Não precisa pagar para ninguém firmar o seu santo, assentá-lo na sua glândula pineal. A mediunidade é um dom de Deus, de Olurum, dos Orixás. Reflitamos sem julgamentos, baseado em fatos. Somos umbandistas.
POR QUE UMBANDA??????



Porque é simples, muito simples, e também profunda, muito profunda. Sua grande profundidade permite, àqueles que tem a capacidade de mergulhar no seu interior, extrair dela o conhecimento, a sabedoria, a humildade, o amor e a simplicidade das entidades de luz que nos ensinam o caminho por onde devemos transitar. E para aqueles que não estão capacitados ou estão chegando agora, descobrir esse caminho de luz que conduz à eterna Umbanda; a do conhecimento supremo. Esta Umbanda pela qual caminham juntos um grupo de camaradas unidos por um mesmo sentimento, o de aperfeiçoarmos e dessa maneira ser cada vez um pouquinho melhores. Porque esta Umbanda é simples, profunda e está em constante movimento sem, por esse motivo, ser desordenada. Está aberta ao conhecimento, e este inevitavelmente gera movimento. As coisas não são porque são, mas como as vemos, como as sentimos, produto de diálogos abertos, de estudos profundos, de revelações. Esse movimento não gera a desordem, pelo contrário, uma força vital que harmoniza e dá coerência ao conhecimento. Porque não tem dogmas nem está estruturada. Existem só as hierarquias indispensáveis e elas são o produto do consenso. E o consenso gera-se no conhecimento e nas atitudes. Não existe pirâmide de poder, nem autoridades várias a quem obedecer cegamente. Nesta Umbanda está quem quer e sente que dessa maneira caminha em direção a um degrau mais elevado do seu andar espiritual. Em lugar de dogmas mais ou menos duvidosos, leis simples, que conhecemos pela pratica da humildade, da caridade, do serviço; a outra face do orgulho, da vaidade e o egoísmo. Em lugar de dogmas, os ensinamentos que as entidades fazem-nos chegar cada vez que baixam no terreiro, na fala pausada dos Pais Velhos, na alegria das Crianças e na força moral dos Caboclos; entidades de luz, grandes magos e sacerdotes cuja perfeição é o resultado do andar milenar pelo caminho da espiritualidade. Porque não está cristalizada nem é amorfa. Onde ninguém se adjudica a perfeição, nem tem falta de consideração para com os outros, porque todos estamos em caminho a Deus, cada qual no seu  estágio, procurando evoluir, tratando de distinguir com claridade o bom do ruim, sem colocar nos outros nossos próprios problemas. Porque é transparente, não está à caça de seguidores nem promete coisas. Não busca adeptos nem seguidores, trabalha com humildade e em silencio. Sabendo que chegará a todos aqueles que estão em condições de escutar. Não pensamos que seja o único caminho para buscar a Deus e também não partimos da certeza de que seja o melhor; embora, é onde melhor nos sentimos. Carregamos a nossa pequena parte da verdade e fazemos o possível por melhorar todos os dias, para avançar no caminho da espiritualidade. Estão nesta Umbanda, nossa Umbanda, os que sentem a verdadeira necessidade de estar nela e quase sempre tem percorrido muitos caminhos e atalhos antes de chegar a Ela. Por que Umbanda? Porque aos que se aproximam dela não se olha qual é a sua cor. Nem se lhes pergunta se são ricos ou são pobres, se são cultos ou se são analfabetos. Tampouco a que religião pertence ou se não tem nenhuma. A única coisa que interessa é saber se sofrem e se precisam de ajuda, porque o sofrimento não reconhece cor, religião nem estado social. Porque Umbanda é fraternidade, é caridade... Porque as entidades de luz que se apresentam na roupagem de Crianças, Caboclos, Pais Velhos e Exus sendo tão elevados espiritualmente, falam-nos simples e em forma acessível para que todos possamos entender e nunca deixam de aclarar dúvidas nossas, nem de ajudar-nos em tudo o que necessitamos, procurando, de acordo com nossos merecimentos, fazer-nos alcançar nossos desejos ou necessidades. E fazer-nos entender que nosso caminho, povoado de sofrimentos só será completado quando através do amor, da caridade e da fraternidade despojarmo-nos do orgulho, da vaidade e do egoísmo, que são as marcas registradas do nosso mundo e que nos impedem alcançar um lugar mais próximo a Deus. Por que Umbanda? Uma boa pergunta. E que existem infinitas respostas. Mas cada um deve busca-las no mais profundo do seu ser, através da razão e dos sentimentos. Saravá Umbanda!!!
PESSOAS DEFICIENTES



Sugestões para quando você encontrar uma pessoa com deficiência Faça isso e você verá o quanto é importante e enriquecedor aprendermos a conviver com a diversidade!Muitas pessoas não deficientes ficam confusas quando encontram uma pessoa com deficiência. Isso é natural. Todos nós podemos nos sentir desconfortáveis diante do "diferente". Esse desconforto diminui e pode até mesmo desaparecer quando existem muitas oportunidades de convivência entre pessoas deficientes e não deficientes. Não faça de conta que a deficiência não existe. Se você se relacionar com uma pessoa deficiente como se ela não tivesse uma deficiência, você vai ignorar uma característica muito importante dela. Dessa forma, você não estará se relacionando com ela, mas com outra pessoa, uma que você inventou que não é real. Aceite a deficiência. Ela existe e você precisa levá-la na sua devida consideração. Não subestime as possibilidades, nem superestime as dificuldades e vice-versa. As pessoas com deficiência têm o direito, podem e querem tomar suas próprias decisões e assumir a responsabilidade por suas escolhas. Ter uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor ou pior do que uma pessoa não deficiente. Provavelmente, por causa da deficiência, essa pessoa pode ter dificuldade para realizar algumas atividades e, por outro lado, poderá ter extrema habilidade para fazer outras coisas. Exatamente como todo mundo. A maioria das pessoas com deficiência não se importa de responder a perguntas, principalmente aquelas feitas por crianças, a respeito da sua deficiência e como ela realiza algumas tarefas. Mas, se você não tem muita intimidade com a pessoa, evite fazer muitas perguntas muito íntimas. Quando quiser alguma informação de uma pessoa deficiente, dirija-se diretamente a ela e não a seus acompanhantes ou intérpretes. Sempre que quiser ajudar, ofereça ajuda. Sempre espere sua oferta será aceite, antes de ajudar. Sempre pergunte a forma mais adequada para fazê-lo. Mas não se ofenda se seu oferecimento for recusado. Pois, nem sempre, as pessoas com deficiência precisam de auxílio. Às vezes, uma determinada atividade pode ser mais bem desenvolvida sem assistência. Se você não se sentir confortável ou seguro para fazer alguma coisa solicitada por uma pessoa deficiente, sinta-se livre para recusar. Neste caso, seria conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar. As pessoas com deficiência são pessoas como você. Têm os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos sonhos. Você não deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada. Aja com naturalidade e tudo vai dar certo. Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falham. PESSOAS CEGAS OU COM DEFICIÊNCIA VISUAL: Nem sempre as pessoas cegas ou com deficiência visual precisam de ajuda, mas se encontrar alguma que pareça estar em dificuldades, identifique-se, faça-a perceber que você está falando com ela, para isso pode, por exemplo, tocar-lhe levemente no braço, e ofereça seu auxílio. Nunca ajude sem perguntar antes como deve fazê-lo. Caso sua ajuda como guia seja aceita, coloque a mão da pessoa no seu cotovelo dobrado. Ela irá acompanhar o movimento do seu corpo enquanto você vai andando. É sempre bom você avisar, antecipadamente, a existência de degraus, pisos escorregadios, buracos e obstáculos em geral durante o trajeto. Num corredor estreito, por onde só é possível passar uma pessoa, coloque o seu braço para trás, de modo que a pessoa cega possa continuar seguindo você. Para ajudar uma pessoa cega a sentar-se, você deve guiá-la até a cadeira e colocar a mão dela sobre o encosto da cadeira, informando se esta tem braço ou não. Deixe que a pessoa sente-se sozinha. Ao explicar direções para uma pessoa cega, seja o mais claro e específico possível, de preferência, indique as distâncias em metros ("uns vinte metros a sua frente"). Algumas pessoas, sem perceber, falam em tom de voz mais alto quando conversam com pessoas cegas. A menos que a pessoa tenha, também, uma deficiência auditiva que justifique isso, não faz nenhum sentido gritar. Fale em tom de voz normal. Por mais tentador que seja acariciar um cão-guia, lembre-se de que esses cães têm a responsabilidade de guiar um dono que não enxerga. O cão nunca deve ser distraído do seu dever de guia. As pessoas cegas ou com visão subnormal são como você, só que não enxergam. Trate-as com o mesmo respeito e consideração que você trata todas as pessoas. No convívio social ou profissional, não exclua as pessoas com deficiência visual das atividades normais. Deixe que elas decidam como podem ou querem participar. Proporcione às pessoas cegas ou com deficiência visual a mesma chance que você tem de ter sucesso ou de falhar. Fique a vontade para usar palavras como "veja" e "olhe". As pessoas cegas as usam com naturalidade. Quando for embora, avise sempre o deficiente visual. Lembre-se que nem sempre um cego é colega de outro cego. COMO APOIAR O ESTUDANTE CEGO: Os estudantes com deficiência visual não têm a mesma possibilidade que os seus colegas em tirar apontamentos das aulas, recorrendo à gravação. Caso o docente se oponha, deverá fornecer atencipadamente, ao estudante, elementos referentes ao conteúdo da cada aula. Nas aulas deverão ser evitados termos como "isto" ou "aquilo", uma vez que não têm significado para um estudante que não vê. Quando utilizar o quadro, o docente deverá ler o que escreveu para que, ao ouvir a gravação da aula, o estudante tenha a noção do que foi escrito. Se usar transparências o docente poderá proceder do seguinte modo: antes do início da aula fornecer ao estudante uma cópia em Braille (ou em caracteres ampliados ou mesmo em suporte digital), e se isso não for possível, fornecer no final uma cópia; durante a apresentação identificar e ler o conteúdo da transparência. Quando recorrer a quadros, figuras ou slides deverá descrever o seu conteúdo. Alguns estudantes que não nasceram cegos, que ainda conservam algum resíduo visual, têm uma memória residual de objetos, figuras, etc. PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA: É importante saber que para uma pessoa sentada é incomodo ficar olhando para cima por muito tempo, portanto, ao conversar por mais tempo que alguns minutos com uma pessoa que usa cadeira de rodas, se for possível, lembre-se de sentar, para que você e ela fiquem com os olhos no mesmo nível. A cadeira de rodas (assim como as bengalas e muletas) é parte do espaço corporal da pessoa, quase uma extensão do seu corpo. Agarrar ou apoiar-se na cadeira de rodas é como agarrar ou apoiar-se numa pessoa sentada numa cadeira comum. Isso muitas vezes é simpático, se vocês forem amigos, mas não deve ser feito se vocês não se conhecem. Nunca movimente a cadeira de rodas sem antes pedir permissão para a pessoa. Empurrar uma pessoa em cadeira de rodas não é como empurrar um carrinho de supermercado. Quando estiver empurrando uma pessoa sentada numa cadeira de rodas e parar para conversar com alguém, lembre-se de virar a cadeira de frente para que a pessoa também possa participar da conversa. Ao empurrar uma pessoa em cadeira de rodas, faça-o com cuidado. Preste atenção para não bater nas pessoas que caminham à frente. Para subir degraus, incline a cadeira para trás para levantar as rodinhas da frente e apoiá-las sobre a elevação. Para descer um degrau, é mais seguro fazê-lo de marcha à ré, sempre apoiando para que a descida seja sem solavancos. Para subir ou descer mais de um degrau em sequência, será melhor pedir a ajuda de mais uma pessoa. Se você estiver acompanhando uma pessoa deficiente que anda devagar, com auxílio ou não de aparelhos ou bengalas, procure acompanhar o passo dela. Mantenha as muletas ou bengalas sempre próximas à pessoa deficiente. Se achar que ela está em dificuldades, ofereça ajuda e, caso seja aceite, pergunte como deve fazê-lo. As pessoas têm suas técnicas pessoais para subir escadas, por exemplo, e, às vezes, uma tentativa de ajuda inadequada pode até mesmo atrapalhar. Outras vezes, a ajuda é essencial. Pergunte e saberá como agir e não se ofenda se a ajuda for recusada. Se você presenciar um tombo de uma pessoa com deficiência, ofereça ajuda imediatamente. Mas nunca ajude sem perguntar se e como deve fazê-lo. Esteja atento para a existência de barreiras arquitetônicas quando for escolher uma casa, restaurante, teatro ou qualquer outro local que queira visitar com uma pessoa com deficiência física. Pessoas com paralisia cerebral podem ter dificuldades para andar, podem fazer movimentos involuntários com pernas e braços e podem apresentar expressões estranhas no rosto. Não se intimide com isso. São pessoas comuns como você. Geralmente, têm inteligência normal ou, às vezes, até acima da média. Se a pessoa tiver dificuldade na fala e você não compreender imediatamente o que ela está dizendo, peça para que repita. Pessoas com dificuldades desse tipo não se incomodam de repetir se necessário para que se façam entender. Não se acanhe em usar palavras como "andar" e "correr". As pessoas com deficiência física empregam naturalmente essas mesmas palavras. Quando você encontrar um Paralisado Cerebral, lembre-se que ele tem necessidades específicas, por causa de suas diferenças individuais. Para lidar com esta pessoa, temos as seguintes sugestões: * É muito importante respeitar o ritmo do PC, usualmente ele é mais vagaroso no que faz como andar, falar, pegar as coisas, etc. * Tenha paciência ao ouvi-lo, a maioria tem dificuldade na fala. Há pessoas que confundem esta dificuldade e o ritmo lento com deficiência mental. * Não trate o PC como uma criança ou incapaz. * Lembre-se que o PC não é um portador de doença grave ou contagiosa, a paralisia cerebral é fruto da lesão cerebral, ocasionada antes, durante ou após o nascimento, causando desordem sobre os controles dos músculos do corpo. Portanto, não é doença e tampouco transmissível. É uma situação. Trate a pessoa com deficiência com a mesma consideração e respeito que você usa com as demais pessoas. PESSOAS SURDAS OU COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA: Não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Muitas fazem a leitura labial, outras não. Quando quiser falar com uma pessoa surda, se ela não estiver prestando atenção em você, acene para ela ou toque, levemente, em seu braço. Quando estiver conversando com uma pessoa surda, fale de maneira clara, pronunciando bem as palavras, mas não exagere. Use a sua velocidade normal, a não ser que lhe peçam para falar mais devagar. Use um tom normal de voz, a não ser que lhe peçam para falar mais alto. Gritar nunca adianta. Fale diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela. Faça com que a sua boca esteja bem visível. Gesticular ou segurar algo em frente à boca torna impossível a leitura labial. Usar bigode também atrapalha. Quando falar com uma pessoa surda, tente ficar num lugar iluminado. Evite ficar contra a luz (de uma janela, por exemplo), pois isso dificulta ver o seu rosto. Se você souber alguma linguagem de sinais, tente usá-la. Se a pessoa surda tiver dificuldade em entender, avisará. De modo geral, suas tentativas serão apreciadas e estimuladas. Seja expressivo ao falar. Como as pessoas surdas não podem ouvir mudanças subtis de tom de voz que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, as expressões faciais, os gestos e o movimento do seu corpo serão excelentes indicações do que você quer dizer. Enquanto estiver conversando, mantenha sempre contacto visual, se você desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou. Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção. Se tiver dificuldade para compreender o que ela está dizendo, não se acanhe em pedir para que repita. Geralmente, as pessoas surdas não se incomodam de repetir quantas vezes for preciso para que sejam entendidas. Se for necessário, comunique-se através de bilhetes. O importante é se comunicar. O método não é tão importante. Quando a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete, dirija-se à pessoa surda, não ao intérprete. Algumas pessoas mudas preferem a comunicação escrita, algumas usam linguagem em código e outras preferem códigos próprios. Estes métodos podem ser lentos, requerem paciência e concentração. Talvez você tenha que se encarregar de grande parte da conversa. Tente lembrar que a comunicação é importante. Você pode ir tentando com perguntas cuja resposta seja sim/não. Se possível ajude a pessoa muda a encontrar a palavra certa, assim ela não precisará de tanto esforço para passar sua mensagem. Mas não fique ansioso, pois isso pode atrapalhar sua conversa. PESSOAS COM DEFICIÊNCIA MENTAL: Você deve agir naturalmente ao dirigir-se a uma pessoa com deficiência mental. Trate-as com respeito e consideração. Se for uma criança, trate como criança. Se for adolescente, trate-a como adolescente. Se for uma pessoa adulta, trate-a como tal. Não as ignore. Cumprimente e despeça-se delas normalmente, como faria com qualquer pessoa. Dê atenção a elas, converse e vai ver como será divertido. Seja natural, diga palavras amistosas. Não superproteja. Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Ajude apenas quando for realmente necessário. Não subestime sua inteligência. As pessoas com deficiência mental levam mais tempo para aprender, mas podem adquirir muitas habilidades intelectuais e sociais. Lembre-se: o respeito está em primeiro lugar e só existe quando há troca de ideias, informações e vontades. Por maior que seja a deficiência, lembre-seda eficiência da pessoa que ali está. As pessoas com deficiência mental, geralmente, são muito carinhosas. Deficiência mental não deve ser confundida com doença mental. Se você chegou até aqui, certamente se importa com o assunto. A maior barreira não é arquitetônico, mas a falta de informação e preconceitos. Assim, compartilhe deste texto com todos de seu relacionamento e peça que eles façam o mesmo. fontes: http://www.prodam.sp.gov.br/acess/ http://www.mbonline.com.br/cedipod/index.htm Efetuamos alguns acréscimos ao original