``A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus.´´
Comentário: A concepção ocorre quando o espermatozoide fertiliza o óvulo materno e o zigoto se fixa na parede uterina da mulher, iniciando a partir daí a absorção dos nutrientes de forma indireta com o concurso da mãe, sob a diretriz do Perispírito, que na hora da concepção se enraíza no óvulo materno, comandando todo o processo de crescimento e nascimento da criança.
345. É definitiva a união do Espírito com o corpo desde o momento da concepção? Durante esta primeira fase, poderia o Espírito renunciar a habitar o corpo que lhe está destinado?
``É definitiva a união, no sentido de que outro Espírito não poderia substituir o que está designado para aquele corpo. Mas como os laços que ao corpo o prendem são ainda muito fracos, facilmente se rompem e podem romper-se por vontade do Espírito, se este recua diante da prova que escolheu. Em tal caso, porém, a criança não vinga.´´
Comentário: A união do espírito com o corpo físico é sempre definitiva, e só rompe com o fenômeno morte, que pode ocorrer logo após a concepção até o momento do nascimento e são chamados ``natimortos´´, ou seja, morrem no vente da mãe, antes do nascimento. Nesses casos não há renúncia, mas desencarne normal como qualquer outro, e nunca ocorre por acaso, e sim para satisfazer desígnios divinos que ainda não conseguimos compreender.
346. Que faz o Espírito, se o corpo que ele escolheu morre antes de se verificar o nascimento?
``Escolhe outro.´´
Comentário: Ao se desligar de um corpo físico em fase de gestação, o espírito passa por um período de perturbação, e logo a seguir estrá apto para tentar novamente mais uma incursão no campo da carne, muitas vezes no mesmo vaso materno onde sucumbiu, e se não houve culpa das pessoas no desenlace passado, ele mergulha tranquilamente no claustro feminino, mas quando há responsabilidade, principalmente em casos de aborto, então sofre penosamente pela nova experiência.
347. Que utilidade encontrará um Espírito na sua encarnação em um corpo que morre poucos dias depois de nascido?
``O ser não tem então consciência plena da sua existência. Assim, a importância da morte é quase nenhuma. Conforme já dissemos, o que há nesses casos de morte prematura é uma prova para os pais.´´
Comentário: De um modo geral são complementações de experiências que se realizam no campo da carne, mas servem também para reestruturar os tecidos eletromagnéticos do Perispírito, ou para servir de provas para os pais e a parentela familiar, que sofrem com essas mortes prematuras e chegam muitas vezes a reflexões salutares a respeito da vida e da morte.
Do livro: Estudando o Livro dos Espíritos