segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Respeito ao Templo Sagrado de Umbanda - por Claudete A. H. Andrade



Nós, umbandistas conscientes estamos sempre buscando conhecimento através do estudo da nossa religião; primeiro porque é inerente ao ser humano a busca pelo conhecimento, e segundo, que um médium bem preparado se entrega mais facilmente ao amor e caridade de nossos orixás e guias na realização de um trabalho (gira). Buscamos esse conhecimento não para satisfação própria, mas por amor à nossa religião. Somos o espelho de nossa religião dentro de fora do terreiro. Se amo a minha religião, quero bem representá-la.
Me lembro que, no início da campanha do Censo 2010 era para que todos os umbandistas assumissem sua religião quando perguntado. Quase fiquei no portão aguardando a visita do recenseador, e qual não foi a frustração quando soube que para a pergunta “qual a sua religião?” a resposta só caberia a alguns.
Tenho orgulho de ser umbandista. Sinto que a Umbanda corre junto ao sangue de minhas veias; é nela que busco força, coragem, determinação, inspiração e, sendo assim, quando vemos qualquer ação de preconceito ou desrespeito à Umbanda, entristecemo-nos.
E por isso, meu pedido hoje de conscientização não é para que o médium bem preparado ou que busca sua preparação, nem ao sacerdote dedicado, nem ao cambone que serve com amor ou aos ogãs que dão força às giras com seus toques e cantos, mas à assistência, para que saibam de sua importância na participação de um trabalho (gira).
Sim, senhores freqüentadores assíduos ou não, participantes de um Terreiro de Umbanda, a vossa participação e o vosso respeito são muito importantes para a realização de um bom trabalho.
Há que se conscientizar que um terreiro de Umbanda é um espaço sagrado, onde acontece um dos mistérios de Deus, um mistério transformador, que transforma o profano em sagrado.
Por isso o silêncio, no momento em que você se interioriza, busca dentro de si a verdadeira razão que o levou até ali, afinal, o trabalho já começou.
Ao cruzar a porta de entrada, já um trabalho de amor e caridade espiritual vem acontecendo; então mantenha seu celular, pager ou qualquer outro aparelho eletrônico desligado, para que você possa desligar-se do profano e conectar-se ao sagrado.
Sua roupa deve ser sóbria e comportada, como dita a boa conduta; e conversa paralela, ah, essa também jamais deve existir.
Seu pensamento agora é para Deus, elevado ao Altíssimo, aos Divinos Orixás, Guias, Mestres e Mentores, colocando-se na oração e humildade, para que a misericórdia de Deus lhe conceda aquilo que você foi buscar.
Há, hoje em dia, campanhas e campanhas de conscientização lançadas o tempo todo; uma delas é a campanha de conscientização no trânsito. Esse diferencial não tem que ser só na religião, no trânsito há que se trabalhar para nos tornarmos seres humanos melhores. Então por que não tomar essa postura também na Umbanda?
Não estou aqui ditando regras e deveres a ninguém, muito menos a terreiros de Umbanda, mas acredito que todos gostam de ser tratados com respeito e dignidade, como diz a máxima do cristianismo: “Portanto tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles”. Jesus Cristo, durante o Sermão da Montanha, em Mateus 7, 12.
E só para terminar, como exemplo do que acabei de escrever, segue uma experiência:
Outro dia fui à uma Igreja Católica participar de uma missa de sétimo dia. Na hora do sermão, o celular de alguém tocou dentro da igreja e a pessoa que estava sentada nos bancos logo levantou-se e saiu para atender, tendo que cruzar toda a igreja.
Nesse momento o padre parou o sermão e fez-se um silêncio na igreja enquanto a pessoa se retirava. Em seguida o padre fez a seguinte observação:
“Gostaria de lembrá-los, caros fiéis, que é de extrema falta de educação e respeito deixar o celular ligado e atendê-lo dentro de local sagrado. Manda a boa educação que se desligue o celular em um ato de respeito, nos lugares sagrados, templos, igrejas, sinagogas, e em fóruns judiciais”.
Assim, caros irmãos em Oxalá, gostaria de citar as palavras de meu irmão e mestre Alexandre Cumino ao término da “Palavra do Editor”, no JUS de outubro de 2010:
“Afinal, quem não incorpora, camboneia; quem não camboneia, toca; quem não toca, canta; quem não canta, dança... todos dançam, todos vibram, todos participam do sagrado com seu poder e mistério”.
Autora: Claudete A. H. Andrade
Publicado originalmente no Jornal de Umbanda Sagrada – novembro de 2010.

Estudar a Umbanda? - por Douglas Fersan





Estudar a Umbanda... eis um tema que sempre desperta as mais variadas paixões e discussões calorosas. Deve o umbandista estudar a sua religião?

Existem aquelas correntes que defendem a idéia de que só se aprende a Umbanda nos terreiros, aos pés das entidades. Mas existem também aqueles que defendem o seu estudo sistemático, até mesmo em faculdades ou colégios destinados a isso. Quem tem razão?

Certamente o bom senso, sempre ele.

Uma gira de Umbanda é um momento dinâmico, no qual nem sempre há tempo para se sentar ao lado das entidades e fazer-lhes perguntas sobre a filosofia da nossa religião, assim, muitos que frequentam as giras sistematicamente não conseguem tempo - ou mesmo não têm a consciência da necessidade do estudo - para conversar com um preto-velho, um caboclo ou exu e esclarecer suas dúvidas.

Existe uma grande dúvida entre ser e estar umbandista.

Muitos estão umbandistas duas, três, quatro horas por semana, período que dura a gira de sua casa. Terminados os trabalhos, despem a roupa branca e voltam para sua vida secular e para mais uma semana de trabalho, acreditando com toda convicção, que seu dever está cumprido. Ao longo dessa semana, esse irmão-de-fé vai blasfemar, maldizer, contrariar os princípios da própria religião e agir como qualquer outro ser humano sem uma orientação espiritual agiria. Somente no dia da próxima gira lembrará de agir como um umbandista.

Outros, espíritos inquietos, buscam o conhecimento, e esse se dá, como defendem os mais conservadores, principalmente dentro do terreiro, mas nada impede que no dia a dia, o umbandista procure entender a sua religião, a fim de adotar na sua prática diária os princípios norteadores da sua fé, da fé que o faz diferente de um ser humano qualquer, não que ele seja melhor que um católico, um evangélico ou um ateu, mas que tenha atitudes condizentes com aquilo que a sua Umbanda prega.

Por outro lado, existe a necessidade imensa de se "filtrar" informações, especialmente no mundo virtual. A internet, tida por muitos como a terra de ninguém, é um espaço onde qualquer informação, verdadeira ou não, pode ser publicada e constitui uma verdadeira armadilha para os leigos. Não será difícil a um iniciante afoito por conhecimento e que o busca através de sites na internet, acreditar, por exemplo, que exu é o diabo ou que é possível "fazer sua própria macumbinha" copiando receitas mágicas espalhadas por aí. Nesse mundo virtual todo cuidado é pouco, e isso é perfeitamente visível quando passeamos pelos mais diversos sites e encontramos absurdos em nome da Umbanda. Verdadeiros médiuns e pais-de-santo virtuais sem qualquer conteúdo proliferaram nos últimos anos.

Estudar a Umbanda é fundamental. Ter bom senso é mais ainda.

Sou um eterno defensor dos estudos da Umbanda, porém defendo ainda mais a necessidade de estudá-la junto às entidades. Os livros, sites e blogs serviriam apenas com um suporte onde, com o devido filtro do bom senso, obteríamos informações para enriquecer a nossa cultura sobre o assunto, mas não sobre a prática umbandista, pois essa começa no terreiro, sob a orientação dos seus zeladores e das entidades - essas sim, mesmo não falando um português impecável, são as verdadeiras autoridades no assunto. Nós, "mortais", que vestimos o branco, estamos ali para aprender e colocar em prática uma conduta séria, respeitosa e que venha a honrar o nome às vezes tão desgastado da Umbanda.

Estudemos a Umbanda, mas sem deixar de praticá-la.

Palavras de um pastor - uma lição de tolerância.





Hoje vou contar algo que aconteceu há um ano atrás mais ou menos. Minha mãe em uma das tentativas de me converter, me levou "enganado" para um culto evangélico. Seria uma festa no apartamento novo de uma amiga dela e para agradecer esse apê, essa amiga fez antes da festa um mini culto de graças alcaçadas no local. Minha mãe, tão inocente, disse que não sabia desse culto que rolava antes.


Eu respeito muito todas as religiões, mas numa ocasião dessas se me perguntam "você aceita Jesus", eu deixo claro que aceito toda tragetória dele, mas que já tenho minha religião bem definida.


O culto estava rolando muito bem, a pregação rolando solta, palavras da bíblia, relatos da dona do apartamento, chorôrô de emoção dos amigos e enfiiiiiiim vieram os comes e bebes (não alcoolicos). Tô vendo de longe, meu padrasto virando amigo de infância do pastor e minha mãe ao seu lado. E assim ficaram durante toda festa.


Minha mãe as vezes se aproximava de mim como quem não quer nada e dizia: "Viu que clima legal?" ou então ficava me perguntando o tempo todo se eu estava gostando. Eu fiquei quieta no meu canto a festa toda, pois não queria dar brecha pra alguém se aproximar de mim e tentar me converter.


Até que na hora de ir embora, fomos nos despedir do pastor. Nisso ele vira para o meu padrasto e diz: - Deus tem muitos planos pra você. Você será um excelente PASTOR!!!


Aí depois ele vira pra minha mãe e diz: - A senhora será uma excelente obreira ao lado dele!


Ele olha pra mim e eu penso: "PRONTO! Lá vem..." Porém, ele respira fundo e fala: - Você tem um caminho muito bonito pela frente, uma missão muito bonita pra cumprir e sei que você já está agarrada com ela ! Deus fica muito feliz de você ter aceitado essa missão ! Ele vai te dar muita força porque é um caminho difícil e tem muita gente contra, mas não escute esses, escute só seu coração!!! -
Eu abracei o pastor com o meu corpo todo arrepiado, pois era nítido que aquilo foi uma mensagem que passaram pra ele. Até minha mãe adimitiu.


Essa noite ficará guardada na minha memória (e a cara de sem graça da minha mãe também). Aprendi que não posso julgar se serei julgada, pois nesse caso o preconceito partiu de mim e eu perdi uma ótima oportunidade de uma possível conversa agradável.

Texto gentilmente cedido pela nossa querida amiga e irmã "Docinho" da comunidade Amigos, Umbanda e Espiritismo e publicada originalmente no blog http://diariodeumafilhadepemba.blogspot.com

Um diálogo entre Exu e Oxalá - por Douglas Fersan



O céu e a terra fundiam-se no horizonte distante, parecendo uma coisa só, como se não houvesse separação entre o mundo espiritual e o material, a consciência individual e a cósmica.

Sentado sobre uma pedra em uma enorme montanha, de cabeça baixa e olhos apenas entreabertos, Exu observava o fenômeno da natureza e refletia sobre o seu interminável trabalho.

_Como é difícil a humanidade – pensou em certo momento – parece nunca estar satisfeita, está sempre querendo mais e, em sua essência egoísta desarmoniza tudo, tudo... Tudo que era para ser tão simples acaba tão complicado.

Com os olhos habituados a enxergar na escuridão e na distância, Exu observou cada canto daqueles arredores. Viu pessoas destruindo a si mesmas através de vícios variados, viu maldades premeditadas e outras praticadas como se fossem atos da mais perfeita normalidade. Viu injustiças, principalmente contra os mais fracos e indefesos. Com seus ouvidos, também atentos a tudo, ouviu mentiras, palavras de maledicência, gritos de ódio e sussurros de traição.

Exu suspirou.

_Serei eu o diabo da humanidade? – pensou ironicamente, ao lembrar o quanto era associado à figura do demônio. Passou horas observando coisas que estava habituado a ver todos os dias: mentiras, fraudes, corrupção, traições, inveja, e uma gama enorme de sentimentos negativos.

Foi quando estava imerso nesses pensamentos que Exu ouviu uma voz ao seu lado, dizendo naquele tom austero, porém complacente:

_Laroyê, Senhor Falante.

Exu ergueu os olhos e vislumbrou a figura altiva de Oxalá.

_Èpa Bàbá – respondeu Exu, fazendo um pequeno movimento com a cabeça, em sinal de respeito.

_Noto que está pensativo, amigo Exu – falou Oxalá.

Exu respirou fundo, contemplou novamente o horizonte e respondeu:

_Trabalhamos tanto... e incansavelmente, mas os homens parecem não valorizar nosso esforço.

Oxalá moveu os lábios para dizer algo, mas antes que isso acontecesse, Exu, como que prevendo o que seria dito, continuou:

_Não falo em tom de reclamação, sou um trabalhador incansável e o amigo sabe disso. É com prazer que levo o que tem ser levado e retiro o que deve ser retirado. É com satisfação que abro ou fecho os caminhos, de acordo com a necessidade de cada um, é com resignação que acolho sobre minhas costas largas a culpa do mal que muitos espíritos encarnados e desencarnados fazem, não reclamo do meu trabalho. Sou Exu, para mim não existe frio ou calor, cansaço ou preguiça, existe apenas a necessidade de cumprir a tarefa para qual fui designado.

_Se mostra tão resignado e, no entanto, parece que deixa-se abater pelo desânimo – comentou Oxalá, apoiando-se em seu paxorô.

Exu soltou uma gargalhada, ao que Oxalá deu um leve sorriso, com um movimento quase imperceptível no canto direito dos lábios.

_Não sou resignado nem tampouco estou desanimado – falou Exu – estou pensativo sobre pouca inteligência dos homens. Veja só: como responsável pela aplicação da Lei Cármica observo muita coisa. Observo não apenas o sofrimento que alguns homens impõem a si mesmos, mas vejo também as incessantes oportunidades que o Universo dá a cada um dos seres que habitam a Terra. O aprendizado que tanto precisam lhes é dado por bem, mas quase nunca enxergam pelo amor, então lhes é dada a oportunidade de aprender pela dor, mas geralmente só lembram a lição enquanto a dor está a alfinetar sua carne. Com o alívio vem o esquecimento e todos os erros e vícios voltam a aflorar.

Oxalá fez menção de dizer algo, mas com o dedo em riste entre os lábios, novamente Exu o impediu de falar.

_Ouça – disse Exu, colocando a mão em concha na orelha, como se ele e Oxalá precisassem disso para ouvir melhor. E ambos ouviram o som que vinha da Terra. O som da inveja, dos maus sentimentos, da maledicência, da promiscuidade, da ganância. Exu deu outra gargalhada e disse:

_Percebe? Temos trabalho por muitos séculos ainda.

_E isso não é bom? – perguntou Oxalá, que dessa vez não deixou Exu responder e continuou:

_Pobres homens, ignorantes da própria grandeza espiritual e da simplicidade do Universo. Se não desconhecessem tanto o funcionamento das coisas, seriam mais felizes.

_Não estão preocupados em discernir o bem do mal – resmungou Exu.

_E você está, Senhor Falante? – tornou Oxalá.

Mais uma vez Exu gargalhou.

_Para mim não existe o bem ou o mal. Existe o justo, bem sabe disso.

_Então por que tenta exigir esse discernimento dos pobres homens?

_Eu conheço os caminhos – respondeu Exu um tanto irritado – para mim não existem obstáculos, todos os caminhos se abrem em encruzilhadas. Para mim as portas nunca se fecham e as correntes nunca prendem. Conheço o sutil mistério que separa aquilo que chamam de bem daquilo que chamam de mal. Não sou maniqueísta, não sou benevolente, pois não dou a quem não merece, mas também não sou cruel, pois sempre ajo dentro da Lei. Os homens, coitados, acreditam na visão simplista do bem e do mal, como se todo o Universo, em sua “complexa simplicidade” se resumisse apenas entre o bem e o mal.

_Pobres homens – repetiu Oxalá.

_Pobres homens – concordou Exu – mesmo olhando o Universo de uma forma tão simplista, dividido apenas entre bem e mal, acabam sempre demonizando tudo, achando que o mal é o melhor caminho para conseguir o que desejam ou então acreditam que são eternas vítimas do mal. E o que é pior, quase sempre eu é que sou o culpado.

_Mas é você o responsável pelo mal? – perguntou Oxalá, admirando o horizonte.

_Sou justo, apenas isso – respondeu Exu.

_Não seria a justiça uma prerrogativa de Xangô? – tornou o maior dos orixás.
Exu olhou fundo nos olhos de Oxalá e respondeu:

_Estou a serviço do Universo, de cada uma das forças que o compõe, inclusive do Senhor da Justiça.

_Isso significa que trabalha em harmonia com o Universo, caro Exu?

_Imaginei que soubesse disso – respondeu Exu, irônico como sempre.

_Acho que sempre soube. Quando observo o horizonte e vejo o céu fundindo-se à Terra, percebo o quanto o material pode estar ligado ao espiritual. Mas também lembro que o sol vai raiar e acredito que apesar de todas as dificuldades que os próprios homens criam, é possível acender a chama da fé em seus corações. Percebo o quanto eles são falhos, mas percebo também o quanto são frágeis e precisam de nós – e nesse momento pousou a mão sobre o ombro de Exu – sejam dos que trabalham na luz ou na escuridão, pois tudo faz parte do Uno e se inter-relacionam. O mesmo homem que hoje está nas profundezas mais abissais, amanhã pode ser o mensageiro da luz.

Exu olhou para os olhos de Oxalá, como se não estivesse concordando, mas dessa vez foi Oxalá quem não deixou que o outro falasse, prosseguindo com sua narrativa:

_Se não fossem os valorosos guardiões que trabalham nas regiões trevosas, dificilmente os que ali sofrem um dia alcançariam o benefício da luz. Se houvesse apenas a luz, não haveria o aprendizado, que tem como ponto de partida o desconhecimento, as trevas. O Universo tão simples é ao mesmo tempo tão inteligente, que mesmo nós, que observamos os homens a uma distância grande, às vezes nos surpreendemos com sua magnitude. Os homens são frutos que precisam amadurecer e você, amigo Exu, é a estufa que os aquece até o ponto certo da maturação e eu sou a mão que os colhe como frutos amadurecidos.

_Quem diria que trabalhamos em harmonia? – disse Exu em meio a um sorriso – acreditam que vivemos a digladiar quando na verdade trabalhamos em busca de um mesmo objetivo: o aprimoramento da raça humana.

Oxalá só não soltou uma gargalhada porque não era esse seu hábito (e sim o de Exu), mas disse sem conseguir esconder o contentamento:

_Então, companheiro Exu, não temos porque lamentar. A ignorância em que vivem os homens é sinal de que ainda temos trabalho a realizar. A pouca sabedoria que possuem significa que ainda estão muito próximos ao ponto de partida e cabe a nós, não importa se chamados de “direita” ou “esquerda”, auxiliá-los em sua caminhada, que é muito longa ainda. Apenas contemplar as mazelas dos corações humanos não irá auxiliá-los em nada. Sou a luz que guia os olhos da humanidade e você é o movimento que não a deixa estática. Se pararmos por um segundo sequer, atrasaremos em séculos e séculos o progresso da raça humana, que tanto depende de nós.

Nesse momento o sol começou a raiar timidamente no horizonte, separando o céu e a Terra. Exu levantou-se da sua pedra e se pôs a caminhar montanha abaixo.

_Aonde vai, Senhor Falante? – perguntou Oxalá, como se não soubesse.

_Vou trabalhar, Senhor dos Orixás – respondeu Exu gargalhando novamente – Esqueceu que sou um trabalhador incansável e que trabalho em harmonia com o Universo, mesmo que ele me imponha a luz do sol?

Oxalá não respondeu, mas esboçou um sorriso tímido. Assim trabalhava o Universo: sempre em harmonia. Os homens, mesmo ainda presos a tantos conceitos primários, trilhavam os primeiros passos em direção ao progresso, pois não estavam órfãos de seus orixás e protetores.

Douglas Fersan – outubro de 2010

Exu: tão maravilhos, tão controverso, tão enigmático e tão atraeonte - por Jordam Godinho



Não podemos iniciar este blog sem a proteção de Exu “Laroyê Exu”, e devemos sempre entender ou pelo menos saber um pouco mais desta maravilhosa entidade na Umbanda bem como Orixá no Candomblé. Este texto trata do que acumulamos e no que se baseia nossa convicção, mesmo que contrárias a muitos irmãos umbadistas, mas temos respeito e admiração por todos, como já publicamos nesse espaço quem somos, reafirmamos aqui que existe somente uma Umbanda, que evoluiu com o tempo e nos mostra uma riqueza de aprendizado e doutrina.

NO CANDOMBLÉ:



Exu é o orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé, das coisas que são feitas e do comportamento humano. A palavra Èsù em yorubá significa “esfera” e, na verdade, Exu é o orixá do movimento, o sentido de guardião é muito parecido com a Umbanda, representado pela trunqueira de Exu. Ele é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem e de garantir que sua função de mensageiro entre o mundo material e espiritual seja plenamente realizada.


Historicamente tanto no Brasil como na África, os cristãos sincretizaram Exu como o Diabo, por sua personalidade irreverente, e também por sua representação africana com o pênis ereto, representando a sensualidade e a fertilidade. É importante saber que a história distorce no período colonial e catequizador muitos detalhes que acabamos não descobrindo por ter os enviados da Santa Sé, corrompido ou simplesmente usurpado de relatos de suma importância das religiões.


Por ser provocador, indecente, astucioso e sensual é confundido com Satanás, na teologia yorubá, Exu não está em oposição a Deus, e também não é a personificação do Mal.Mesmo porque nas Matrizes Africanas não existem diabos e nem entidades encarregadas única e exclusivamente por coisas ruins como fazem as religiões cristãs. O Diabo ou Satanás era um anjo que buscava ter mais poder que Deus e foi dado a ele o reino da terra para que assim tivesse poder, outra afirmação do cristianismo é que tudo o que acontece de errado é culpa do Diabo, ao contrário na mitologia yorubá, bem como no Candomblé os Orixás tem sua porção positiva e negativa assim como o próprio ser humano.


O universo possui de um modo geral dois lados: o positivo e o negativo. Exu também funciona de forma positiva ou negativa de acordo como é tratado. Por isso Exu é comparado ao mais humano dos orixás, pois o seu caráter lembra o do ser humano que é de um modo geral muito mutante em suas ações e atitudes.


Exu consegue ser o mais sutil e astuto de todos os orixás. E quando não é tratado como se deve, simplesmente provoca mal entre as pessoas como desentendidos e discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas.


Por ser astucioso, vaidoso, culto, sábio, e grande conhecedor da natureza humana e dos assuntos mundanos, os cristãos fizeram o dele símbolo da maldade e do ódio. Porém " … nem completamente mau, nem completamente bom … ", na visão de Pierre Verger Exu age favoravelmente quando tratado convenientemente, identificado no jogo do merindilogun pelo odu okaran.


No Brasil, Exu é um dos mais importantes Orixás nada se faz sem ele, é o primeiro a ser saudado, antes de todos os Orixás, antes de qualquer cerimônia ou evento. Daí a semelhança com a Umbanda, que nada faz sem antes saudar Exu.

NA UMBANDA:

Encontramos aqueles que crêem que os Exus são entidades (espíritos) que só fazem o bem, e outros que crêem que os Exus podem também ser neutros ou maus. Na Umbanda não se manifesta o próprio Orixá, por meio da incorporação. Em breve faremos um artigo sobre a diferença entre entidades e orixás, mas não é errado tratar os Exus na Umbanda como entidades, como também deveríamos aceitar que Exu é um Orixá, a falta do conhecimento ou mesmo do intercâmbio entre as religiões podem trazer aos praticantes muitas confusões.


A entidade Exu não deve ser confundida com o (obsessor), apesar de transitar na mesma Linha das Almas, a função do Exu (entidade) é a de mensageiro, o que leva os pedidos e oferendas dos homens aos Orixás, assim podemos constatar que a função é a mesma do Exu Orixá, a diferença é que o corpo do ser humano é coligado ao seu Exu por meio dos chacras, entrando em contado com a pessoa que procura sua ajuda.


É ele quem traduz as vontades e desejos humanos para os Orixás ou seres superiores. É imprescindível a sua presença para a realização de qualquer trabalho, porque é o único que efetivamente assegura em uma dimensão o que está acontecendo na outra, abrindo os caminhos para os Orixás se aproximarem dos locais onde estão sendo cultuados. Possuem a função também de proteger o terreiro e seus médiuns.


Vemos aqui o elo de ligação que faz Exu, independente de ser Umbanda ou Candomblé, a função é a mesma, lembrando que no Candomblé é o Orixá do Movimento, e quando falamos das dimensões estamos falando do movimento entre uma e outra dimensão, fazendo a ligação com os Orixás. Mesmo que muitos não concordem não podemos fechar os olhos para estas similaridades.


A dualidade de Exu confere a ele também a possibilidade de desligar e comprometer qualquer comunicação. Possibilita a construção, também permite a destruição. Esse poder foi traduzido mitologicamente no fato de Exu (entidade) habitar as encruzilhadas, cemitérios, passagens, os diferentes e vários cruzamentos entre caminhos e rotas, e ser o senhor das porteiras, portas de entradas e saídas.


As diferenças de ver Exu no Candomblé e na Umbanda. No Candomblé, Exu é como os demais Orixás, uma personalização de fenômenos e energias naturais. O Candomblé considera que as divindades, ou seja, os Orixás, incorporam nos médiuns. Na Umbanda, quem incorpora nos médiuns, além dos Caboclos, Pretos Velhos, Crianças, entre outros, são os Falangeiros de Orixás, representantes deles, e não os próprios.


A Umbanda não considera Exu como Orixá, mas como entidade que está em uma linha tênue entre o baixo astral e o mundo terreno propriamente dito, esta nas cosias erradas de nosso mundo terreno, o que particularmente não acreditamos, como também não acreditamos que sejam espíritos em evolução, mas estão em uma missão a qual escolheram vir, nós acreditamos e respeitamos o Orixá Exu, e entendemos que a função seja no Candomblé ou na Umbanda são muito similares, guardadas as devidas proporções de culto.


As entidades são energias mais "densas". Essas entidades podem realizar trabalhos benignos, como curas, orientação em todos os setores da vida pessoal dos consulentes e praticar a caridade em geral. A condição de Exu para um espírito é transitória, na Umbanda entendemos que esta entidade poderá e deverá evoluir de acordo com suas ações ou também por sua vontade permanecer nesta condição, para continuar a ajudar outras entidades que necessitam, como também fazer a caridade.


Os Exus (entidades) são confundidos com os Kiumbas, que são espíritos trevosos ou obsessores, são espíritos desajustados que podemos definir como não aceitam a condição em que se encontram por não terem se desligado da vida terrena, provocando os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas. Exu é neutro, não é bom nem mau. Os Kiumbas, assim como o Diabo dos Cristãos, são espíritos que se comprazem na prática do mal, apenas por sentirem prazer ou por vingança, calcada no ódio doentio.

O verdadeiro Exu não faz o mal, para Umbanda muitos foram pessoas como políticos, médicos, advogados, trabalhadores, vadios, prostitutas, pessoas comuns, padres etc., na sua maioria cometeram alguma falha ou escolheram - ou foram escolhidos para - vir nessa forma a fim de redimir seus erros passados. Em seus trabalhos de magia, Exu corta demandas, desfaz trabalhos malignos, feitiços e magia negra, feitos por espíritos obscuros, sem luz (Kiumbas). Ajudam a limpar, retirando os espíritos obsessores e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior.


Se observarmos existem muitas similaridades entre o Exu no Candomblé e na Umbanda, claro que os cultos são totalmente distintos, claro que estamos falando de duas formas de energias diferentes, mas temos que prestar a nossa atenção na função que tem tanto em uma quanto em outra. Sabemos que a Umbanda é uma religião jovem em vista do culto africano, devemos respeito uns aos outros, mas é muito importante vermos quanto de próximos estamos.


É nisso que devemos nos apegar, pois a prática sempre será diferente, mas aprendemos muito uns com os outros, Exu é maravilhoso, é o que mantém aguçada a curiosidade das pessoas, e desmistificar a demonização é dever da Umbanda e do Candomblé e de todas as religiões de culto africano e afro-brasileiro.


Algumas Considerações:


Èsù é um Orixá africano, também conhecido como: Exu, Esu, Eshu, Bara, Ibarabo, Legbá, Elegbara, Eleggua, Akésan, Igèlù, Yangí, Ònan, Lállú, Tiriri, Ijèlú. A palavra elegbara significa “aquele que é possuidor do poder (agbará)” e está ligado à figura de Exu.


Exus de Umbanda, de acordo com a crença religiosa, são espíritos de diversos níveis de luz que incorporam nos médiuns de Umbanda, Omolokô, Catimbó, Batuque, Santo Daime, Xambá e Candomblé de caboclo.


O chamado “Exu Pagão” é tido como o marginal da espiritualidade, aquele sem luz, sem conhecimento da evolução, trabalhando na magia para o mal, embora possa ser despertado para evoluir de condição.


Já o Exu Batizado, é uma alma humana já sensibilizada pelo bem, evoluindo e, trabalhando para o bem, dentro do reino da Quimbanda, por ser força que ainda se ajusta ao meio, nele podendo intervir, como um policial que penetra nos reinos da marginalidade.


Existem 7 hierarquias de 7 exus, denominados como Exu Coroados; São eles: Exu Sete Encruzilhada, Exu Veludo, Exu Tranca Rua, Exu Caveira, Exu Tiriri, Exu Marabô e Pomba Gira ou Pombo gira (Exu Feminino).


Alguns Exus na Umbanda: Exu Arranca Toco,Exu Asa Negra,Exu Belzebu,Exu Brasa,Exu Brasinha,Exu Calunga,Exu Calunguinha,Exu Capa Preta da Encruzilhada,Exu Capa Preta,Exu Capa Preta do Cemitério,Exu Capoeira,Exu Carranca,Exu Catacumba,Exu Caveira,Exu do Cemitério,Exu Cobra,Exu Corcunda,Exu Corrente,Exu Desmancha Tudo,Exu Destranca Ruas,Exu Duas Cabeças,Exu Quebra Galho,Exu Maré,Exu Facada,Exu Ganga,Exu Gato Preto,Exu Gira Mundo,Exu João Caveira,Exu da Campina,Exu da Morte,Exu do Lodo,Exu do Tronco,Exu Lorde da Morte,Exu Lúcifer,Exu Mangueira,Exu Marabô,Exu Matança,Exu das Matas,Exu Meia Noite,Exu Morcego,Exu Mulambo,Exu Pedra Preta,Exu Pimenta,Exu Pinga-Fogo,Exu Pirata do Mar,Exu Ponto Maioral,Exu Porteira,Exu Quebra Galho,Exu Rei,Exu Rei das 7 Encruzilhadas,Exu Rei das Trevas,Exu Sete Brasas,Exu Sete Buracos,Exu Sete Caminhos,Exu Sete Campas,Exu Sete Catacumbas,Exu Sete Caveiras,Exu Sete Covas,Exu Sete Cruzes,Exu Sete Encruzilhadas,Exu Sete Estradas,Exu Sete Facadas,Exu Sete Garfos,Exu Sete da Lira,Exu Sete Montanhas,Exu Sete Poeiras,Exu Sete Porteiras,Exu Sete Queimadas,Exu Tatá Caveira,Exu Teimoso,Exu Tiriri,Exu Toquinho,Exu Tranca-Gira,Exu Tranca-Ruas,Exu Tranca-Ruas das Almas,Exu Tranca-Ruas de Embaré,Exu Tranca-Ruas das Encruzilhadas,Exu Tranca-Ruas das Matas,Exu Tranca-Ruas do Mar,Exu Tranca Tudo,Exu Tronqueira.Exu Veludinho,Exu Veludo da Encruzilhada,Exu Veludo da Mata,Exu Veludo das Almas,Exu Veludo das Sete Encruzilhadas,Exu Ventania,Exu Vira-Mundo,Exu Quebra-Barranco,Exu Cascavel.


Desejamos a todos muito Axé.


Referencias:
African intellectual heritage Por Molefi K. Asante, Abu Shardow Abarry Publicado por Temple University Press, 1996 ISBN 1566394031;
Notas sobre o culto aos orixás e voduns na Bahia de Todos os Santos e na antiga costa dos escravos na África Por Pierre Verger Publicado por EdUSP, 1999 ISBN 8531404754;
Africa Por Phyllis Martin, Patrick O'Meara Publicado por Indiana University Press, 1995 ISBN 0253209846
BASTIDE, Roger. O candomblé da Bahia - rito nagô. SP: Companhia das Letras.
BENISTE, José. As águas de Oxalá. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
BENISTE, José. Orun-Aiye. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
VERGER, Pierre Fatumbi. Orixás. Salvador: Corrupio.
Caboclo Araribóia, Mãe Maria da Ladeira, Exu Veludo, Preto Velho Tião D’Angola, Caboclo Cobra Coral, Exu Marabô, e a todas as linhas da Umbanda.

Publicado originalmente no Blog http://umbandadexango.blogspot.com em 11/07/2010.

Jorge da Capadócia - por Alexandre Cumino





Jorge da Capadócia

Domínio Público

Jorge sentou praça na cavalaria
E eu estou feliz porque também sou da sua companhia

Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge

Para que meus inimigos tenham pés e não me alcancem
Para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem
Para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam

E nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal

Armas de fogo, meu corpo não alcançarão
Facas e espadas se quebrem, sem o meu corpo tocar
Cordas e correntes se arrebentem, sem o meu corpo amarrar



Pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge

Jorge é de Capadócia, Salve Jorge!

Algumas palavras de Alexandre Cumino sobre a Oração (Musica e Poesia)

Jorge da Capadócia



Esta música se tornou conhecida na interpretação de Jorge Benjor, e muitos consideram como sendo dele a composição.

No entanto é de domínio público, de autoria desconhecida, e já foi interpretada também por Caetano Veloso, Racionais MC e outros...

Jorge da Capadócia é São Jorge, mártir e santo guerreiro, sincretizado com o Orixá Ogum.

A Capadócia é uma região da Turquia em que acredita-se tenha origem o homem que mais tarde se tornaria soldado do Imperador Diocleciano.

O mesmo que ordenaria seu martírio, assim como de São Sebastião e outros que igualmente são santos e mártires.

São Jorge em vida além de sobreviver a todos os martírios a ele infringidos, sendo finalmente degolado, é conhecido por ter vencido um dragão.

Montado em seu cavalo brando e empunhando lança e espada na mão salvou a donzela que mais tarde seria conhecida como "santa salvada".

Os fiéis buscam em São Jorge suas qualidades de guerreiro e homem determinado, sua espada representa as leis divinas e a lança a direção a ser tomada, simbolismo que encontrará analogia com o Orixá Ogum e na mesma medida em que o Santo Católico é esquecido ou colocado de lado na Madre Igreja é aclamado pelo catolicismo popular e nos cultos afro-brasileiros. Não é raro encontrar sambista que traga São Jorge no peito, literalmente engastado em ouro, como vemos em Zeca Pagodinho ou Dudu Nobre.

A letra tão bem interpretada nos 4 cantos deste "Brasilsão" é muito usada nos cultos de Umbanda,

Principalmente nos rituais chamados de "fechar o corpo", que dá para entender e empresta sentido e significado à letra.

Logo no inicio vemos:

Jorge sentou praça na cavalaria
E eu estou feliz porque eu também sou da sua companhia

Uma referência ao fato de ele ser da guarda romana e mais que isso sua qualidade de guerreiro. Ter alguém com estas qualidades em nossa companhia só pode ser uma alegria, quando constatamos que este guerreiro trabalha em nome de Deus. Jorge teve seu martírio por não negar sua fé em Cristo. Logo sua companhia é uma proteção em minha jornada. Apesar de não citar diretamente á Ogum, por identificarmos o simbolismo se faz importante o encontro de informações a cerca deste Orixá na letra. Pois que Ogum é o Orixá dos caminhos, que abre os caminhos de corta as demandas. A companhia de Jorge aqui se refere também a estas qualidades de Ogum.

Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge

Ao ouvir esta frase pensamos logo nas vestes romanas, naquela roupa ou armadura que ele aparece vertido, no alto de seu cavalo branco. No entanto as ?roupas? e as ?armas? de Jorge, são uma referência a suas qualidades. Meu escudo e proteção maior são em si as virtudes de Jorge, que inclusive encontram mais um simbolismo no (desculpe a redundância) ?alvo? cavalo branco, mais uma vez ressaltando sua motivação. No que este cavaleiro vem montado? Num "veículo" branco, branco como a luz, branco como o dia, o sol, como a paz, a liberdade, branco como tudo o que o branco simboliza.


Para que meus inimigos tenham pés e não me alcancem
Para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem
Para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam


Inimigos aqui tem dois sentidos, afinal Jorge venceu o dragão, o inimigo, mas o maior dos dragões são nossos vícios, nosso ego, nossa vaidade. Embora nos dê força para vencer o "outro" que por ventura se coloque como inimigo, nosso maior inimigo somos nós mesmos.

E nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal

Nem eles e nem nós, pois já diz o velho ditado:

Nossos pensamentos se tornam palavras

Nossas palavras se tornam ações

Nossas ações se tornam hábitos

E estes o nosso destino...


O pensamento é tudo, se existe um campo de guerra ?minado? é o nosso campo mental, racional e emocional, consciente e inconsciente. Há... nossos pensamentos... quem os controla? Este nós chamamos de Mestre, nas escolas de espiritualidade de hinduismo, de ensinamentos milenares, os exercícios de Yoga e meditação mais avançados são dedicados a esvaziar a mente, buscando equilíbrio e serenidade. A tão almejada paz de espírito, é a única vitória que se almeja em qualquer batalha travada de si com sigo mesmo. Em todas as jornadas espirituais.

Armas de fogo, meu corpo não alcançarão
Facas e espadas se quebrem, sem o meu corpo tocar
Cordas e correntes se arrebentem, sem o meu corpo amarrar

Esta é uma parte da letra que vai bem ao encontro da idéia de "fechamento de corpo", mas ao contrario do que pensam, salvo alguns milagres e fenômenos, embora as letras falem de balas, facas, espadas e correntes, o fechamento de corpo é uma forma de fechamento e proteção espiritual e não material. É a busca por uma proteção que é em si a aproximação entre o adepto e seu santo ou orixá de devoção. Procura-se nestes rituais fazer uma limpeza espiritual e um descarregar de energias negativas, parta então criar um ?aura?, como uma redoma da força e poder relacionados a Jorge e Ogum.

O que só se mantém com o merecimento de cada um.

Um abraço a todos,

Alexandre Cumino

Sacerdote de Umbanda

Jornal de Umbanda Sagrada

Colégio de Umbanda Pena Branca

                  Depois da Tempestade



Convido você, meu irmão, que está lendo este artigo a parar e pensar num momento de grande conquista e realização.
Pronto!
Agora pense nos momentos que antecederam essa conquista?
Pronto novamente!
Se você pensar bem, quando você tem uma grande conquista, ela sempre vem precedida de um grande momento caótico.
Lembra-se? Que sempre antes das suas grandes conquistas o momento não estava nada bom?
Você achava que não conseguiria, mas no final conseguiu. Mesmo com todo o caos, com toda apreensão e com toda desconfiança de todos, no fim tudo deu certo.
Assim foi, assim é e assim será sempre.
Se o ditado diz que “depois da tempestade sempre vem a bonança”, porque não dizer que “antes da bonança sempre vem uma tempestade”.
Esta é nossa vida. Para conseguirmos coisas boas devemos passar por privações e provações. Para que as conquistas sejam valorizadas precisamos enfrentar os momentos caóticos. Para alcançar a calmaria do oceano precisamos ultrapassar a tormenta da arrebentação.
Não acredite que você é o único a passar por momentos ruins. Na realidade todos estamos sujeitos a isto. Todos temos momentos ruins. Só depende de você saber aonde este momento vai te levar.
Para que haja paz é preciso vencer a guerra. Só que está guerra é particular, travada por você contra você mesmo, e deve servir como propulsor para suas conquistas.
Então, lembre-se de outro ditado popular: “Não há mal que sempre dure e nem bem que sempre perdure”, seja forte, tenha fé e acredite que é nesses momentos de caos que crescemos espiritualmente.

Jairo Pereira Jr. - 2009
Professor de Economia e Matemática
35 anos, casado, 2 filhos e Umbandista

Uma lenda de Omolu - Reginaldo Prandi




Quando Omolu era um menino de uns doze anos, saiu de casa e foi para o mundo para fazer a vida. De cidade em cidade, de vila em vila, ele ia oferecendo seus serviços, procurando emprego. Mas Omolu não conseguia nada. Ninguém lhe dava o que fazer, ninguém o empregava, e ele teve que pedir esmola. Mas ao menino ninguém dava nada, nem do que comer, nem do que beber. Tinha um cachorro que o acompanhava e só. Omolu e seu cachorro retiraram-se no mato e foram viver com as cobras. Omolu comia o que a mata dava: frutas, folhas e raízes. Mas os espinhos da floresta feriam o menino. As picadas de mosquitos cobriam-lhe o corpo. Omolu ficou coberto de chagas. Só o cachorro confortava Omolu, lambendo-lhe as feridas. Um dia, quando dormia, Omolu escutou uma voz:
_Estás pronto. Levanta e vai cuidar do povo.
Omolu viu que todas as feridas estavam cicatrizadas. Não tinha dores nem febre. Omolu juntou as cabacinhas, os atos, onde guardava água e remédios que aprendera a usar com a floresta, agradeceu a Olorum e partiu.
Naquele tempo uma peste infestava a Terra. Por todo lado estava morrendo gente, todas as aldeias enterravam seus mortos. Os pais de Omolu foram ao babalaô e ele disse que Omolu estava vivo e que ele traria a cura para a peste. Todo lugar aonde chegava, a fama precedia Omolu. Todos esperavam-no com festa, pois ele curava. Os que antes lhe negaram até mesmo água de beber agora imploravam por sua cura. Ele curava a todos, afastava a peste. Então dizia que se protegessem, levando na mão uma folha de dracena, o peregum, e pintando a cabeça com efum, ossum e uági, os pós branco, vermelho e azul usados nos rituais e encantamentos. Curava os doentes e com o xaxará varria a peste para fora da casa, para que a praga não pegasse outras pessoas da família. Limpava as casas e aldeias com a mágica vassoura de fibras de coqueiro, seu instrumento de cura, seu símbolo, seu cetro, o xaxará.
Quando chegou em casa, Omolu curou os pais e todos estavam felizes. Todos cantavam e louvavam o curandeiro e todos o chamaram de Obaluaê, todos davam vivas ao Senhor da Terra, Obaluaê.

Créditos: Reginaldo Prandi, em “Mitologia dos Orixás” 

                 A magia na Umbanda

Magia nada mais é do que a manipulação de elementos e da energia neles contida. Como numa experiência alquímica, manipula-se esses elementos a fim de atingir um objetivo determinado, e não há nada de sobrenatural nisso. Sobrenatural seria aquilo impossível de se alcançar, já a manipulação mágica, sendo possível, é algo perfeitamente natural – o diferencial é que foge à compreensão convencional, o que a coloca à margem dos demais conhecimentos.
A arte da magia se faz presente em todas as civilizações conhecidas, desde as mesopotâmicas até as ameríndias, cada qual adaptando rituais e métodos de acordo com sua crença e cultura. Assim, a magia tem atravessado séculos, resistindo à perseguições e tentativas de minimizá-la ou então de classificá-la, de forma preconceituosa, como crendice popular. Mas na realidade, a crença na magia ultrapassa os limites das barreiras sociais e até culturais. Ao recorrer a simpatias, benzimentos, determinadas rezas, nada mais se está fazendo do que apelando para a magia.
Assim, é possível afirmar que a Umbanda é a síntese da magia, pois agrega elementos dos mais diversos povos: europeus, africanos e ameríndios – isso sem contar as correntes que tentam inserir novos elementos à sua liturgia. Então, a Umbanda é magística por excelência.
Entretanto, é sempre bom tomar o cuidado para não se deixar iludir e cair naquela crença infantil de que a magia é a solução para tudo. A Inteligência Universal certamente atua sobre o destino de cada um, só permitindo que aconteça aquilo que for de seu merecimento ou necessário ao seu aprimoramento espiritual. A função da magia, nesse caso, é fornecer “meios” para que os trabalhadores do Universo (que alguns chamam de anjos, outros de mentores, outros, simplesmente de “guias”) possam trabalhar e auxiliar os homens naquilo que necessitam.
Existem aqueles que, deslumbrados com aquilo que acreditam ser possível conseguir com a magia, ou ainda, desconhecendo as Leis que regem o Universo, passam a acreditar que tudo podem conseguir usando essa ferramenta, buscando atingir seus objetivos, não importando os meios. Tentam – e acreditam conseguir – burlar as Leis mais primordiais que existem. Muitas vezes conquistam um sucesso efêmero, o que os deixa ainda mais iludidos, já que não possuem a compreensão das dívidas que contraem ao tentar (em vão) ludibriar os olhos do Astral, que nada deixam de ver.
O uso da magia deve ser responsável. As Leis de Umbanda são severas, usar seus meios requer responsabilidade e maturidade e infelizmente não são todos que estão preparados para isso. Aceitar a magia que a vida realiza naturalmente, dia a dia, é um grande sinal de resignação e sabedoria, pois quem assim o faz, respeita aquilo que preparou para si, já que tudo é fruto do merecimento. Manipular energias e elementos com responsabilidade é um trabalho nobre, mas é para poucos, pois são poucos os que sabem fazer isso sem interferir nas Leis do Universo, que é é justo, como justa é a Umbanda, que caminha sempre à trilha das Leis de Deus.

A Mulher e o seu papel nas Religiões Afro-brasileiras.

Não é raro discutirmos nas comunidades do Orkut, e mesmo nos blogs, a questão de gênero, e neste caso, as mulheres sempre estão à frente destas discussões provocando vários debates pertinentes, mas muitas vazes passa batido a questão de que em nosso país a cultura patriarcal machista ainda impera não absoluta mas com força.

As mulheres vem conquistando seu espaço paulatinamente, e dentro das religiões afro-brasileiras não é diferente, seu espaço se consolidou de tal forma que é notório o quanto elas dedicam suas vidas a religião, muitas estão na vanguarda, promovendo fóruns e debates para levar a tona esta questão que é de fundamental importância para o entendimento dentro das casas e da sociedade.

Dentro do contexto religioso, as mulheres vem lutando para quebrar barreiras, uma matéria no site povo de aruanda me chamou atenção, de uma militante religiosa ao publicar um artigo sobre as mulheres de santo, basta clicar na palavra que você irá ao link da matéria.

É muito importante sabermos que dentro das religiões afro-brasileiras a mulher se consolidou em todos os cargos de direção de casas mas também de associações e federações ligadas aos cultos, isso se deve a capacidade de comprometimento dentro da militância religiosa e o amor com que assume as tarefas colocadas, uso a expressão militante sim pois a religião não está somente no campo espiritual, ela extrapola as quatro paredes das casas e barracões para trabalhos de conscientização e social. Nossas dirigentes tem dado exemplos disso com ações afirmativas montando entidades beneficentes para promover projetos sociais.

A saúde da mulher é um ponto que sempre deverá estar em pauta, vejo isso muito pouco discutido, mas de importância tamanha, hoje as mulheres tendem a ter mais câncer de mama, pouco se vai ao ginecologista, e cuidados preventivos devem estar na pauta das casas entre nossas mulheres.

Só que estamos engatinhando, a violência doméstica existe, as barbáries contra as mulheres estão em todas as esferas e o preconceito também, mesmo dentro da religião, esta é uma luta que devemos tomar como nossa, é papel de todos nós desencadear uma grande corrente para denunciar os abusos contra as mulheres, e no caso de nossa religião contra dirigentes que cometam esses crimes também, alerto a todos os dirigentes das casas sobre esta questão que é fundamental, e de enorme importância, assim estaremos contribuindo para enterrar de vês o preconceito e a discriminação de gênero.


Axé irmãos.....

Na Umbanda tudo pode?


Provavelmente uma das grandes riquezas da Umbanda (juntamente com a sua diversidade) é a sua tradição, passada de geração a geração. Sabemos, no entanto, que a Umbanda não é estática, assim como não é o Plano Espiritual, portanto ela não está parada no tempo.
No entanto, em nome dessa diversidade e desse movimento a que muitos acreditam aUmbanda estar submetida, ela é constantemente alvo de novas teorias e/ou técnicas que tentam se inserir em sua liturgia.
Fitoterapiaapometriacromoterapiareiki e outras tantas técnicas são trazidas para o seio umbandista.
A pergunta é: Isso é legítimo?
O mesmo se dá com teorias que tentam explicar o surgimento da Umbanda. Existem aqueles que defendem a tese de que a Umbanda surgiu na Atlântida, na Lemúria e até mesmo aqueles que acreditam que seres do espaço foram os responsáveis pela criação do culto umbandista.
Para os mais tradicionalistas já é difícil aceitar o advento de Zélio de Moraes e doCaboclo das Sete Encruzilhadas como o marco inicial da Umbanda, imagine então as teorias acima.
Diante dessa miscelênia toda, surge outra pergunta: Na umbanda tudo pode?
Cabe à Umbanda aglutinar todas as técnicas e teorias sobre sua própria origem (mesmo que não haja qualquer comprovação científica ou mesmo espiritual para essas teses)?
Esse movimento que parece renovar a Umbanda não acabaria por descaracterizá-la?
Ou, contrapondo as questões acima, na tentativa de ser imparcial, seria tudo isso uma forma de tornar a Umbanda cada vez mais universalista e assim agregar os mais diversos segmentos religiosos e até esotéricos?
E, finalmente, tudo isso não seria uma forma de desprezar a tradição cultural brasileira, à qual a Umbanda está intimamente ligada e na qual encontra-se grande parte de suas raízes?
A última questão (e talvez a que mais me causa preocupação) é: até onde tudo será permitido dentro da Umbanda?
Até o momento em que ela deixar de ser Umbanda? Ou até que ela aglutine em si um contingente enorme de segmentos espiritualistas e esotéricos?
O tempo dirá.

Sacerdote de Umbanda: eu o reconheço e o respeito - por Douglas Fersan


Os sacerdotes de Umbanda carregam uma enorme responsabilidade, pois eles orientam pessoas, famílias, vidas.

Eu saúdo os bons e verdadeiros sacerdotes, homens e Mulheres que vivem segundo os ensinamentos dos orixás.
Passam mais de mil noites em claro em honra aos orixás e zelando pelos seus filhos-de-fé.
Com o corpo cansado por trabalho árduo, seguem em favor do orixá e cuidando de grandes famílias em nome da fé que abraçaram.
O sacerdote é a coluna que mantém a chama da fé acesa.
É o guerreiro de infantaria, o primeiro a levantar a espada, é aquele que muito trabalha, mas Infelizmente é muito criticado e desvalorizado, especialmente pelo filho ingrato, que quando aprende a dar os primeiros passos, renega a fonte onde bebeu.
Ser sacerdote é ter gravado em si as histórias de seu povo.
Ser sacerdote é zelar pela continuidade do Axé.

Meus respeitos aos sacerdotes, incansáveis guardiões das tradições..
Meu pai e minha mãe benditos sejam os seus dias sobre esta terra.
Meu pai e minha mãe que seu esforço seja recompensado.
Sua bênção, pai e mãe, lhes rogo sua bênção, pois sei que só um abençoado pode abençoar.

Faço votos de felicidade a todos os zeladores.
Que Xangô lhe dê boa sorte.
Que Oxum lhes dê felicidade.
Que Oxóssi lhes dê fartura e Iansã renove a coragem.
Que Iemanjá lhes conserve a sabedoria.
E que todos os orixás digam axé e que tudo se abra em suas mãos.

Sua bênção meu pai, sua bênção minha mãe.
Que todos reconheçam o seu valor e entendam seus sacrifícios.

Douglas Fersan

O Templo de Umbanda é sua igreja. Ou não? - Por Douglas Fersan


Ao entrar na igreja o fiel permanece em silêncio ou fica conversando com os amigos os assuntos da semana?
Ao entrar na igreja o fiel, seja católico ou evangélico, fica contando piadas ou se mantém em prece?
Para ele não importa se a igreja é suntuosa, luxuosa ou se tem os bancos feitos em madeira rústicas o piso em cimento cru.  Ele mantém a postura adequada.  Ele entende que aquele é um ambiente sagrado e não vai, em momento algum, tomar atitudes que o profanem. Pelo menos é isso que se espera dele.

O mesmo esperamos do umbandista.
Ao entrar no terreiro de Umbanda você se lembra que está entrando em sua igreja?
Lembra que ali é onde residem as energias e as divindades que você cultua e que, portanto, deve respeitar?
Lembra que como praticante da religião é o espelho dela, ou seja, as pessoas julgam a sua religião a partir das suas atitudes?
Você se lembra que o ambiente requer respeito e palavreado adequado?  Você entende que determinadas atitudes profanam aquele lugar e que Deus, apesar de onipresente, costuma se afastar de ambientes que não condizem com uma postura adequada.

Então não importa o luxo da casa que você frequenta, o que importa é o respeito que você tem por ela.

Douglas Fersan

Mediunidade não é miojo - por Douglas Fersan


Ser médium não é um privilégio, é uma constante provação, não no sentido pejorativo, não no sentido de sofrimento, mas sim de sermos colocados à prova em todos os instantes.

Ser médium não é ter superpoderes, não é prever o futuro, não é obter vantagens do mundo espiritual para a vivência no mundo material. Ser médium não "ter" um exu, um preto velho ou um caboclo. Ser médium é SER instrumento do exu, do preto velho ou do caboclo. Acima de tudo, ser médium é ter responsabilidade e paciência.

Ser médium é ter responsabilidade, pois tudo que é dito através de nossa boca durante a incorporação deve ser somente palavras das entidades, e nunca nossas. Em outras palavras, jamais devemos usar o nome das entidades ou a (suposta) incorporação para dizer coisas que não diríamos sem nos esconder atrás do nome deles.

E ser médium é ter paciência, porque requer muita resignação. O desenvolvimento mediúnico é um processo, não um evento, e é extremamente particular: para uns mais rápido, para outros mais lento. Alguns desenvolvem a sua mediunidade rapidamente, pois, devido a diversos fatores, entram em sintonia com seus orixás e entidades mais facilmente. Outros, por fatores como a ansiedade, os vícios, os medos, a timidez, demoram mais para estabelecer essa sintonia. O importante é não pular os degraus do desenvolvimento mediúnico.

Médiuns responsáveis sentem lentamente as vibrações das entidades e as vão assimilando aos poucos. Dessa forma a "coisa" acontece de forma natural, sadia, responsável e correta. O bizarro - e irresponsável - é quando um "médium" que nunca sentir sequer uma irradiação de repente, como que se alguém apertasse do botãozinho do "ligar" sai dançando o gingado das entidades e orixás como se apesar de nunca ter sentido nada antes, naquele dia a sua mediunidade tivesse se desenvolvido instantânea e milagrosamente e seus orixás e entidades já estivessem 100% sintonizados com ele.

Estranho?
Não... infelizmente não. Mais comum do que parece.
Apenas não imaginem que as outras entidades, bem como os dirigentes e até mesmo a assistência não percebe isso. Também não confunda solo sagrado (terreiro) com palco. São coisas bem distintas.

Também não confunda mediunidade com miojo. Um fica pronto em três minutos, a outra requer equilíbrio e seriedade. E isso às vezes leva tempo.

Douglas Fersan
Homenagem ao pai Ogum, e ao pai Xangô

Salve Ogum Megê

Quarto de Santo e Congá.

Ogum Megê cacique do terreiro





 Queremos agradece a todos irmãos do Yle Ogum e Iemanjá,   pela linda homenagem ao pai Ogum e ao pai Xangô^que foi realiza no dia 27/09/2015, 
 Que o pai Ogum possa com sua espada e sua capa, proteger  e vigiar a todos nós filhos e amigos deste abacé, e que o nosso querido pai Xangô com sua justiça e sabedoria nos acolha em sua pedreira e nos proteja de todo o mal.


Alexandre de Melo