segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Omolocô



A Origem do Omolocô
Apesar de conhecermos a metade de UM todo, sobre as procedências dos cultos afros; suas Nações ou lugares, ainda é pouco. Aqui apresentamos também mais um tema sobre as Entidades Espirituais, que se denominam Orixás ou Santo Africano, que nada tem a ver com Santo Católico. Nossos antepassados (sacerdotes) chegados da África, usaram de um estratagema, contra os Senhores de Escravos, afim de dar sobrevivência e continuidade à nossa religião, para isso, em cada culto ou nação, seus sacerdotes, dentro de seus rituais, assimilaram por Sincretismo, o Santo Africano ao Santo Católico. Entretanto os segredos religiosos e cabalísticos dos cultos, não podiam ser revelados. Só podiam ser transmitidos oralmente, aos poucos, aos iniciados idôneos que se submetiam às provas do ritual, buscando a sua vocação de conhecimento espiritual e de fé. 

Compreendamos, portanto, a necessidade que temos de empregar parte da etnologia e da geografia, para mostrar os lugares de origem dos cultos ou tribos, e destas, as Entidades (Orixás). Assim temos a antiga Nação Angola. Este Estado era limitado pelo Norte pela África astral inglesa, à leste e ao sul, pela possessão alemã. Naquela época, o Território de Cabinda (Angola), separou-se do Estado Independente do antigo Congo, o qual era dividido em 6 (seis) distritos: Congo (antigo território de Cabinda), Loanda, Benguela, Mossamedes, Lunda-Quiôco e Huile. Este Estado apresentava como cidades principais: São Paulo de Luanda, Cabinda, Ambriz, Novo Redondo, Benguela, Mossamedes e Porto Alexandre. A sua superfície era de 1.300.000 milhões de quilômetros quadrados. Até o ano de 1918, esta antiga nação possuía uma população de 4 milhões e 120 mil habitantes, todos negros da raça bantos. 

O Ritual religioso do Culto Omolocô se origina das tribos Lunda-Quiocôs. Todos os Espíritos evolutivos pretos-velhos que baixam nos terreiros umbandistas, pertenceram às tribos de Lunda-Quiocôs do Culto Omolocô, e seus lugares de origem, como seja: João Benguela, Pai Mossamedes, Pai Alexandre, Maria Redonda, Pai Cabinda, Pai Ambriz, Pai Luanda, etc. Temos também os bantos da África Oriental, de Dar-es-Salam, Quiloa, Bagamoyo, Tanga, Pangani; pertencentes principalmente à costa oriental. Essas tribos são cruzadas com um forte elemento asiático. Elas estão situadas no continente, ao sul da Ilha de Zanzibar, que foi à tempos atrás governada por um sultão árabe. Por esse motivo a Nação Omolocô, amalgamou-se e tornou-se uma Nação Eclética, com um ritual sempre cruzado, com suas raízes: Gêge, Quêto (reino iorubano do Sudeste da República do Benim, na fronteira com a Nigéria - África), Nagô, Angola, Almas (Iorubá), assim como com o Oriente, de origem asiática. Os Terreiros de Omolocô têm sempre uma puxada para o ritual de suas raízes, ou Nação Raiz, porém no fundo, as formas de iniciação, e de trabalhos são sempre seguindo uma mesma diretriz.

         Fonte: Internet
A RAIZ RELIGIOSA AMERÍNDIA
O BATUQUE E O OMOLOCÔ
 
      Foi sobretudo do "Batuque" que se originou o terceiro sincretismo religioso brasileiro, o Indígena-Cristão-Banto-Sudanês, os chamados Candomblés [que aqui vão entrar apenas como "filtro de estrutura" pelos quais passou a religiosidade indígena brasileira], pois, à medida que mais e mais negros de origem Banto, Congo e Angola alforriavam-se e reagrupavam-se na periferia das maiores cidades da época, foi no Batuque que eles mantiveram as partes dos rituais de seus Antepassados que conseguiam por em prática dentro dos limites estreitos da escravidão, criando os primeiros Candombes, que é uma palavra de origem Banto e não Iorubá, significando no Brasil, "lugar de terra batida por pés" e/ou "lugar de danças de negros", e, por extensão, "terreiro" onde praticavam seus cultos religiosos, os quais, sob a forma de cantos e danças - o Batuque - eram permitidos e até incentivados pelas autoridades como forma de atiçar, assim pensavam elas, as velhas rivalidades tribais existentes desde a África. 

      Mas, ao contrário dessa suposição das autoridades, desde os seus primórdios, estesCandombes incorporaram várias etnias dos fiéis dos Catimbós, levando assim para o seu interior o sincretismo religioso indígena-cristão anterior. 

      Entretanto, com a inconteste hegemonia Sudanesa (Ijêxá, Kêtu, Òyó, Ifé e Benin - enfim, Nàgô) que por fim se estabeleceu nos "Candomblés de Nação", com a sua total rejeição da manifestação pública dos seus Baba Egun [Antepassados], excepto se realizadas nos novos Terreiros-li-ese-egun para poder também rejeitar quaisquer outros antepassados de quaisquer etnias, a corrente religiosa indígena-banto-católica, embora aceitando o conceito dos Orixás Sudaneses, reafirmou sua opção anterior pelo culto dos Caboclos cristianizados e dos seus Antepassados africanos, começando a surgir daí o conceito Umbandista dos primeiros "Mensageiros Incorporantes dos Orixás" -- OsCablocos e os Pretos-velhos -- surgindo assim o Omôlocô ou Candomblé de Caboclo

      E, nestes novos cultos, continuaria vivo o sincretismo religioso dos ritos indígenas-cristãos apoiados em todo Panteão Africano OrixásVoduns e Inkicês), e, assim, ao lado de Olorun, pontificam TupãZambi e Deus que é Pai; ao lado de Yemanjá, estãoJanaína, as Iaras e Nossa Senhora; ao lado de Ogum, combatem Cariri e o Boaiadeiro; ao lado de Oxosse, corre o Sultão das Matas; ao lado de Exú, reinam o Caipora e Zé Pelintra; junto aos Baba Egun, estão as Crianças, a Falange do Oriente e os Caboclos TupinambáTupiaraJaúIrerêJuremáPedra PretaPena BrancaCobra Coral,Seô Quatro Olho e muitos outros mais.
        
         Por: Mestre Piron
 A CRENÇA RELIGIOSA DO OMOLOCÔ,
SOBRE A FORMAÇÃO DA TERRA 

Sabemos que a crença religiosa, varia de culto para culto, no entanto temos a nossa e como tal daremos aos nossos irmãos de santo e aos neófitos, e leigos que não professam os cultos Afros, com os malungos, o dever de entenderem e passarem à frente, para que todos tenham o real conhecimento da fé dos filhos do Omolocô.

Antes, permitam que possamos lhes dizer que acreditamos firmemente que, os demais planetas componentes dos vários sistemas, são habitados, porém ignoramos a forma e os caracteres dos seres que neles vivem e por isso, temos a obrigação de explicar como para nós do Omolocô, surgiram os habitantes do planeta terra, ou seja o Planeta Presídio em que vivemos.

Quando da criação deste planeta, houve por bem à ZAMBI, de convocar para uma reunião, em seu palácio, Exu e Pomba-Gira, para que esses Orixás, pudessem contar as boas novas do novo planeta.

Instados a se pronunciarem, Exu e Pomba-Gira não se fizeram de rogados e contaram que era necessário que os espíritos que na terra vagavam sem forma e sem se conhecerem, como simples espirais de fumaça, deveriam espiar seus débitos, materializados, já que , como dissemos acima, não passavam de simples espirais de fumaça sem se conhecerem e sem saber os resultados dos seus castigos.
Inteligentemente, sugeriram Exu e Pomba-Gira, que cada um dos Espíritos da Natureza, isto é, os Orixás, que sabemos são estacionários, tivessem um pouco mais de paciência e fornecessem os elementos químicos e os alimentos para esses espíritos, ficando Exu e Pomba-gira, com a responsabilidade de arrebanharem em outros planetas, espíritos também castigados e trazerem esses espíritos para a terra e se juntarem aos que aqui se encontravam.

Após muita delonga, resolveu ZAMBI, aceitar a sugestão de Exu e Pomba-gira, ficando no entanto cada Orixá presente, com a preocupação da devolução dos elementos químicos e dos alimentos, pois como é entendido por todos nós, donde se tira e não se repõe, esgota-se as reservas, sugerindo então Omulú uma nova reunião para posterior deliberação.

Houve nova reunião e depois de falarem a cerca do plano de Exu e Pomba-Gira, ficou assentado e consentido que isso seria feito, faltando no entanto saberem, como poderiam eles resgatar os elementos químicos e os alimentos. Diante de tão grave preocupação, Olodum (que comanda os Elementais) que à tudo assistia calado, resolveu se pronunciar e o fez de maneira inteligente, dizendo à todos os presentes que não se preocupassem, pois ele devolveria os alimentos e as essências químicas.

Com o pronunciamento de Olodum, ficaram todos calmos e descansados e imediatamente aprovaram a idéia de Exu e Pomba-Gira.

Recebendo então essa incumbência, partiram Exu e Pomba-Gira em busca de novas camadas de espíritos em outros planetas, e em lá chegando, enganaram como lhes é próprio, com promessas de rápidos resgates de débito espiritual e anunciando que a terra era o lugar ideal para todos, um verdadeiro paraíso, e que eles lhes podiam acompanhar, pois não se arrependeriam.

           Iludidos com Exu e Pomba-Gira e acreditando ser a terra realmente um paraíso, embarcaram eles nos dragões voadores de Exu e Pomba-Gira e rumaram imediatamente para a terra.

           Quanta decepção e desilusão, quanta lágrima derramada, pois aqui chegados, deu-se o fenômeno da materialização e puderam eles enxergarem e sentirem já agora, na própria carne, pois receberam as essências químicas e as formas humanas, espetáculos deprimentes como crimes de todas as espécies, e coisas que sinceramente nos enoja, como taras, fobias que se manifestam nos infelizes.

O Orixá TEMPO teve a missão de transportar os bons e os maus e muito ajudou a trazer as camadas inferiores e que até hoje procuram não se amoldarem como também se aperfeiçoarem e isto caros Irmãos, temos conseguido, haja visto que o progresso que ai esta e jamais poderá por alguém ser contestado. Somos por conseguinte, espíritos evolutivos e como tal devemos nos comportar e nos educar para vidas futuras, e voltarmos um dia, quem sabe quando, ao nosso sistema de origem com a graça e a infinita sabedoria de ZAMBI e m toda sua Corte Celeste.

Veremos que a nossa fé tem base sólida, pois o negro nesta leva, agiu justamente no continente , que mais se assemelha, ou seja a África e o branco na Europa, etc...

Para finalizar, Irmãos devemos, cada vez mais nos amoldarmos para estarmos preparados para o regresso e que cremos será triunfal.

Devemos entender que Omulú é o encarregado da vida e da morte material, e Olodum o encarregado de devolver aos espíritos da natureza (os Elementais) os restos mortais da matéria que se transformarão em essências químicas na forma de fogos-fátuos e que todos do Culto Omolocô sabem respeitar, pois esse fenômeno é a ligação e o sinal de Olodum com os demais Orixás, cumprindo ele com respeito o trato feito na reunião da Corte Celestial de ZAMBI.

Por essa razão, ficaram Exu e Pomba-Gira como agentes mágicos Universais e até hoje, intermediários entre os homens e os Orixás.


        Bibliografia:
         Tecnologia Ocultista da Umbanda do Brasil.
        Tancredo da Silva Pinto

Concentração na corrente é fundamental

Não confunda o médium com a entidade

Qual a diferença entre Omolu orixa e Omúlu Exu

Primeiro quando falamos em Omolu a primeira coisa que temos que prestar atenção é exatamente um dos detalhes mais pequenos, a grafia. Omolu quando escrito assim se refere ao orixa também conhecido como Obaluaiê (no Candomblé) ou Xapana (na Nação) o que é um erro comparar com Omúlu, que quando escrito assim se refere à entidade que se apresenta como Exu na linha de Quimbanda.
Bom mas agora que já vimos a diferença gramatical entre as duas distintas entidades vamos conhecer suas histórias:

 Omolu(Obaluaiê, Xapana)

Por causa do feitiço usado por Nanã para engravidar, Omolu nasceu todo deformado. Desgostosa com o aspecto do filho, Nanã abandonou-o na beira da praia, para que o mar o levasse. Um grande caranguejo encontrou o bebê e atacou-o com as pinças, tirando pedaços da sua carne. Quando Omolu estava todo ferido e quase morrendo, Iemanjá saiu do mar e o encontrou. Penalizada, acomodou-o numa gruta e passou a cuidar dele, fazendo curativos com folhas de bananeira e alimentando-o com pipoca sem sal nem gordura até o bebê se recuperar. Então Iemanjá criou-o como se fosse seu filho.
Omolu tinha o rosto muito deformado e a pele cheia de cicatrizes. Por isso, vivia sempre isolado, se escondendo de todos. Certo dia houve uma festa de que todos os Orixás participavam, mas Ogum percebeu que o irmão não tinha vindo dançar. Quando lhe disseram que ele tinha vergonha de seu aspecto, Ogum foi ao mato, colheu palha e fez uma capa com que Omolu se cobriu da cabeça aos pés, tendo então coragem de se aproximar dos outros. Mas ainda não dançava, pois todos tinham nojo de tocá-lo. Apenas Iansã teve coragem; quando dançaram, a ventania levantou a palha e todos viram um rapaz bonito e sadio; e Oxum ficou morrendo de inveja da irmã, que Omolu recompensou dividindo com ela o poder de controlar eguns (espíritos dos mortos).
Quando Omolu ficou rapaz, resolveu correr mundo para ganhar a vida. Partiu vestido com simplicidade e começou a procurar trabalho, mas nada conseguiu. Logo começou a passar fome, mas nem uma esmola lhe deram. Saindo da cidade, embrenhou-se na mata, onde se alimentava de ervas e caça, tendo por companhia um cão e as serpentes da terra. Ficou muito doente. Por fim, quando achava que ia morrer, Olorum curou as feridas que cobriam seu corpo. Agradecido, ele se dedicou à tarefa de viajar pelas aldeias para curar os enfermos e vencer as epidemias que castigaram todos que lhe negaram auxílio e abrigo.
Euá era uma exímia e bela caçadora. Sua beleza não só ofuscava os admiradores, como também cegava, devido ao veneno que ela lançava em quem ousasse lhe encarar ou lhe dar uma simples piscadela de olhos. Um dia ela encontrou Omolu e por ele se apaixonou perdidamente. Casaram-se, porém Omolu era extremamente ciumento e um dia, julgou estar sendo traído e prendeu Euá em um formigueiro, deixando-a entregue à própria sorte. As formigas fizeram um banquete com a carne da rainha da caça e da beleza, e quando Euá ameaçou dar o último suspiro, Omolu apareceu e a levou para casa. Euá ficou deformada pelas picadas das formigas e seu rosto ficou feio e disforme, tomado pelas cicatrizes. Omolu a cobriu de palha-da-costa, de coloração vermelha, para que ninguém visse sua feiura nem o repreendesse pelo castigo dado à esposa por uma simples suspeita.
Exu Omúlu(Senhor Omúlu)
No culto nagô é chamado de Omúlu.
Senhor Supremo dos cemitérios incumbido de zelar pelos mortos ali enterrados.
Apresentando-se nos terreiros coberto por um lençol ou toalha branca, tendo que ser levantado por médium de muita firmeza.
Comandando uma das mais poderosas Linhas da Quimbanda, a Linha das Almas.
Senhor de um grande poder comparado apenas ao Maioral, “Seo Lúcifer”,
Quando solicitado trabalha para minimizar o sofrimento dos filhos, recebendo obrigações presentes e solicitações no cruzeiro do cemitério, possuindo dois grandes colaboradores, Exu Caveira e Exu da Meia-Noite.