segunda-feira, 13 de junho de 2016


  Orixá Bará


É o Orixá mais humanos e todos, sua semelhança com nós é impressionante. Sua ligação com o ser humano é tão intensa que é o mensageiro entre os homens e os Orixás.
Dono das encruzilhadas e da chave que abre os caminhos é responsavel pela boa abertura dos trabalhos, sendo assim suas obrigações, cortes e saudações são feitas sempre em primeiro lugar.
Está profundamente ligado a atividade sexual. É o portador mitico do sêmem e do útero ancestral.

Caracteristicas


Dia da semana: Segunda- Feira
Cor: vermelha
Guia: vermelha
Saudação: alupo
Apelido: menino
Animal de estimação: rato
Santo que representa: Lodê: São Pedro, demais Barás: Santo Antônio.
Dia do Ano: 13 de junho e 29 de junho
Parte do corpo Bará rege: esqueleto, pênis, pâncreas, uretra, urina, sangue.
Ferramentas: foice, chave, corrente, garfo, ponteira, punhal e cachimbo.
Lugar de oferendas: cruzeiros abertos, fechados, encruzilhadas.
Aves: galo vermelho ou casal de galinhas d'angola
Pombo: preto e cinza
Quatro - pé: bode preto para Bará Lodê, cabrito branco para Bará Agelú
Peixe: pintado
Frutas: manga, ameixa vermelha, butiá, maracujá, cana-de-açúcar.
Flor: cravo vermelho
Doce: caramelo, mel, negrinho (brigadeiro), bombons etc.
Ervas: fumo brabo, dinheiro em penca, arruda macho, alevante guiné, orô, arnica, cipó-mil-homens, carqueja, canela.


Qualidades do Orixá Bará

Bará Elegba: Responsavel, pelo inicio e fim da vida dos homens, está nas fronteiras entre o bem e o mal, participa das grandes decisões entre o sim e o não.
Sobrenomes: Birim, Bô, Bikuim, Borokum, Croni, Dalé, Denin, Elauê, Grajé, Jebí, Ro, Romí, Ingué, Craví, Lobí, Lonã, Lolú, Lebá, Motim, Nabué, Naum, Nabuê- denim, Omulum, Tolabí, Tolalú, Xê.

Bará Lodê: É o Orixá das chaves que abrem ou fecham os caminhos, para todas as existencias. Cuida de todos os cruzeiros, da estrada, do mato ou da rua. Bará Lodê é o senhor do destino.
Sobrenomes: Alupagema, Açuã, Beí, bô, Bemi, Berí, Bomi, Bicuim,Borocum, Denim, Djeteiú, Dalé, Elupanda, Elauê,Fumí, Fumilaió, Lonã, Lakê, Modibau,Motim, Nabuê, Obí, Obe- emí, Sapatá, Xê.

Bará Lanã: É ele quem abre as estradas e atalhos organizando os caminhos.
Sobrenomes: AAguidê, Aguidê- Omí, Apandá- Lanã, Açanã, Bí, Bilanã, Belomí, Borocum,Borocum- lanã, Croni, Digui, Dê, Dei, Darê, Emí, Funiquê, Raraxé, Ro, Romé, Crajau, Caminoloa, Lakê, Mí, Odeí, Omulúm, Tuke, Tirirí, Tirirí- lanã.

Bará Adague: Responsavel pela defesa do Ilê. É o decodificador das mensagens dos orixás atravez dos buzios.
Sobrenomes: Ajanadá, Aguidê- omí, Aguidê, Borocum, Berim, Bí, Belomí, Birim, Bomi, Caminoloa, Diki, Deí, Epanadá, Inguê, Craví, Larom, Lonã, Lapô, Naum, Sebiú, Tuki, Tuebí.

Bará Agelu: Regula a multiplicação de todas as formas de vida sobre a terra.
Sobrenomes: Apanadá, Bi- omí, Bí, Darê, Deí, Demí, Eim, Funiquê, Gebí, Grajé, Idê, Lolú, Lonam, Lobí, Nique, Remí, Tolalú, Tolabí, Unã.


Filhos de Bará


Aqueles que são regidos por Bará, apresentam uma personalidade muito marcante e um comportamento cotidiano muito diverso. São pessoas altamente fiéis aos seus princípios, aos amigos e ás suas causas. São corajosos e dedicados. Amáveis, não medem esforços nem sacrifícios para auxiliar aqueles que ama. Excelentes amantes, a virilidade é uma característica básica daqueles regidos por este orixá.

Características Positivas: São comerciantes hábeis e espertos, profissionalmente sempre chegam ao seu objetivo, mesmo que para isto tenham que se empenhar de corpo e alma para conseguirem seus intentos. Fortes, capazes, românticos, felizes, participativos, francos, espertos, inquietos, saudáveis, sinceros, astutos, atentos, rápidos, despachados e sagazes.

Características Negativas: Severos e exigentes ao extremo, caprichosos, extremamente vaidosos e ambiciosos. Brigões, debochados, brincalhões, sempre esperam uma recompensa por aquilo que fizeram.Tem caráter dúbio, sendo gentil e maldoso ao mesmo tempo.


Lenda


Conta a lenda que houve uma demanda entre Bará e Oxalá para que pudesse saberquem era o mais forte e respeitado, e foi aí que Oxalá provou a sua superioridade pois, durante o combate, Oxalá apoderou-se da cabaça de Bará a qual continha o seu poder mágico transformando-o assim em seu servo. Oxalá então permitiria que Bará a partir de então recebesse todas as oferendas e sacrifícios em primeiro lugar. A Importância de Bará é fundamental, uma vez que ele possui o privilégio de receber todas as oferendas e obrigações em primeiro lugar, nenhuma obrigação deve ser feita sem primeiro saudar a Bará. É o dono de todas as encruzilhadas e caminhos, é o homem da rua, quem guarda a porta e o portão de nossas casas, quem tranca, destranca e movimenta os mercados, os negócios, etc. Bará também nos confirma tudo no jogo de IFÁ (Búzios).
Conta-se que Aluman estava desesperado com uma grande seca. Seus campos estavam secos e a chuva não caia. As rãs choravam de tanta sede e os rios estavam cobertos de folhas mortas, caídas das árvores. Nenhum Orixá invocado escutou suas queixas e gemidos. Aluman decidiu, então, oferecer a Bará grandes pedaços de carne de bode. Bará comeu com apetite desta excelente oferenda. Só que Aluman havia temperado a carne com um molho muito apimentado. Bará teve sede. Uma sede tão grande que toda a água de todas as jarras que ele tinha, e que tinham, em suas casas e dos vizinhos, não foram suficientes para matar sua sede. Bará foi á torneira da chuva e abriu-a sem pena. A chuva caiu. Ela caiu de dia, ela caiu de noite. Ela caiu no dia seguinte e no dia depois, sem parar. Os campos de Aluman tornaram-se verdes. Todos os vizinhos de Aluman cantaram sua glória:

• Dono dos dendezeiros, cujos cachos são abundantes;
• Dono dos campos de milho, cujas espigas são pesadas!
• Dono dos campos de feijão, inhame e mandioca!

E as rãzinhas gargarejavam e coaxavam, e o rio corria velozmente para não transbordar!
Aluman, reconhecido, ofereceu a Bará carne de bode com o tempero no ponto certo da pimenta. Havia chovido bastante.


Reza


EXÚ O LODÊ
EXÚ EXÚ O BARÁ LANÃ
BARÁ O LODÊ
EXÚ EXÚ O BARÁ LANÃ
AMODIBAU EXÚ
BARÁ
LANÃ EXÚ
BARÁ
EXÚ ADAGUE
BARÁ
EXÚ AGELÚ
BARÁ

LANÃ TIBOROCUM
IABADOIO BEM FARA

EUAMACHÊ ONIBA EXÚ ABANADÁ
EUAMACHÊ ONIBA EXÚ ABANADÁ

EUADEMI CHECHEMI
EUADEMI CHECHEMIRÊ

EXÚ DA LANA FUÁ
EXÚ DA LANA FUMALÉ

E BARÁ EXÚ DEMÍ
EXÚ DEMÍ EXÚ DEMÍ LANÃ
LANÃ EXÚ DEMÍ
EXÚ DEMÍ EXÚ DEMÍ LANÃ

ONIBARA BOUM EUALARUNDÊ AUÊ EXÚ LANÃ ONIBARA BOUM EUALARUNDÊ AUÊ EXÚ LANÃ
AMANICÓ ECÓNIBARÁ Ô BARABÔ BARÁ O ELEFA EXU LANÃ
ONIBARA BOUM EUALARUNDÊ AUÊ EXÚ LANÃ ONIBARA BOUM EUALARUNDÊ AUÊ EXÚ LANÃ
AMANICÓ ECÓNIBARÁ Ô BARABÔ BARÁ O ELEFA EXU LANÃ

AÊ AÊ ONIBARÁ Ô AÊ AÊ ONIBARA AMACELO OGUMUM AMACELO OGUMJÁ AÊ AÊ ONIBARA
AÊ AÊ ONIBARÁ Ô AÊ AÊ ONIBARA AMACELO OGUMUM AMACELO OGUMJÁ AÊ AÊ ONIBARA

EXÚ BARÁ O ELÉU ASSINHÔ
AÊ AÊ ONIBARA

ÓIA ÓIA
ÓIA O ELEFA

BARÁ IECUM CHECUM LODÁ BARÁ IECUM CHECUM LODÁ
BARÁ IECUM BARÁ CUNDÊO BARÁ IECUM CHECUM LODÁ BARÁ PORELUM
CHECUM LODÁ
BARÁ PORELUM
CHECUM LODÁ

PAPANHALE
PAPANHALE

EXÚ BARÁ OETAPAONIRE
BÁ LUFÃ BARÁ EXÚ QUEM QUÉ LUFÃ
BARÁ EXÚ
QUEM QUÉ LUFÃ

OQUE BARÁ OÉLE Ô EXÚ BARÁ OELÉ Ô MODIBARÁ ELEFA EPÔ
OQUE BARÁ OÉLE Ô EXÚ BARÁ OELÉ Ô MODIBARÁ ELEFA EPÔ


EXÚ DEMÍ MODIBARA EXÚ ADIO AMODIPAIM
EXÚ DEMÍ MODIBARA EXÚ ADIO AMODIPAIM

EXÚ LANA FOMIO EXÚ LANA FOMALÉU
EXÚ LANA FOMIO EXÚ LANA FOMALÉU

ALALUPAÔ
ALUPAGEMA
EXÚ BARÁ
ALALUPAGEMA
BARÁ BARÁ
ALALUPAGEMA
ÓIA BARÁ LUPAÔ
ALALUPAGEMA
ÓIA BARÁ LUPAÔ

BARÁ NO ECÓ TIRIRI LANÃ EXÚ TIRIRI LANÃ BARÁ QUE BARÁ EXÚ BARÁ EXÚ TIRIRI LANÃ
BARÁ NO ECÓ TIRIRI LANÃ EXÚ TIRIRI LANÃ BARÁ QUE BARÁ EXÚ BARÁ EXÚ TIRIRI LANÃ

EXÚ DA LANA SEMIASSEBÓ
EXÚ DA LANA SIEBÓ

BARUÁ GELÚ BARUÁ GELÚ AGEIPÓ BARUÁ GELÚ AGEIPÓ OIANIREU
BARUÁ GELÚ BARUÁ GELÚ AGEIPÓ BARUÁ GELÚ AGEIPÓ OIANIREU

EQUETUNEBARE SANABORO SOBODUM ELEBÓ
O LEBARIA VODUMA SANABORO LEBÁ

O LEBARIA VODUMA SAQUERÊQUEUÊ
O LEBARIA VODUMA SAQUERÊQUEUÊ

OIUMA DO CORO CORO CORO DO QUERE QUERE QUERE DO CORO CORO CORO BARUM ELEFA
OIUMA DO QUERE QUERE QUERE DO CORO CORO CORO DO QUERE QUERE QUERE BARUM ELEFA

LEBA DO OGUM FERERÊ
OGUM

BARÁ OTIM OTIM OTIM BARÁ
BARÁ OTIM OTIM OTIM BARÁ

BARÁ QUE BARÁ QUE BARÁ LAIO
BARÁ QUE BARÁ QUE BARÁ LAIO

BARÁ VODOLÚ VODOLÚA MODUMPÉO
BARÁ MIRAJÔ QUEREQUÊ AMODUMPÉO

ELEFA IAVODUM
IABADOIO BEM FARA

ELEBA Ô
TCHARAM TCHAM
ELEBA Ô
TCHARAM TCHAM

13 de Junho - Santo Antônio / Exu Bará


Dia 13 de Junho – Homenagem aos Exús e Pombas Giras


Sabendo que a Umbanda, segundo o Caboclo das Sete Encruzilhadas é “A manifestação do espírito para a prática da caridade”, qual a principal função desempenhada pelos Exús nos nossos Templos, Terreiros, Casas ou Centros?
Na Umbanda o Exú é uma Entidade (alma) que cuida da Segurança da casa e de seus médiuns. Todas as religiões tem entidades que cumprem esse papel. Um bom exemplo disso são as comunicações recebidas por Chico Xavier e Divaldo Franco mostram a existência desses espíritos trabalhando também no Plano Astral.

A reunião de Exú ou Gira de Exu tem como finalidade descarregar os médiuns e os consulentes. Unindo suas energias eles são capazes de entrar em contato e orientar mais facilmente com almas que ainda não encontraram um caminho. Estas almas vivem entre os encarnados, prejudicando-os, obsidiando e até mesmo trazendo-lhes um desequilíbrio tão grande que são considerados loucos. Para este trabalho eles necessitam muito de nosso equilíbrio e de nossa energia. Nosso equilíbrio é utilizado por eles no momento em que as entidades sofredoras se manifestarem com ódio, rancor, raiva, para que tenhamos bons pensamentos e sentirmos verdadeiro amor e harmonia para que desta maneira as desarmemos e não as deixemos tomar conta da situação e, quem sabe, até as persuadir a mudarem de caminho libertando-se assim do encarnado ao qual está ligada; nossa energia é utilizada em casos em que estas almas estão sofrendo com o desencarne, tristes, com dores, humilhadas, desorientadas, assim eles transformam as nossas energias em fluidos balsâmicos que as ajudam, em muito, na sua recuperação. Muitas destas almas desorientadas não conseguem nem se aproximar dos Terreiros de Umbanda pois os Exús da Tronqueira ficam encarregados de fazerem uma triagem liberando a passagem apenas das almas que eles percebem já estarem prontas para o socorro **, ou seja, prontas para seguirem um novo caminho longe do encarnado ao qual estava apegada. Este trabalho de separação é feito por eles com muito empenho e seriedade e será muito melhor sucedido se o encarnado der continuidade ao mesmo, quando menos melhorando os seus pensamentos e se livrando da negatividade e do medo.

Bebidas para Exú e Pomba Gira

Bebidas: Gostam muito de bebidas voláteis e o aguardente está entre elas ao qual dão o nome de malafo ou marafo, conhaque, cerveja e outras bebidas fortes. As Pomba-giras gostam de anis e champanhe. Não há necessidade de o médium ingerir a bebida, pois a mesma pode ficar num copo e o Exú ou Pomba-gira trabalhar com a sua energia utilizando o conteúdo astral da bebida.

LARÓYÈ EXÚ

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DA UMBANDA




Podemos dizer que a Umbanda é um sistema religioso fundamentalmente naturista, isto é, trabalha com as forças da natureza, assim como com espíritos contemporâneos, ou não, pesando expressivamente em seu exercício as vibrações das Almas.

Nossa religião possui muitas co-irmãs, o leigo muitas vezes confunde a Umbanda com outras religiões que possuem nomenclaturas semelhantes a Umbanda, no entanto a semelhança é meramente aparente e termina aí. Neste ponto é que gostaríamos de colocar alguns itens que consideramos fundamentais. O fato de termos raízes africanistas, e cultuarmos Orixás, gera muita confusão e sobressai a necessidade imperiosa de definir limites bem claros. Não temos a intenção de comentar outros credos, temos sim, intenção de vincar nossas assertivas. 

Trabalhamos exclusivamente visando o bem, a caridade e a evolução espiritual de todos. 

A Umbanda não faz despacho em encruzilhadas, não faz matança de animais, não suja a natureza, não cobra consultas e trabalhos, não faz trabalho de "amarração"! 

Não temos feituras de cabeça, raspagens, camarinhas, roncó, corpo fechado, ebós, orunkô, feitura de santo, bascos, firmo de nação, etc. 

As sessões obedecem a horários pré-estabelecidos, para início e término. 

Nas sessões ou em rituais fechados de Umbanda não há abate de animais ou de qualquer outro ser vivo. 

As oferendas aos guias, ou entidades menores, são realizadas em locais determinados normalmente junto a natureza, ou reinos apropriados, ou até mesmo dentro do próprio terreiro quando é possível. Lembrando sempre de deixar o local limpo como foi encontrado. Somos absolutamente contra, por exemplo, acender velas perto de árvores (risco de incêndio) ou numa pedra (sujeira da cera). Nós amamos a natureza e as suas energias, como podemos sujar os locais sagrados para nós? 

Na Umbanda a vestimenta básica é toda branca em todas as giras. 

Não há retribuições financeiras por trabalhos executados, consultas, ou o que quer que seja. 

A ascensão ao sacerdócio na Umbanda, se faz através do tempo, da propriedade individual, da constância, dedicação, estudo e seriedade com que o médium se propõe a caridade. O trabalho e o tempo, a dedicação e o estudo profundo é que fazem a firmeza do médium. E tudo isto não acontece de uma hora para outra. 

A prática religiosa deve ser realizada em locais específicos, nos centros. Não aprovamos e não permitimos atendimentos nem na residência do médium ou em qualquer outro local, sem a devida vênia e conhecimento da Direção do nosso Centro. 

Alertamos sempre que possível, sobre o julgamento, não devemos julgar, e pior do que isto, trabalhar em detrimento de quem quer que seja julgando a causa. Se temos um problema nas mãos, procuramos através da meditação, através da fé, o esclarecimento que seja específico. Imersos em emoções, não há quem se julgue errado, o adversário sempre está errado. A assertiva número 1 deve ser uma premissa fundamental para todo umbandista.

Não devemos receitar. Se for necessário, procuramos dentro dos elementos mágicos que nos são atinentes auxílio, não somos médicos.

O médium não deve precipitar independência mediúnica. É necessário estar bem certo do que se faz. O trabalho vinculado a uma Casa de Caridade é fundamental. Lembre-se que no Centro acodem falanges de trabalhadores, sozinhos não temos esta mesma proteção.

É comum também o médium acreditar que determinados ritos (externos aos ritos da Umbanda) vão lhe conferir maior força, ou maior propriedade de trabalho. Se isto for imperioso na sua vida, esse médium deve procurar outra religião que lhe seja mais cara. Na Umbanda o preparo se dá através dos anos de trabalho, dedicação, estudos e preceitos, e portanto procuramos compreender melhor os mecanismos sutis. 

A oitava assertiva esclarece bastante tais dúvidas, não concordamos com mistificações, com adaptações, com misturas ritualísticas. Não fazemos "trabalhos" nos quais num passe de mágica o médium já é Chefe de Terreiro! Não meus amigos, não se iludam achando que com algumas velas e oferendas você estará preparado para chefiar uma casa de Caridade.

O trânsito de uma a outra religião é até certo modo compreensível, pois o homem sempre busca algo que lhe complete, no entanto não vamos confundir, ou tentar adaptar circunstâncias, ou seja, se você acredita que o ritual de preparo de Umbanda não lhe é suficiente, procure outra religião. Nós não adaptaremos rituais ou fundamentos para atender necessidades individuais, maculando a Umbanda. Buscaremos sim, dentro dos rituais da Umbanda atender as suas necessidades, mas você tem o seu livre-arbítrio.

José Francisco Vianna Pereira

CARMA OU MÉRITO?




A incumbência de dirigente de Umbanda, como denominam popularmente de Pai ou Mãe de terreiro, é carma ou mérito?

VOVÓ BENTA: 
Nega véia costuma dizer que a maioria dos presentes que ganhamos tem o papel do pacote mais bonito do que o conteúdo. E esse é um deles. O médium que recebe da espiritualidade a missão de dirigir um agrupamento de outros médiuns, o faz, em primeiro lugar por necessidade de evolução e em segundo lugar porque possui a confiança daqueles que lhe dão tal incumbência. 

Vamos falar daqueles que receberam a missão do plano espiritual, projeto realizado antes de sua encarnação na terra e não daqueles dirigentes " feitos" em cursos.

Tarefa mediúnica das mais difíceis e que exige dedicação total daquele espírito reencarnado, além de dose extrema de paciência, perseverança, humildade e amor. Mas ao mesmo tempo, exige dele também pulso firme e forte personalidade para impossibilitar que sua colheita seja prejudicada pela invasão das pestes.

A dificuldade de cumprir a tarefa de dirigente sempre se acentua dentro do terreiro, com os médiuns e muito pouco na caridade com o povo. Todo médium de tarefa, é um ser encarnado para curar seu espírito endividado e o terreiro é o hospital onde vai se internar por um longo tempo de sua vida na terra. Sabemos que a maioria dos pacientes são impacientes, não é mesmo? E aí é que complica!

O dirigente também não deixa de ser um doente que além de se tratar, agora pode estagiar ajudando aos médiuns de sua corrente " hospitalar". Isso não o coloca como um semi-deus perfeito do qual não se admitem mais erros, muito menos como alguém que tudo pode, em qualquer hora e em qualquer situação.

Dele será exigido posturas mais firmes bem como entendimento mais apurado. Ele deverá se aprimorar constantemente com estudo e reforma íntima, exigindo da corrente igual compromisso. Tais posturas serão necessárias em função do tamanho de sua responsabilidade e dentre elas está a de cortar o mal pela raiz, priorizando sempre a corrente como um todo, sem privilégios a quem quer que seja.

Ao assumir tal posto diante da espiritualidade, antes de reencarnar, já estará consciente de que sua vida não será " comum" e que certamente terá que abdicar de muitas coisas materiais, em favor do lado espiritual.

O termo Pai e Mãe agracia o médium com a postura de se colocar como tal, amparando, educando e auxiliando a corrente como verdadeiros filhos de seu coração. Tarefa mais difícil ainda, pois esses " filhos" não vieram de seu ventre e não nasceram ontem. São adultos, viciados e com personalidade formada. Cada um com seus egos aflorados, com suas necessidades de reformulação e o fato de portarem a mediunidade, já os qualifica como devedores em potencial. 

E certamente, reeducar um adulto é muito mais difícil do que educar uma criança. É pepino torto. Observo nos terreiros por onde ando que muito se exige do dirigente e muito pouco se retribui. Falta nos médiuns, desde respeito até aquilo que os deveria mover dentro da corrente, que é amor. Humildade então, meus filhos, é coisa rara. Em compensação sobra bajulação, geralmente usada como meio de se fazer preferido na corrente.

Nega véia costuma dizer que criança que se cria como bibelô, como tal vai quebrar quando adulto. Todo aquele que não teve rédea firme na infância para domar suas más tendências, vai chegar no terreiro e expô-las de modo a perturbar a ordem do lugar. Hora e vez de impor as leis que regem a Casa, independente do que possa pensar a respeito disso, o médium em questão. Se mesmo indisciplinado, tiver algo de humildade, vai receber o chamamento como aprendizado e ali vai crescer, mas se pelo contrário, além da indisciplina prevalecer nele a arrogância e o orgulho, acolherá como ofensa e infelizmente, o remédio é amargo para essa doença.

A tarefa é tão árdua que muitos desistem na metade da caminhada, outros se corrompem, mas, ainda bem que uma grande maioria volta à casa com sua coroa iluminada pela luz do dever cumprido e a estes, o mérito de conseguir dar um salto em sua evolução. 

Vovó Benta

Médium Mãe Leni W. Saviscki
Dirigente do Templo de Umbanda Vozes de Aruanda

CACHOEIRAS,MATAS,MAR,ETC...




Sobre as cachoeiras, as matas, os rios, as pedreiras virgens, o mar etc...
(Livro: Segredos de Magia de Umbanda e Quimbanda)

É lamentável que inúmeros irmãos praticantes, por ignorância, façam desses sagrados ambientes elementais depósito de sujeiras, quer materiais, quer astrais (ou melhor, psico-astrais).

Sim! Porque é comum se verificar, nas cachoeiras, nas matas, nos rios etc., os mais absurdos, rasteiros e grosseiros materiais que por ali depositam a título de “preceitos”, ou de oferendas.

É comum verem-se panelas, alguidares, garrafas, fitas, velas, bruxa de pano, alfinetes, assim como rabadas de porco, carnes sangrentas, e até sangue puro de animais abatidos...

Isso é pura ignorância, é cega maldade!

É desconhecimento completo do valor sagrado, espiritual e vibratório desse sítios, dos que assim procedem.

Esses ambientes elementais, consagrados à Corrente Astral de Umbanda, não servem, ou melhor, não são próprios para sintonizarem com ondas de pensamentos sujos, negativos e ainda mais ligados a coisas materiais inferiores e relacionadas com os movimentos de magia negra!

Esses sítios de natureza limpa são condensadores de energia ou de corrente eletromagnéticas positivas.

São, por isso mesmo, lugares indicados e propiciatórios para os reajustamentos vibratórios dos filhos-de-fé da Umbanda e devem merecer o respeito e o uso adequado.

Vamos inserir aqui a resposta que uma de nossas entidades militantes deu, em certa ocasião, a um desses filhos-de-fé, sobre o assunto.

Foi uma resposta simples e adequada ao entendimento de quem perguntou, na época, ao Pai Ernesto, um “preto-velho” de fato e de direito.

A pessoa perguntou-lhe assim... 

Pergunta:
— “As obrigações que fazemos nas cachoeiras, matas, mar etc., têm algum valor?...

Resposta do Pai Ernesto de Moçambique:
— “No período da escravatura, devido ao rigor imposto pelos senhores que eram católicos, os escravos, não podendo praticar livremente os seus cultos, se refugiavam nesses lugares com essa finalidade, tornando-se assim, para eles, sítios sagrados e que no Astral Superior foi e ainda lhes é reconhecido como mercê.
Por isso é que ainda determinam a seus filhos de terreiro ali comparecerem, a fim de que possam receber reajustamentos vibratórios”.

Ora, por essa resposta simples se vê que, de há muito, esses sítios foram consagrados, particularmente, à Corrente Astral de Umbanda, de vez que, pela parte de nossos índios, eles (esses citados sítios) já o eram desde os primórdios de sua raça...

Sabemos que os magos dos primitivos tupinambás, tupis-guaranis etc., os ditos como pajés (payés), caraíbas, e outros costumavam consagrar em cerimônias mágicas de alta significação, certos recantos de rios, lagoas, matas, praias, para a execução de ritos especias ou práticas secretas...

Assim, todos os médiuns umbandistas de fato, isto é, que têm um protetor de verdade, devem estar cientes de que, nas zonas vibratórias de uma cachoeira, de uma mata, de uma praia limpa, de um rio, não “habita” quiumba, ou melhor, nenhuma classe de espíritos atrasados faz pousada e nem sequer pode se aproximar, porque esses sagrados ambientes têm guardiões e e mesmo porque, os espíritos atrasados,, pertubadores, viciados, mistificadores etc., não sentem nenhuma atração por lugartes limpos, de vibrações eletromagnéticas positivas.
Para eles são ambientes de repulsão. 

Portanto, é de liminar entendimento que esses quiumbas, esses ditos espíritos atrasados e mesmo os próprios Exus de faixa inferior (os considerados como pagãos e outros) não recebem nenhuma oferenda, seja ela qual for, nas cachoeiras, matas, praias, rios e pedreiras...

É afrontar os guardiães mais elevados desses locais e, sobretudo, é provocar a ira de certa classe de elementais “ditos como espíritos da natureza”, colocar oferendas grosseiras, inapropriadas, nesses ambientes, isso sem falar no aborrecimento que causa a nossos caboclos e pretos-velhos que têm esses sítios como núcleo de trabalho, de reuniões espirituais, para a manipulação de certas forças mágicas e até para absorverem os fluidos eletromagnéticos indispensáveis, com os quais fortalecem e “revestem” seus corpos astrais, para a luta de todo instante (dentro da atmosfera inferior da crosta terrestre), com as correntes do mal ou os espíritos das trevas...

Então, compete ao umbandista consciente respeitar e fazer respeitar, contribuindo, tanto quanto possível, para que esses sítios sagrados conservem sua natureza local limpa.

E é um dever, quando se chegar nesses locais, varrê-los das sujeiras materiais que encontrarem, isto é, recolherem os restos de oferendas grosseiras, inadequadas e fazer uma cova (um buraco) e enterrá– los.

Estarão assim prestando um grande serviço às verdadeiras entidades de nossa Umbanda.
E não tenham medo de o fazer. 
Nada acontecerá, porque terão, imediatamente, o beneplácito de cima, para isso...

Porque, todos sabem disso — existem até “cegos e ignorantes de tal jaez” que vão a esses locais fazer descargas de fogo (com pólvora), debaixo de ensurdecedores batucadas (com os tais tambores de carnaval)...

CABOCLOS ESPÍRITOS DE LUZ




São entidades, espíritos de índios brasileiros e Sul Americanos, que trabalham na caridade como verdadeiros conselheiros,nos ensinando a amar ao próximo e a natureza, são entidades que tem como missão principal o ensinamento da espiritualidade e o encorajamento da fé, pois é através da fé que tudo se consegue.

Usam em seus trabalhos ervas que são passadas para banhos de limpeza e chás para a parte física, ajudam na vida material com trabalhos de magia positiva, que limpam a nossa áura e proporcionam uma energia de força que irá nos auxiliar para que consigamos o objetivo que desejamos, não existe trabalhos de magia que possam lhe dar empregos e favores, isso não é verdade, o trabalho que eles desenvolvem é o de encorajar o nosso espírito e prepara-lo para que nós consigamos o nosso objetivo.

A magia praticada pêlos espíritos de caboclos e pretos velhos é sempre positiva, não existe na Umbanda trabalho de magia negativa, ao contrário, a Umbanda trabalha para desfazer a magia negativa. Eu sei que infelizmente, existem vários
terreiros que praticam esta magia inferior, mas estes são os magos negros, que para disfarçar o seu verdadeiro propósito, se escondem em terreiros ditos de Umbanda para que possam atrair as pessoas e desenvolver as suas práticas negativas, com promessas falsas que sabemos nunca são atendidas.

Mais graças a Oxalá, esses terreiros estão acabando, pois, o povo esta tendo um maior conhecimento e buscando a verdade e é através desse caminho, de busca da verdade, que esse templo de Umbanda pretende ensinar a todos, o verdadeiro caminho da fé. 

Os caboclos de Umbanda são entidades simples e através da sua simplicidade passam credibilidade e confiança a todos que os procuram, seus pontos riscados, grafia sagrada dos Orixás, traduzem a mais forte magia que existe atualmente, é atravésdesses pontos que são feitas limpezas e evocações de elementais e Orixás para diversos fins, mais a frente falaremos um pouco mais sobre os pontos riscados de Umbanda.

Nos seus trabalhos de magia costumam usar pembas, ( giz de várias cores imantados na energia de cada Orixá), velas,geralmente de cêra, essências, flores, ervas, frutas, charutos e incenso. Todo esse material será disposto em cima de uma mandala ou ponto riscado, para que esse direcione o trabalho.

Quando fazemos um trabalho para uma entidade de Umbanda e colocamos algum prato de comida, como pôr exemplo espigas de milho cozidas com mel, esta comida não é para o Caboclo comer, espíritos não precisam de comida, o alimento que esta ali depositado, serve como alimento espiritual, isto é, a energia que emana daquela comida e transmutada e utilizada para
o trabalho de magia a favor do consulente, da mesma forma o charuto que a entidade esta fumando é usado para limpeza, do consulente através da fumaça e das orações que estas entidades fazem no momento da limpeza, são os chamados passes de Umbanda.

Muitas vezes a Umbanda é criticada e chamada de baixo espiritismo, pois seus guias fumam e bebem, mais estas críticas se devem a uma falta de conhecimento da magia ritual que a Umbanda pratica, desde o início, com tanta maestria e poder, e sempre o fará para o bem de todos.

Rodrigo Romo