quinta-feira, 2 de março de 2017

As dificuldades de se manter um terreiro de Umbanda - por Roberley Meirelles


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As dificuldades de se manter um terreiro de Umbanda.

Muitas pessoas acreditam que abrir um terreiro de umbanda é coisa simples é somente arranjar umas meias dúzias de imagens, colocar sobre uma mesa, ou prateleiras, acender velas, cantar, bater palma e deixar os guias descer em terra.

Não é bem assim, o buraco é mais embaixo.

Além dos assentamentos e preparação do chão, do congá, das imagens, enfim de todos os detalhes que engloba um terreiro, temos outras dificuldades que a pessoa no afã de querer um status não se apercebe.

O inicio de um terreiro aqui na terra, tem a sua contra parte no astral, afinal se uma casa trabalha com espíritos, e esses irmãos que começam a dedicar e amparar a corrente vão iniciar um processo de cura, os irmãos de baixas vibrações espirituais, obrigatoriamente terão que ser socorridos inicialmente para algum local concordam?

Este local será justamente a parte invisível que nós seres humanos não enxergamos, e ela estará muito, mas muito perto de nós, deverá ser um local de transito rápido, onde os espíritos receberão os primeiros socorros e após as triagens serão transferidos para hospitais, creches, sanatórios ou escolas no astral.

Para quem leu um pouco da obra de Francisco Candido Xavier, o que escrevi não é novidade alguma, para aqueles que infelizmente acreditam que somente existe o trabalho e acabou um dia terão uma grata surpresa.

Justamente por causa dessas energias que não é aconselhável o trabalho em nossa moradia, ou a incorporação fora do terreiro ao qual somos ligados, mas isto já foi falado, debatido e ensinado aqui mesmo em nossa pagina.

As dificuldades matérias muitas vezes são superiores a essas espirituais detalhadas acima, para se manter um terreiro logicamente necessita-se de um local, tem que ter um local que ao menos apresente um pouco de conforto aos médiuns e também as pessoas que buscam socorros.

Para ter um local apropriado, muitas vezes tem que pagar aluguel, IPTU, Seguro contra incêndio.

Precisa-se de ter banheiros, isto nos leva a entender que necessariamente ira se usar, papel, sabão ou sabonete, tolha, ou papel toalha, desinfetante.

Ninguém trabalha no escuro, obrigatoriamente tem que ter energia elétrica.

Então somente para começar os trabalhos em um local apropriado temos aluguel, água, luz, IPTU, seguro.

Ninguém trabalha sem ao menos um vela no Congá ou na tronqueira, porém sabemos que não usamos somente uma, são algumas para cada trabalho.

Compreende o quanto é difícil manter um terreiro, o que muitos chefes de congas fazem para manter a porta aberta, criticar nossa, muitos criticam por você passar uma rifa de R$ 2,00, muitas pessoas alegam que não podem contribuir com essa imensa quantia, mas querem água mineral, e tem que ser gelada, afinal quente ninguém merece.

Não é fácil manter um terreiro aberto, não é barato manter um terreiro aberto, se fossemos levar somente pelo lado material creio que muitos irmãos já teriam encerrados as suas atividades a muito tempo.

Eu fico triste quando fico sabendo do encerramento das atividades de um terreiro de umbanda, como soube esta semana de dois terreiros.

Isto é o que a gente sabe, mas quantos terreiros não fecham as suas partes devido a falta de estrutura ou a união do seu grupo mediúnico.

Sou solidário a esses chefes de congas que como ultimo recurso escolhem encerrar as suas atividades e aguardar o amparo dos orixás para recomeçar.

Temos que ser solidários, pois sabemos e vivemos esta triste realidade, contamos moedas muitas vezes para completar o pagamento de todos os nossos encargos.

Sabe meus amigos é muito fácil a pessoa ir ao terreiro e pedir a exu um favor, olha já vi eles ajudarem a tanta gente e conto nos dedos de uma mão a pessoa que um dia lembrou em trazer uma garrafa de marafó para ofertar na tronqueira.

Por causa disso me solidarizo com todos os Bábàs e Yás que preferem encerrar suas atividades.

É triste, mas é a pura realidade.

Isto ocorre no meu, no seu, enfim em todos os terreiros de Umbanda.

Roberley Meirelles

O maior inimigo da Umbanda - por Douglas Fersan


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O fato de que religiões como a Umbanda, o Catimbó, o Batuque e o Candomblé são alvos constantes de perseguições e calúnias não é novidade para ninguém. Tal situação nos coloca numa posição quase sempre defensiva perante a incipiente “ameaça” de um ataque à nossa crença. E os ataques não são raros, acontecem das mais variadas formas: através da mídia eletrônica, que não poupa subterfúgios (como classificar os sacerdotes dos nossos cultos de “pai ou mãe-de-encosto”, e assim fugir à responsabilidade criminal das agressões que proferem) e até mesmo nos púlpitos de algumas denominações religiosas, que no lugar de primar pelo respeito e pela convivência pacífica, preferem incitar a fúria da intolerância contra as religiões que desconhecem e, por desconhecer, julgam mal.
É triste ver a Umbanda ser difamada, denegrida e exposta de maneira tão negativa. No entanto, vale lembrar que existem leis que nos amparam e garantem o respeito ao nosso culto, sua liturgia e seus símbolos. Lembro até que durante um seminário que realizamos na Câmara Municipal de São Paulo, em novembro de 2009, o sacerdote Alexandre Cumino expôs, de forma muito brilhante (a ponto de me fazer recordar de sua explanação até hoje), que na verdade não temos a necessidade de ficar reivindicando leis que amparem a nossa liberdade de culto, posto que essas leis já existem. O que nos cabe é fazer com que elas sejam colocadas em prática de forma eficiente e incisiva. Embora o senso comum tente ocultar esse fato, a legislação brasileira, no que se refere à liberdade religiosa, beira à perfeição. A falha encontra-se naqueles que não a respeitam ou àqueles que quando são desrespeitados, não acionam a lei, fazendo valer seus direitos e os dos seus irmãos-de-fé.
Dessa forma, é possível combater de frente a intolerância e os intolerantes, inimigos declarados da Umbanda. Eles não me assustam tanto quanto aqueles que agem de forma velada, na calada da noite.
Me assustam os postes emporcalhados com as promessas de trazer o amor de volta em poucos dias, assim como as propagandas de serviços como amarração e similares. Ao leigo todos são iguais: umbandistas que realmente zelam pelo nome de sua crença e esses charlatões são colocados todos no mesmo caldeirão, sem que se faça a justa distinção do joio e do trigo. Essa é uma prática que só alimenta o ódio e o desrespeito, fornecendo munição aos detratores da nossa religião.
Mas também não são esses os que mais me assustam, pois mesmo ao leigo basta um pouco de esforço para perceber que são charlatões declarados. Acredito que quanto mais sutil, mais perigoso é o inimigo.
Muito me assusta aquele “umbandista” de voz doce e conversa amiga, que fala em nome da caridade e dos orixás. Aquele que veste branco, mas que tem a alma fétida e os pensamentos poluídos, apesar do sorriso fácil. Aquele que inspira confiança, que se vale do momento de carência ou desespero do consulente para tirar proveito da situação, seja esse proveito financeiro ou mesmo para enaltecer seu ego faraônico. Aquele que toma a frente de suas entidades (se é que as tem) ou mistifica descaradamente para falar aquilo que “a paisana” não teria coragem e hombridade para dizer. Aquele que usa o nome da sua religião e de suas supostas entidades para amedrontar seus desafetos. Aquele que se desagrada profundamente com o crescimento alheio, que conspurca seu templo com a sua mesquinharia e que, no lugar de honrar a sua roupa branca, a deixa impregnada com as máculas da maledicência, da inveja, da mentira e principalmente do abuso da boa fé dos incautos que o procuram em momentos de dor.
O maior inimigo da Umbanda está infiltrado em seu seio. Como um vírus mutante, é difícil ser combatido, pois imuniza-se tão facilmente quanto desvia seu caráter. Esse inimigo da Umbanda é perigoso, pois não é declarado e muitos umbandistas não o enxergam a tempo. É despreparado para receber em seu ori a energia dos sagrados orixás. É indigno de emanar a pureza das crianças, já que não a possui minimamente. Não tem condições de encarnar a bravura dos caboclos ou a sabedoria humilde dos pretos-velhos, pois em sua existência ainda não desenvolveu tais virtudes. É um umbandista de fachada, que não compreende o real significado da sagrada Umbanda, que ainda não se despiu das suas imperfeições mais grotescas para adentrar um terreiro e participar de uma gira.
Esse é o inimigo mais perigoso.
Dolorosamente é possível concluir que o maior inimigo da Umbanda é o umbandista – não me refiro aqui ao umbandista que honra e ama a sua religião, mas àquele que se traveste de umbandista, algumas vezes por ser mal intencionado mesmo, outras, por ser desprovido de inteligência para compreender o que vem fazendo de sua própria existência carnal e espiritual.
É esse que mais me impressiona, embora não me amedronte, pois para cada um desses, existem outros tantos sinceros, desinteressados, dispostos a praticar a real caridade, a contribuir para a própria evolução e daqueles que o procuram. Esses honram a nossa amada Umbanda e fazem todo sacrifício valer a pena.
Pelos outros, rezemos...

Saúde Espiritual - por Douglas Fersan


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Manter sempre acesa a chama da fé é a melhor forma de garantir a saúde espiritual. A máxima bíblica "orai e vigiai" não existe à toa, pois seres imperfeitos que somos, estamos suscetíveis a ataques psíquicos, lançados por seres encarnados e desencarnados. Assim como o corpo precisa de uma alimentação equilibrada para manter seu funcionamento, o espírito também precisa alimentar-se da chama da fé a fim de manter-se forte, pois caso contrário sofrerá ataques tanto de encarnados quanto de desencarnados. 
Situações do cotidiano acabam por nos tornar alvos fáceis das baixas vibrações. Seja no trabalho ou em qualquer outro círculo social, situações de maledicência, fofoca, inveja, calúnias, intrigas, difamações criam um ambiente astral da mais baixa vibração, dando aos espíritos de vibração semelhante a oportunidade de atuar sobre o corpo astral daqueles que se envolvem nessas situações, como verdadeiras legiões de egos que sugam as energias vitais das vítimas de tais circunstâncias. Existe uma infinidade de doenças causadas pela ação dessas entidades desencarnadas e/ou vibrações baixas emanadas por encarnados: depressão, impotência sexual, hipocondria, síndrome do pânico e os mais diversos vícios, apenas para citar algumas.

Mas o que fazer para não se deixar contaminar por essas energias?
O pensamento positivo e a prece são armas poderosíssimas para a auto-proteção. Quando oramos tocamos em Deus, pois a prece é a aproximação do Divino. 

"Por meio dela (a prece) pomos o pensamento em relação com o ente a quem nos dirigimos. O pensamento é dirigido para um ser qualquer na Terra ou espaço, de encarnado a desencarnado ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um para outro, transmitindo o pensamento como o ar transmite o som." (Allan Kardec) 

Somos aquilo que pensamos, e mais ainda, colhemos os frutos das nossas ações, pensamentos e afinidades, portanto, é preciso manter uma conduta o mais ilibada possível, nos afastando de ambientes e grupos onde impera a negatividade. 


O mundo moderno nos oferece um banquete de negatividades: inversão de valores, pornografia, valorização da violência, promiscuidade etc.
Aqueles que, de certa forma, possuem uma consciência espiritual mais aguçada são alvos fáceis desse bombardeio psíquico/espiritual... imaginem então aqueles que não possuem uma religião e a proteção que ela oferece.
Por isso, cada vez mais vemos casos de doenças psicossomáticas, de natureza espiritual (embora a medicina tradicional se recuse a admitir isso), vícios, desregramentos e suas conseqüentes patologias sociais.

Não há como não admitir que existe uma epidemia de doenças espirituais e que isso requer um tratamento, porém, aqueles que têm consciência disso são um grão de areia diante de um universo gigantesco.
Devemos desanimar, portanto? Jamais. Somos poucos, mas devemos fazer a diferença. E não falo aqui de espíritas ou umbandistas. Falo de pessoas que têm fé. Nós, que temos fé em Deus, na espiritualidade, no ser humano e em nós mesmos, devemos manter a guarda e a fé. Tomar como regra a frase bíblica já citada: orai e vigiai. Somos grãos de areia, mas quem sabe, num futuro não muito distante, possamos ser um muro, guardando nossos corações e mentes de todo o mal que afeta a saúde espiritual, nossa e de nossos irmãos. 



Douglas Fersan - Sociólogo, historiador, professor, pesquisador e umbandista.


Exu de Raiz x Exu Nutella - por Douglas Fersan

Descontraindo e entrando na brincadeira (que às vezes diz algumas verdades):

Exu de raiz:
1. Aconselha e ajuda quem o procura;
2. trabalha na simplicidade;
3. diz que trabalha dentro da Lei Maior;
4. dá gargalhadas para descarregar o seu cavalo e o ambiente;
5. fuma e bebe para defumar e limpar o seu cavalo;
6. pede em troca apenas a fidelidade de seus protegidos.

Exu Nutella:
1. Ameaça e tenta extorquir quem o procura;
2. usa fantasias, adereços mil, parece mais uma árvore de natal ambulante;
3. diz que veio do inferno, que "é assim" com o diabo, promete coisas impossíveis sempre pedindo algo em troca, diz que tem chifre, rabo e pés de bode;
4. dá gargalhadas estrondosas (e ridículas) para que a assistência pense que ele é o mais poderoso exu de todos os tempos;
5. fuma e bebe para satisfazer o vício do seu cavalo, que fica completamente bêbado quando o exu nutella vai embora;
6. pede presentes caríssimos e até valores em dinheiro para proteger quem o procura.

Creio que todos já presenciaram os dois tipos de manifestação. Qual vocês preferem e em qual vocês realmente acreditam?

Douglas Fersan