sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Por que pedimos silencio no terreiro?




Por que pedimos silêncio no terreiro?

Atente para o que você fala. Boas palavras são as que edificam, elevam e agradam. Más 
palavras são as que destroem, rebaixam e machucam. O que sai da boca é força criadora.
Provindos de Deus, os orixás são os grandes criadores, e se expressam pelo som. A palavra é, portanto, um dos meios de manifestação do Divino na Terra, e quando proferida passa a produzir efeitos; não há como fazê-la retornar. Por isso, ao adentrar um terreiro de umbanda, pense  antes de falar.
Pense novamente e evite excessos, pois muito antes de sua chegada os falangeiros dos orixás já estão organizando, em nível astral, todo o aparato necessário para providenciar o socorro e a cura dos espíritos doentes e sofredores. Os meios  necessários para a defesa desse "hospital de almas" são ativados com a finalidade de conter os ataques trevosos que a casa irá receber antes, durante e depois da sessão. Portanto, não seja o porta-voz das sombras, trazendo desarmonia para o ambiente. Facilite o trabalho, não julgando nada, não emitindo opinião, ou melhor, adotando uma postura de imparcialidade diante do momento existencial e da dor de cada um.
Como você não sabe de seu passado, então deve vigiar os seus pensamentos e as suas palavras. Deve regrar-se pela verdade e pela sensatez; regular o tom de voz, falando mais baixo, e ser delicado com as pessoas.
Médium trabalhador, é seu dever transmitir paz, certeza, carinho e alegria aos que chegam. 
Tudo o que você fala precisa ser digno de ser ouvido por nós do "lado de cá", singelos obreiros dos 
orixás.
Lembre-se sempre disso e fale aos outros como se estivesse falando direto a Deus ao pisar num terreiro de umbanda.

Retirado do Livro - Umbanda Pé no Chão - Norberto Peixoto - Ramatiz

Como Servir



Como Servir
(mensagem mediúnica)
Lastimará por vezes o companheiro as obrigações que assumiu no campo espiritual. Se sentirá que o trabalho com Jesus após o longo dia de serviço a César, o Jantar adiado, a festa de que não participa, o lazer reduzido, a distração de que se priva, são sacrifícios bem pesados.

Já ponderou, entretanto, que o verdadeiro serviço com o Mestre deve ser sublinhado por alegre espontaneidade? Que a tristeza envenenará os fluidos que transmita no passe, tirará a convicção da palavra que a pregue, desapontará o necessidade que o busque? Que pesar e medir sacrifícios, contar minutos e horas de atividade na Seara é anular todo o mérito?

Não diríamos a quem serve com tristeza que deixe de servir, mas sim que busque a alegria do serviço.
Se alguém permitiu que a rotina lhe invadisse a tarefa, busque renovar-se através da prece, da meditação, da leitura, da palestra.

Não permaneça na atitude interesseira de quem só quer acumular horas de serviço para melhorar a própria ficha espiritual, pois trabalho sem amor, consta como hora negativa que terá que ser reposta. Não julgue diminuir seus débitos pelo comparecimento a certas reuniões, pois só o Senhor sabe de nossos méritos e deméritos, só Ele vê claramente nossa posição ante a Lei.

Perguntarão: não há bônus hora, não há diminuição de débitos através da colaboração espiritual? sim, respondemos, porém sob a égide do amor.

Misericórdia quero, e não sacrifício, disse Jesus. Aquele que se sente sacrificado por servir só experimenta misericórdia por si mesmo; é, pois, egoísta.

Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber, consta nos Atos. Se damos lastimando-nos somos desventurados.

O amor cobre a multidão dos pecados, escreveu Pedro. E Paulo declara: a caridade (ou o amor) é sofredora, é benigna, não busca os seus interesses. Eis o verdadeiro amor, a legítima caridade, que resgata débitos, suaviza carmas e eleva o Espírito.

Se busca alguém esse resgate, essa suavização e erguimento, ame. E como fará para amar? Ensaiando seu coração para que vibre por todos como vibra para seus entes mais caros. É difícil? Sim, mas se fosse impossível Jesus não nos diria: amai-vos uns aos outros como eu vos amei!
Simão.

Ascensão e Queda de um Médium



ASCENSÃO E QUEDA DE UM MÉDIUM


Texto proferido por Pai Ronaldo Linares em 1969 no programa “Umbanda em Marcha” na extinta Rádio Cacique de São Caetano do Sul, este texto também faz parte da apostila do, 25 Barco de Babalaô  “Curso de Sacerdócio”, da Federação Umbandista do Grande ABC. Publicado no Jornal de Umbanda Sagrada em Setembro de 2006.


Dizem que os fatos na história estão sempre se repetindo. Também na Umbanda observamos fatos, como a história do “Pai X”, que segundo contam, em sua juventude era dotado de privilegiada inspiração cósmica  Apesar de pouca instrução, possuía grande imaginação; falava como filósofo, podendo até prever acontecimentos futuros. Tinha grande respeito às religiões e bastante inclinação para estudos místicos e religiosos.


Filiou-se, posteriormente, a al­gumas escolas e freqüentou várias re­ligiões. Cursou algumas escolas de origem oriental, onde adquiriu algu­mas noções de misticismo. Ingressou no espiritis
mo e, por algum tempo, estudou com entusiasmo as ins­tru­ções kardecistas. Mais tarde, in­gres­sou na Umbanda, onde dizia ter se encontrado, pela ritualística, pela ma­gia e encan­tamento. Revelou-se bom médium, realizando inclusive, curas com sucesso.


Mais tarde, com a graduação de Ba­ba­lorixá, ou Sacerdote de Um­ban­da, abriu um Templo e teve seus pró­prios discípulos. Ensinou de início algo que admitia, não era dele. Tornou-se conhecido e, passou a gostar da notoriedade e popularidade. Poste­riormente passou a declarar que os ensinamentos eram seus, assim como todas as coisas que estava fazendo e dizendo. Pensava com exclusi­vismo, considerava-se autônomo e único orientador espiritual capacita­do, esquecendo-se das Leis, que exprimem o pensamento de Deus, dos Orixás.


Violou a Lei do Amor Fra­ter­no, inver­ten­do a direção da verda­deira Lei da Espiritualidade na ilusão de crescer e subir. Muitos manuscritos de natureza altamente espiritual afir­mam que não há pecado maior na ma­téria, do que a vaidade, filha dileta do egoísmo.


Com esta atitude, Pai X foi decaindo, também na saúde um exemplo típico que foi rejeitado pelo cósmico, em virtude da violação das Leis do Universo. Na ilusão de crescer e subir, ficou aprisionado em seu próprio desespero. Tornou-se uma vítima de suas obsessões e desencarnou após anos de terrível sofrimento íntimo.


A vaidade, a tentação de procurar poder e a ânsia pela popularidade em ver-se chamado de mestre supremo, o levou à queda espiritual, material e física.


POIS QUEM SE FAZ DEUS, POR DEUS SERÁ PUNIDO.


Será que o que aconteceu com o Pai X vem acontecendo em nossos dias?


É necessário que se encare a doutrina como algo muito sério, principalmente o médium deve conscientizar de que é apenas um instrumento para servir as Leis do Universo e espirituais.


Do livro: Iniciação à Umbanda, volume 2 – Pai Ronaldo Antônio Linares

Belezas de Oxum




Belezas de Oxum
por Fernando Sepe

No meio da oração ela surgiu radiante e esplendorosa. Suas roupas douradas  lembravam-me o nascer do  Astro Rei. Sim, a Mamãezinha do Amor passou por aqui e me convidou a dançar junto dela. 
Em sua dança cadenciada, o ritmo e o axé do belo fluir dos rios. Em seu canto, a beleza que não se  entende, mas se sente, aos pés de uma cachoeira. E então, meu coração expandiu-se na vibração dessa  Mãe e a rosa da compaixão desabrochou. 
Compaixão pelo mundo. Os homens e mulheres não sabem, mas Oxum canta e dança o tempo todo, e é  por isso que a vida é tão cheia de encantos. Ela é a senhora da beleza e da formosura, do carinho e do  alento, da felicidade íntima. Ah, se a humanidade visse, mesmo que uma única vez, as belezas de Oxum, tudo mudaria. Pois as ondas de amor que brotam dessa Mãe tudo podem mudar...
Menina doce, que anima os brilhos dos  olhos das crianças. Chama dourada, que infla o amor entre os casais. Mãezinha boa, que chora as dores de seus filhos e por eles enche de rosas os caminhos...
Em seu corpo, vejo o bálsamo para as dores do mundo. Em seus olhos, a esperança do nascer de um novo dia. Em seu abebê, o símbolo de seu poder. Em suas joias e brincos, toda beleza do Universo. Em seu  coração, o amor que dissolve os mais pesados climas de ódio e vingança. Em sua boca, o canto da paz espiritual de Oxalá. 
Aspecto amoroso da Mãe Divina, aspecto que concebe. Útero gestador do cosmos, eterna dança criadora. 
Encontro entre o macho-fêmea que procria. 
Mãezinha Cinda, que flui nas águas doces do planeta. Mãezinha do ouro espiritual. Senhora dos tesouros imperecíveis do espírito. Menina do pingo d’água que refresca a alma. Belezas de Oxum...
Ah, tantas  são suas qualidades e mistérios  que meus olhos não podem a tudo contemplar. Assim como a  linha do horizonte, e a imensidão do firmamento, Tu És infinita em Si. Quantos mundos residem em Teu  ventre, Mãe? Quantas vidas a testemunhar-se dos seus olhos? Quantas estrelas ainda brotarão de Teus pelos lábios? 
Cada palavra de Olorum faz surgir um Orixá. E foi em um canto misericordioso e bondoso que o Pai-Mãe da Criação manifestou-Te. Desse dia, pouco se  sabe, mas o coração do poeta sente, que então o primeiro sorriso foi dado e as belas palavras de amor surgiram. 
A poesia estava inventada e a música finalmente seria tocada. Juras de carinho eterno cobririam o mundo, e a singela voz de um colibri a todos  encantaria.  Pois é Ela, Oxum, quem inspira a linguagem do coração. E apenas por Ela, tudo isso pode existir...
Aye yê, eram as palavras que os antigos yorubanos utilizavam para saudar-Te. Foram as pretas-velhas quem preservaram e trouxeram a tradição. Foram as Caboclas que levaram sua presença a todos os Templos. 
Foram as  Pombas-giras  que nos ensinaram seus mistérios. E foi na linha das crianças  que a mais bela de suas flores desabrochou.
Ah, Mamãe do manto dourado. Cobre de bênçãos esse planeta. Nem todos ainda Te conhecem, mas Tu, ó bela Cinda, resides  em todos.  Nem todos Te amam, mas Tu, Ó Oxum, a todos ama. Nem todos Te restam culto, mas Tu, Ó Apará, protege todos que têm coração puro. E é por isso que os animais te amam,  e as flores e árvores prestam-te culto no silêncio. Nem todos podem escutar teu canto, ó Mãe, mas o planeta escuta e por ele continua a viver. 
Cinda, Oxum, Menina ou Mamãe... Nascida das juras de amor que Olorum fez à Criação. Por favor, nunca  deixe de encantar e cobrir essa Terra de Orixá com a sagrada benção de suas belezas...
Ayeyê, Mamãe...
Ayeyê, Oxum!

Fernando Sepe, dedicado à querida preta-velha do meu coração  -  “Dita de Aruanda” e a minha mãe de 
santo – Aleida Barros, por me ensinarem as belezas de Oxum e da Umbanda.

Obs.:  Oxum é a divindade do Amor dentro da Umbanda. Seu nome é o mesmo de um Rio Sagrado para os povos nagôs que corre na região do Ijexá. Na África, seu culto estava mais ligado aos rios. No Brasil e  na Umbanda, seus fiéis gostam de cultuá-la na cachoeira. Por isso ela é chamada de a Mãe das Águas Doces. 
É um Orixá associado aos minerais e ao ouro. O Arquétipo que sustenta sua imagem é a da menina doce, bela e singela. Está associada também à concepção de qualquer forma de vida.
Em outras culturas pode ser encontrada como a Afrodite dos Gregos, Vênus dos Romanos, Lakshmi e  Ganga dos hindus, Ísis dos Egípcios, Freyja dos nórdicos, Iara na tradição indígena brasileira,  Kwan Yin  para os chineses.
Pai Benedito de Aruanda através de seu médium, Rubens Saraceni, nos ensinou que Oxum é regente da  segunda linha de Umbanda, junto de pai Oxumaré. Aspecto feminino da manifestação do amor de Olorum  (Deus). 
Seus falangeiros que se manifestam nos terreiros são amorosos e bondosos. Rege infinitas linhas de  caboclos e caboclas,  pretos e pretas-velhas, exus e  pombas-giras. Podemos reconhecê-los por seus nomes simbólicos que vibram e encontram fundamento na egrégora/vibração/mistério de mamãe Oxum. Toda linha das crianças é também fundamentada na vibração de Oxum e pai Oxumaré. 
Suas cores são o rosa, o amarelo e o azul-claro. Sua pedra o quartzo rosa. Seu sincretismo cristão-católico  acontece com Nossa Senhora da Conceição e/ou Nossa Senhora Aparecida. 
“Cinda” é um epíteto de Oxum, identificando-a com sua qualidade de mãe das águas doces, é um nome  que faz referência a sua fluidez. “Apará” é uma manifestação guerreira e protetora de Oxum. Dentro da  umbanda dizemos que Oxum Apará é uma Oxum que vibra na Linha da Lei, uma Oxum da Lei. 
Dia de 12 de outubro é o dia consagrado a  Oxum, devido ao seu sincretismo com Nossa Senhora Aparecida. Aqui fica uma singela homenagem a essa querida mãe. 
E a todos  os  irmãos que irão fazer suas oferendas na cachoeira, lembrem-se da responsabilidade ecológica que todos devemos ter em um ponto de força como esse. E principalmente, lembre-se que antes da cachoeira natural, Oxum ESTÁ na cachoeira de luz que existe em nossos corações quando o amor e a compaixão surgem. Pensem bem nisso!

A Crônica do Doutrinador



A Crônica do Doutrinador
Por Fernando Sepe
Em um centro espírita  tranquilo  do interior da cidade de São Paulo, o nosso amigo doutrinador fazia aquilo que melhor sabe fazer: Pregar...
- Irmãos da seara bendita de Jesus, todos nós somos servos, ovelhas do grande pastor que é Nosso Senhor Jesus Cristo.Sigamos suas diretrizes do amor, da bondade e principalmente do perdão. Perdoemos aqueles que nos ofendem, perdoemos a todos, pois disso depende nosso crescimento espiritual. - dizia em tom emocionado nosso amigo...
-  Lembrem-se do exemplo daquele que se fez simples, para dessa forma ser o maior. Cuidado com a vaidade, pois ela é um verdadeiro caminho para os abismos escuros e trevosos da consciência. Simplicidade irmãos! Façam-se pequenos para amanhã serem grandes em espírito.  (...) Portanto,  não olvideis os ataques baixos dos espíritos que caminham nas trevas. REFORMA ÍNTIMA, essa é a chave para nossa evolução espiritual.
Somos todos pecadores perante a grandeza do Cristo. Mas, é do nosso  calvário de lágrimas e trabalho  que amanhã ascenderemos ao céu. Muito obrigado, façamos nossa oração final...
Bem, e o nosso querido amigo doutrinador “mandou ver” na oração...
Voltando para sua casa,  encontrou um jovem negro andando pela rua. Fechou os vidros do carro. "Com esse tipo de gente, é melhor não vacilar", pensou fazendo uma careta.
Entrou em seu condomínio sem ao menos cumprimentar o porteiro, que por já o conhecer bem foi logo o chamando  de senhor e entregando as correspondências do dia, afinal, aquele nosso doutrinador  era o síndico do prédio. Não muito querido, diga-se de passagem, mas muito bom na arte da persuasão...
Chegando em casa, logo foi se irritando, pois sua filha veio novamente com o assunto de viajar com o namorado, coisa que ele não admitia. E seu filho que gostaria de seguir a profissão de ator de teatro. Imagine seu filho no meio desses vagabundos! "Devo ser um missionário com a responsabilidade de auxiliar a todos dessa casa", pensava constantemente nosso amigo.
Pouco carinho dedicou a mulher, afinal, ela já não era mais "aquelas coisas". Foi para o quarto pensando o quão difícil era sua missão na Terra. Rezou um Pai Nosso decorado e a Prece de Cáritas só pela metade, pois ficou com uma "preguicinha"...
Tirou o terno apertado que usava para dar um "ar de respeito" na reunião. Desligou também o Bach que tocava no toca CDs. "Isso é  coisa que se toque em casa? Isso só toca nas colônias espirituais dos romances kardecistas, onde a música clássica ainda faz sucesso. Porcaria"...
Ligou a TV, ficou vendo um desses programas de auditório,  onde mais um grupo de funk mostrava e "rebolava sua arte". Até que essa loira é "gostosinha"...
E assim o amigo doutrinador dormiu. Sonhou com Jesus, mas ele não era só amor como podia se esperar.
Estava de chicote na mão e usava uma capa preta...
"Acho que ele quer que eu pegue mais pesado nas doutrinações! Amanhã vou falar sobre aqueles que vão às reuniões, mas em seu dia a dia nada praticam"!
E voltou a dormir tranquilamente...
PS:  Aqui é Jesus quem está vestido de preto, mas todos os dias, Krishna, Buda, Maomé e muitos outros avatares, assim como as divindades, se vestem de preto!
Ah esses pregadores...

Cirurgias Espirituais

 

Entenda como são feitos tratamentos e cirurgias espirituais

Quando adoecemos, procuramos tratamento imediato para os males do corpo. Segundo a doutrina espírita, também é possível buscar a cura por meio de tratamentos espirituais, que lidam com as enfermidades que afetam o nosso períspirito.

O tratamento espiritual é realizado na alma ou períspirito, como chamam os seguidores da doutrina espírita, "onde ficam nossas dívidas pretéritas e onde tentamos apagar essas manchas", explicou o médium. Não há cortes, dores ou cicatrizes, embora possam aparecer cicatrizes internas em exames de raio-X, por exemplo, e todas as doenças podem ser tratadas espiritualmente, uma vez que "foram criadas por nós mesmos e não por Deus".

Não é preciso seguir a crença espírita para se submeter a um tratamento espiritual, todavia, é preciso ter fé e a vontade de se curar. "Não há um tempo determinado de tratamento. Às vezes a cura vem rapidamente ou demora anos, mas todos recebem a cura".

Durante a cirurgia espiritual o paciente fica consciente e conversa com o espírito incorporado no médium.

Existem alguns preparos pré-tratamento como a purificação dos pensamentos e hábitos, por isso, pede-se que o paciente não beba, fuma ou coma carne sete dias antes e depois da cirurgia. "Quando a pessoa come carne, ela está se alimentando de outras energias que pesam muito no ectoplasma e que dificulta a espiritualidade protetora de realizar seu trabalho". Alguns banhos também podem ser solicitados.

Os tratamentos e cirurgias espirituais não são cobrados e os médiuns costumam solicitar aos pacientes que não entreguem dinheiro a nenhum dos voluntários. Os médiuns e voluntários não realizam diagnósticos de doenças e destacam que os tratamentos e cirurgias na alma não dispensam o acompanhamento médico.

Textos retirados da internet: site www.terra.com.br

Frente a inveja


Frente à inveja!

O que é a inveja? Inveja é um sentimento que leva a criatura a desejar aquilo que o seu irmão possui de bom e que, no seu conceito, é bom para você também.
Será a inveja um sentimento que nos leva a verdadeiros infortúnios? Sim, a inveja acarreta desequilíbrios. Toda criatura sabe quando a inveja penetra seu íntimo e, se não houver uma reação contrária, funcionando como antídoto, esse sentimento tomará proporções imensuráveis.
Invejamos a alta posição ocupada por alguém que pediu para lá estar, objetivando o acerto de contas diante das Leis de Deus.
Será que invejaríamos as dores que, por ventura, estarão se processando no seu coração, a título de resgate?
Invejamos a beleza física que se desgasta num amanhecer; invejaríamos igualmente o futuro que aguarda esse irmão que, caso não faça bom uso dessa beleza, viria a sofrer o assédio de Espíritos ainda ignorantes, colocando em prova a sua resistência?
Invejamos um lar feliz, cônjuges que se amam profundamente; invejaríamos sentir em nossa carne as dores e sofrimentos passados em existências anteriores para que pudessem ser merecedores da felicidade na presente encarnação?
Quando a inveja desponta em teu coração, ora para que esse sentimento paralisador de energias salutares se transforme em amor por ti mesmo.
Invejas o lar de teu vizinho? Agradece a Deus pelo teu ninho humilde.
Invejas a profissão de teu companheiro? Agradece a Deus pela que tens em mãos: é a que pediste a Deus para que possas ser útil nesta encarnação.
Invejas a alegria dos que te cercam? Trabalha em teu íntimo, afastando os maus pensamentos, para que estes não te sejam causa de desânimo.
Invejas aquele que cuida das crianças? Eleva teu pensamento, purificando-o.
Invejas a serenidade daquele que pratica o bem? Abre o teu coração para o próximo, auxiliando ao que se desajuda, dando de comer a quem tem fome, dando de beber a quem tem sede e vestindo os nus.
Somente assim, poderás extirpar a inveja do teu coração, transformando-a em amor.
Se ainda somos criaturas sujeitas a sentimentos não edificantes, a ajuda de Jesus e o firme desejo de crescer intimamente farão com que a renovação espiritual faça segura na conquista de nós mesmos.
 

JUREMA

 
 
Jurema – A Recriação Contemporânea de um Mito
por Marcelo Bolshaw Gomes
Dentre os estudos da antropologia brasileira, a Jurema ocupa um lugar singular. O próprio termo 
comporta denotações múltiplas, que são associadas em um simbolismo complexo. Além do sentido botânico, a palavra Jurema designa ainda pelos menos três outros significados:
1. Preparado líquido à base de elementos do vegetal, de uso medicinal ou místico, externo e interno, como a bebida sagrada, “vinho da Jurema”; 
2. Cerimônia mágico-religiosa, liderada por pajés, xamãs, curandeiros, rezadeiras, pais de santo, mestras ou mestres juremeiros que preparam e bebem este “vinho” e/ou dão a beber a iniciados ou a clientes; 
3. Jurema sendo igualmente uma entidade espiritual, uma “cabocla”, ou divindade evocada tanto por indígenas, como remanescentes, herdeiros diretos em cerimônias do Catimbó, de cultos afr o-brasileiros e mais recentemente na Umbanda. 
Numa primeira fase da colonização, a resistência  dos povos indígenas no Nordeste  não permitiu que a Jurema, enquanto árvore sagrada, fosse conhecida  em seus usos e significados, não sendo assim documentada pelos colonizadores e estrangeiros.  Numa segunda fase histórica,  a Jurema representa um elemento ritual ligado à própria resistência armada dos povos indígenas ou à guerra empreendida contra inimigos , inclusive em suas alianças. Ainda nesta fase na qual a Jurema começa a ser documentada, seu   significado ainda não é entendido, mas seu uso já é motivo de repressão, prisão e morte de índios. Na medida em que avança o rolo compressor da colonização,  a Jurema assume um lugar central na religiosidade popular, não  só indígena regional –  Toré/Catimbó. Diante do componente negro,  a Jurema garante seu reconhecimento, como entidade (espírito, divindade, cabocla) autóctone, “dona da terra”.
Nas últimas décadas é no contexto da Umbanda, religião nascente e em pleno processo de sistematização e de expansão nacional, que a Jurema é integrada na cosmologia sagrada, no panteão da religião nacional. 
Constatamos as “Linhas da Jurema”, dentre as linhagens e filiações religiosas da Umbanda. 
Não é difícil entender porque a Jurema seria sagrada para os índios nordestinos antes da chegada dos brancos. Segundo Andrade, “enraizamento  linguístico  do termo Yu’rema na língua tupi é um forte indício de que o uso primordial, inclusive cerimonial do vinho da Jurema, além de ser herança da cultura indígena, regional, certamente já existia antes da presença dos colonizadores”. 
Além de seu caráter alucinógeno  e do seu comprovado uso nas guerras e ritos de passagem, a Jurema, enquanto planta, desempenha um papel central no ecossistema semiárido das caatingas nordestinas. 
Não é difícil entender porque a planta deveria ser considerada sagrada para as tribos do sertão, antes da chegada dos colonizadores. Mas, o fato é que a sacralidade da jurema foi uma identidade étnica historicamente construída  em  segredo durante a colonização por tribos litorâneas que não tinham a mesma tradição. Andrade argumenta que, durante o início da colonização, o uso da Jurema foi tolerado e aceito pelos portugueses católicos quando era canalizado para lógica de guerra contra invasores franceses e holandeses, enquanto seu uso religioso era condenado como feitiçaria. Há vários registros históricos (século XVI e XVII) sobre a eficácia militar dos guerreiros-juremeiros. Esta dupla permissão/condenação favoreceu uma expansão secreta e silenciosa da Jurema, levando o uso da bebida a ser conhecido pelas tribos amazônicas do Maranhão. 
Aqui fazemos um comentário:
Sendo assim “Jurema” é muito mais que “Cabocla Jurema”. É uma verdadeira Nação do astral ligada ao Catimbó como religião dos “Mestres da Jurema”, tendo origem no “Toré  indígena” que resume toda uma força vegetal. Dentro da Umbanda, o nome da árvore também representa a essência de cura com as ervas, bem como sua manipulação, e o nome da entidade “Cabocla Jurema”, que dispensa comentários.

A Tristeza dos Orixás




A Tristeza dos Orixás
Por Fernando Sepe
Foi não há muito tempo atrás  que essa estória aconteceu. Contada aqui de uma forma romanceada, mas
que traz em sua essência uma verdadeira mensagem para os umbandistas... 
Ela começa em uma noite escura e assustadora, daquelas de arrepiar os  pelos  do corpo. Realmente o Sol 
tinha se escondido nesse dia, e a Lua, tímida, teimava em não iluminar com seus encantadores raios, brilhosos como fios de prata, a morada dos Orixás.
Nessa estranha noite, Ogum, o Orixá das “guerras”, saiu do alto ponto onde guarda todos os caminhos e dirigiu-se ao mar. Lá chegando, as sereias começaram  a cantar e os seres aquáticos agitaram-se. Todos adoravam Ogum, ele era tão forte e corajoso.
Iemanjá que tem nele um filho querido  logo abriu um sorriso, aqueles de mãe “coruja” quando revê um filho que há tempos partiu de sua casa, mas nunca de sua eterna morada dentro do coração:
-  Ah Ogum, que saudade, já faz tanto tempo! Você podia vir visitar mais vezes sua mãe, não é mesmo?  -ralhou Iemanjá, com aquele tom típico de contrariedade. 
- Desculpe, sabe, ando meio ocupado - Respondeu um triste Ogum.
- Mas, o que aconteceu? Sinto que estás triste.
- É, vim até aqui para “desabafar” com você “mãezinha”. Estou cansado! Estou cansado de muitas coisas que os encarnados fazem em meu nome. Estou cansado com o que eles fazem com a “espada da Lei” que julgam carregar. Estou cansado de tanta demanda. Estou muito mais cansado das “supostas” demandas, que apenas existem dentro do íntimo de cada um deles... Estou cansado...
Ogum retirou seu elmo, e por detrás de seu bonito capacete  um rosto belo de traços fortes pôde ser visto. Ele chorava. Chorava uma dor que carregava há tempos. Chorava por ser tão mal compreendido pelos filhos de Umbanda.
Chorava por ninguém entender, que se ele era daquele jeito, protetor e austero, era porque em seu peito a chama da compaixão brilhava. E, se existe um Orixá leal, fiel e companheiro, esse Orixá é  Ogum. Ele daria a própria Vida  por cada pessoa da humanidade, não apenas pelos filhos de fé. Não! Ogum amava a humanidade, amava a Vida. 
Mas infelizmente suas atribuições não eram realmente entendidas. As  pessoas não viam em sua espada  a
força que corta as trevas do ego, e logo a transformavam em um instrumento de guerra. Não viam  nele a potência e a força de vencer os abismos profundos, que criam verdadeiros vales de trevas na alma  de todos.
Não viam em sua lança a direção que aponta para o autoconhecimento, para iluminação interna e eterna.
Não! Infelizmente ele era entendido como o “Orixá da Guerra”, um homem impiedoso que  se utiliza  de sua espada para resolver qualquer situação. E logo, inspirados por isso, lá iam os filhos de fé  esquecer os trabalhos de assistência a espíritos sofredores, a almas perdidas entre mundos, aos trabalhos de cura,  esqueciam-se do  amor e da compaixão, sentimentos básicos em qualquer trabalho espiritual, para apenas realizarem “quebras e cortes” de demandas, muitas das quais nem mesmo existem, ou quando existem, muitas vezes são apenas reflexos do próprio estado de espírito de cada um. E mais, normalmente, tudo isso  se torna uma guerra de vaidade, um show “pirotécnico” de forças ocultas. Muita “espada”, muito “tridente”, muitas “armas”, pouco coração, pensamento elevado e crescimento espiritual.
Isso magoava Ogum. Como magoava.
- Ah, filhos de Umbanda, por que vocês esquecem que Umbanda é pura e simplesmente amor e caridade? 
A minha espada sempre protege o justo, o correto, aquele que trabalha pela luz, fiando seu coração em  Olorum. Por que esquecem que a Espada da Lei só pode ser manuseada pela mão direita do amor,  insistindo em empunhá-la com a mão esquerda da soberba, do poder transitório, da ira, da ilusão, transformando-a  em apenas mais uma espada semeadora de tormentos e destruição... 
Então, Ogum começou a retirar sua armadura, que representava a proteção e firmeza no caminho espiritual  que esse Orixá traz para  nossa vida. E totalmente nu ficou frente à Iemanjá. Cravou sua espada no solo. Não queria mais lutar, não daquele jeito. Estava cansado... 
Logo um estrondo foi ouvido e o querido, mas também temido,  Tatá Omulu apareceu. E por incrível que pareça o mesmo aconteceu. Ele não  aguentava  mais ser visto como uma divindade da peste e da magia negativa. Não entendia, como ele, o guardião da Vida, podia ser invocado para atentar contra Ela.  Magoava-se por sua alfanje da morte, que é o princípio que a tudo destrói, para que então a mudança e a renovação aconteçam, ser tão temida e mal compreendida pelos homens. 
Ele também deixou sua alfanje aos pés de Iemanjá, e retirou seu manto escuro como a noite. Logo se via o mais lindo dos Orixás, aquele que usa uma cobertura para não cegar os seus filhos com a imensa luz de amor e paz que irradia de todo seu ser. A luz que cura, a luz que pacifica, aquela que recolhe todas as almas que  se perderam na senda do Criador. Infelizmente os filhos de fé esquecem-se disso...
Mas o mais  incrível estava por acontecer. Uma tempestade começou a desabar aumentando ainda mais o  aspecto incrível e tenebroso daquela estranha noite. E todos os outros Orixás começaram a aparecer, para logo começarem também a despir suas vestimentas sagradas, além  de deixarem ao pé de Iemanjá suas armas e ferramentas simbólicas. 
Faziam isso em respeito a Ogum e Omulu, dois Orixás muito mal compreendidos pelos umbandistas. 
Faziam isso por si próprios. Iansã queria que as pessoas entendessem que seus ventos sagrados são o sopro  de Olorum, que espalha as sementes de luz do seu amor.  Oxóssi  queria ser reverenciado como aquele que,  com flechas douradas de conhecimento, rasga as trevas da ignorância. Egunitá apagou seu fogo encantador, afinal, ninguém se lembrava da  chama que intensifica a fé e a espiritualidade. Apenas daquele que devora e destrói, os vícios dos outros, é claro. 
Um a um, todos foram despindo-se e pensando no quanto os filhos de Umbanda compreendiam  erroneamente os Orixás. 
Iemanjá, totalmente surpresa  e sem reação, não sabia o que fazer. Foi quando uma irônica gargalhada  cortou o ambiente. Era Exu. O controvertido Orixá das encruzilhadas, o mensageiro, o guardião, também  chegava para a reunião, acompanhado de Pomba-gira, sua companheira eterna de jornada. 
Mas os dois estavam muito diferentes de como normalmente apresentam-se. Andavam curvados, como que segurando um grande peso nas costas.  Tinham na face  a expressão do cansaço.  Mas, mesmo assim, gargalhavam muito. Eles nunca perdiam o senso de humor!
E os dois também repetiram aquilo que todos os Orixás foram fazer na casa de Iemanjá. Despiram-se de tudo. Exu e  Pomba-gira, sem dúvida, eram os que mais razões tinham de ali estarem. Inúmeros eram os absurdos cometidos por encarnados em nome deles. Sem contar o preconceito, que o próprio umbandista ajudou a criar, dentro da sociedade, associando-o à figura do Diabo:
-  Hahaha, lamentável essa situação, hahaha, lamentável!  -  Exu chorava, mas Exu continuava a sorrir.   Essa era a natureza desse querido Orixá. 
Iemanjá estava desesperada! Estavam todos lá, pedindo a ela um conforto. Mas nem mesmo a encantadora Rainha do Mar sabia o que fazer:
Espere!  -  pensou Iemanjá!  -  Oxalá, Oxalá não está aqui! Ele com certeza saberá como resolver essa situação.
E logo Iemanjá colocou-se em oração, pedindo a presença daquele que é o Rei entre os Orixás. Oxalá apresentou-se na frente de todos. Trazia seu opaxorô, o cajado que sustenta o mundo. Cravou ele na Terra, ao lado da espada de Ogum. Também  se despiu  de sua roupa sagrada, pra igualar-se a todos, e sua voz ecoou pelos quatro cantos do Orun:
-  Olorum manda uma mensagem a todos vocês meus irmãos queridos! Ele diz para que não desanimem, pois, se poucos realmente os compreendem, aqueles que assim o fazem  não medem esforços para disseminar essas verdades divinas. Fechem os olhos e vejam  que mesmo com muita tolice e bobagem relacionada e feita em nossos nomes, muita luz e amor também está sendo semeado, regado e colhido, por mãos de sérios e puros trabalhadores nesse às vezes triste, mas abençoado,  planeta Terra. Esses verdadeiros filhos de fé que lutam por uma Umbanda séria, sem os absurdos que por aí acontecem. Esses que muito além de “apenas” prestarem o socorro espiritual, plantam as sementes do amor dentro do coração de milhares  de pessoas. Esses que passam por cima das dificuldades materiais, e das pressões espirituais, realizando um trabalho magnífico, atendendo  milhares na matéria, mas também  milhões no astral, construindo verdadeiras “bases de luz” na crosta, onde a espiritualidade e religiosidade verdadeira irão manifestar-se. Esses que realmente nos compreendem e buscam-nos dentro do coração espiritual, pois é lá que o verdadeiro Orun reside e existe. 
Esses incríveis filhos de Umbanda, que não colocam as responsabilidades da  vida deles em nossas costas, assim, entendem que tudo depende exclusivamente deles mesmos. Esses fantásticos trabalhadores anônimos, soltos pelo Brasil, que honram e enchem a Umbanda de alegria, fazendo a filhinha mais nova de Olorum brilhar e sorrir... 
Quando Oxalá calou-se os Orixás estavam mudados. Todos eles tinham suas esperanças recuperadas, realmente viram que se poucos os compreendiam, grande era o trabalho que estava sendo realizado, e talvez, daqui algum tempo, muitos outros se juntariam a esse ideal. E aquilo os alegrou tanto que todos começaram a assumir suas verdadeiras formas, que são de luzes fulgurantes e indescritíveis. E lá, do plano celeste, brilharam e derramaram-se em amor e compaixão pela humanidade. 
Em Aruanda, os caboclos, pretos-velhos e crianças, o mesmo fizeram. Largaram tudo, também  se despiram e manifestaram sua essência de luz, sua humildade e sabedoria comungando a benção dos Orixás. 
Na Terra, baianos, marinheiros, boiadeiros, ciganos e todos os povos de Umbanda  sorriam. Aquelas luzes que vinham lá do alto os saudavam e abençoavam seus abnegados e difíceis trabalhos. Uma alegria e bem-aventurança incríveis invadiram seus corações. Largaram as armas. Apenas sorriam e abraçavam-se. O alto os abençoava...
Mas, uma ação dos Orixás nunca fica limitada,  pois é divina, alcançando assim  a tudo e a todos. E lá no baixo astral, aqueles guardiões e guardiãs da lei nas trevas também foram alcançados pelas luzes Deles, os Senhores do Alto. Largaram as armas, as capas, e lavaram suas sofridas almas com aquele banho de luz. 
Lavaram seus corações, magoados por tanta tolice dita e cometida em nome deles. Exus e  Pombas-giras, naquele dia,  foram tocados pelo  amor dos Orixás, e com certeza  aquilo daria força para mais muitos milênios de lutas insaciáveis pela Luz. 
Miríades de espíritos foram retirados do baixo-astral, e pela vibração dos Orixás puderam ser encaminhados novamente à senda que leva ao Criador. E na matéria toda a humanidade foi abençoada. Aos tolos que pensam que Orixás pertencem a  uma única religião ou  a um povo e tradição, um alerta: os Orixás amam a humanidade inteira, e por todos olham carinhosamente. 
Aquela noite,  que tinha tudo para ser uma das mais terríveis de todos os tempos, tornou-se benção na vida de todos. Do alto ao embaixo, da esquerda até a direita, as egrégoras de paz e luz deram as mãos e comungaram daquele presente celeste, vindo diretamente do Orun, a morada celestial dos Orixás.
Vocês, filhos de Umbanda, pensem bem! Não transformem a Umbanda em um campo de guerra, onde os Orixás são vistos como “armas” para vocês acertarem suas contas terrenas. Muito menos se esqueçam do amor e compaixão, chaves de acesso ao mistério de qualquer um deles. Umbanda é simples, é puro sentimento, alegria e razão. Lembrem-se disso. 
E  quanto a todos aqueles  que lutam por uma Umbanda séria, esclarecida e verdadeira, independente da linha seguida, lembrem-se das palavras de Oxalá ditas linhas acima. 
Não desanimem com aqueles que vos criticam, não fraquejem por  aqueles que não têm  olhos para ver o brilho da verdadeira espiritualidade. 
Lembrem-se que vocês também inspiram e enchem os Orixás de alegria e esperança. A todos, que lutam pela Umbanda nessa Terra de Orixás, esse texto é dedicado. Honremo-los. Sejam luz, assim como Eles! 
Exe ê o babá (Salve o Pai Oxalá)