terça-feira, 15 de setembro de 2015

Desercarne e Provação Coletiva

por Lena Lopez 

A morte é difícil de ser enfrentada, pois é vista como mistério, muitas vezes como um equívoco
 ou injustiça de Deus. Todos nós temos compromissos perante as Lei que regem o Universo.
Quando alguém morre, nos sentimos tomados por um sentimento de perda e dor, pois 
gostamos daquele pessoa que nos deixou e desejávamos que continuasse vivendo conosco.
 Porém, a morte, juntamente com o nascimento, é a única coisa certa na vida, nascemos e um
 dia morreremos. Além disso, a morte está entre os acontecimentos normais da existência 
de todos, partem jovens e velhos, sadios e enfermos, justos e injustos. 
Somos criados para o entendimento da morte, conforme o nosso entendimento religioso,
 acreditamos na morte como uma separação definitiva e dolorosa e um possível destino,
 mal ou bom, para quem partiu e a partir disso envolvemo-la em mistérios, dor e dúvidas,
 pois acreditamos que vivemos uma única vez.
A morte deve ser tratada como natural e
 antes de ser um fim, um novo recomeço 
e uma volta aos laços de origem, 
desse modo, nos tornamos capazes 
de entender que a morte, é o
 encerramento de uma missão,
 de um aprendizado e que outras
 oportunidades virão, novas missões,
 novos aprendizados. Começamos a
 entender que aquela pessoa que partiu,
 terminou a sua missão conosco, que é
 chegada a hora de prosseguirmos sozinhos,
 pois isto nos é necessário. 
Por outro lado, a Lei de Causa e Efeito,
 rege a vida e a morte de maneira sublime, 
sem deixar rastros à injustiça e dá a cada um o que lhe é de necessidade e merecimento, na
 medida certa para o seu aprendizado. Nesse sentido, a morte torna-se uma lição, tanto para 
os que se vão e para os que ficam.
As grandes comoções que ocorrem na vida trazem sempre enormes perguntas, por
 parte daqueles que desconhecem a “Lei de Causa e Efeito” e as possibilidades de vidas 
sucessivas. Por isto, nos momentos de dor, confusão mental e de dúvidas terríveis, 
questiona-se o próprio Criador: Por que Ele permitiu uma coisa dessas?
Esses acontecimentos, chamados catástrofes ou tragédias, como por exemplo, acidentes 
aéreos, marítimos, rodoviários, ferroviários ou incêndios, atos terroristas, que ocorrem 
e vitimam uma quantidade ou grupo de pessoas, muitas delas sem se conhecerem entre 
si, com famílias inteiras, uma cidade inteira ou até em uma nação, não são punições divinas.
 Muitas vezes sabemos que em eventos assim, há pessoas de longe, que não deveriam 
estar naquele lugar, mas estavam no lugar errado e na hora errada. Vemos, ouvimos e
 sabemos, que muitos sucumbiram, que muitos foram capazes de atos heroicos e como
 heróis se juntaram ao que sucumbiram no evento, outros estavam naquele lugar para
 se salvarem e para salvarem vidas. Damos o nome a isso de destino e fatalidade, seja
 qual for a razão que originou o evento. Não se pode negar que possa haver a fatalidade,
 pois ela também acontece algumas vezes.  No entanto, ao que se refere à mortes em
 grande número, em um mesmo evento, isso não é o mais comum. Geralmente são 
resgates coletivos que várias pessoas, juntas, precisam passar, tanto as que morreram 
ou as que sobreviveram a ele.
Se analisarmos esses fatos unicamente pelas causas humanas, poder-se-ia chegar à 
conclusão da má sorte ou azar. Entretanto, quando se compreende que no evento se 
agrega a lei de causa e efeito e o princípio das vidas sucessivas, tudo toma um outro 
sentido, passamos a entender que nessas mortes em grande número, há um encontro 
marcado de Espíritos que foram protagonistas de equívocos em outras passagens e
 que na atual estada na Terra, estão zerando as suas pendências.
Toda ação que praticamos, boa ou má, recebemo-la de volta. O passado é a origem
 do nosso presente, ou seja, o que somos hoje é um reflexo do fomos ontem.
Se o pensamento vale individualmente, por que não valeria coletivamente? A isto, damos
 o nome de provação coletiva.
A provação coletiva é a convocação de Espíritos encarnados no instante de uma 
tragédia ou catástrofe, participantes de mesmo delito ou semelhantes, praticados no
 passado longínquo. Pode-se citar como exemplos de delitos, as Cruzadas, a
 Inquisição, as Guerras, os extermínios em massa, os atentados terroristas e outros,
 uma enormidade de violências e absurdos praticados contra o ser humano, em que 
todos os participantes se envolveram e somente se livram das suas dívidas e responsabilidades,
 quitando-as.
Mas por que só agora, numa data tão distante? Perguntarão muitos. Simplesmente por que,
 como Espíritos em aprendizado, vamos adiando por várias encarnações as expiações,
 até que haja o entendimento necessário à respeito da importância desse tipo de resgate.
 Muitas vezes, quando há a compreensão, 
o próprio Espírito errante pede permissão para cumprir o que é necessário para seu adiantamento.
O importante é que o próprio Espírito assume, antes de reencarnar, um compromisso com o
 propósito de resgatar seus débitos. André Luiz, no livro Ação e Reação, deixa claro:
 “Nós mesmos é que criamos o carma e este gera o determinismo”.
Durante a hora do desencarne coletivo, a Espiritualidade Superior, com o conhecimento
 prévio dos fatos, providencia equipes de socorro para a assistência aos Espíritos que 
retornarão ao plano espiritual, dando-lhes a assistência imediata e confortadora, pois mesmo
 que o desencarne coletivo ocorra identicamente para todos, individualmente, a situação
 dos traumas e do despertar no plano espiritual, dependerá da evolução de cada um, mas 
nenhum fica sem amparo.
Há aqueles que escapam minutos antes dos eventos coletivos, por não precisarem passar por
 essa situação.   É por isso que muitos perdem o avião, o trem, o ônibus, ou por outro motivo
 qualquer não estavam presentes. Há aqueles que estavam presentes no evento, mas escapam
 "ilesos", pois necessitavam passar pela lição e repensarem. Há aqueles que estavam presente 
e escaparam com inúmeros ferimentos, quase ficaram à beira da morte, suas lições 
para repensarem necessitavam de maiores enfases.
Não cai uma só folha da árvore sem que Deus saiba! Daqui não sairás até que pagueis
 o último cetil! Com certeza, as mortes coletivas é generosidade de Deus para com seus filhos,
 pois permite-lhes o melhoramento e aperfeiçoamento através de sua renúncias e experiências 
na Terra, dando-lhes oportunidade para o aprendizado necessário.

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