sexta-feira, 6 de maio de 2016

Pai Antônio de Aruanda: TOQUES DO PRETO VELHO



 “O rótulo religioso não passa de uma experiência transitória em determinada época do curso ascensional do espírito eterno.”
Ramatis

Toques do Preto Velho

Os espíritos trabalhadores, designados de pretos velhos, nos repassam constantemente uma lógica que infelizmente, nós encarnados ainda estamos demorando em aplicar. 

Dizem eles, com sua maneira peculiar e simples de expressão, que no “mundo dos mortos” não existe raça, cor ou credo que diferencie as almas ou crie fronteiras, o que existe é o homem de bem e o homem que desaprendeu de ser bom. Baseado nisso, nos falam das lágrimas que insistem em cair de seus olhos, pela arrogância dos homens e de suas religiões que acabam se distanciando de Deus, pela pretensão de se adonar d’Ele, impondo a “sua” verdade.  As religiões ou os credos em geral, ainda existem por necessidade de nossos espíritos que se diferenciam na escala evolutiva, encontrando dentro de cada uma delas a melhor adaptação de “religar-se” ao Criador. O que fica desvalorizado aos olhos da Espiritualidade Superior é o combate que se trava entre os homens por questões religiosas como se vivessem em eterna disputa, chegando ao absurdo das ditas “guerras santas”. Por enquanto a humanidade percorre vários caminhos em busca dessa verdade, mas chegará o dia em que o Universalismo será pleno, então haverá um só rebanho para um só pastor. E como acontece no “andar de cima”, formaremos uma única corrente de trabalho, auxiliando a quem necessita, mostrando que a ferramenta mediunidade tem um só objetivo: - a caridade! Fora isso, tudo o mais fica por conta de nosso Ego.

Abaixo vão alguns ensinamentos “toques” trazidos por um destes queridos amigos espirituais:

Lá nos planos sutis, aonde vocês muitas vezes vão quando dormem, mas ao acordarem não se lembram, existe uma grande família espiritual a lhes esperar, velar e torcer por vocês. Quebrem a barreira vibracional com sentimentos e pensamentos elevados, levando seus corações até eles. Mate a saudade espiritual que existe dentro do seu peito. Deixe a intuição fluir. Os guias espirituais não são mestres intocáveis que vocês devem reverenciar, mas sim, são amigos de jornadas. Conheça - os, converse com eles, trabalhem juntos, mas sorriam e brinquem juntos também. Eles estão te esperando.

Mediunidade é coisa importante e séria, mas não diviniza nem inferioriza ninguém. Vocês sabem disso. Tem gente que pensa que ser grande médium é praticar fenômenos para “incrédulo ver”. Outros pensam que é se vestir todo com uma fantasia, “virar os olhos” e “rebolar” bastante. Não! Mediunidade é você trabalhar em parceria com os amigos do lado de cá para o bem de todos, apenas isso. Vocês complicam muito as coisas. Na verdade tudo é muito simples. Pense na manifestação das criancinhas durante um processo mediúnico. Existe algo mais simples e belo do que isso?

Parem de julgar a manifestação mediúnica ou a experiência do outro. Você pode até não concordar, mas caso para ele faça sentido, deixe. É dele! Isso lembra muito a postura daquele que não consegue fazer melhor e por isso mesmo vive a criticar e apontar o defeito dos outros. As experiências espirituais muitas vezes são de foro íntimo, cada um busca a sua. E cada um fique feliz com a sua! Aprendam também que a dedicação e o estudo ajudam muito. Mas o que realmente conta é o seu dia – dia, como pessoa comum, passando pelo crivo do grande mestre que é a vida. Não adianta nada estudar muito e praticar pouco, principalmente em relação a humildade, tolerância e amor.

Fazer caridade é muito bom. Se alem disso buscam esclarecer as pessoas, melhor ainda. Tem gente que acha que doando uma cesta básica de Natal ao desencarnar será “salvo”. Outros ainda se acham muito especiais e caridosos, verdadeiros missionários. Não caiam nessa bobagem. Saibam que, em verdade, ao auxiliar os outros vocês ajudam a si próprios. E quando fizer a caridade, também não apenas dê o peixe, ensine as pessoas a pescarem. “Caridade de consolação” ergue a pessoa, mas depois que ela já está de pé, está na hora de ensiná-la a andar, com a “caridade de esclarecimento”. Pensem nisso! Caridade faça sempre que surgir a oportunidade de auxiliar o irmão. Esclarecimento leve a todos os lugares, fazendo a sua aura brilhar e contagiando as pessoas com alegria e vontade de viver.

Trabalho em grupo é coisa séria, deve haver amizade, alegria, mas não é reunião social. Os guias escutam os seus pensamentos e não estão nada interessados em suas preferências físicas, nem em suas “paqueras” dentro do grupo. Tão pouco são cúmplices das fofocas, guerras de vaidade e ciúmes que existem dentro do mesmo. Um trabalho espiritual em grupo é uma benção e oportunidade única de evolução, tanto de encarnados como desencarnados. Aproveitem bem! Existe um montão de mestres esperando por vocês desse lado, mas muitas vezes eles não conseguem lhes amparar, afinal vocês não param de pensar no “vizinho”, ou como a vida é difícil e injusta…

Os Orixás, os Mestres, os Anjos, os Devas, todos Eles amam a humanidade. Caso queiram fazer um ritual a algum Deles ótimo. Mas lembrem - se sempre: Vela acesa so tem valor se o coração estiver aceso antes. Caso contrário, não!

A energia de uma erva é poderosa e realmente cura, mas antes, suas próprias energias e o respeito com a vida vegetal devem ser grandes, caso contrário, é desperdiçio de tempo. Qualquer ritual de magia para o bem é lindo e bem quisto pela espiritualidade, mas não se perca no meio de muitos rituais e elementos e esqueça o essencial. O grande mestre da magia é o coração, e a grande força motriz é a sua mente. Lembrem - se disso.

Não sejam espiritualistas pela metade. Durante o dia vocês ficam pensando em espiritualidade, mas ao dormir, que é a grande hora onde o espírito se liberta do corpo físico, vocês não pensam em nada, ficam com preguiça e logo suas mentes são invadidas por um monte de coisas, adormecendo na mais perfeita desordem. No mínimo orem ao deitar - se. Agradeçam ao dia, coloquem - se a disposição de aprendizado, aproveitem as horas de sono. Elas são chaves de acesso ao crescimento espiritual. Meditem nisso.

Eu sou um preto - velho. Pouco importa minha forma ou meu nome. O que importa é que eu sou luz, como vocês e todos nós, filhos da Grande Luz. O sol de Oxalá* brilha em meu coração, no seu e em toda humanidade. Você ainda tem preconceito em relação a raças? A culturas diferentes? Religião? E julgam - se espiritualistas? Ora amigo, deixe disso! Lembre-se: todos viemos da mesma fôrma. A fôrma de Oxalá. Eu tenho apenas uma palavra para descrever o preconceito: ignorância!

Ignorância também são as paredes e preconceitos religiosos. Todos os mestres da humanidade pregaram o desprendimento, mas o que os seus seguidores mais fazem é ter o sentimento de posse em relação a Eles. E lá se vão guerras, ofensas e desarmonia entre uma religião e outra. E lá se vão discussões infindáveis entre doutrinas diferentes. Todos os caminhos levam a Deus, mas muitos acham que seu caminho é melhor do que dos outros, não é mesmo? Façam um favor a humanidade, meu filhos: Vão voando nas asas do universalismo ecumênico! E parem com essas bobagens…

Do lado de cá nós adoramos música. Ela rejuvenesce a alma, acorda o coração e desperta a intuição. Aproveitem as músicas de qualidade. Elas são ótimas e verdadeiro brilho e alimento para vossos espíritos. Também escutem a música que os espiritos superiores cantam secretamente dentro do coração de cada um. É a música da Criação, ela está em todos, mas só pode ser escutada quando a mente silencia e o coração brilha. Pensem nisso!

Pensem também na natureza. Coloquem uma música suave. Direcionem - se mentalmente a um desses sítios sagrados, verdadeiros altares vivos do amor de Olorum. Pensem na força curativa das matas, na força amorosa e pacificadora das cachoeiras, da limpeza energética que o mar traz ao espírito. Meditem neles. Isso traz sintonia, reciclagem energética e boa disposição. Façam isso por vocês e fiquem bem!

Por fim, dediquem - se mais ao autoconhecimento. Ele é muito importante. E um dia, mesmo que isso demore milênios, vocês se conhecerão tanto que realmente descobrirão sua natureza divina. Nesse dia, as cortinas da ilusão se abrirão e você verá o universo a sua frente. Não existirá mais Orum* (céu) nem Ayê* (mundo material). Nem eu nem você. Apenas Ele… Pai e Mãe Olorum dentro de nós mesmos!

Um Grande abraço

Pai Antônio de Aruanda e Fernando Sepe (escrito por duas mentes em um só coração)

TUDO SOBRE CIPRIANO QUIMBANDEIRO

“Cipriano Quimbandeiro, chorou no cativeiro.
Hoje chora de alegria o Rosário de Maria. Chora,chora, saravando Angola…”
Lá pelos meados do século XVIII, existiu um negro que foi escravizado pelos senhores brancos, que era conhecido pelo nome de Cipriano, o bruxo da senzala do sul.
E porque levava esse nome?
Cipriano foi escravizado na tenra idade,trabalhou nas roças de
café, cana de açúcar e trigo de sol a sol por longos e longos anos.
Contudo, a noite na senzala, ele se empenhava com os mais velhos em aprender as magias, benzeduras e todas as
coisas místicas com todos
os negros mais velhos, que eram, cada um especialista em determinada coisa desse gênero.
E Cipriano, por ser extremamente dedicado ao que fazia, se apegou
em todas as formas de magia e benzeduras, aprendia um pouco com cada um dos seus mestres negros.
E foi assim que se tornou um grande benzedor e entendedor de
magias africanas, fazendo delas um ponto positivo para auxiliar a
todos que delas necessitavam, e que ele procurava ajudar com toda a dedicação e carinho.
Por esse motivo Cipriano ficou conhecido por toda região, como o
negro que retirava espíritos sem luz, que curava com suas magias, que acalmava as dores com suas benzeduras, além de ser um dos mais entendidos sobre ervas e suas benevolências.
Nos dias de hoje Cipriano se apresenta como Entidade de Luz nos terreiros de Umbanda, onde trabalha na linha das Almas, sendo um Preto Velho muito solicitado pela sua atuação dentro
do encaminhamento de obsessores e quebra de magia negra.
Ele quando chega ao terreiro, muitas pessoas parecem temer por
saber quem ele é, e o que ele representa na Umbanda. Muitos assemelham esse Preto Velho com um bruxo, ou o senhor da cruz de caravaca, cruz essa que se é utilizada pelos senhores da alta
magia.
Mas Pai Cipriano é apenas uma bela Entidade de Luz, que foi
abençoada por Deus, Pai Oxalá e todos os Orixás, para poder retornar como Entidade para auxiliar os necessitados, e
isso ele faz extremamente bem.
Uma característica desse Preto Velho e chegar nos terreiros de
Umbanda de joelhos, ou arrastando uma das pernas ou mesmo as duas, e isso tem um motivo que faz parte de sua história na vida terrena, ainda como escravo.
Como foi dito nos meados do século XVIII ,
Cipriano era um negro
escravizado, mas extremamente respeitado pela fama que corria a
região, na qual dizia que ele era o bruxo das senzalas.
Essa fama não só trazia respeito para Cipriano, mas também trazia
o carinho de seus irmãos negros, pois todos sabiam que além da fama de bruxo, ele tinha outra fama, de sempre fazer o
possível e o impossível para auxiliar alguém que necessitava de sua ajuda, sendo nas magias e
benzeduras simples, como a mais alta magia que por mais complicada e difícil de ser realizada, se fosse para curar, sanar mazelas,
retirar obsessores, ou qualquer coisa que necessitasse da sua ajuda ele o faria, sem temer obstáculos.
Dentro desse pensamento, certa vez ele foi solicitado pelos pais
de uma criança negra, que se esvairia em sangue, numa hemorragia sem motivo físico. Os seus pais desesperados sem
condição de procurar ajuda como sanar aquela hemorragia de seu
pequeno filho, pois ao pedirem desesperadamente ajuda aos feitores, foram ameaçados de serem levados ao tronco.
Diante do fato gravíssimo, um dos negros se lembrou das bruxarias
e benzeduras que Cipriano fazia, e ao falar aos pais da criança,
foram imediatamente pedir ajuda ao negro.
Cipriano foi até a criança, que nesse momento já estava com a
respiração pesada, olhos cerrados e perdendo sangue por entre
orifícios.
Cipriano, com galhos de arruda, guiné e benjoim, fez uma
benzedura, fazendo com que a respiração da criança se acalmasse, e assim ele colocou as mãos abertas no peito do
menino, fechou os olhos,
como se examinasse a criança espiritualmente.
Após alguns minutos em um transe profundo, Cipriano é jogado ao
chão por uma força descomunal, que vinha do corpo da criança. Essa força invisível, faz com que Cipriano acordasse do transe, não
deixando com que ele terminasse o tratamento espiritual sobre o
menino.
Novamente ele tenta, e novamente acontece a mesma coisa. E nessa
segunda tentativa ele pressente que ali existe muito mais que uma força que não aceita que ele tentasse curar a criança,
mas algo demoníaco
que obsediava o menino, tentando tomar conta de seu espírito ao ponto de induzi-lo a que sua alma o seguisse a escuridão eterna.
Ao sentir que a mazela do menino negro não era apenas um mal
físico, Cipriano se fechou em oração junto a Pai Oxalá e aos Orixás,nos quais ele tinha extrema fé. Dali ele tem uma visão das ervas que deveria utilizar para um banho que levaria aquela
força do mal para longe do menino, e assim poderia, com sua
benzedura e magia fazer com
que ele tivesse êxito na cura do corpo físico, já tão debilitado.
Cipriano diz aos presentes que ficassem em oração, pois ele teria
que ir as matas fechadas, em um local único, para apanhar as ervas e assim dar continuidade a cura do menino. E assim foi feito.
Cipriano se embrenhou pela mata, seguindo o caminho que lhe foi
indicado por meio de visão espiritual. Cada vez
mais distante da fazenda na qual estava a criança, Cipriano via a
mata se fechando cada
vez mais, chegando ao ponto de certos lugares ele ter que passar
totalmente abaixado.
Enfim ele encontra o local indicado pela suas visões e no local
todas as ervas necessárias para fazer o banho, o chá e as benzeduras para salvar a vida da criança.
Após recolher todas as ervas que necessitava, Cipriano tenta se
apressar para chegar em tempo de salvar a pequena criança. E ao se
embrenhar na mata novamente, ele sente que estava sendo observado, e logo em seguida consegue ver por quem. Um enorme vulto negro, rodeado de menores vultos da mesma negritude,
começam a ficar ao seu redor
tentando fazer com que Cipriano perdesse o rumo do caminho de retorno.
Como ele se fixou no caminho, sem se deixar a ser induzido pelos
maléficos vultos, continuou a caminhar, deixando assim o grande vulto negro com mais ódio ainda.
O grande vulto negro passa novamente por
Cipriano, fazendo menção
de ataque. E como novamente Cipriano não se deixou abalar, o vulto maior e negro reúne os demais comandados do
mal tentando novamente
atormentá-lo. E enquanto os menores vultos vinham de todos os lados para cima de Cipriano, o vulto maior segue até
um covil de cobras,
fazendo com que a mais venenosa das serpentes ficasse em posição de bote para atacar o negro quando passasse por ali.
E assim aconteceu, Cipriano foi atacado pela venenosa serpente, um ataque rápido e certeiro em sua perna esquerda, fazendo com que ele caísse já delirando de tanta dor pelo veneno que se espalhava.
Nesse instante Cipriano se lembra do pequeno menino, que era
tomado pelos espíritos do mal, e ele se fechou em oração pedindo aos Orixás força para conseguir chegar a seu objetivo
e assim curar a criança.
Com sua fé grandiosa, juntamente com uma vontade descomunal,
Cipriano busca forças, e olhando ao redor, nota que já não está mais
sendo ameaçado pelos vultos negros. Desse momento em diante ele se arrasta por meio da mata fechada, junto ao chão
e as folhas e raízes que se sobressaiam por todas as fendas da terra.
Cada vez mais cansado, com dores terríveis, já não sentindo suas
pernas, uma pelo veneno da serpente e a outra pelo esforço extremo de levar seu corpo adiante, Cipriano desaba mais uma vez ao chão.
Ele olha para o céu, clama por misericórdia, com olhos
lacrimejados tentando buscar na sua fé a força que necessitava para
seguir o caminho de volta.
E nesse momento uma luz muito forte aparece diante de seus olhos,
e dessa luz vem uma voz forte, mas serena, que lhe disse:
“ Cipriano, você tem nas mãos as ervas necessárias para acalentar sua dor física. Essas ervas podem curar sua perna ferida e
envenenada pela serpente do mal. Basta pegar todas, e numa sequência esfregar uma a uma
no local da picada, porém terá que usar todas as ervas que tens
em mãos nesse momento.
Sabendo disso, você não terá como salvar o corpo físico da criança da morte, e consequentemente também não terá como salvar
o espírito desse menino da escuridão na qual ele está sendo levado pelos espíritos sem luz,
que estão nessa constante busca por esse menino por ele ser um espírito puro e iluminado, que virá no futuro ser um grande aliado do bem contra obsessores e kiumbas.
Você tem que usar seu livre arbítrio nesse momento, poderá usar as ervas para se curar,
ou poderá arriscar sua vida e seguir em frente para salvar a vida e a alma do menino.
Você poderia se curar e retornar em busca de
mais ervas no localindicado, mas contudo não teria tempo hábil para retornar a tempo de salvar a vida da criança. ”
Ao fim dessas palavras a luz desapareceu da mesma maneira que apareceu. Cipriano cerra os olhos, e os abre lentamente, olhando seu embornal com as ervas. Olha também para suas
pernas, a esquerda já com
um grande edema, e a direita com feridas abertas por estar sendo
arrastada pelo terreno tão danificado.
Cipriano fecha novamente os olhos, faz uma oração e segue seu
caminho, rastejando por entre as folhas caídas, indo ao encontro do
menino na senzala da fazenda.
Durante longo tempo ele se rastejou, até que se deparou com a
pequena trilha que ligava a mata a fazenda. Que para ele foi um alívio
e uma vitória.
Conseguiu chegar até a fazenda, e lá foi auxiliado pelos seus
irmãos negros a ir até a senzala onde estava a criança.
Chegando diante do menino, Cipriano rapidamente se pôs a fazer suas orações, suas benzeduras e suas mágicas
curas por intermédio das
ervas que tinha em mãos. Delas também fez chás, e logo que se iniciou o trabalho de cura física e espiritual do menino,
já pôde se observar uma melhora grandiosa.
Quando Cipriano se aproximou do menino colocando suas mãos em seu peito para dar continuidade a limpeza dos obsessores, o grande vulto negro, visto na mata, apareceu diante dele, mas
já sem forças, e foi
conduzido para longe dali e do menino para sempre.
A criança se recuperou rápido, deixando os seus pais eternamente
agradecidos a Cipriano. Ele porém, após controlar o veneno que agia
maleficamente em seu corpo, ficou com as pernas sem movimento, a
esquerda pela picada da serpente, e a direita pelo esforço extremo que foi obrigado a fazer para chegar até a fazenda.
Pai Cipriano desencarnou com mais de 80 anos. E no dia de seu
desencarne, ele, sabendo que estava chegando seu momento de partir da vida terrena, pediu aos negros que se reunissem
em sua volta, e juntos fizessem orações aos Orixás, para que o
recebesse de braços abertos, no local que Pai Cipriano chamava de
“Paraíso dos Bruxos”.
Ao fazerem o que ele desejava, Pai Cipriano desencarnou nos braços
do menino negro, que nessa época já era um homem feito, que ele salvou da morte e das garras de obsessores da escuridão.
Esse menino cresceu com um respeito grandioso por Pai Cipriano,
tanto que ele seguiu os passos de seu mestre, e com ele aprendeu todas as benzeduras, mandingas e o domínio das ervas, sendo para curas físicas ou espirituais, e que mais tarde também, como seu mestre viraria uma Entidade de Luz trabalhadora da Umbanda, e levaria o nome de Pai José.
E essa é a história de nosso Preto Velho Pai Cipriano, como ele
ficou conhecido, como ele salvou da morte Pai José, ainda na tenra
idade.
Saravá Pai Cipriano, o grande mestre em retirar eguns, kiumbas e espíritos zombeteiros de
pessoas obsediadas por esses
espíritos malignos.
Adorei as Almas!
Adorei Pai Cipriano!