terça-feira, 15 de setembro de 2015

     A DOUTRINA UMBANDISTA

AMOR AO PRÓXIMO


1. ASPECTOS BÁSICOS DA DOUTRINA UMBANDISTA:

Uma visão geral dos vários tipos de ritual encontrados nos terreiros de Umbanda não mostra prontamente a Doutrina de Umbanda. Isto se deve à presença do sincretismo que mascara a verdadeira Doutrina, de forma a se adaptar às necessidades da população que frequenta os templos afins. 

Os princípios que servem de base para todo o Movimento Umbandista são sensíveis, especialmente, nos Templos Iniciáticos e nos rituais internos de alguns terreiros, onde se percebe um interesse maior na busca da evolução espiritual, sem os véus da ilusão ditados pelo mito.

Partindo desta observação, podemos obter duas informações preciosas: A primeira é que, se fôssemos tentar compor uma Doutrina consistente, a partir das manifestações sincréticas, seria impossível atingir um quadro coerente, e mesmo que fosse possível, o mesmo ainda estaria absolutamente distante dos ensinamentos transmitidos pela “corrente iniciática”. 

A segunda informação importante é a de que, excluindo-se as manifestações do sincretismo nos diversos terreiros de Umbanda, é possível isolar determinados pontos de semelhança e conceitos compartilhados, que apontam para um sistema lógico, inicialmente insuspeitado, que encontra-se velado pelo caos aparente.

Dentre as semelhanças existentes entre os diversos terreiros ressalta-se a presença de Seres Espirituais da Corrente Astral de Umbanda que se manifestam pela incorporação nas formas de “Caboclos", “Pretos-velhos” e “Crianças". 

Este pode-se considerar o ponto básico que serve até como qualificador da doutrina professada por determinado núcleo espiritualista. A homogeneidade no encontro deste fator que eclodiu em coletividades distintas e fez surgir o Movimento Umbandista, leva à conclusão que a Doutrina de 

Umbanda é fruto da revelação destas entidades através de seus médiuns e não o resultado de uma miscigenação de cultos afro-ameríndios.

As entidades que se apresentam na Umbanda vêm personificar a Simplicidade, a Pureza e a Sabedoria, em nome de Oxalá – o Cristo Jesus – o Tutor Máximo do Planeta Terra. 

Através de seus conselhos, exemplos e mesmo da movimentação das forças naturais, conseguem acender a chama da Fé no coração dos consulentes que procuram os templos de Umbanda. 

A partir da Fé e da Razão incutem, gradualmente, na coletividade planetária, a compreensão dos mecanismos da reencarnação, das Leis Cármicas, das atrações por afinidade e sintonia e ensinam-nos os meios para caminhar seguramente em direção da nossa própria essência espiritual.

Com essas informações podemos deduzir que hoje, dentro da Umbanda, encontramos diversas interpretações e costumes. Os cultos seguem algumas influências comuns, mas são fortemente influenciados pelos seus componentes, pelos dirigentes locais que, sem uma base única e clara, permitem distorções, múltiplas facetas e ritos diversos. 

A Umbanda sofre o risco de se tornar conhecida pela religião, pelo culto no qual, qualquer dirigente que se diz conhecedor e com influências espirituais, abre a sua “Umbanda”, a sua moda e satisfação.

A Umbanda deve crescer pelo conhecimento e prática de bases mais sólidas, da busca da verdade e do conhecimento da Aumpram, da Lei Divina. 

A divulgação, estudo e compreensão da Lei Divina fortalecerá a Umbanda, eliminando mistificações e vaidades, atraindo ainda mais os verdadeiros interessados pela evolução espiritual.

2.   Em que a Umbanda acredita?

Vamos encontrar bases comuns para os que estudam, praticam ou são atendidos na Umbanda. Vamos criar um foco de convergência e a partir dele tentar compreender a Umbanda de todos. Como princípios deste foco convergente entendemos que a Umbanda acredita:

Em Deus;

No Amor;

Na Natureza;

No Espírito;

Na Evolução.

a. EM DEUS

Principio e fim. Único e todo.

Deus está fora do limite de nossos entendimentos. Apesar das dificuldades e figuras de interpretações usadas por muitos, todos tem um sentimento comum de Deus, um sentimento bom, um sentimento de Amor e isto é o importante. Quando imaginamos nosso Deus, quando os mulçumanos, judeus, católicos, budistas imaginam o “seu” Deus, podemos divergir em várias idéias, mas certamente convergimos que o Amor é a grande força de Deus.

b. NO AMOR

O Amor é a força da união, é o meio de se atingir ao grande objetivo universal. Como podemos imaginar Umbanda sem o Amor. Amor é:
Meio para nosso crescimento;
Força de União Universal;
O único caminho para evolução;
O único caminho para nos encontrar;
O único caminho para chegar a Deus.

c.NA NATUREZA

Natureza e o estudo pela ciência.

Somos natureza. Não acreditamos em nós?

Nosso universo é regido por leis naturais e o homem busca compreendê-las ao longo de sua evolução. A busca deste entendimento é denominada de ciência. A ciência evolui, muda seus princípios a medida de novas descobertas, de novas revelações. Muitos mistérios que se encontravam além das fronteiras do místico, do religioso, foram substituídos, foram esclarecidos pela ciência sem deixar de existir o fato de que antes era místico ou oculto. O limiar da ciência e do desconhecido é uma questão de tempo e não de verdades absolutas.

Precisamos da ciência para evoluir, para compreender fenômenos muitas vezes ainda inexplicáveis em nosso momento. Se acreditamos em nós, acreditamos na natureza e usamos a ciência para compreendê-la melhor.

A Umbanda não conflita com a ciência. Precisamos fazer uma leitura do estágio científico atual e acompanhar sua evolução, aceitando os princípios de suas teorias, aplicando nos conceitos da Umbanda. A ciência é dos homens e suas revelações acompanham sua própria evolução. Devemos utilizar as ferramentas que dispomos no momento, evoluindo e revisando nossas bases.

Dentro da natureza os seres pensam, tem inteligência e a Umbanda tem um princípio que é um processo mental, a Magia, que pode ser definida como força atuante ou influenciadora de caráter mental, criada pelo pensamento, pela vontade do ser e que também não deixa de ser também um processo natural.

d. NO ESPÍRITO

De forma simplificada podemos entender que o “Espírito” é um dos elementos da natureza que compõe um ser . O ser não está limitado ao seu corpo físico. Talvez as explicações científicas ainda não tenham chegado a uma conclusão definitiva sobre espíritos, não significando que não existam simplesmente porque a ciência do homem de hoje não conseguiu elucidá-lo completamente. As forças atômicas, os elétrons e muitos outros exemplos não eram explicados pela ciência e não por isto não existiam ou eram inverdades, eram simplesmente não atingidos pela evolução científica da época.

Um ser tem sua existência, mesmo não tendo um de seus corpos. Chamamos então de desencarnado o ser que não está utilizando ou não utiliza um corpo físico.

A Umbanda acredita na comunicação com seres, com entidades, que não estão com seus corpos físicos, vulgarmente denominada de comunicação com espíritos ou com desencarnados dos mais diversos graus de evolução. A Umbanda acredita no ser extra corpóreo e na interação entre estes seres e o nosso mundo físico, seja através da comunicação, ou efeitos e influências diversas.

Veremos que de fato, o ser é composto ou dividido em vários “corpos” ou veículos de consciência, sendo a denominação “espírito”, dada pelos espiritualistas, uma simplificação de um grupo ou conjunto de “veículos de consciência”

e.NA EVOLUÇÃO

Sabemos que o Universo está em mutação, está mudando todos os momentos. Sabemos que mudamos, envelhecemos, a natureza se altera, nosso planeta sofre várias alterações desde sua formação. Tudo está se modificando a todo o momento.

Estas modificações poderiam ser denominadas de evolução. Então tudo está em evolução. O Universo, os seres que o compõe, o conhecimento, enfim tudo. Os processos são diferentes para cada um, para cada natureza, mas o evoluir é comum a todos.

Para nós a evolução ocorre ao longo de nossa vida presente e nas próximas. Evoluímos em ciclos sucessivos, em diversas vidas, comumente chamadas de reencarnações. A evolução só pode acontecer se for de alguma forma orientada, guiada por alguma lei ou princípio. O caos não levaria ao visível processo evolutivo. A lei maior que rege o processo evolutivo de todos os seres e até mesmo de todo o Universo é a Lei do Carma, onde causa e efeito estão definitivamente relacionados.

A lei do Carma ou simplesmente Carma, em sua ação no homem, só pode ser compreendida pelos que vêem o conjunto de suas vidas, de suas reencarnações. Nossa evolução só pode ocorrer através de nossas ações. Somos seres inteligentes capazes de determinar nossas ações, a Lei do Carma trará os efeitos causados pelas causas que criamos com nossas ações.

3.   PRINCÍPIOS

Acreditamos que nossas ações devam ter como princípios:

PUREZA – A busca da Verdade;

HUMILDADE – O fim das vaidades e personalismos;

SIMPLICIDADE – Tentar levar ajuda a todos (Universalismo).

Saravá.

Obsessores – Uma Batalha de Luz e Trevas

mal x bem


    Existe uma intensa atividade permeando o universo físico e o espiritual. Forças e energias espirituais influenciam a vida dos encarnados, muitas vezes de forma negativa, provocando comportamentos e atitudes negativas, criando uma atmosfera densa de ódio e desespero. Esses espíritos ligados aos vivos e distantes da grande Luz Divina, vivem só para isso. Estamos falando dos obsessores.
    
   Obsessão: substantivo feminino. 1 – Diacronismo: antigo. 2 – Suposta apresentação repetida do demônio ao espírito. 3 – Apego exagerado a um sentimento ou a uma idéia desarrazoada. 4 – Ação de molestar com pedidos insistentes; impertinência, perseguição, vexação.

   Se pudéssemos enxergar o mundo espiritual como vemos o universo físico, perceberíamos um grande número de espíritos passando por nós a todo instante : em nossas casas, no trabalho e nas mais diversas atividades,  tanto interagindo como atuando junto ao mundo dos encarnados.

   Na Terra, existe um sem-número de forças espirituais, e nem todas com “boas intenções”. Na verdade – segundo a literatura espírita obtida até os dias atuais por meio de psicografias, mensagens e contatos mediúnicos – o plano de evolução espiritual em que se encontra nosso planeta o leva a ser um local de expiação, no qual se concentra um grande número de espíritos vibrando nas baixas frequências.

     Esses espíritos vivem imersos em correntes energéticas e emocionais de ódio, raiva, egoísmo, amor não-correspondido, entre outras emoções, e estão de tal forma presos ao plano físico que muitos acreditam ainda estar em seus corpos carnais. Assim, vivem próximos das pessoas com as quais um dia conviveram,  afastando-se dos planos espirituais mais elevados e atrasando sua reencarnação.

    Entre esses espíritos, ainda existem aqueles que têm a consciência de que estão mortos e que não habitam mais um corpo físico; mas como ainda estão presos às vibrações mais baixas do mundo espiritual, realizam ações que visam prejudicar os vivos e atrapalhar ao máximo a vida e a evolução espiritual de suas vítimas encarnadas. Esses espíritos são os que chamamos de obsessores.

      A Obsessão Nasce

    Eles nascem de diversas formas. Sua sensibilidade à Luz Divina foi embrutecida pelo tempo e por sua natureza moral. Eles ficam estagnados num círculo vicioso e numa obstinação tão intensa que não é raro se esquecerem quando e por  que tudo começou.

    Na maioria das vezes, estão tão cansados e vivem há tanto tempo nessa condição que não sabem mais como caminhar em direção ao esclarecimento e à Luz de Deus, necessitando assim de toda ajuda que lhes possa ser fornecida.

    É fácil para nós imaginarmos o surgimento de tais obsessões pelo caminho do ódio. Afinal, sabemos do que os homens são capazes quando tomados pela raiva descontrolada; mas também surgem obsessões, até mais graves, em virtude do amor. O amor gera correntes que, unidas a outros sentimentos (egoísmo, apego, carência afetiva intensa, falta de auto-estima), podem produzir obsessões.

  A revolta, a dor, a raiva, podem mudar a energia do amor; basta que exista um grande apego alimentado por um forte egoísmo, gerado num coração que viva uma grande carência, e teremos um espírito que sentirá uma grande dificuldade de se separar dos entes queridos.

  Como o amor e o ódio estão separados por uma barreira quase imperceptível, em algumas oportunidades, imaginamos que um espírito está com ódio, quando, na verdade, ele pode estar escondendo a dor de um amor não correspondido; ou até mesmo pode ser uma entidade que ainda quer manter o apego que tinha em vida, agindo de forma a manter a outra pessoa presa ao círculo de sentimentos que demonstrava quando o espírito estava encarnado.

     De todas as formas de obsessão, a gerada pelo amor é a pior de todas, pois aquele que ama sequer pode imaginar ou aceitar que, na verdade, está atrapalhando seus entes queridos. Ele acredita estar ajudando-os, supondo que não poderiam viver sem sua presença e auxílio.

    A relação entre o obsessor e suas vítimas é variada e segue por caminhos tortuosos, mas que inevitavelmente levam à degradação física e moral do obsedado, o que, por fim, pode levar à “vitória” do espírito obsessor. Entre as formas conhecidas de obsessão, vamos a seguir analisar as maneiras de ataque.

      O Ataque das Trevas

   Partindo do que observamos até o momento, percebemos que as obsessões são as ações que influenciam os vivos, estimulando reações e semeando a discórdia e o ódio, nascido da força exercida pelos espíritos inferiores. Eles influenciam maleficamente, como os demônios das histórias bíblicas, e assim como ocorre nessas histórias, as formas do obsessor atuar também são sutis e intangíveis, e só após muito tempo é que se tornam evidentes. Mas podemos dividi-las da seguinte forma:


      Obsessão Simples

    O espírito obsesso por meio da sua vontade, motivado pelos mais diversos sentimentos, exerce uma persistência férrea, tenaz, influenciando em todas as áreas da vida de sua vítima, provocando a ira de pessoas próximas, atrapalhando seus relacionamentos, atuando por meio de sugestões de pensamento que vão contra a forma habitual da vítima agir.

   Na maior parte das vezes, com o auxílio da auto-análise e do bom-senso, a vítima afasta esses pensamentos “ruins” e retoma o controle da sua vida. E quando esse tipo de ataque é detectado, cabe ao obsedado confiar no caminho espiritual e fazer sua vida um exemplo de luz e de dedicação pessoal, pois dessa forma afasta a chance de novos ataques. Procurando praticar o bem, ele estará pautando sua vida de acordo com os ditames dos grandes mestres e livrando-se da ação do obsessor.


       Fascinação

     Esse tipo de obsessão é das mais difíceis de quebrar, isso porque a vítima não acredita que está sob efeito de qualquer força negativa. Na verdade, algumas vezes, ela julga que é a única que não está obsedada, enquanto todos à sua volta estariam.

   Nesse caso, o espírito obsessor vai se inserindo discretamente e ganhando espaço na vida do obsedado; como uma planta daninha, vai se enraizando, plantando desconfianças e medos, manias e desejos, até o ponto em que se instala definitivamente. A pessoa estará de tal forma envolvida que quase se forma uma simbiose psíquica que, caso se concretize, tornará ainda mais complexa a situação.

    Nesse caso, o bom senso e a autocrítica se esvaem e a pessoa precisa de uma intensa ajuda espiritual, do mais alto nível, para superar o assédio dessa força maligna. Às vezes, a obsessão leva a delírios nos quais o obsedado acredita ser uma pessoa com uma “missão divina”, e pode até perder a razão, tornando-se um esquizofrênico, afastando-se do convívio social e, com o tempo, precisando de ajuda psiquiátrica.


       Subjugação

    É uma forma de obsessão na qual a vítima encarnada está sob domínio completo de uma força desencarnada. Quando esse tipo de obsessão ocorre, vemos a pessoa apática como se estivesse sonâmbula, tendo vontades que estão em desacordo com sua personalidade, e até afastando pessoas próximas que a critiquem ou que questionem suas “novas” atitudes.

     O espírito obsessor não toma o lugar do espírito encarnado no corpo do obsedado. O que ocorre é uma supressão da vontade da vítima, por meio da supremacia da vontade do obsessor. Embora seja facilmente detectável, a sua cura exige uma mudança vibracional no obsedado, o que envolve uma grande disciplina moral e a aproximação aos ensinamentos e dogmas da Doutrina Espírita, de forma que leve o espírito obsessor a compreender sua falta e buscar o caminho da Luz Divina.


       Auto-Obsessão

     Mas ainda existem aqueles que, mesmo desencarnados, estão obsedados; e o pior, por eles mesmos. Tais espíritos acreditam serem pessoas sem valor e não se perdoam pelos “erros” que acreditam terem cometido em vida.

     Eles acham que jamais poderão receber a Luz Divina e reingressar na via reencarnatória, pois estão presos a uma neurose espiritual tão intensa que os cega a tudo à sua volta. Em grande parte das vezes, infligem a si mesmos os mais diversos castigos e, mesmo quando recebem a ajuda de outros espíritos e das almas iluminadas, eles argumentam que seus crimes são imperdoáveis e anseiam por “castigos” que possam “purificá-los”. Vivem acreditando que são indignos de qualquer perdão.


        Mas a Luz Cura

    Não existe como tratar a obsessão sem o apoio e o interesse de todas as pessoas envolvidas no caso. 
    É necessário o envolvimento espiritual e pessoal para que tanto o obsessor quanto o obsedado se vejam livres das amarras que os prendem, de forma a alcançarem a luz e a liberdade.

      Como a obsessão é um processo com profundas raízes espirituais, é preciso tomar cuidado e não agir solitariamente para debelar o problema. É sempre necessária a presença de um grupo considerável de médiuns, e o tratamento deve ser feito de preferência em um centro espírita ou outro local especializado nas práticas de curas espirituais.

     A reunião para tratar tais casos tem características específicas, pois todos os esforços devem ser coordenados e deve-se agir com um grande senso de solidariedade e compaixão. Antes de começar o trabalho, é necessário definir o foco que será seguido, e todos deverão exercitar sua força de vontade de forma a que formem um só feixe de energia e de Luz Divina. O obsedado deverá ser assistido com práticas espirituais diárias, que sejam instrutivas e que lhe dêem um forte alicerce. Além disso, deverá praticar atos sadios e desenvolver novamente a sua força de vontade, quebrando as amarras e correntes que foram forjadas no universo espiritual.

    A prece, mesmo que seja uma oração pessoal e singela, é de grande valor na prática da cura da obsessão. Ela deve ser acompanhada por meditações e pelo aprofundamento da vítima nos assuntos espirituais, pois isso lhe dará os recursos necessários para ir além e renascer para uma vida plena e livre das vontades obsessoras.

      Deve ser dada igualmente uma especial atenção ao ambiente e ao lar do obsedado, o qual deve ser limpo das manifestações dos espíritos baixos, pois eles se manifestam com mais facilidade em ambientes sujos, malcuidados e com grande quantidade de energia negativa estagnada. Para melhorar esses ambientes é preciso  livrar-se de plantas velhas e doentes, de coisas quebradas, e deixar o ar ventilar em todos os cômodos, além de sempre fazer orações e preces em todos os locais da casa onde se sinta a presença de forças obsessoras.

       A família é uma grande chave para a cura da obsessão. É ela que torna possível a recuperação do obsedado, que fortalece a vítima por meio da infinita energia do amor e lhe dá a chance de recuperar o controle sobre sua vida. Recomenda-se a todos seguirem a prática espiritual da prece e a leitura de material espiritual inspirador. 

     Dessa forma, cria-se uma corrente fluídica positiva em torno de todos, gerando a elevação da freqüência vibracional dos espíritos em volta das pessoas que estão imersas na situação; assim, elas recebem cada vez mais força e energia desses espíritos iluminados, gerando um círculo virtuoso e próspero de amor e luz.

        O processo obsessivo possui sempre raízes profundas, e a melhora do estado obsessivo varia em cada caso. Algumas vezes, não notamos sinais de melhora, pois cremos que tudo deve ser instantâneo, como se fosse um remédio engolido às pressas para uma dor de cabeça. Depois, quando se vê que a cura demandará semanas, e não dias,  abandonam-se as práticas e surge a descrença quanto à eficácia da cura, buscando outros recursos para se ver livre do obsessor. Mas, não raro, tais caminhos apenas levam a mais dor e problemas.

      A perseverança é a ferramenta principal para a libertação do obsedado, e ela é necessária para seguir o tratamento e atingir os objetivos e metas da plenitude, da paz e da liberdade. A Bondade Divina atende a todos mediante o empenho de cada pessoa, que e ela comunica ao universo, por meio de suas ações e dedicação, os caminhos e “atalhos” que lhe surgem à frente.

    Além do que vimos anteriormente, existe uma ferramenta que é um dos recursos heróicos no combate à obsessão: é a chamada sessão de desobsessão. Essa  sessão deve ser usada em casos extremos, quando tudo já foi tentado sem resultado e, pelos caminhos da humildade e da fé, mostra-se necessário ajudar alguém que sofre de tal mal.

     Para tal é necessária a presença de um grupo de médiuns seguros, que exercitem a doutrina em todos os instantes de sua vida. Para o sucesso da sessão é preciso a tutela de um orientador que possua grande autoridade e uma intensa força de vontade, inabalável crença na Força Divina, a fim de se dirigir aos espíritos obsessores. 

      Ele deve ser conhecedor do assunto, com prática e facilidade para expor a doutrina, e suas ações devem sempre ser o reflexo de suas palavras, não agindo com hipocrisia e tampouco se deixando levar pelo orgulho, pois ambas se tornam fissuras que prejudicam o trabalho espiritual da desobsessão.

      Durante a sessão, ele deve agir procurando orientar, ensinar e esclarecer o obsessor quanto aos males que está praticando.  Enquanto isso, todos os médiuns deverão se unir em um só coro espiritual de luz e oração.

      Nessas reuniões – que devem ser feitas com um extremo cuidado e com preparo  consciente por parte de todos – o obsedado não deverá estar presente, ficando em sua casa em meio a  preces, leituras ou meditação, para auxiliar o trabalho. E a sessão deverá ser repetida ou retomada enquanto for necessário.

      Concluída a conversão do obsessor, o ex-obsedado deve ser esclarecido quanto à necessidade de modificar os padrões de vida que o levaram àquela situação. Deve ser dito a ele tudo o que fez e que provocou tamanho caos. Não devemos poupar a pessoa, seja por sua sensibilidade ou por questões pessoais, pois assim estaríamos impedindo-a de crescer e evoluir espiritualmente.

    Para   evitar uma recaída, ele também deverá manter a disciplina desenvolvida durante a desobsessão, reforçando as suas defesas morais e espirituais, não deixando de tomar cuidado com suas ações e palavras, a fim de enriquecer sua vida espiritual e deixar as baixas vibrações para trás.


Saravá.

A IMPORTÂNCIA DO ANJO DE GUARDA

anjos guardiões

Bem, os anjos de guarda nos protegem e acompanham a cada dia. E esse acompanhamento também está nas horas de trabalho (sessões). Sim, porque estamos numa corrente espiritual onde espíritos sem luz e perturbados, confusos, enfim vêm contra nós, os Orixás, Guias, Entidades nos protegem, mas a presença do anjo da guarda antes e depois da incorporação é por demais importante.

Um exemplo, normalmente quando uma pessoa sofre um trabalho de demanda, um trabalho contra o bem estar dela, a primeiro reflexo que se nota é o enfraquecimento de seu anjo da guarda, tornando-o distante e deixando a pessoa vulnerável.

É comum que os Guias/Entidades do terreiro, quando se vêem a frente de uma pessoa com demanda, venham a pedir um “fortalecimento para o anjo de guarda”, ou seja, um reforço para restaurar os laços entre você e seu anjo da guarda. Esse reforço consiste em trazer ele mais próximo de você, com mais força para te proteger contra os *ataques* da demanda.

E para os médiuns?

Com toda a certeza, para os médiuns, os anjos da guarda são tão importantes quanto os próprios Orixás e Entidades.

Quando o médium vai incorporar, para que o Orixá/Entidade se aproxime, o anjo de guarda permite a passagem para ocorrer a incorporação. Quando o Orixá/Entidade está incorporado no médium, o anjo da guarda permanece ao lado, pois o médium está protegido por energias do Orixá ou Entidade que está ali.

Quando há o processo de desincorporação, o Anjo da Guarda se aproxima mais, para manter o equilíbrio do médium.

Portanto, os médiuns devem ficar atentos para não oferecer resistência na hora da desincorporação desse Orixá/Entidade, pois existe uma hora certa em que o Orixá deve deixar a matéria e o anjo da guarda se aproximar, não deixando a matéria desprotegida.

O seu anjo da guarda, sempre anda com você em qualquer lugar que você esteja, pronto a lhe proteger; embora você não o veja.
O que chamamos de intuição, muitas vezes é a manifestação de nosso Anjo da Guarda que procura sempre o melhor para nós (aquela voz na cabeça que diz, não faça isso, não vá por esse caminho, etc.).

O nosso anjo da guarda é aquele que nos protege a todo instante de nossas vidas... Por isso, devemos manter acesa uma vela com um copo d’água ao lado em um local alto, e fazer orações ao anjo da guarda regularmente, pedindo sempre que nos guie pelos caminhos certos da vida e que nos proteja.

Para quem acredita é muito fácil sentir, ouvir e presenciar a manifestação dos anjos em nossa vida dando inspiração para algo que ocorrerá em nossos dias, mas para pessoas que não acreditam que os anjos existam é totalmente difícil manter o anjo próximo dele, esse pensamento negativo e destrutivo para o anjo o enfraquece e acaba por distanciá-lo.


Os Anjos têm dificuldade de permanecer na Terra por muito tempo. O que permite a permanência do Anjo na Terra é a energia e a luz de nossa aura, pois a aura é para o Anjo o mesmo que o oxigênio para nós.

Quando estamos tristes e passando por dificuldades, nossa aura enfraquece e o Anjo sente dificuldade de atuar, então o Gênio Contrário, ganha força, nos deixando antipáticos e em dificuldades.


AO NASCER..

Quando a criança nasce, já foi escolhido seu Anjo protetor que irá acompanhá-la pelo o resto da vida. Quando existe a possibilidade de um espírito encarnar, a primeira providência a ser tomada é a consulta aos espíritos encarnados dos futuros pais da criança. 

Esta consulta é feita durante o sono e se houver a concordância, os poderosos Anjos Superiores começam a plasmar o retorno do espírito. Durante a gestação, é o Anjo da mãe do bebê que protege a criança.


Quando a criança dá a primeira inspirada, após nascer, o Anjo protetor determinado, passa a protegê-la.


crianças
Até os 8 anos de idade, o Anjo de Guarda permanece 24 horas protegendo e auxiliando a criança, no que for preciso. Neste período a marcante presença do Anjo da criança, tem a força de deixar o Gênio Contrário sem poder. 

Após os 8 anos o Anjo vai se afastando paulatinamente, quando a criança começa a adquirir uma personalidade definida e criar seu próprio livre-arbítrio.

O Anjo pessoal passa então a voltar à Terra apenas nos 20 minutos que lhe são consagrados, diariamente.

Mesmo acreditando na força e poder dos Anjos, surge-nos sempre uma dúvida: porque os Anjos não podem ser vistos pela maioria ou praticamente todas as pessoas?

Uma boa justificativa para isto está no livro Do you have a Guardian Angel? do escritor John Ronner. Lá ele diz o seguinte: 

Os olhos físicos não foram feitos para ver o mundo espiritual com facilidade, outra razão para a habitual invisibilidade dos Anjos, é que se uma pessoa não espera ver algo, geralmente não verá, mesmo um Anjo, além disso como já foi dito anteriormente, os Anjos permanecem na Terra através da energia de nossa aura.

Na maioria das vezes, o nosso campo áurico  está totalmente fraco, pelo fato de não nos preocuparmos em reenergizá-lo. Em nosso dia-a-dia, os compromissos pessoais e o corre-corre nos impedem de fazer uma energização com cristais, cromoterapia, acupuntura, etc. 

Com o passar do tempo, nossa aura vai ficando cada dia menor, fazendo com que o Anjo sinta dificuldade em ancorar. Materializar-se, então, quase impossível.

Quem sabe, quando os homens tomarem consciência novamente de que a energia espiritual realmente existe e derem mais atenção a este lado, os Anjos voltem a aparecer com mais freqüência.

Enquanto isso, eles vão ancorando aqui na Terra, mesmo assim com muita dificuldade, e atendendo da forma que podem os pedidos dos seres humanos. Temos então que nos contentar em apenas sentir e de forma sutil seu enorme poder.


Seu Anjo da Guarda te Chama!

Quando o médium fica meio em transe após a incorporação, alguns dirigentes colocam a mão sobre o coração do médium e dizem: “_fulano seu anjo da guarda te chama!”

Esta era uma prática comum antigamente (não há como datar precisamente) de benzedeiras. Elas utilizavam esta frase como uma pequena oração para pessoas que não se achavam plenamente conscientes por vários motivos (mediunizadas, epilepsia, desmaio, etc.).

Tal prática talvez tenha sido trazido para a nossa amada Umbanda por alguma Preta Velha, já que é de pleno conhecimento nosso que muitas Delas foram exímias benzedeiras.

O Anjo da Guarda é visto como o Mentor de nossa razão, de nossa consciência; Desta forma este é um chamado ao restabelecimento da consciência com implicações magísticas.

Ao fazer referência ao nosso anjo da guarda, chamando-nos de volta ao domínio das faculdades no corpo físico após o transe mediúnico, ocorre uma espécie de invocação a nós mesmos.

REFLEXÃO!

O céu não tem entradas, lá não precisamos bater; pois, chegando ao fim da jornada, sempre há alguém para nos receber.


Saravá.

A IMPORTÂNCIA DA "VIBRAÇÃO" NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO

energia


´´E Deus pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam das suas vítimas, e os Espíritos malignos se retiravam” (Bíblia).

Desde os tempos mais antigos, a imposição das mãos é uma das fórmulas usadas pelas pessoas para auxiliar os enfermos ou afastar deles as más influências espirituais. Jesus fez largo uso dessa prática e disse que, se quiséssemos, poderíamos fazer o mesmo.

Antes do advento do Espiritismo, sabia-se pouco sobre a prática desse costume.
Os Espíritos superiores explicaram o porquê das coisas. 

Ensinaram que as mãos serviam como um instrumento para a projeção de fluídos magnetizados, doados pelo operador, e fluidos espirituais trazidos pelos Espíritos.

Segundo eles os fluídos curativos são absorvidos pela pessoa necessitada por meio dos centros vitais (chakras), acumuladores e distribuidores de energias, localizados no perispírito e pelo próprio corpo astral que age como esponja.

Entre os seguidores de Allan Kardec, a imposição das mãos sobre uma criatura com a intenção de aliviar sofrimentos, curá-la de algum mal, ou simplesmente fortalecê-la, ficou conhecida como “passe”

Dentro de nossa  ritualística de Umbanda, o método de “passe” é incorporado a elementos e fluídos do médium e do ambiente, bem como das forças sutis da natureza trazidas pelas Entidades, formando uma poderosa concentração de energia que é irradiada  aos consulentes, de modo capaz de produzir verdadeiros prodígios à aqueles que com fé se apresentarem a este tipo de atendimento, pois o mesmo restaura-lhe o equilíbrio do corpo físico e espiritual  proporcionando-lhe salutar alívio para suas mazelas.

A  fé racional e a certeza no amparo dos Espíritos são sentimentos que devem estar presentes no coração de todos aqueles que desejam este tipo de atendimento.

O corpo mediúnico designado a transmitir “vibrações” devem doar-se com sinceridade à tarefa sob sua responsabilidade, vendo em todo irmão uma alma carente de amparo e orientação. Seu auxílio deve ser distribuído a todas as criaturas.

Como todos podem observar, para esse tipo de atendimento as Entidades preparam o ambiente com uma espécie de magnetização, que irá atuar diretamente no perispírito das pessoas, afastando enfermidades ou pertubações.

Assim o necessitado não recebe somente fluidos magnéticos de médiuns/Entidades, em sim também de outros espíritos que se  encontram  no ambiente, bem como de forças sutis da natureza, o que não é empregado no passe Kardecista.

Com isso, pode-se compreender que os recursos oferecidos aos  irmão  no  atendimento  por “vibração”,  em       termos espirituais, nada deixam a desejara em relação a um atendimento individual. A única diferença está na orientação verbalizada que as Entidades procuram passar aos consulentes.

O serviço de atendimento por vibração   requer critério, discernimento e responsabilidade, pois além de tudo é um complemento aos recursos do autoconhecimento e de reeducação espiritual.

Contudo, é preciso levar em conta que nenhuma das formas de atendimento (atendimento coletivo “vibração” ou atendimento individual), surtirá efeito se os médiuns e demais irmãos que compõem a corrente mediúnica não tiverem dentro de si a vontade de ajudar.


Reflexão:

“Se pretendes, pois guardar as vantagens do passe, que em substância, é ato sublime de fraternidade cristã, purifica o sentimento e o raciocínio, o coração e o cérebro”. (Emmanuel).

Saravá.

      AULA DE MÉDIUNS....

EGOÍSMO

O médium, simples médium...

É o último a chegar e o primeiro a ir embora. Sempre com uma boa desculpa na ponta da língua. Chega no templo, troca de roupa, põe a fofoca em dia e vai para corrente.

Corpo físico e vaidade presentes, espírito e caridade ausentes.
Bate a cabeça diante do congá, mas a sua cabeça está em outro lugar… repete mecanicamente os pontos cantados feito robô ou papagaio, sem sentir a emoção sagrada que abre os portais do coração para as dimensões superiores da vida.

Durante os trabalhos, confunde as sábias intuições do Guia (que por um extremo de compaixão AINDA o acompanha, sabe Deus até quando…) com o lixo venenoso de seu subconsciente.

Resultado:
passes energéticos precários, consultas e conselhos estúpidos… coitados dos consulentes!

Trabalho extra para os trabalhadores invisíveis da casa. Coitados também dos outros médiuns, esses sérios e responsáveis, que são obrigados a triplicar sua doação de energia na sustentação da corrente para compensar a negligência do médium folgado, insensato e leviano.

Terminada a gira de atendimento, lá vai o médium para o vestiário se trocar rapidinho.

Varrer o chão do terreiro? Tirar o lixo dos banheiros? Ajudar os demais companheiros? Acertar as mensalidades em atraso?
Que nada! ” Tem um montão de médium aí à toa para cuidar disso. Melhor sair de fininho, pois tenho outro compromisso!”.

Ao sair para rua, sente uma coisa estranha: um peso desagradável nos ombros acompanhado de súbita confusão mental, uma sensação de vazio interior indefinível… lá vai o médium folgado arrastando atrás de si feito um imã humano vários ” kiumbas folgados” barrados na triagem vibratória feita pelos guardiões astrais na “porteira” do templo.
Todos eles pegando carona em seu campo áurico totalmente desequilibrado e “folgado”.

“Punição divina?” “Castigo de Orixá?” Bobagem, meus caros!

É apenas aplicação pura e simples da Lei. Neste caso, a Lei das afini – dades. Ao contrário do “médium folgado” e seus colegas astrais igualmente folgados, a Lei não folga.

A Lei não dorme. “Cada um recebe o que merece. E merece o que recebe”… Não está longe o dia em que o médium folgado sairá deste templo de Umbanda falando mal de seu dirigente, do corpo mediúnico, dos consulentes, dos guias e protetores que lhe deram amorosa acolhida e oportunidade de serviço regenerador… ele logo partirá em busca de outro lugar, crença ou distração que lhe forneça apenas os benefícios passageiros do “entretenimento” em vez dos benefícios permanentes do “comprometimento”.

Mensagem do Sr. Exú Marabô

Saravá.

      INIMIGOS INTIMOS


TREVAS

CONHECENDO AS TREVAS...

Quando nos propomos a falar da ação das trevas nos grupos espíritas, antes de tudo precisamos saber de quais espíritos estamos falando, porque a grande maioria de espíritos obsessores que vem aos TERREIROS são mais ignorantes do que propriamente maldosos. No livro “Não há mais tempo”, organizado pelo espírito Klaus, nós publicamos uma comunicação de um verdadeiro representante das organizações do mal e percebemos que há uma grande diferença entre o que nós classificamos como espíritos obsessores e os verdadeiros representantes das trevas.

Eu estava presente na sessão na qual essa entidade se manifestou. Quando o espírito incorporou a doutrinadora disse: “Seja bem vindo meu irmão”.

Ele respondeu: “Em primeiro lugar não sou seu irmão, em segundo lugar eu conheço o seu sentimento. Sei que você não gosta nem das pessoas que trabalham com você na casa, que dirá de mim que você não conhece. Por isso duvido que eu seja bem vindo aqui”.

Ela ficou um tanto desconcertada, porém, disse: “Mas eu irmão, veja bem, isso aqui é um hospital”.

Ele respondeu: “Muito bem, agora você vai dizer que eu sou o doente e que você vai cuidar de mim, não é isso?”.

Ela disse: “Sim”.

Ele: “Pois bem, e quem garante para você que eu sou um doente? Só porque eu penso diferente de você. Aliás, o que a faz acreditar que possa cuidar de mim? Quem é que cuida de você? Porque suponho que quando alguém vai cuidar do outro, este alguém esteja melhor que o outro e, francamente, eu não vejo que você esteja melhor do que eu. Porque eu faço o mal? Porque eu sou combatente das idéias de Jesus? Sim, é verdade, mas admito isso, enquanto você faz o mal tanto quanto eu e se disfarça de espírita boazinha”.

Outro doutrinador disse: “ Meu irmão, é preciso amar”.

O obsessor  respondeu: “acabou o argumento. Quando vocês vêm com esta ladainha que é preciso amar, é que vocês não têm mais argumentos”.

- “Mais o amor não é ladainha, meu irmão”.

- “Se o amor não é ladainha, porque o senhor não vai amar o seu filho na sua casa? Aliás, um filho que o senhor não tem relacionamento à mais de 10 anos. Se o senhor não consegue perdoar o seu filho que é sangue do seu sangue, como é que o senhor quer falar de amor comigo? O senhor nem me conhece”.

Vieram outros doutrinadores e a história se repetiu até que por último veio o dirigente da casa e com muita calma disse: “ Não é necessário que o senhor fique atirando estas verdades em nossas faces. Nós temos plena consciência daquilo que somos. Sabemos que ainda somos crianças espirituais e que precisamos aprender muito”.

O obsessor  respondeu: “Até que enfim alguém com coerência nesse grupo, até que enfim alguém disse a verdade. Concordo com você, realmente vocês são crianças espirituais e como crianças não deveriam se meter a fazer trabalho de gente grande porque vocês não dão conta”.

Como agem os espíritos representantes das trevas em nossos terreiros?

Como vimos, os verdadeiros representantes das trevas, além de maldosos são também extremamente inteligentes. São espíritos que não estão muito preocupados com as casas espíritas. Eles tem sua base nas religiões da sub-crosta. São espíritos que estiveram envolvidos por exemplo na 1ª e 2ª guerras mundiais e no ataque as torres gêmeas nos Estados Unidos. São os mentores intelectuais de Bin Laden, de Sadan Russein e de inúmeros outros ditadores que já passaram pelo mundo, porque eles tem um plano muito bem elaborado, que é o de dominar o mundo.

Os grupos espíritas não apresentam tanto perigo para eles. Esses espíritos estarão sim atacando núcleos espíritas desde que o núcleo realmente represente algum perigo para as intenções das trevas. Portanto, quando nós falamos das inteligências do mal, nós estamos falando destes espíritos que tem uma capacidade mental e intelectual muito acima da média em geral. Normalmente não são esses espíritos que se comunicam nas nossas sessões mediúnicas. Normalmente eles não estão preocupados com os nossos trabalhos, a não ser que esses trabalhos estejam bem direcionados, o que é muito difícil, e representem algum perigo para eles.

Nós que vivemos e trabalhamos numa casa espírita sabemos bem dos problemas encontrados nas atividades desses grupos. Para ilustrar vou contar para vocês um fato verídico ocorrido numa casa espírita.

Um espírito obsessor incorporou numa sessão e disse para o grupo: “Nos viemos informar que não vamos mais obsediar vocês. Vamos para outro grupo”.

Houve silêncio, até que alguém perguntou: “Vocês não vão mais nos obsediar, porque?”.

O espírito respondeu: “Existe nesta casa tanta maledicência, tanta preguiça, tanto atrito, tantas brigas pelo poder, tantas pessoas pregando aquilo que não praticam, que não precisamos nos preocupar com vocês, vocês mesmos são obsessores um dos outros”.

Falar do mal não é ajudar o mal a crescer?

No livro “A arte da guerra” está escrito: “Se você vai para uma guerra e conhece mais o seu inimigo que a você mesmo, não se preocupe, você vai vencer todas as batalhas. Se você conhece a si mesmo, mas não conhece o inimigo, para cada vitória você terá uma derrota. Porém, se você não conhece nem a si mesmo e nem ao inimigo, você vai perder todas as batalhas”.

Infelizmente, a grande maioria das pessoas não conhece a si mesma. Tem medo da reforma íntima, tem medo do que vão encontrar dentro de si. Negam a transformação interior. Precisamos falar das trevas para conhecermos as trevas. Se não conhecermos como eles manipulam os tarefeiros espíritas como é que vamos saber nos defender deles. Para isso é preciso refletirmos nesta condição de nos conhecermos até porque toda ação das trevas exteriores é um reflexo das trevas que nós carregamos dentro de nós. É preciso realmente realizarmos a nossa reforma interior para sairmos da sintonia dessas entidades.

E os Guardiões que cuidam do terreiro, como é que ficam?

Não podemos esquecer que os benfeitores espirituais trabalham respeitando o nosso livre arbítrio. Um terreiro como este possui o seu campo de proteção como uma cerca elétrica construída pelos benfeitores, porém, quem a mantém ligada são os trabalhadores encarnados. Toda vez que há brigas dentro do centro, toda vez que há grupos inimigos conflitando-se, toda vez que há maledicências, é como se houvesse um curto-circuito nessa rede, é como se houvesse uma queda de energia, e as entidades do mal entram. Os benfeitores espirituais estão presentes e a rede é religada, mas, as entidades do mal já entraram.

O grande problema é que quase sempre, nós não estamos sintonizados com o bem. A ação do bem em nossa vida é fundamental. Por exemplo: O Umbral não é causa, o Umbral é efeito. Só existe o Umbral, a zona espiritual inferior que cerca o planeta, porque os homens tem sentimentos medíocres e inferiores. No dia em que a humanidade evoluir o Umbral desaparece, porque ele é consequência. Por isso que não podemos nos esquecer que as trevas exteriores são apenas uma extensão das nossas trevas interiores. Existe sim, a proteção espiritual nos terreiros, porém, os espíritos amigos respeitam o nosso livre arbítrio.

Como é que os terreiros umbandistas podem se defender das trevas?

# Havendo muita sinceridade, Amizade Verdadeira e principalmente muito amor entre todos os colaboradores do terreiro.

# Existindo a prática da solidariedade, carinho e respeito para com todas as pessoas que buscam o terreiro para serem orientadas ou para receberem assistência espiritual.

# Havendo muito comprometimento com sua casa.

# Realizando, periodicamente, uma avalização dos resultados obtidos, para verificar se os 3 itens anteriores estão realmente acontecendo.

Vigilância  se faz necessária.
Saravá.

A ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL NA UMBANDA

ENERGIA

Na Umbanda, os dias e horários de atendimento espiritual variam de casa em casa, de acordo com a linha doutrinária e orientação dos dirigentes espirituais, apesar disto, a forma como se dá a assistência espiritual permanece inalterada desde os seus primórdios.

Nas sessões de consulta pública, as engiras podem ser de Orixás, de Caboclos, de Pretos-Velhos, de Almas (eguns), de Erês, de Baianos, Boiadeiros, Marinheiros, do Povo D’água e de Exús.

As engiras de Orixás ocorrem na passagem das datas festivas em que homenageamos determinado Orixá representados no terreiro por seus chefes de linha e auxiliares. Essas engiras tem uma natureza vibratória distintas das demais e constituem as festividades mais lindas da Umbanda.

As engiras de Caboclos reúne entidades que um dia viveram como índios nas matas brasileiras. Considerados o “braço forte” da Umbanda, são reconhecidamente enérgicos e um tanto autoritários e suas engiras se destinam aos trabalhos de cura, desenvolvimento mediúnico, demandas, descargas, transportes e defumação, onde são utilizados charutos, pemba, entre outros elementos de rito.

As engiras de Pretos-Velhos são muito populares, constituindo ao lado das de caboclo e de Exús, a base de toda a Umbanda. Elas são constituídas por fraternidades de espíritos que um dia serviram como escravos no Brasil. São espíritos humildes, bondosos e, não raro, portadores de um sutil bom humor revelador de sua sabedoria. Os Pretos e Pretas-Velhas são mandingueiros, aplicam passes magnéticos e de descarga, fazem a defumação dos fiéis e do terreiro, para tanto, utilizam-se de cachimbos, fumo, vela, água, flores, entre outros elementos.

As engiras de Almas constituem trabalhos de desobsessão onde os guias auxiliam aqueles que se sentem sob o jugo de espíritos e ofertam preces aos eguns (Almas desencarnadas). Elas são relativamente perigosas para os médiuns, por isso delas só tomam parte médiuns que se destacam por sua experiência e boa conduta.

As engiras de Erês reúnem espíritos que formam no astral uma organização especializada no atendimento espiritual à criança e à família. Podemos sentir as energias harmônicas destas engiras em meio ao ambiente festivo que as caracteriza, onde brinquedos, guloseimas e refrigerantes são distribuídos. Tais engiras são muito procuradas pelos umbandistas para assistência aos mais jovens, mas não são poucos os que as procuram no intuito de confidenciar segredos e obter conselhos, afinal, os Erês, com seu ar ingênuo, sabem de cada uma!
Em geral, as consultas com Erês resultam em pedidos de brinquedos, moedas, doces e refrigerantes como oferendas, que devem ser depositadas em jardins, parques e logradouros floridos.

As engiras de Baianos, segundo estudos, começaram a surgir nos anos setetenta por todo o Brasil. Reginaldo Prandi, pesquisador que visitou 67 terreiros pelo Brasil, sugere que as engiras de baiano são uma forma disfarçada de engira de Exús, ou seja, uma forma que encontraram para trabalhar nas engiras de direita – Ah, esses Exús, sempre dão um jeitinho! 
As engiras de Baianos, como o próprio nome sugere, se destinam à passagem de entidades que nasceram e viveram na Bahia, embora encontremos “Baianos”, que relatam ter vivido em outras regiões do nordeste brasileiro. Os Baianos são muito ativos, alegres e falantes e se destacam por serem bons protetores. Conhecem como ninguém as mandingas, os trabalhos dos quiumbas e eguns, por isso, são muito procurados pelos fiéis.

Nas engiras de Boiadeiros, espíritos que um dia viveram nos sertões do Brasil. São um tanto diretos no modo de se expressarem, o que algumas vezes os faz parecer rudes, mas são bons e muito firmes em seus trabalhos. Dão consultas, fazem pequenos trabalhos e participam ativamente da segurança de todos durante os cultos no terreiro e dos médiuns, particularmente quando em desenvolvimento de suas potencialidades mediúnicas.

As engiras de Marinheiros dá passagem a entidades que, um dia, sobreviveram do mar. São marinheiros da armada, da marinha mercante, mestres, arrais, pescadores. Embora muitos Marinheiros sejam espíritos bastante esclarecidos, alguns deles estão sob assistência da Umbanda. Se caracterizam por serem alegres e folgazões, apresentando-se nos terreiros como se estivessem embriagados ou para beber, no que são coibidos pelos dirigentes responsáveis. As engiras de Marinheiros, raramente se prestam a outra finalidade que não sejam consultas, pois os Marinheiros gostam de contar histórias, de dar conselhos, assim é que as suas conversas resultam em boas orientações, entretanto, é sempre prudente pensar o que dizem.

As engiras do Povo D’água reúnem, entre outros seres, as sereias e os elementais da água, especialistas na limpeza astral e psíquica dos filhos de fé e dos terreiros. Quando se apresentam são muito discretas e se fazem reconhecidas por entoar um canto triste e mavioso que deixam os médiuns com os olhos marejados. Quando atuam, o ambiente denota um quê de calma e melancolia.

As engiras de Exús são destinadas a consultas e trabalhos de alta magia. Popularmente chamadas de “trabalho da esquerda”, são sessões perigosíssimas, de caráter restrito, das quais participam apenas médiuns capacitados e convidados. Os Exús e Pombagiras são especialistas no atendimento a demandas pesadas, descargas, desobsessões e anulação de trabalhos de magia realizados por feiticeiros daqui e do além, freqüentemente associados a quiumbas e eguns perversos. Os Exús e Pombagiras utilizam em seus trabalhos de fundanga (pólvora), marafa (aguardente), ponteiros (punhais), tridentes, enxofre, velas pretas e vermelhas, entre outros elementos de magia.

Seja qual for o tipo de engira, a pessoa obtêm ajuda, basicamente, através de passes magnéticos e descarregos, terapêuticas que atendem a problemas espirituais diversos.

No passe, a entidade incorporada remove fluídos negativos e reorganiza o campo energético da pessoa propiciando equilíbrio e bem-estar, algumas vezes, no entanto, é necessário uma série de sessões até que o objetivo terapêutico seja alcançado.

O descarrego se justifica quando há grande carga de miasmas e fluidos deletérios influindo sobre o assistido. No descarrego a entidade incorporada freqüentemente convoca a ajuda de outro médium, que sob influência de outra entidade, aproxima-se do assistido, capta a energia negativa que o envolve, transferindo-a para assentamentos ou fundamentos do terreiro que contenham elementos dissipadores destas energias.

No caso de pessoas sob o jugo de espíritos perversos, a entidade é, sempre que possível, conduzida às mãos de espíritos benfeitores. Outras vezes, por designação superior, ainda que o espírito obsessor não deseje, é conduzido a esferas de contenção no astral, casos em que os Exús participam ativamente.

Saravá.