quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Dia de Finados - Como as Religiões entendem a Morte.



Dia de Finados - Como as Religiões entendem a Morte

De acordo com pesquisas apresentadas, a comemoração dos mortos, hoje denominada Dia de Finados, teve origem na antiga Gália, no território europeu.

Era no dia primeiro de novembro que eles celebravam a festa dos espíritos. Não nos cemitérios - os gauleses não honravam os cadáveres -, mas sim em seus lares, onde os médiuns, os videntes falavam com as almas dos que haviam partido.

Eles acreditavam que os bosques, os pântanos eram povoados por espíritos errantes.

Foi no ano de 998 que o dia de finados começou a ser comemorado nos mosteiros beneditinos, na França, e se tornou oficial no ano de 1915.

É comum, no dia de finados, a intensa visitação aos túmulos, podendo-se observar cenas interessantes. Desde os que se juntam sobre os túmulos dos seus amados, e ali passam o dia, para lhes fazer companhia, como se, em verdade, eles ali estivessem encerrados, aos que lhes levam comidas e bebidas, para que se alimentem, como se o espírito disso necessitasse.

De maneira geral, Cristãos, Islâmicos e Judeus acreditam que após a morte há a ressurreição. Já os espíritas crêem na reencarnação: o espírito retorna à vida material através de um novo corpo humano para continuar o processo de evolução. Algumas doutrinas acreditam que as pessoas podem renascer no corpo de algum animal ou vegetal. Em algumas religiões orientais, o conceito de reencarnação ganha outro sentido: é a continuação de um processo de purificação. Nas diversas religiões, o homem encara a morte como uma passagem ou viagem de um mundo para outro.

Filosofia

A sobrevivência do espírito humano à morte do corpo físico e a crença na vida e no julgamento após a morte já era encontrada na filosofia grega, em especial em Pitágoras, Platão e Plotino. Já Sartre, filósofo francês, defendia que o indivíduo tem uma única existência. Para ele, não há vida nem antes do nascimento e nem depois da morte.

Doutrina niilista

Sendo a matéria a única fonte do ser, a morte é considerada o fim de tudo
Doutrina panteísta

O Espírito, ao encarnar, é extraído do todo universal. Individualiza- se em cada ser durante a vida e volta, com a morte, à massa comum

Dogmatismo Religioso

A alma, independente da matéria, sobrevive e conserva a individualidade após a morte.Os que morreram em “pecado” irão para o fogo eterno; os justos, para o céu, gozar as delícias do paraíso.
Budismo

O Budismo prega o renascimento ou reencarnação.Após a morte, o espírito volta em outros corpos, subindo ou descendo na escala dos seres vivos (homens ou animais), de acordo com a sua própria conduta. O ciclo de mortes e renascimentos permanece até que o espírito liberte-se do carma (ações que deixam marcas e que estabelece uma lei de causas e efeitos).A depender do seu carma, a pessoa pode renascer em seis mundos distintos: reinos celestiais, reinos humanos, reinos animais, espíritos guerreiros, espíritos insaciáveis e reinos infernais. Estes determinam a Roda de Samsara, ou seja, o transmigrar incessante de um mundo a outro, ora feliz e angelical, ora sofrendo terríveis torturas, brigando e reclamando.Em qualquer um destes estágios as pessoas estão sujeitas a transformações.

De acordo com o Livro Tibetano da Morte, existem 49 etapas, ou 49 dias, após a morte.Os monges oram para que as pessoas atinjam a Terra Pura – lugar de paz, tranqüilidade e sabedoria iluminada – ou renasçam em níveis superiores.

Para libertar-se do carma e alcançar a iluminação ou o Nirvana, o ciclo ignorância, sede de viver e o apego às coisas materiais deve ser abolido da mente dos homens.Para isso, a doutrina budista ensina a evitar o mal, praticar o bem e purificar o pensamento.O leigo deve praticar três virtudes: fé, moral e benevolência. Para eles, todo ser humano é iluminado, embora não tenha consciência disso.
Hinduísmo

A visão hindu de vida após a morte é centrada na idéia de reencarnação.

Para os hinduístas, a alma se liga a este mundo por meio de pensamentos, palavras e atitudes.Quando o corpo morre ocorre a transmigração.A alma passa para o corpo de outra pessoa ou para um animal, a depender das nossas ações, pois a toda ação corresponde uma reação – Lei do Carma. Enquanto não atingimos a libertação final – chama de moksha -, passamos continuamente por mortes e renascimentos. Este ciclo é denominado Roda de Samsara, da qual só saímos após atingirmos a Iluminação.

No hinduísmo, a alma pode habitar 14 níveis planetários distintos (chamados Bhuvanas) dentro da existência material, de acordo com seu nível de consciência. Quando se liberta, a alma retorna ao verdadeiro lar, um mundo onde inexistem nascimentos e mortes.

Os hindus possuem crenças distintas, mas todas são baseadas na idéia de que a vida na Terra é parte de um ciclo eterno de nascimentos, mortes e renascimentos.

Islamismo (Religião Muçulmana)

Para o islamismo, Alá (Deus) criou o mundo e trará de volta a vida todos os mortos no último dia.As pessoas serão julgadas e uma nova vida começará depois da avaliação divina.Esta vida seria então uma preparação para outra existência, seja no céu ou no inferno.

Quando a pessoa morre, começa o primeiro dia da eternidade.Ao morrer, a alma fica aguardando o dia da ressurreição (juízo final) para ser julgado pelo criador. O inferno está reservado para as almas “desobedientes”, que foram desviadas por Satanás.No Alcorão, Livro Sagrado, ele é descrito como um lugar preto com fogo ardente, onde as pessoas são castigadas permanentemente. Para o paraíso, vão as almas que obedeceram e seguiram a mensagem de Alah e as tradições dos profetas (entre eles, os cinco principais: Noé, Abrão, Moisés, Jesus filho de Maria e Mohammed).No Alcorão, o paraíso é descrito como um lugar com rios de leite, córregos de mel e outras belezas jamais vistas pelo homem.

Espiritismo

Defende a continuação da vida após a morte num novo plano espiritual ou pela reencarnação em outro corpo.Aqueles que praticam o bem, evoluem mais rapidamente.Os que praticam o mal, recebem novas oportunidades de melhoria através das inúmeras encarnações. Crêem na eternidade da alma e na existência de Deus, mas não como criador de pessoas boas ou más.Deus criou os espíritos simples e ignorantes, sem discernimento do bem e do mal.Quem constrói o céu e o inferno é o próprio homem.

Pela teoria, todos os seres humanos são espíritos reencarnados na Terra para evoluir.A morte seria apenas a passagem da alma do mundo físico para a sua verdadeira vida no mundo espiritual.E mesmo no paraíso, acredita-se que o espírito esteja em constante evolução para o seu aperfeiçoamento moral.

As almas dos mortos ligam-se umas às outras, em famílias espirituais, guiadas pela sintonia entre elas.Conseqüentemente, os lugares onde vivem possuem níveis vibratórios diferentes, sendo uns mais infelizes e sofredores, e outros mais felizes e plenos.

Muitas escolas espiritualistas – não todas – defendem a idéia da sobrevivência da individualidade humana, chamada espírito, ao processo da morte biológica, mantendo suas faculdades psicológicas intelectuais e morais.

Igreja evangélica

Como no catolicismo, os evangélicos acreditam no julgamento, na condenação (céu ou inferno) e na eternidade da alma. A diferença é que o morto faz uma grande viagem e a ressurreição só acontecerá quando Jesus voltar à Terra, na chamada `Ressurreição dos Justos', ou, então, aqueles que forem condenados terão uma nova chance de ressurreição no `Julgamento Final'. Os que morrerem sem Cristo como seu Deus também receberão um corpo especial para passar a eternidade no lago de fogo e enxofre.

Igreja Adventista do Sétimo Dia

Na Igreja Adventista do Sétimo Dia, os mortos dormem profundamente até o momento da ressurreição.Quem cumpriu seu papel na Terra recebe a graça da vida eterna, do contrário desaparece.

Igreja Batista

Crêem na morte física (separação da alma do corpo físico) e na morte espiritual (separação da pessoa de Deus).Os que, após a morte física, acreditam ou passam a confiar em Jesus Cristo, vão para o Paraíso onde terão uma vida de paz e felicidade. Com a morte espiritual, a alma vai para o Inferno para uma vida de angústia, sofrimento, dor e tormentos.

Catolicismo

A vida depois da morte está inserida na crença de um Céu, de um Inferno e de um Purgatório.Dependendo de seus atos, a alma se dirige para cada um desses lugares.

A alma é eterna e única. Não retorna em outros corpos e muito menos em animais. Crê na imortalidade e na ressurreição e não na reencarnação da alma. A Bíblia ensina que morreremos só uma vez. E ao morrer, o homem católico é julgado pelos seus atos em vida.Se ele obtiver o perdão, alcançará o céu, onde a pessoa viverá em comunhão e participação com todos os outros seres humanos e, também, com Deus.Se for condenado, vai para o inferno. Algumas almas ganham uma chance para serem purificadas e vão para o purgatório, que não é um lugar, e sim uma experiência existencial da pessoa. Quem for para o céu ressuscitará para viver eternamente.Depois do Juízo Final, justos e pecadores serão separados para a eternidade. Deus julga os atos de cada pessoa em vida de acordo com a palavra que revelou através de Seu Filho, com os ideais de amor, fraternidade, justiça, paz, solidariedade e verdade.

Judaísmo

O judaísmo crê na sobrevivência da alma, mas não oferece um retrato claro da vida após a morte, e nem mesmo se existe de fato.
O judaísmo é uma religião que permite múltiplas interpretações. Algumas correntes acreditam na reencarnação, outras na ressurreição dos mortos. Enquanto a reencarnação representa o retorno da alma para um novo corpo, a ressurreição é definida como o retorno da alma ao corpo original.

Para os judeus, a lei permite à pessoa que vai morrer pôr a sua casa em ordem, abençoar a família, enviar mensagem aos que lhe parecem importantes e fazer as pazes com Deus.A confissão in extremis é considerada importante elemento na transição para o outro mundo.

Candomblé

Não existe uma concepção de céu ou inferno, nem de punição eterna.As almas que estão na terra devem apenas cumprir o seu destino, caso contrário vagarão entre céu e terra até se realizar plenamente como um ser consciente e eterno.

Os cultos afro-brasileiros acreditam que os mistérios da vida e da morte são regidos por uma Lei Maior, uma força divina que dá o equilíbrio divino ou eterno. O Candomblé vê o poder de Deus em todas as coisas e, principalmente, na natureza.Morrer é passar para outra dimensão e permanecer junto com os outros espíritos, orixás e guias. Trabalha com a força da natureza existente entre terra (Aìyê) e o céu (Òrun). Nos cultos afros, o assunto de vida após a morte não é bem definido.

Na Terra, o objetivo do homem é realizar o seu destino de maneira completa e satisfatória.Ao cumprir o seu destino na Terra, o ser humano está pronto para a morte. Após a morte, o espírito será encaminhado ao Òrun, para uma dimensão reservada aos seres ancestrais, ou seja, eternos.O ser humano pode ser divinizado e cultuado.Caso o seu destino não seja cumprido, os espíritos ficarão vagando entre os espaços do céu e da terra, onde podem influenciar negativamente os mortais. Como não se realizaram plenamente, estes espíritos estão sujeitos à reencarnação. Já as pessoas vivas que sofrem as suas influências negativas, precisam passar por rituais de limpeza espiritual para reencontrar o equilíbrio.

Umbanda

A Umbanda sofre influências de crenças cristãs, espíritas e de cultos afros e orientais. Como não existe uma unidade ou um “livro sagrado”, alguns umbandistas admitem o céu e o inferno dos cristãos, enquanto outros falam apenas em reencarnação e Carma.

Na Umbanda, morte e nascimento são momentos sagrados, que marcam a passagem de um estado a outro de manifestação espiritual, morremos para um lado e nascemos para outro lado da vida, o que nos aguarda do outro lado depende de nós mesmos.

A Umbanda explica o universo através de sete linhas, regidas por Orixás.Ao morrer, a pessoa será atraída por estes mundos espirituais. A matéria é apenas um dos caminhos para a evolução do espírito.Sendo assim, a morte é uma etapa do ciclo evolutivo, sendo a reencarnação a base da evolução.O objetivo maior do nascimento e da morte é a harmonização e a evolução consciente do espírito. Após morte, o ser humano leva consigo suas alegrias, sua fé, suas crenças, suas mágoas e suas dores.E terá que lidar com elas, sempre contanto com o auxílio dos espíritos mais evoluídos que o recepcionarão no outro lado da vida e o ajudarão na sua adaptação no mundo espiritual.

Com a morte do corpo físico, os espíritos bons podem se tornar protetores, enquanto os maus (espíritos de pouca evolução, devido às poucas encarnações) podem virar perturbadores.Os mortos (desencarnados) podem ser contatados, ajudados ou afastados.

Fonte: Revista Época: 05/08/2004 – Edição nº 325(Transcrito do Grupo Povo de Aruanda) 

No recolhimento durante o "chão".

 

Na benção do reencontro com a tua força original na camarinha, pedimos a Deus que te ajuste as energias, a fim de que possas cumprir tua missão no campo físico, da maneira mais aproveitada possível, em plena sintonia com as vibrações que regem tua estadia na Terra.

Lembre que somos seres espirituais usando esta oportunidade maravilhosa da reencarnação no objetivo do progresso da alma, em todos os aspectos. A vitalidade e a energia que te mantém ligado ao corpo físico são dádivas concedidas pelo Criador. Tu és o único responsável pela administração de tuas próprias forças.

Busque o equilíbrio pleno de tuas vibrações e veja teu corpo físico como o passaporte para a tua purificação e teu progresso. Necessário se faz o recolhimento dentro de ti, para que possas enxergar o objetivo nobre do espírito na matéria (Terra) e para que, nessa introspecção, entres em sintonia com o supremo Amor do Criador. Assim, ao regressares ao cotidiano, encontrarás a renovação na tua realidade atual, usando o teu tempo e as circunstâncias como um trampolim para tua ascenção espiritual.

Na busca do ajuste espiritual, estás ligado à matéria, que é o maior instrumento de purificação da energia. O teu espírito já trás consigo a tua personalidade e tuas bagagens de outras eras, que refletem no teu dia-a-dia no campo das emoções e nas atitudes.

Através do estudo realizado sobre os orixás que regem as energias que vibram em teu processo evolutivo atual, colaboras para que atinja uma maior compreensão de ti mesmo, te ajudando na busca do equilíbrio.

A análise dos teus orixás não representa lista de fatalidades, pois o teu destino está em tuas mãos. Todos temos deficiências a serem superadas, mas, na resolução de ser feliz, recolha-te em viagem interior e, em uma análise de tuas tendências, siga o caminho, agora de forma mais consciente, do auto-burilamento. 


Axé de Oxalá a todos.

Ajuntós

Para quem não sabe, ajuntó é o Orixá que "casa" ou "acompanha" seu Orixá de cabeça. Todos temos um Orixá que rege nosso eledá (cabeça) e outro que rege nosso corpo, além dos Orixás de perna e passagem. 

Mas dependendo do seu lado (sua nação) poder haver modificações

Invariavelmente o Orixá do corpo precisa "casar" com o Orixá de cabeça, precisam combinar, e a essa combinação chamamos "ajuntó".

Abaixo seguem os possíveis ajuntós entre os Orixás:

Bará Elegba com Oyá Timboá.
Bará Lodê com Oyá e com Obá.
Bará Lanã com Obá e algumas vezes com Oyá Niqué.
Bará Adague com Oyá Niqué e com Obá.
Bará Agelú com Oxum Pandá e algumas vezes com Oyá Niqué.

Ogum Avagã com Oyá Dirã.
Ogum Onira com Oyá Niqué.
Ogum Olobedé com Oyá.
Ogum Adiolá com Oxum Pandá e com Yemanjá Bocí.

Oyá Timboá com Bará Elegba e com Ogum Avagã.
Oyá Dirã com Ogum Avagã.
Oyá Niqué com Bará Adague (às vezes com Bará Lanã e com Bará Agelú), com Ogum Onira, Xangô Aganjú e Xapanã Jubeteí.
Oyá Com Bará Lodê, Ogum Olobedé, Xangô Agodô, Xapanã Belujá e Xapanã Sapatá.

Xangô Aganjú Ibeje com Oxum Pandá Ibeje.
Xangô Aganjú com Oyá Niqué, Obá, Oxum Pandá e Yemanjá Bocí.
Xangô Agodô com Oyá e Oxum Olobá.

Odé com Otim e Yemanjá Bocí.
Otim com Odé.

Obá com Bará Lodê, Bará Lanã, Bará Adague, Xangô Aganjú, Xapanã Jubeteí e Xapanã Sapatá.

Ossanha com Oxum Demun e Yemanjá Bocí.

Xapanã Jubeteí com Oyá Niqué e Obá.
Xapanã Belujá com Oyá e Oxum Olobá.
Xapanã Sapatá com Oyá e Obá.

Oxum Pandá Ibeje com Xangô Aganjú Ibeje.
Oxum Pandá com Bará Agelú, Ogum Adiolá, Xangô Aganjú, Oxalá Bocum e Oxalá Olocum.
Oxum Demun com Ossanha.
Oxum Olobá com Xangô Agodô e Xapanã Belujá.
Oxum Docô com Oxalá Jobocum (às vezes com Oxalá Oromilaia).

Yemanjá Bocí com Ogum Adiolá, Xangô Aganjú, Odé, Ossanha e Oxalá Dacum.
Yemanjá Bomí com Oxalá Jobocum (às vezes com Oxalá Oromilaia).
Yemanjá Nanã Borocum com Oxalá Jobocum.

Oxalá Bocum com Oxum Pandá (quando a passagem de Orixá for Xangô Aganjú).
Oxalá Olocum com Oxum Pandá (quando a passagem de Orixá for Xapanã Jubeteí).
Oxalá Dacum com Yemanjá Bocí.
Oxalá Jobocum com Oxum Docô e Yemanjá Bomí.
Oxalá Oromilaia: somente em casos especiais este Orixá faz ajuntó com Oxum Docô e Yemanjá Bomí.

Balança


Resultado de imagem para balança de xango

Balança é o coroamento! 
A balança é o coroamento,é a confirmação da festa de quatro patas para os orixás.É a reunião de todos os orixás numa roda onde somente os prontos e os Babalorixás e Yalorixás podem participar. A balança é o termômetro que medirá o comportamento da obrigação, pois, de acordo com a suavidade com que os orixás se comportem ao dançar, na mesma, terá sido a aceitação ou não daquele ebó pelos orixás. Em hipótese alguma a balança poderá rebentar, depois que a mesma for fechada e que o tamboreiro começa a tocar o axé de reza para a balança, sob pena de que alguma das pessoas que integram aquela obrigação ou até mesmo que o chefe do terreiro venha a morrer decorrente de haver sido arrebentada a balança.

O orixá, quando a festa for de quatro patas, não deverá chegar antes de iniciar a balança, pois, o mesmo, só chegará antes se a obrigação estiver errada ou se algo de muito grave estiver para acontecer e o mesmo veio para avisar.

Quando se fizer uma balança para os orixás novos, de Bará a Xapanã e outra para os orixás velhos, Oxum, Iemanjá e Oxalá, a pessoa que participar de uma (novos), não poderá participar de outra (velhos).

Algumas das principais características do Orixá Xangô, são: dualismo, equilíbrio e justiça. Uma da sua principal arma, o osê (machado de lâmina dupla), ademais de ser o símbolo da liberdade do homem africano, é um exemplo dessas características citadas anteriormente. 

Essa dualidade produz o equilíbrio, essência mesma da justiça. 
As lâminas duplas do Osê são o bem e o mal; o poder humano do Alafim e o poder do Òrìxá; a temporalidade e a eternidade; a construção e a destruição; o vermelho e o branco; o sangue, paz e guerra. 


ÒWÁ RI’ GODO ÀKÀRÀ O! À NÍ SE, A NÍ SE. (Poderoso Ogodo, Você que procura e recolhe a força cósmica que chega a nós, compartilha essa força para realizar a acometida). 
ADÉ OWÓ 
(Coroa valiosa) 
A NÍ SE, A NÍ SE 
(Compartilha essa força – a força da coroa) 
A NÍ SE O! OBA ORÓ 
(Compartilha com nós teu poder, oh grande, poderoso, temerário Obá.) 


Depois do ritual da balança, os atabaques tocam o “alujá”, dança predileta de Xangô - que é proibida (ewó) aos filhos de Oxalá. 
O ritual da balança, é coberto de múltiplas histórias, a maioria delas fantásticas, mas não todas elas reais e fundamentadas. 
Quantos batuqueiros, além de conhecer e até participar, tem realmente certo o POR QUÉ e PARA QUÉ deste ritual; o significado; a obrigatoriedade de fazê-lo, e verdadeiro fundamento? 

No Batuque TRADICIONAL a direta responsabilidade das feituras e de toda imolação é exclusiva do Bàbá ou da Iyá do Ilé. O ritual da balança é entâo, o julgamento do atuado pelo responsável, pelos próprios Orixás. De fato, é Xangô quem julga. Na correta leitura do acontecido em esse ritual, pode se compreender a aceitação, ou não, de toda a obrigação. 

Nenhum ritual é feito por capricho, nem por simples razões coreográficas. A opinião que muitas vezes ouvimos, de que “isso se faz por tradição”; ou “eu faço porque assim me foi ensinado”; ou “faço assim porque sempre vi fazer assim”, não só é um exemplo da perda de transmissão de fundamentos que nosso culto sofre. É principalmente a perda da maravilhosa oportunidade de nos enriquecer com o conhecimento de uma cultura milenar, uma filosofia de vida; o encontro com a nossa própria essência e o convívio harmônico com o micro e o macrocosmos... 


Balanças de Orixás:
*Para Bará (Legba, Lodê) Ogum (Avagã):
Composta de 14 ou 07 homens (só homens) e com a porta da rua aberta.
*Para Bará, Ogum, Iansã, Obá e Ossanha:
Composta de 14 ou 07 pessoas (homens e mulheres)
*Para Xangô:
Composta de 12 ou 06 pessoas (homens e mulheres)
*Para Xapanã:
Composta de 18 ou 09 pessoas (homens e mulheres)
*Para Odé, Otim, Oxum, Iemanjá, Oxalá:
Composta de 32,16 ou 08 pessoas (homens e mulheres).
Quando a balança não for específica para um orixá ela deve ser composta por pessoas em múltiplos de 06 ou de 08: 06, 12, 18, 24, 30 ou 08, 16, 24, 32.


Axé da Balança
Amaô eliço bô xangô acaraô anicéu anicéu
R:Eliço godô acaraô anicéu anicéu
Abaorô
R:Anicéu anicéu
Enicéum abaorô
R:Anicéum abaorô
Eliço godô acaraô anicéum,anicéum
R:Eliço godô acaraô anicéum,anicéum
Alujá.

Sacrificio de Animais


Resultado de imagem para galinhas

Sacrifício de Animais

“1 Depois disse Deus a Moisés: Subi ao Senhor, tu e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel, e adorai de longe.
2 Só Moisés se chegará ao Senhor; os, outros não se chegarão; nem o povo subirá com ele.
3 Veio, pois, Moisés e relatou ao povo todas as palavras do Senhor e todos os estatutos; então todo o povo respondeu a uma voz: Tudo o que o Senhor tem falado faremos.
4 Então Moisés escreveu todas as palavras do Senhor e, tendo-se levantado de manhã cedo, edificou um altar ao pé do monte, e doze colunas, segundo as doze tribos de Israel,
5 e enviou certos mancebos dos filhos de Israel, os quais ofereceram holocaustos, e sacrificaram ao Senhor sacrifícios pacíficos, de bois.
6 E Moisés tomou a metade do sangue, e a pôs em bacias; e a outra metade do sangue espargiu sobre o altar.
7 Também tomou o livro do pacto e o leu perante o povo; e o povo disse: Tudo o que o Senhor tem falado faremos, e obedeceremos.
8 Então tomou Moisés aquele sangue, e espargiu-o sobre o povo e disse: Eis aqui o sangue do pacto que o Senhor tem feito convosco no tocante a todas estas coisas.”
 Êxodo 24.1-8

Moisés pegou a metade do sangue e espargiu sobre o altar (versículo 6) e a outra metade colocou em bacias.
A aliança foi formalmente confirmada quando o sangue foi espargido sobre a nação de Israel (versículo 8). 


“Obedecendo à Palavra de Deus, Abraão mudou as suas tendas e foi habitar nos carvalhais de Manre, junto a Hebrom e ali levantou um altar ao Senhor (Gênesis 13.18). Tão importante era este lugar que Abraão construiu um altar ao Senhor ali e ofereceu sacrifícios. (...)”

“Ao pedir Abraão um sinal de como tomaria posse de Canaã, o Senhor respondeu: “Toma-me uma novilha, uma cabra e um cordeiro, cada qual de três anos, uma rola e um pombinho. Ele tomando todos estes animais, partiu-os pelo meio e lhes pôs em ordem as metades, umas defronte das outras; e não partiu as aves (...) e eis um fogareiro fumegante e uma tocha de fogo que passou entre aqueles pedaços. (...) (Genesis 15.9-18). (...)”


Naqueles tempos, o pacto entre duas pessoas era selado da seguinte maneira: sacrificava-se um determinado animal, sendo este dividido em duas partes. Colocava-se as partes uma defronte da outra, de forma a deixar um caminho para se passar. Cada banda do animal representava uma das partes na aliança. Em seguida, as duas pessoas passavam por entre as bandas do animal. Ao fazê-lo, cada uma afirmava, diante da outra, que se não cumprisse a sua palavra naquela aliança, a outra pessoa teria o direito de fazer com ela o mesmo feito ao animal.” 

Assim, tem-se que a passagem do versículo 8 de êxodo 24, é a confirmação formal da aliança da nação de Israel com Deus, ou seja, quando o sangue foi espargido sobre as pessoas que ali estavam. 

Especificamente nesta passagem encontramos a realização do pacto com Deus e de certa forma lembra em muito a iniciação na religião africana, quando o iniciado faz sua aliança com seu Orixá. 

É interessante observar que o sacrifício de animais ocorreu em quase todas as religiões do mundo. Na Europa, na África, na Ásia até as Américas, cada cultura teve a prática deste evento. 

A maioria dos sacrifícios foram realizados para apaziguar divindades descontentes, para assegurar prosperidade e até para prever o futuro. No culto romano, os animais foram sacrificados e suas entranhas interpretadas pelos sacerdotes. O tamanho a forma e marcações do fígado e da vesícula biliar eram observados; se alguma coisa apresentava problemas ou a interpretação não era favorável, um novo animal seria abatido. 

Quase todas as culturas têm mostrado sinais de prática de sacrifícios incluindo os Hebreus, os Astecas e os Hindus. Os romanos e os gregos contavam com este ato em certos eventos, onde sacerdotes realizavam os rituais envolvendo sacrifícios de bodes e muitas vezes até de um touro.

O primeiro sacrifício da história da humanidade se vê quando depois do pecado original Deus proveu peles de animais para cobrir a vergonha de Adão e Eva. O sangue foi derramado para cobrir seu pecado. Os aventais que eles próprios fizeram de folhas não lhes tirou a nudez e a vergonha, nem encobriu o pecado. Só o sacrifício foi suficiente para resolver a situação. O sacrifício de animais aparece novamente quando os dois filhos de Adão trouxeram oferendas a Deus, brigando depois, pois Deus aceitou apenas o sacrifício de Abel que ofertou o melhor de seu gado, e não aceitou o de Caim que deu apenas os restos de seus frutos; mais tarde, também Noé ofertou os animais e aves permitidos logo após o dilúvio. 

Depois de deixar a Mesopotâmia, Abraão foi chamado para sacrificar o seu único filho; no último momento, Deus providenciou um carneiro para ser sacrificado no lugar de Isaac. Foi através do sacrifício de um animal que a aliança de Deus com Abraão foi cumprida.

Nas religiões de origem africana, ainda hoje, a prática do sacrifício se faz presente. Os animais são sagrados, como na bíblia antiga, como oferenda aos deuses e ancestrais, na cura, na iniciação e em outras diversas cerimônias que fazem partes dos rituais da cultura originária africana. Além disso, ao contrario do que se pensa, os animais embora importantes, não são o foco central da maioria das cerimônias. Eles são apenas ofertas consagradas e sua carne serve para as refeições comunais para os iniciados compartilharem com os Orixás, antepassados, familiares, convidados e os pobres. 

Toda carne dos animais sacrificados serve como alimento, cujo preparo envolve uma série de práticas rituais essenciais para busca de boas energias, proteção etc.

A religião africana tem um dos rituais mais antigos do mundo, onde os ritos sagrados do sacrifício de origem ainda existem, usando esta força transformadora para aproximar as divindades em busca da solução dos problemas cotidianos que envolvem os indivíduos e a comunidade.

O sangue possui vida e uma energia elementar indispensável em um ritual de iniciação. As vísceras dos animais tem objetivo de produzir o axé, a força, energia vital que faz parte da essência desta cultura. Até mesmo o couro serve para confecção dos tambores e atabaques utilizados nas diversas cerimônias dos terreiros de origem africana.

Muitas vezes o sacrifício de animais nos rituais é mal vista, talvez devido à má impressão visual que causam, associando esta pratica à feitiçaria, no entanto estas pessoas ignoram a crueldade envolvida no sacrifício de animais abatidos para consumo, seja qual for o método usado. O que dizer do peixe, animal que agoniza por horas até a morte, e mesmo assim faz parte do cardápio da maioria dos críticos do sacrifício religioso.

Quem conhece os preceitos e os fundamentos da religião africana sabe que muitas vezes o sacrifício de um animal às divindades nos livra do sangue derramado pelas ruas, dos acidentes, das doenças, da má sorte, em fim a troca de energia nestes casos acaba por dar proteção em todos os sentidos, às comunidades inteiras participantes ou não do culto dos Orixás. 

Um sacerdote ao fazer o sacrifício, pede a interferência positiva dos orixás a todos que fazem parte daquela comunidade religiosa, e de maneira geral à todos os necessitados de ajuda. Muitas curas se têm no dia a dia através do sacrifício, onde uma ave é entregue no lugar da pessoa e ela fica curada. Pessoas desenganadas pelos médicos encontram a cura dentro das casas de religião e vivem por muitos anos com saúde.

No contexto atual o abate ritual se mantém dominante nas culturas africanas em todo mundo. Tornou-se uma identidade cultural. A comunidade africana tem uma cultura profundamente enraizada e definida pelo seu reconhecimento no mundo espiritual. O derramamento de sangue é visto como a oferta de uma vida para outra, como a vida é entendida como contida no sangue. 

Quando um animal é oferecido para o sacrifício, esta prática é feita por pessoas experientes, um ancião, um sacerdote ou sacerdotisa que representa a comunidade religiosa, e com preparo suficiente com a finalidade de cumprir os preceitos exigidos dentro do culto aos Orixás. Isto significa que o animal foi tratado com a sensibilidade possível, nas circunstancias fatais.

Na religião afro-brasileira um animal é abatido apenas para reais celebrações às divindades, e a carne consumida pelos participantes, o que deve ser visto com a mesma naturalidade de quando um fazendeiro ao receber um honrado convidado, imediatamente ordena que seja sacrificado o melhor entre os animais e o serve em banquete ao visitante. A diferença é que o sangue deste animal foi jogado fora enquanto que o abatido na casa de religião faz parte de uma oferta ao Orixá. Estes abates são considerados como parte da identificação cultural e faz parte da defesa moral da prática tradicional por razões culturais e devem ser respeitadas.

A própria Constituição do Brasil, de 1988, diz no seu artigo 5º, inciso VI que: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.”.

Axé a todos.

"Bater Cabeça"


Resultado de imagem para bater a cabeça


Bater a Cabeça
O ato de bater cabeça, talvez seja a parte da ritualística africanista cuja simbologia esteja no inconsciente coletivo da humanidade desde o princípio dos tempos.
O ato de levar a cabeça ao solo é encontrado, praticamente, em todas as religiões.
Podemos interpretar este ato como o reconhecimento da submissão do ser humano diante da onipotência da Divindade.
Ou seja, a aceitação de nossas limitações diante daquilo que não podemos controlar. Trata-se, portanto, de um sinal de respeito e de entrega bem como de humildade e agradecimento. Significa respeito pelos orixás. Também se bate cabeça para os sacerdotes, velhos na religião.


Quartinhas


QUARTINHAS


Quartinha é um pequeno pote, geralmente de barro, no qual de deposita água sagrada, água purificada ao Orixá e fica ao lado do assentamento do Orixá. O barro da quartinha, assim como nosso corpo, "transpira" e por isso que as quartinhas devem ser sempre de barro pois elas permitem que a água do seu interior evapore, mas deve-se ter um cuidado constante para que a quartinha não seque por completo, pois ela representa um ser vivo e o cuidado que temos com o Orixá.


Na África, todas as eram confeccionadas em barro, as escravas, quando em solo brasileiro, se encantaram, com as porcelanas das sinhazinhas e começaram a utilizar a porcelana, nos assentamentos dos Orixás femininos, porém as quartinhas de porcelana, louça, latão, metal, fazem com que a água fique estagnada o tempo todo e não evapore. Com o passar dos séculos, tradicionalmente ficou estipulado que os Orixás masculinos, possuiriam quartinhas de barro e os Orixás femininos, assim como Oxalá, tanto Oxalufan, como Oxaguiã, poderiam usarem quartinhas de porcelana.

A quartinha representa a respiração da divindade, então quando a divindade necessita dessa respiração, há o ciclo de evaporação da água através dos poros do barro. Aos Orixás masculinos são oferecidos quartinhas de barro sem alça, aos Orixás femininos são oferecidos quartinhas normalmente de louça ou mesmo de barro com alça. 

As quartinhas também são chamadas de Busanguê, Eni, Amoré e outros, dependendo da nação. Colocar quartinha de louça aos pés da divindade, não é uma prática do Candomblé antigo, porque na África não se produz louça. Todos os utensílios ligados ao culto das divindades são feitos na sua maioria de barro e quando não são feitos de barro, é usado terracota ou argila.

Egun III

Arissun ou Axexe é como denominamos a missa realizada para Egun. O Egun é um espírito que normalmente trabalha mais rápido que os Orixás e que muitas vezes, durante o Xirê de Batuque, se apresenta como tal. Sua presença è notada através de seu elan (grito), que é totalmente diferente do emitido pelo Orixá.
Ao irmos participar de um arissun, como forma de evitar possíveis danos causados por um ritual mal feito, o ideal é sabermos com antecedência o nome completo do falecido e sua dijina.
Devemos estar com Eledà (cabeça) coberto, vestidos com axó branco ou roupas claras.
Ao sairmos para participar de um axexe, algumas nações tem como fundamento a necessidade de deixar preparado um axé para Oyá e um ecó de cinza,
colocados atrás do portão, para que, quando haja o retorno, sejam lavados o rosto, os pés e as mãos.
Da mesma forma, em algumas nações, os participantes são proibidos de beber água, largar cinza de cigarro no chão, assobiar e dormir.
Na Nação Cabinda tem-se que ao chegar ao Ilê, onde será realizada a missa, se encontra os atins (pós) usados no ritual. São eles: pó de tijolo, de pemba, cinza, coloral, café, chimarrão, palitos e um mieró de quebra (feito com ervas).
Após, cumprimenta-se o os eguns diante do Balé, batendo palmas nove vezes, com o giro correspondente, saudando-os.
Inicia-se o arissun cantando rezas apropriadas para Egun, onde a roda segue em determinado momento no sentido anti-horário e em outro momento no sentido horário, sempre com os braços balançando (abanando).
Durante toda cerimônia não se retira os calçados.
Ao término das rezas para o Orixá, retornamos o canto para Egun, onde se faz necessário o abano dos lenços brancos para assim haver o desligamento do morto com o plano material, com os humanos.
Durante o ritual, é costume chegar Orixá no mundo, mas o mesmo vem de forma silenciosa, não dando o seu elan, (grito) e permanece até o retorno da praia.
Após o Orixá é despachado inteiro.
Ao se despachar o “saco” na praia, devemos seguir um caminho e retornarmos pelo outro, como forma de “enganar” o Egun.
No decorrer do arissun, canta-se para os Orixás do morto que estão indo embora, enquanto quebra-se suas vasilhas e quartinhas. Rasga-se a roupa religiosa do falecido. É interessante observar que cada Babalorixá, Ialorixá ou filhos-de-santo que tenha obrigações de quatro-pés, deveria por obrigação, possuir seu copo, sua xícara e talheres de uso particular, já que os mesmos serão utilizados para sua missa, onde estarão seus objetos pessoais, seus vícios e seus alimentos preferidos, que serão incorporados na mesa no dia do café, realizada no sétimo dia após sua morte.
Tudo é quebrado e colocado dentro de sacos, que podem ser de panos ou plásticos. Costuma-se também usar balaios. Os sacos e/ou balaio sempre serão carregados "embalados".
Ao retornar da praia, é passada uma limpeza em todos os participantes e os mesmos podem então retornar aos seus lares, sempre esfriando a rua antes de sair do local. Antes de adentrar em sua residência, pode-se esborrifar a pessoa. Pode-se utilizar ainda uma limpeza com fogo, retirando toda e qualquer impureza que por ventura ainda reste na aura do participante. Também pode-se utilizar para limpeza de um pequeno saquinho contendo cinzas, limpa, préviamente peneirado, utilizado ao sair de cemitério, etc...
A principio os únicos Orixás que não são despachados são o Legbá para os Cabindas e Oyá Timboá para algumas Nações, já que eles são considerados guardiões do templo e continuam sob os cuidados da família consanguínea, de preferência por um membro do sexo masculino. Veja-se que em algumas nações o fundamento determina que inclusive o Legbá seja despachado.
Assim, tudo depende dos fundamentos da nação a que pertence o falecido, o Ilê e assim por diante.