sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Zé Pilintra: Malandro Ou Exú



Há pouco tempo atrás não existia essa discussão. Porém, de alguns tempos para cá, percebeu-se que ocorria um fenômeno na Umbanda de forma tal que algumas entidades, parecidas com Zé Pilintra, formavam uma linha de trabalho à parte. Percebendo isso, alguns dirigentes espirituais passaram a abrir giras com essas entidades do universo da malandragem, eis que surge a linha dos "malandros".


Este que vos escreve é um médium de Zé Pilintra, e, diga-se de passagem, quando conheci a Umbanda, há 22 anos atrás, ninguém falava em linha de malandros. Apenas sabia-se que algumas entidades apresentavam-se no terreiro fazendo alusão de que trabalhavam junto com ele. 



A partir daí, verificou-se que eles também trabalhavam tanto na direita quanto na esquerda. Além disso, possuíam outras características que os aproximavam mais ainda desse que é personagem principal desse artigo. Assim sendo, falemos um pouco mais sobre Zé Pilintra.



Sobre suas características principais tal como gostar de bebida, de cigarrilhas e tudo o mais que for especial, além de fazer delicados gracejos para as mulheres, é algo que muito já foi citado em outros artigos. Sobre suas vestimentas, terno branco com um cravo na lapela, chapéu branco com uma fita vermelha de cetim e sua bengala, também já foi muito falado.



Muitos são os livros que tentam retratar a história de Zé Pilintra. Mas, para que tenhamos uma pequena noção de sua trajetória, não podemos levar ao pé da letra nenhuma delas. Basta dizer que José (o Pilintra) era um homem tão famoso, mais tão famoso que se tornou um "mito", isto é, uma lenda viva. De tão famoso que era, suas histórias fizeram parte da literatura de Cordel (arte literária típica do nordeste). 



Não obstante, precisamos considerar que um mito pode ser conceituado como uma realidade que tem um "q" de fantasia, ou uma fantasia que tem um "q"de realidade. Imagem que alguns chegam a afirmar que ele era capaz de se transformar em um pé de bananeira, quando fugia da polícia. Outros afirmam que morreu assassinado por uma mulher apaixonada.



São muitas as lendas, mas o que as mais antigas histórias nos dizem é que ele nasceu no interior de Pernambuco, depois se mudou para o Recife, local onde ocorreu toda a sua trajetória de vida boêmia, regada a bebidas, jogos e mulheres. 



Recentemente fala-se de uma possível passagem pela Lapa carioca, local em que teria aprendido a arte da malandragem.



Alguns confundem o homem que viveu na Terra, o Sr. José (conhecido como Pilintra), com os guias de trabalho cuja falange espiritual é enorme. Haja vista que quase todos os terreiros possuem pelo menos um médium que incorpora essa entidade.


Algumas pessoas chegam a dizer que Zé Pilintra não vem mais em Terra, e que nós que o incorporamos estamos enganados. Tolice! 


Algumas dessas entidades têm um forte sotaque nordestino, outros, carioca. Nem todos possuem sotaque. Pois é sabido que ele se faz presente na Jurema e também no Candomblé. Essa é uma prova viva de que as entidades não estão adstritas a esta ou aquela religião. Para Zé Pilintra não tem porta fechada. Seja Jurema ou Candomblé, seja Batuque ou Omolokô, seja Tambor de Mina, ou Umbanda, não importa, onde chamar Zé Pilintra ele responde. Na direita ou na esquerda. 



É preciso acabar com alguns mitos que giram em torno de nossa religião. Não podemos relacionar alguns defeitos que existem no interior de algumas pessoas com a má interpretação que dão às entidades. Não é admissível crer que uma pessoa tenha muitas mulheres e coloque a culpa no fato de ser guiado por Zé Pilintra. Também não se pode dizer que alguém sofre de alcoolismo por causa de sua religião. Permitam-me dizer que jamais tive problemas com bebidas, boemia ou excesso de mulheres. Pelo contrário, meu guia sempre me deu forças para agir com disciplina e respeito. 



Mas voltando à temática inicial, creio que se perguntarem a Seu Zé se ele é exú ou malandro, ele diria:



Sou malandro, sou Exu, sou mestre da Jurema, sou o que você quiser.



Na Jurema sento-me à mesa, toma a bebida sagrada, trago a força do erveiro, o axé da pajelança.



Na encruza eu trabalho, cruzo e risco ponto. Bebo e solto a minha gargalhada. Kiumba nenhum fica pra ver o resultado. 



Na baianada eu puxo a peixeira, quebro o côco, dou meu sarava.



E por tudo isso sou malandro. Na malandragem da vida, gingando de lá, gingando de cá, nunca me esquivando do dever de trabalhar. Há, mas se passa uma mulé bonita (sic), não me diga pra não olhar. Pois se assim não fosse não seria Zé Pilintra.


Nego faceiro que tá sempre pronto pra ajudar.

Linha das Malandras na Umbanda


Vou explicar como agem as malandras que fazem parte da linha dos malandros na Sagrada Umbanda. Quando trabalhamos com a linha das malandra, trabalhamos com o poder da alegria e liberdade feminina. As malandras são aguerridas e muito poderosas nos campos do amor e da proteção. Existem entidades malandras em todos os tipos de vibrações e atuações atuando em muitos campos em nossas vidas através da via da direita e da esquerda. Muitas delas, estão hoje trabalhando na linha da esquerda como pomba giras e outras na direita como baianas pois, esta linha ainda esta se assentando neste plano, embora os malandros ja tenham destaque, as malandras ainda não aparecem muito como tal nos terreiros. A chefe da linha das malandras é Dna Sete Navalhas, conhecida tambem como Maria Navalha que trabalha muito como pomba gira, mas é Malandra de fato! A malandragem feminina desta falange mostra que todas as mulheres tem o direito de ser feliz, livres e de viver a vida como quiserem sem o machismo e o falso moralismo que vemos hoje em dia ainda e que podam a natureza sensual de toda a mulher. As malandras nos ensinam a respeitar as mulheres como poderosas guerreiras da vida que merecem e devem ter respeito e admiração não pelo que nós os homens queremos que elas sejam, mas pelo que elas ja são, encantadoras quando querem, amorosas quando respeitadas e guerreiras quando precisam. FIRMEZA para a linha de malandras - Uma vela vermelha ou branca - Bebida adocicada podendo ser licores ou champanhe - Cigarro branco - Rosas vermelhas , amarelas ou rosas. Pode-se tambem oferendar uma navalha como símbolo de proteção. Tudo depositado em uma encruzilhada de linha de trem ou em lugares onde a bohemia reina na madrugada.

Tranca Ruas



(TarchiMache) - Tranca Ruas (O Guardião dos Caminhos), não é demônio que muitos acreditam que ele seja. Sua atribuição é trancar a evolução dos desqualificados, desequilibrados e desvirtuados espíritos humanos. Não deseja ser amado ou odiado, mas apenas respeitado e compreendido.
Caminhos
A falange de Tranca-Ruas é dividida em 7 sub-falanges. Cada sub-falange tem a direção de um Tranca-Ruas específico, como se fosse um batalhão - cada batalhão, um general.
  • Falange comandada por Tranca Ruas das Almas
  • Falange comandada por Tranca Ruas de Embaré
  • Falange comandada por Tranca Ruas das Ruas
  • Falange comandada por Tranca Ruas das 7 Encruzilhadas
  • Falange comandada por Tranca Ruas das Porteiras
  • Falange comandada por Tranca Ruas das 7 Luas
  • Falange comandada por Tranca Ruas das 7 Giras
Características
ArmaEspada
Bebida
  • Tranca Ruas das Encruzilhadas - Marafo, whisky, rum, vodka
  • Tranca Ruas dos Cruzeiros - Vinho branco, vermouth, champanhe, whisky
  • Tranca Ruas das Almas - Vinho tinto, whisky ou marafo
ErvaEspada de São Jorge
FumaCharutos
LugarTronqueira
Plantarosas amarelas
RegênciaOgum
VelaPretas, Vermelhas e Pretas
História1
Muito grande, muito forte, Seu Tranca Ruas vem trazendo a sorte
Salihed, Mehi Mahar Selmi Laresh Lach Me Yê!
Saravá, Senhor Exu Guardião Tranca Ruas!
Saravá, Ogum Sete Lanças da Lei e da Vida!
Saravá Pai Ogum!
Saravá Mãe Iemanjá!
Saravá, Regente Oxalá!
Saravá, Umbanda!!!
Surpreenda-se com esse Mehi Guardião de Mistérios a serviço da Lei Maior!
("O Guardião Tranca Ruas pode ser tudo o que queiram, menos como tentam mostrar: Um demônio. Jamais foi ou é o que este termo deturbado significa na atualidade e nem o aceita como qualificativo das suas atribuições: Trancar a evolução dos desqualificados, desequilibrados e desvirtuados espíritos humanos. Odeia os que odeiam, sente asco dos blasfemos, nojo dos invejosos, repulsa pelos falsos, ira pelos soberbos e pena dos libidinosos. Saibam que foi um dos Mehis que velaram a descida do "ACH-ME ou MISTÉRIO JESUS CRISTO". Assim é TRANCA-RUAS, Mehi por Origem, Natureza e Formação. Não importa a Religião que tens que guardar, pois nela, dela e para ela, Mehi, sempre será.")
Senhor Tranca-Rua das Almas, senhor do Sétimo Grau de Evolução da Lei Maior de Ogum, conhecedor de todas as magias e demandas praticadas por seres sem luz, interceda no caminho de todos os filhos de fé, livrando-os de toda a energia que possa atrapalhar a evolução de todos os seres iluminados; fazei dos pensamentos uma porta fechada para a inveja, discórdia e egoísmo. Dos sete caminhos por ti ultrapassados, foi na rua que passou a ser dono de direito, abrindo as portas para os espíritos que merecem ajuda e evolução e fechando para os que querem praticar a maldade e a inveja contra seus semelhantes. Fazei dos nossos corações o mais puro que nossos próprios atos; Senhor (Pai) Tranca-Ruas das Almas agradeçemos por tudo que fizeste apren-der nesta vida e em outras que passamos lado a lado, rogo por vós a proteção, para os irmãos de fé, para toda a família e porque não para os inimigos Abençõe a guarde esses filhos que um dia entenderão o verdadeiro sentido da palavra umbanda.
          Pontos cantados

          O sino da igrejinha Faz belém, blem, blomPontos Cantados
          Deu meia noite o galo já cantou
          Seu Tranca-Ruas é o dono da gira 
          Oi corre gira que Ogum mandou



Com 7 velas eu firmei meu ponto
E na encruza Exú me saravou
Firma seu ponto Seu Tranca Ruas
Exú da linha de Seu Marabô



Viva as almas, viva a coroa e a fé
Salve Exú das Almas
Ele é Tranca Ruas de fé



Seu Tranca Ruas que nasceu no Mato Grosso
Ele é filho de um xavante, ele é de Embaré
Mas o homem é Tranca Ruas de Embaré



Na sua encruza ele é o Rei
Na sua banda ele é o Senhor
Oi, salve o Sol, oi salve a Lua
Salve toda a encruzilhada
Oi saravá Seu Tranca Ruas



Seu Tranca Ruas me abra os meus caminhos
Que me foi trancado pelo povo pequenino
Saravá o sol, saravá a lua
Saravá a rua, saravá Seu Tranca Ruas



Está iluminando a sua banda
Está cheirando flor em seu Congá
Seu Tranca Ruas um pedido eu lhe faço
Me abre as portas
Ilumina os caminhos por onde passo



Exú abre os caminhos, foi Xangô quem mandou
Tranca Ruas nas encruzilhadas
Corre a gira nas demandas
Corre a gira nas Quimbandas,
Foi Xangô quem mandou



Seu Tranca Rua da Mata
Chama, chama que ele vem
Ele é o Rei da Quimbanda na Mata
Chama, chama que ele vem
Lá no meio da macaia
Seu Tranca Rua chegou
Ele veio tirar despacho
Que você pra mim deixou
Seu Tranca Ruas da Mata
Chama, chama que ele vem



Ouvi um barulho na mata
Ai meu Deus o que será
É Seu Tranca Rua das Matas
Que veio trabalhar



Seu Tranca Ruas nas forças da mata
O seu Congá tem segurança
É nas tronqueiras que ele gira
É meia noite que o galo canta



Quem é que desceu do reino, quem é?
Ele é Tranca Ruas das Almas, ele é



Estava dormindo na beira do mar
Quando as Almas me chamaram para trabalhar
Acorda Tranca Rua vai vigiar
O inimigo está invadindo a porteira do Congá
Põe a mão nas suas armas e vai guerrear
Bota o inimigo pra fora pra nunca mais voltar



Estava dormindo
A Umbanda me chamou
Se levanta minha gente
Tranca Rua já chegou

Quando a Lua sair
Eu vou girar, eu vou girar
Chegou Tranca Ruas
Pra todo mal levar



Seu Tranca Ruas
Me cubra com sua capa
Quem tem sua capa escapa
A sua capa é um manto de caridade
Sua capa cobre tudo
Só não cobre a falsidade



Oh! Luar! Oh! Luar! Olha os raios da Lua
Está chegando na banda Seu Exú Tranca Rua
Salve as Almas Benditas
Do cruzeiro das almas
Está chegando na banda
Tranca Rua das Almas



Quando o galo canta
As almas se levantam e o mar recua
É quando os anjos do céu dizem amém
E o pobre do lavrador diz aleluia
Diz aleluia, diz aleluia
Seu Tranca Ruas diz aleluia



Está iluminando a sua banda
Está cheirando flor em seu Congá
Seu Tranca Ruas um pedido eu lhe faço
Me abre as portas
Ilumina os caminhos por onde passo



Seu Tranca Ruas
Me abra os meus caminhos
Que me foi trancado
Pelo povo pequenino
Saravá o Sol, saravá a Lua
Saravá a Rua, saravá Seu Tranca Ruas
Seu Tranca Ruas
Nas forças da mata
O seu Congá tem segurança
É nas tronqueiras que ele gira
É meia noite que o galo canta



Chegou na canjira de Umbanda
Seu Tranca Ruas
Quem está de ronda é meu Pai
Seu Tranca Ruas
Me cubra com sua capa
Quem tem sua capa escapa
A sua capa é um manto de caridade
Sua capa cobre tudo
Só não cobre a falsidade



Na Lua nova ele fez seu ponto
Na Lua cheia ele confirmou
São Sete Estrelas, são sete Luas
Saravá Ogum, saravá Seu Tranca Ruas



Já deu meia noite
Tá na hora da Quimbanda
Segura a gira Exú
Seu Ogum é quem manda

Tranca Rua está na terra
Veio combater demanda
Salve o Povo da Encruza
Salve Exú e sua Banda



Quem trabalha com as Santas Almas
Não tem medo de assombração
Sou filho de Tranca Ruas
Tenho as Almas no coração



Poder, poder Tranca Ruas é quem traz
Cuidado com o que diz
Tranca Ruas está por trás
Cuidado com o que faz
Tranca Ruas está por trás

Gira Mundo



(Segal) - É chefe da linha negativa de Xangô, ou seja, ele é chefe de legião, sendo serventia de Xangô. Trabalha nas encruzilhadas e também nos cemitérios, pois seu nome é Gira Mundo, ele está em todos os lugares, cavernas e calungas, porque ele Gira o Mundo, assim como outro Exú de sua falange o Sr. Vira Mundo.
Exerce toda sorte de influência na atividade humana , principalmente sobre os espíritos desencarnados , que ainda não compreendem seu estado atual.Estes espíritos são enviados por exu Gira-Mundo para pertubar criaturas humanas, que os médicos da terra diagnósticam como obsidiadas.
Embora seja subordinado ao Guardião Calunga e pertença ao grupo de ALMAS, trabalha no corte de negativos e desmancho de trabalhos de baixa magia cortando correntes numa situação tormentosa, atrito e desordem astral percebendo-se males cardíacos. Atua também para desenrolar casos arrastados na justiça tendo trabalhos de magia interferindo no andamento. justiça de Xangô quem deve paga, quem merece recebe.
Caminhos
Caracteristicas

BebidaMarafo, Whisky
FumaCharutos
GuiaVermelha e Preta
LugarEncruzilhadas
MetalEstanho
MineralQuartzo Verde Escuro
PlantaMangueira
VelaPreta, Vermelha e Preta
Pontos Cantados
Eu quero ver correr
Eu quero ver balancear
Chegou Seu Gira Mundo
Na Quimbanda vai girar



Ê girê, o girá,
Gira Mundo vai chegar.
Ê girê, o girá,
Para todo mal levar.
Ê girê, o girá,
Lá para o fundo do mar.
Ê girê, o girá.

Sete da Lira

Guardião Sete da lira
(Murmur) - Seu Sete da Lira é uma manifestação de exu, Era incorporada pela mãe-de-santo Dona Cacilda de Assis, no início da década de 1970.
A entidade obteve destaque na mídia brasileira a partir da apresentação ao vivo, pela TV Globo e pela extinta TV Tupi, de sessões que causaram viva polémica:
"Logo em seguida, no dia 29, último domingo de agosto [de 1971], aconteceu o episódio que mexeu de vez com a suscetibilidade e os brios dos partidários da censura. A disputada mãe-de-santo Dona Cacilda de Assis (que dizia receber o espírito do 'Seu Sete da Lira', um exu da Umbanda) transformou os estúdios da Globo e da Tupi em verdadeiros terreiros de macumba. 'Embora as apresentações diferissem,' relatou o Estado de São Paulo (3 Set. 1971, 4), 'o espetáculo em si foi o mesmo: os umbandistas de 'Seu Sete' invadiram o palco (baianas, cantores, pessoas bem vestidas, em 'relações públicas'...) num tumulto indescritível.' A Censura qualificou a apresentação de 'Seu Sete' de 'baixo espiritismo, exploração da crendice popular e favorecimento da propaganda do charlatanismo'; a Igreja [Católica], por intermédio do secretário geral da CNBB, declarou que a 'inclinação à transcendência do povo brasileiro' estava sendo utilizada por 'indivíduos sem escrúpulos, em atividades pseudo-religiosas' (Jornal da Tarde, 3 Set. 1971; apud Mira, 1995, 36)."
À época, afirmou-se que a então a primeira-dama D. Cyla Médici, esposa do presidente Emílio Garrastazu Médici, teria mergulhado em transe, enquanto assistia ao programa (Costa et al., 1986, 249) (op. cit.).
Como consequência, ambas as emissoras de televisão assinaram um protocolo de auto-censura à época.
O nome da entidade também se liga a um momento da carreira do cantor Tim Maia, no início daquela década, quando era adepto da seita Universo em Desencanto, liderada por Manuel Jacinto Coelho. Segundo a unanimidade dos terreiros afirma, uma das manifestações do Senhor Sete da Lira, é o grande cantor brasileiro,Francisco Alves.
Características
Pontos Cantados
Sou Exu, trabalho no canto
Quando canto desmancho quebranto
Sete cordas tem minha viola
Vou na gira
De lenço e cartola
Viola é tridente
Cigarro é charuto
Bebida é marafo
Sou Sete da Lira
Derrubo inimigo
Ponteiro de Aço. bis


Povo da Lira
Os chefes deste reino são muito mais conhecidos por seus nomes sincréticos: Exu Lúcifer e Maria Padilha, sendo na verdade seus nomes kimbandeiros Exu Rei das Sete Liras e Rainha do Candomblê (ou Rainha das Marias). Seus apelos kimbandeiros mostram justamente sua afinidade pêla dança, a musica e a arte ( lira e candomblê). Dentro do reino da Lira, que tambêm as veces é chamado "reino do candomblê" não pêlo culto africanista aos orixás, sinão por ser issa palavra sinônimo de dança e música ritual. Trabalham aqui todos os Exu que tem que ver com a arte, a musica, poesia, bohemia, ciganeria, malandragem, etc.
Livros
  • Título : Grifos do Passado
  • Autor : Fernando M. Guimarães
Grifos do PassadoResolvi escrever um livro sobre a minha religião, a umbanda. Mas para quem o dirijo? Para os entendidos, aos neófitos, ou aos iniciantes? Aos membros da minha corrente da Sociedade Espiritualista Edmundo Rodrigues Ferro – o Terreiro do Pai Maneco ou aos espiritualistas? A quem? Como é difícil escrever um livro, considerando que no prefácio já estou em dúvida. Resolvi: vou escrever para mim e para quem quiser ler, seja ele quem for. O tema já escolhi, só falta o estilo. Devo falar dos orixás, das linhas, das correspondências, dos números de espíritos existentes, do bem e do mal, do grande engano do exu sórdido, ou do exu bom e correto que conheço? Vou descrever a imaginária e complicada Umbanda esotérica, ou a Umbanda que pratico e amo? O que devo escrever sobre as correspondências entre as várias falanges, das linhas da Umbanda pregadas pelos autores, a do orixá maior e orixá menor, falanges superiores e sub-falanges? Ou devo me limitar aos fundamentos da Umbanda simples praticada pelo povo? Vou me dirigir à elite ou à massa? Não posso me contradizer, se vou escrever para mim, tenho que me dirigir a quem pertenço e gosto: às massas. Sentado no computador, criei uma tecla imaginária: "deletar o que os outros dizem". Não hesitei, acionando este adequado recurso. Só vou depender de mim, e da minha cumplicidade com os espíritos.

João Caveira

Joao Caveira
João Caveira é o nome de uma falange de exu de Umbanda (entidade espiritual) da Quimbanda e Umbanda brasileira. Trata-se de uma das falanges de entidades responsáveis pelo encaminhamento das almas (espíritos desencarnados) que vagam nos cemitérios para áreas de captação e triagem. É representado por um homem carregando um crânio humano. Em outra versão é a própria caveira em pé. Normalmente é associado como estando localizado no portão do cemitério (calunga), mas sua ação é muito mais abrangente. Suas manifestações mediúnicas são ocorrentes nos terreiros. É uma entidade séria e de poucas palavras, normalmente indo diretamente ao assunto.
João Caveira pertence à falange do Exu Caveira, que por sua vez é regida pelo orixá Omolu. Trabalha no cemitério, seu ponto se força é do lado direito do cruzeiro, trabalha muito com Exu Caveira, algumas lendas falam que João Caveira é filho do Sr. Omulu. É serventia do Ogun Megê,e também do preto velho das almas. O tipo de seu trabalho é bem parecido com o do Exu Caveira. Também é um exu guardião chefe de falange.
Características
BebidaMarafo, Whisky, destilados
Guiapreta e branca,preta e amarela ou toda preta
LugarCalunga pequena
VelaPretas, Vermelhas, Brancas

Exu Meia Noite



Um Exu muito conhecido em todo o meio espiritualista, seja Umbanda, Quimbanda e até mesmo no Candomblé, isso é devido a sua grande importância no decorrer dos trabalhos. Uma coisa que deve ser entendida é que nosso dia tem quatro horários importantes: Meia noite, seis horas da manhã, meio dia e seis horas da tarde, pois em cada hora dessas ocorre uma grande troca de energia, não sendo propicia ou auspiciosa para muitos trabalhos. Concentremos na meia noite ou "Hora Grande", é o momento em que trocamos de dia, em que a Terra completa seu movimento de rotação, muitos espiritualistas não trabalham com nada durante essa hora aguardando um tempo depois para começar suas tarefas. Esta falange de Exus ganhou esse nome porque na meio noite, abre as portas do nosso mundo para os demais, lembrando que são nove de acordo com os Iorubás, até mesmo por isso temos Iansã (A mãe dos nove Oruns), ou seja, essa entidade durante essa faixa de hora vibracional conecta os mundos, interligando nos as entidades.
Lembrando que a palavra Exu tem o significado de "A beira de, na margem", não que eles sejam marginais, mas que sim estão mais próximos de nos, por isso tem a função de mensageiros, pois interligam se tanto na Aiê ( Terra) quanto no Orum (céu, morada dos Orixás), então Exu da Meia Noite ou Exu da Hora Grande, é um mensageiro que durante essa hora exerce maior função nos trabalhos, abrindo e fechando caminhos, tanto os nossos quanto das outras 

EXU MIRIM



Os Exus Mirins são Seres Encantados de uma Dimensão à Esquerda da nossa. Eles não são humanos.

Na respectiva Dimensão, algum deles são seres infantis. Mas os que se manifestam nos Trabalhos Religiosos de Umbanda já trazem da sua Dimensão um nível de evolução diferenciado. Além disso, também são preparados para vir, até obterem a licença do Divino Criador e dos Sagrados Orixás que os amparam nesse trabalho junto à nossa humanidade.

Exu, Pombagira e Exu Mirim formam o triângulo de forças à Esquerda da Umbanda.

Exu Mirim e Pombagira Mirim NÃO são filhos de Exu e de Pombagira. São arquétipos adotados pela Umbanda para englobar numa só Linha de Trabalhos Espirituais todos os Seres Encantados das Dimensões da Vida à nossa Esquerda, pois estamos ligados mentalmente a eles por meio de cordões energéticos. Em decorrência desta ligação mental, ou nos mantemos em equilíbrio com eles, ou somos afetados de forma acentuada.

Exu Mirim é um dos Mistérios que a Umbanda buscou e incorporou, em sua fundamentação Divina.

A Criação Divina é infinita em todos os sentidos, inclusive nas funções Divinas exercidas pelos seres. Deus não criou nada ou ninguém que não tivesse sua função na Criação.

Nós, espíritos humanos, estamos ligados mentalmente a um Exu Mirim, à nossa esquerda, por um cordão energético invisível aos nossos olhos materiais, mas não à visão superior do espírito.

Também estamos ligados a outras espécies de Seres Encantados e Naturais, assim como a espécies de animais, aves, répteis, plantas etc.

Temos uma ligação mental com cada Dimensão da Vida. Se ela for equilibrada, isso nos beneficia; mas se for desequilibrada, nos prejudica.

Nossas ligações mentais com outros seres e espécies visam a nos manter em equilíbrio com toda a Criação, pois no Corpo de Deus somos só uma “célula”, uma consciência, e nada mais. Além disso, elas nos mantêm amparados por toda a Criação e, ao mesmo tempo, nos impulsionam a viver de forma harmônica com outros seres e espécies.

Certos desvios de personalidade tratados pelas ciências médicas, certas alterações de humor, certos comportamentos anti-sociais, certos fanatismos etc., têm a ver com desequilíbrios existentes com os seres na outra ponta das nossas ligações mentais, espirituais e conscienciais.

O desequilíbrio com os Seres Encantados da Direita, englobados no arquétipo Erês (Crianças), gera uma série de transformações em nossa consciência e em nossos comportamentos.

O desequilíbrio com os Seres Encantados da Esquerda, englobados no arquétipo Exu Mirim, gera uma alteração comportamental e consciencial de caráter, de humor e emocional tão intensa que a pessoa começa a regredir e fecha-se em si mesma.

Tendo Exu Mirim (à Esquerda) e os Erês (à Direita) em equilíbrio conosco, isto faz com que sejamos alegres, dispostos, de bom humor, falantes e sonhadores.

Ao contrário, estando em desequilíbrio com um deles ou com ambos, nos tornamos taciturnos, melancólicos, irritados, cabisbaixos, isolacionistas, sem iniciativas e sem criatividade; sentimo-nos velhos e sem ânimo para mais nada. Alguns negativismos afloram em nós: avareza, mesquinhez, egoísmo, irritabilidades à flor da pele, incapacidade de raciocinar coisas novas, intolerância com crianças etc.

Por um lado, tais ligações existem e não podem ser rompidas. Por outro, os Seres Encantados são portadores de poderes excepcionais que, doutrinados de forma correta, muito nos auxiliam. Então, a Umbanda optou por incorporá-los à Direita (os Erês) e à Esquerda (os Exus Mirins e as Pombagiras Mirins).

A Umbanda só adotou arquétipos que pré-existem em outras Dimensões da Vida e estão fundamentados em “raças espirituais” ou em mistérios religiosos.

Os Caboclos estão fundamentados no Mistério Guardião.

Os Pretos Velhos estão fundamentados no Mistério Ancião.

Os Erês estão fundamentados nos Seres Encantados das Dimensões da Vida à nossa Direita.

Os Exus estão fundamentados no Orixá Exu.

As Pombagiras estão fundamentadas no Mistério Orixá cujo nome em Iorubá não foi revelado- e que na Umbanda é chamado de Orixá e Mistério Pombagira-, que rege os desejos. [* Observação: Desejo no sentido de estímulo, de vontade de viver, vontade de fazer, vontade de alcançar objetivos etc.]

Já os Exus Mirins estão fundamentados nos Mistérios de um Orixá que rege os instintos “infantis”, cujo nome não foi revelado, e que na Umbanda denominamos de Orixá Exu Mirim.

Exus Mirins não são espíritos de “meninos maus”, como pensam alguns; assim como as Pombagiras e os Exus não são espíritos de ex-prostitutas e ex-bandidos.

Há poucos escritos que nos ensinem sobre o Orixá Exu Mirim ou que o fundamentem como Mistério Religioso. Isso deu margem a interpretações fantasiosas e até preconceituosas, levando muitos a acreditarem que os Exus Mirins seriam “espíritos de moleques de rua”, crianças mal-edu­cadas, encrenqueiras, “bocudas”, chulas etc. Esse desconhecimento acabou fazendo com que muitos dirigentes proibissem as manifestações de Exus Mirins.

Conforme esclarece RUBENS SARACENI, quando a Umbanda iniciou-se no plano material, logo surgiu uma Linha Espiritual ocupada por espíritos infantis amáveis, bonzinhos, humil­des, respeitosos: a Linha das Crianças. Depois, começaram a se manifestar uns espíritos infantis briguentos, encren­quei­ros, mal-educados e intrometidos. Quando inquiridos, eles se apresentavam como “Exus” mirins, os “Exus infantis” da Umbanda, numa equivalência com um Erê da Esquerda existente no Candomblé. E Exu Mirim assumiu “o arquétipo de menino mau”, que lhe atribuíam. Ninguém questio­nava sobre tão controvertida Entidade, pois ele dizia que todo médium tem na sua Esquerda um Exu Mirim, além de um Exu e uma Pomba Gira.

A partir da crença inicial de que os Exus Mirins eram “meninos maus”, as incorporações dessas Entidades eram exageradas e fantasiosas, pois os médiuns acreditavam que tinha de ser assim. Os Dirigentes não tinham conhecimento sobre tais Entidades e nem meios de esclarecer e controlar seus médiuns, passando a proibir tais manifestações.  Na verdade, os Exus Mirins nada mais faziam do que extravasar os desvios íntimos daqueles médiuns, quando incorporavam.

Médiuns doutrinados e equilibrados incorporam Exus Mirins que realizam trabalhos de grande ajuda às pessoas. Quem precisa ser doutrinado é sempre o médium, e nunca as Entidades de Lei, que já vêm mais que preparadas para atuar entre nós...

Bom, se não havia escritos esclarecedores a respeito, pode-se perguntar por qual motivo os próprios Exus Mirins não explicavam quem eram e qual a sua função no Trabalho Religioso, para dar um fim naquela situação. A questão é: começa que eles não são humanos, são Seres Encantados de uma Dimensão à Esquerda da Dimensão Humana. Então, como explicar a realidade da qual vinham, como responder às perguntas (que sempre ocorrem!) a respeito das suas características e “identidades”, uma vez que estavam começando a surgir em nosso meio e não havia parâmetros de comparação entre a nossa realidade e a deles, para tornar compreensíveis tais informações? Era quase impossível. Então eles vinham e prestavam a ajuda que podiam, aceitando “o arquétipo de meninos maus” que lhes davam. Caso contrário, já teriam desaparecido do nosso convívio; e nem estaríamos aqui buscando refletir e compreender quem são os Exus Mirins e qual a sua função na Criação Divina...

Finalmente, não é demais ponderar que tudo vem ao seu tempo, conforme o nosso grau de amadurecimento, de entendimento e de merecimento perante o Astral Superior. Afinal, “desde que o mundo é mundo” (desde sempre!), Deus, as Divindades e os Mentores e Trabalhadores da Luz existem e atuam em nosso benefício; mas a nossa reflexão e compreensão a respeito disso começou há não muito tempo e a cada dia recebemos novas informações do Astral que ampliam o nosso entendimento sobre essas questões. Se hoje temos a possibilidade de um estudo teológico na Umbanda, a compreensão dos fundamentos da religião nos ajuda a perceber que tudo corre para o nosso melhor, pois todas as manifestações que acontecem nos Trabalhos Espirituais de Umbanda têm o amparo do Divino Criador e para uma função específica, sempre voltada para auxiliar a nossa evolução e o despertar de uma consciência ampliada do Todo da Criação.

Mais recentemente, a Espiritualidade vem nos trazendo novos ensinamentos a respeito das Divindades e das Linhas de Trabalho da Umbanda, pela psicografia de Rubens Saraceni. E a partir do livro “Lendas da Criação”, Exu Mirim assumiu uma função e importância que antes des­conhecíamos.

Diz RUBENS SARACENI: “A função de Exu Mirim é a de fazer regredir todos os espíritos que atentam contra os princípios da vida e contra a paz e a harmonia entre os seres. A sua importância está em que, sem Exu Mirim nada pode ser feito na Criação, sem a sua concordância. Com Exu, dizia-se que “sem Exu, não se faz nada”. Já com Exu Mirim, “sem ele, nem fazer nada é possível”.


Características de atuação dos Exus Mirins

Os Exus Mirins são conhecidos por suas habilidades magísticas de “desatar nós”, desembaraçando situações entravadas.

Atuam principalmente a partir das intenções negativas dos seres, nem sempre reveladas; reduzem a “nada” as intenções maldosas, aplicando o Mistério Divino de que são portadores.

Exu Mirim tem domínio sobre “o Nada”, isto é, sobre o estado anterior à manifestação das nossas idéias e intenções. Cumpre esta função na Criação para preservar a vida, a paz e a harmonia entre os seres, para o equilíbrio do Todo.

Quando alguém vem alimentando, em seu íntimo, planos e intenções maldosas contra outrem, mas ainda não tomou atitude alguma que possa revelar o que está arquitetando, essa maldade “intencionada” é captada pelo Orixá Exu Mirim, e as Entidades Exus Mirins são acionadas para cortar mal na origem.

Enquanto a pessoa não põe em prática seus pensamentos de vingança, de ódio, de traição ou de qualquer outra intenção maldosa e injusta, nada se pode perceber. Mas Exu Mirim atua sobre este “nada”, justamente para que não se realize a maldade, paralisando o ser mal intencionado.

Diz-se que Exu Mirim capta as intenções negativas e faz regredir os seres negativados e maldosos, mas isto precisa ser mais bem compreendido. A expressão “faz regredir” não pode ser tomada ao pé da letra. Não é que Exu Mirim faça regredir aquele ser negativo; o que ele faz é identificar quem é, de fato, aquele ser e colocá-lo no seu lugar de merecimento na Criação. Pois uma criatura maldosa, invejosa e traiçoeira nem sempre aparenta ser assim. Parece “boazinha”, mas não é. Está entre pessoas de bom coração e desfrutando da sua confiança, mas não é como elas e não merece tal consideração. Então, esta pessoa de má índole receberá, mais dia menos dia, a atuação de Exu Mirim e será colocada onde merece estar. Neste caso, a atuação de Exu Mirim é a de um Executor da Lei Divina; Lei que sempre nos ampara, mesmo que não o saibamos. Ao mesmo tempo, Exu Mirim estará protegendo a vítima daquelas intenções negativas, sempre que ela faça por merecer o amparo da Lei, e ainda que não suspeitasse do que estava sendo tramado contra ela.

Por outro aspecto, Exu Mirim também atua amparando os seres equilibrados e merecedores do amparo da Lei, desembaraçando entraves e dificuldades dos seus caminhos, para que os seus projetos bons, saudáveis e justos se concretizem.

Em tudo e por tudo, como se vê, na atuação de Exu Mirim está Presente a Mão do Criador, a nos direcionar e amparar; e, se necessário, a nos corrigir, para evitar nossa persistência no erro e consequências mais danosas à nossa evolução.

A irreverência ou má educação compo­r­tamental não é típica dos Exus Mirins na Dimensão onde vivem. São naturalmente irrequietos e curiosos, sim; mas nunca intrometidos ou desrespeitadores.

O que acontece é que os Exus Mirins são nossos refletores naturais. Eles refle­tem o inconsciente de seus médiuns, tal como acontece com Exu e Pomba Gira.

Se o médium não está centrado, ou se tiver crenças negativas a respeito dessas Entidades (acreditar que fazem o mal, que usam de vocabulário grosseiro, que são indisciplinadas etc.), tudo isso virá à tona no momento da incorporação, pois Exu Mirim também põe para fora o que está oculto no íntimo dos médiuns.

Os Exus Mirins não aprovam ser invocados para demandas e magias negativas contra pessoas. Quando um médium os ativa pa­ra prejudicar seus desafetos, seu Exu Mirim se enfraquece automaticamente; e pode ocorrer que um quiumba tome o seu lugar junto ao médium, gerando-lhe toda a sorte de problemas, até que esse médium se conscientize e se corrija.

Eles raramente pedem seus assentamen­tos ou firmezas permanentes, preferindo receber ofe­rendas periódicas na natureza, tal co­mo as Crianças da Direita.

Gostam de manipular as bebidas mais agradá­veis ao paladar dos seus médiuns, sejam elas alcoólicas ou não.

Apreciam frutas ácidas e doces “duros”, tais como: rapadura, pé de moleque, quebra-queixo, cocadas secas e balas “ardidas” (de menta ou hortelã).

FONTES DOUTRINÁRIAS: 1-O site do Colégio de Umbanda Pai Benedito de Aruanda; 2-Os livros: “Arquétipos da Umbanda”, 2007, páginas 135/138, e “Orixá Exu Mirim”, 2008, páginas 17/34, ambos de Rubens Saraceni, pela Editora Madras.

Nomes simbólicos: Os Exus Mirins se apresentam com nomes relacionados aos de Exus, só que no diminutivo. Exemplos: Exu Brasa/Exu Mirim Brasinha; Exu Porteira/ Mirim Porteirinha; Exu do Toco/Mirim Toquinho; Exu Calunga/Mirim Calunguinha; Exu Caveira/ Mirim Caveirinha; Exu Morcego/Mirim Morceguinho; Exu Sete Garfos/Mirim Sete Garfinhos; Exu Sete Chifres/Mirim Sete Chifrinhos; Exu Pimenta/Mirim Pimentinha; Exu Sete Coroas/Mirim Sete Coroinhas; Exu Cova/Mirim Covinha; Exu Veludo/Mirim Veludinho; Exu do Lodo/Mirim Lodinho; Exu da Praia/Mirim Prainha; Exu do Fogo/Exu Mirim Faísca ou Exu Mirim Foguinho; etc.

Saudação: Laroyê, Exu Mirim! Exu Mirim Modjubá!

Dia da semana: Não há um dia específico. A designação de um dia determinado pode estar relacionada com o Orixá que rege o campo de atuação da Entidade, em cada Terreiro.

Campo de atuação: Os Exus Mirins cortam intenções e atuações negativas que prejudiquem o equilíbrio da vida, a paz e a harmonia entre os seres; desembaraçam situações complicadas; promovem limpeza energética profunda; cortam magias negativas, principalmente as projeções mentais negativas. Alguns são curadores.

Ponto de força: No geral, as encruzilhadas. No particular, o ponto de força do Orixá Regente do seu campo específico, pois há Exus Mirins trabalhando sob a Irradiação de todos os Orixás.

Cor: Bicolor vermelho e preto.

Elementos de trabalho: Moedas; carrinhos de ferro; bonecos; brinquedos em geral; sementes; pedras; fitas, linhas e pembas pretas e vermelhas; velas bicolores preto/vermelho; ervas; sementes; pimentas; bebidas rituais.

Ervas:

1-Preferenciais: Casca de alho e de cebola; carapiá; laranja seca; limão; açoita cavalo; pinhão roxo; dandá (Fonte: Adriano Camargo.).
2-Outras:
Guiné – Quebra formas-pensamento baixas. Bom contra obsessões de natureza sexual. Ajuda na comunicação com os bons espíritos;
Limão (casca) – Queima os fluidos negativos e enfermiços;
Eucalipto– Desagrega as energias negativas e enfermiças; renova nossas energias e equilibra o emocional;
Cana-de-açúcar (palha e bagaço) – Dá força e vigor para se enfrentar as situações do dia a dia;
Canela– Condensador de fluidos benéficos; destrói miasmas astrais; afrodisíaco; atrai a prosperidade;
Absinto – Losna – Em banhos, ela desagrega fluidos negativos. Na defumação, afasta influência negativa;
Artemísia – Quebra as correntes de pensamentos negativos e traz proteção;
Bambu – Contra influências negativas;
Arruda – Ótimo protetor astral, desagrega larvas astrais e energias enfermiças. Quebra as formações energéticas negativas resultantes de acúmulos de pensamentos negativos e de atuações do baixo astral;
Alecrim– Desagrega energias enfermiças, limpa e purifica o ambiente, criando uma esfera de proteção; boa contra obsessão; afasta a tristeza;
Salsa – Para proteção, afasta a negatividade;
Poejo – Ótima para proteção e para acalmar os ânimos;
Pitanga (folhas) – Prosperidade e proteção;
Manjericão – Ótimo para tirar as energias negativas, trazer vida ao ambiente e às pessoas;
aumenta o magnetismo pessoal; atua contra a depressão e ansiedade;
Levante – Bom para proteção e abertura de caminhos.

Sementes: Olho de cabra e olho de boi.

Fumo/defumação: Manipulam charutos; cigarrilhas; fumos de ervas enroladas na palha  ou queimados diretamente.

Pedras: Ágata Preta, Turmalina Preta, Mica Preta, Ônix, Vassoura da Bruxa, Quartzo Fumê.

Bebidas: Alguns Exus Mirins manipulam bebidas com teor alcoólico e adoçadas; outros só manipulam bebidas e sucos doces e sem álcool.

Exemplos de bebidas: Groselha; maracujá; guaraná; mel; pinga com mel; groselha com pinga; pinga com melado de cana; pinga com melado de rapadura. Observação: A erva alcaçuz também serve para adoçar as bebidas de Exu Mirim, conforme a orientação de ADRIANO CAMARGO.

Frutas: Maracujá, guaraná, manga, limão, laranja, goiaba vermelha, ameixa escura; frutas cítricas, bem com as escuras e azedas em geral.

Flores: Cravo vermelho, cravina, cactos. 


Incenso: Laranja.

Oferenda ritual:

1-Toalhas ou panos preto e vermelho; • velas bicolores preto/vermelho; • fitas pretas e vermelhas; • linhas pretas e vermelhas; • pembas pretas e vermelhas; • flores: cravos; • frutas: manga, limão, laranja, pera, mamão; • bebidas: licores, cinzano, pinga com mel; • comidas: fígado bovino picado e frito em azeite de dendê, farofas apimentadas.
(FONTE: “Rituais Umbandistas - Oferendas, Firmezas e Assentamentos”, Rubens Saraceni, Editora Madras.)

2- Farofa de farinha de milho amarela com pimenta; doces “duros”, tais como: rapadura, pé de moleque, quebra-queixo, cocadas secas; balas de menta ou hortelã (“ardidas”).


Cozinha ritualística:

1-Padês (ou farofas):

Padê de açúcar cristal (para prosperidade)- Misturar 250g de farinha de milho amarela com 250 g de açúcar cristal e decorar com sete pedaços de canela.

Padê de pinga- Misturar 250 g de farinha de milho amarela com pinga.

Padê com camarão- Refogar uma cebola em rodelas no dendê e acrescentar meio kg de camarão seco. Juntar 250 g de farinha de milho amarela e misturar.

Padê de dendê- Aquecer um pouco de dendê e nele refogar ligeiramente uma cebola em rodelas e uma pimenta dedo-de-moça picada. Em separado, umedecer 250g de farinha de milho amarela (respingar água sobre a farinha) e depois juntá-la ao refogado. Misturar e montar a oferenda.

2-Acaçá de Exu Mirim- Dissolver meio kg de farinha de milho amarela em água o suficiente para fazer a massa. Levar para cozinhar, mexendo com uma colher de pau, até que a massa desgrude do fundo da panela. Deixar esfriar e fazer os acaçás, que devem ser enrolados em folhas de mamona untadas com dendê.

TEXTO: O ENIGMA EXU MIRIM- Por RUBENS SARACENI

No decorrer dos milênios, todas ou quase todas as religiões organizadas tiveram nos gêmeos infantis um dos seus mistérios, e eles ocuparam e ainda ocupam um lugar de   destaque em muitas delas.

Na África, em várias religiões, os gêmeos estão presentes ou, quando não aparecem juntos, pelo menos um se faz presente. Assim como ocorre entre os índios brasileiros, em que a criança é chamada de curumim e há seres sobrenaturais infantis ou mirins.

Se assim foi, é e será, en­tão temos que identificar me­lhor esse mistério e descobrir al­gumas de suas funções na Criação, porque a partir daí ele fica fundamentado e o enten­dimento sobre ele torna-se aces­sível a todos os umban­distas que, quer queiram ou não, têm à esquerda uma entidade “infantil” cuja com­panhia não recomenda ao seu filhinho, pois preferem colocá-lo num jardim de infância fre­quentado só por criancinhas da “direita”.

Afinal, essas crianças da “esquerda” (os Exus e as Pom­bagiras Mirins) fumam, bebem, e ainda atazanam a vida de quem os ofende ou os desagrada, não é mesmo?

São crianças condenadas ao purgatório ou ao abandono nas “ruas”, largadas não se sabe por quem, pois nenhum Orixá assumiu a paternidade delas e nenhum os recolheu aos seus Domínios na Criação, preferindo enviá-los para os de Exus que, ao contrário dos outros Orixás, não nega abrigo em seus domínios a ninguém.

A todos Exu acolhe e com todos se relaciona amigavelmente.

E assim foi na Umbanda, quando ninguém sabia o que fazer com os infantes da esquerda, Exu deu-lhes casa e comida, digo, domínio e campo de ação.

Firmado no lado de fora dos templos de Umbanda, mas ganhando aqui e acolá um “ebozinho” minguado para resolver complicações indissolúveis, Exu Mirim foi sobrevivendo à míngua e entre a própria sorte... ou azar, quem sabe? Isolado no gueto ou no cortiço dos meninos mal educados e desbocados, Exu Mirim raramente entra na “casa grande” (no templo) e, ainda assim, é para limpar e levar embora a sujeira alheia (dos consulentes). Afinal, só raramente o chamam para realizar um trabalho de ponta a ponta, ou seja, do começo ao fim! Mas, boa parte da má educação e do “desbocamento” dessas entidades infantes da esquerda deve-se ao comportamento dos seus médiuns, e não ao Orixá Exu Mirim.

Afinal, que melhor momento há para fazer “artes” do que quando incorporado com seu Exu Mirim, não é mesmo?

Que melhor oportunidade há para falar palavrões do que quando incorporado por um espírito “desbocado e mal educado?” Há médiuns que fazem micagens (gestos de macacos) e mos­tram a língua para os assistentes, além de gestos obsce­nos impublicáveis quando incorporados com seus Exus Mirins, fazendo uma pantomima nada religiosa.

Mas isso não é inerente aos Exus Mirins, e sim, à falta de informações dos seus médiuns, pois não se doutrinam nem aos espíritos que incorporam e os usam para extravasarem o que têm em seus íntimos.

Exu Mirim é superior a tudo isso e, mesmo sendo re­legado à míngua na maioria dos centros e por um grande número de médiuns umbandistas, vem sobrevivendo como um dos mais fechados dos mistérios da Umbanda e vem resistindo a comentários mais absurdos possíveis já publicados por pessoas que não só o desconhecem como nada sabem sobre ele. (Extraído do livro “Orixá Exu Mirim", de Rubens Saraceni, Editora Madras, edição 2008, resumo das páginas 13/15.)

Exu Mirim
Escrever sobre Exú Mirim se faz necessário nesse momento porque, desde que psicografei o livro Lendas da Criação – A Saga dos Orixás, sua importância na Criação e na Umbanda mostraram-se maior do que imaginava-se.
Não temos escritos abundantes a nossa disposição que ensinem-nos sobre esse Orixá ou que fundamente-o com Mistério Religioso.
Essa falta de textos esclarecedores e fundamentais das suas manifestações religiosas nesse primeiro século de existência da Umbanda deixou Exú Mirim à própria sorte, ou seja: a vagos comentários sobre seus manifestadores que pouco ou nada esclareceram sobre eles e ao que vieram! Inclusive, por terem sido descritos como “espíritos de moleques de rua”, cada um incorporava-o com os típicos procedimentos de crianças mal-educadas, encrenqueiras, bocu­das, chulas, etc.
Foram tantos os disparates cometidos que é melhor esquecê-los e reconstruir todo um novo conhecimento sobre o Orixá Exú Mirim, antes que ele deixe de ser incorporado e relegado ao esquecimento, como já foi feito com muitos dos Orixás que, por falta de informações corretas e fundamentadoras, deixaram de ser cultuados aqui no Brasil.
Nas Lendas da Criação, Exú Mirim assumiu uma função e importância que antes nos eram desconhecidas. A função é a de fazer regredir todos os espíritos que atentam contra os princípios da vida e contra a paz e a harmonia entre os seres. A importância e a de que, sem Exú Mirim nada se pode ser feito na Criação sem sua concordância. Com Exú, dizia-se que “sem ele não se faz nada”. Já, com Exú Mirim, “sem ele nem fazer nada é possível”.
Vamos por partes para entendermos sua importância e fundamentá-lo, justificando sua presença na umbanda.
  1. Cada Orixá é um dos estados da Criação. Um é a Fé, outro é a Lei, outro é o Amor, e assim por diante, independente de suas interpretações religiosas.
  2. Por serem estados, são indispensáveis, insubstituíveis e imprescindíveis á harmonia e ao equilíbrio do todo. O Estado da matéria considerado “frio” só é possível por causa da existência do estado “quente” e ambos na escala celsus indica os dois estados das temperaturas. Sem um não seria possível dizer se algo está frio ou quente; se algo é doce ou amargo, se algo é bom ou ruim, etc. É a esse tipo de “estado” que nos referimos e não a um território geográfico, certo?
  3. Muitos são os estados da Criação e cada um é regido por um Orixá e é guardado e mantido por todos os outros, pois se um desaparecer (re­colher-se em Deus), tal como numa escada, ficará faltando um degrau, e tal como numa escala de valores, estará faltando um grau que separe o seu anterior do seu posterior.
  4. Quando a Umbanda iniciou-se no plano material, logo surgiu uma linha espiritual ocupada por espíritos infantis amáveis, bonzinhos, humildes, respeitosos e que chamavam todos(as) de titios e titias ao se dirigirem às pessoas ou aos Orixás e guias espirituais. Também chamavam os pretos(as) velhos(as) de vovô e de vovó. Até aí tudo bem!
  5. Mas logo começaram a “baixar” uns espíritos infantis briguentos, encrenqueiros, mal-educados, intrometidos, chulos e que dirigiam –se às pessoas com desrespeito chamando-os disso e daquilo, tais como: seu pu.., sua p..., seu v...., seu isso e sua aquilo, certo? E quando inquiridos, se apresentavam como “exús” mirins, os exús infantis da Umbanda numa equivalência com um exú infantil ou um erê da esquerda existente no Candomblé de raiz nigeriana.
  6. Exú Mirim assumiu o arquétipo que foi construído para ele: o de menino mal! E tudo ficou por aí com ninguém se questionando sobre tão con­trovertida entidade incorporadora em seus médiuns, pois ele diziam que todo médium tem na sua esquerda um Exú Mirim além de um e Exú e uma Pomba Gira.
  7. De meninos mal educados, como tudo que “começa mal” tende a piorar, eis que as incorporações de entidades Exús Mirins começaram a ser proibidas nos centros de Umbanda devido a vazão de desvios íntimos dos médiuns que eles extravasavam quando incorporavam nos seus.
  8. De mal vistos, para pior, essa linha de trabalhos espirituais, (onde cada médium tem o seu Exú Mirim), quase desapareceu e só restaram as incorporações e os atendimentos de um ou outro Exu Mirim “muito bom” mesmo no ato de ajudar pessoas.
  9. Então ficou assim decidido, mais ou menos, por muitos:
    1. Exú Mirim existe, é mal educado e incontrolável e de difícil doutrinação.
    2. Vamos deixar Exú Mirim quieto e vamos trabalhar só com linhas espirituais doutrináveis e possíveis de serem controladas dentro de limites aceitáveis.
  10. Exú Mirim praticamente desapareceu das manifestações Umbandistas porque suas incorporações fugiam do controle dos dirigentes e seus gestos e palavrões envergonhavam a todos.
  11. Como é característica humana negar tudo o que não pode controlar e ocultar tudo o que “envergonha”, o mesmo foi feito com Exú Mirim, que existe, mas não é recomendável que incorpore em seus médiuns. Certo?
Errado, dizemos nós, porque muitos médiuns já ajudaram a muitas pessoas com seus exús mirins doutrinadíssimos e nem um pouco influenciados pela personalidade “oculta” de quem os incorporavam.
Todos se adaptam a regras comportamentais se seus aplicadores forem rigorosos tanto com os médiuns quanto com quem incorporar neles.
O melhor exemplo começa com as incorporações comportadas de quem dirige os trabalhos espirituais. E uma boa orientação sobre as entidades ajuda muito porque, o que os médiuns internalizarem sobre elas será o regularizador das entidades.
Agora se, por acaso, o dirigente adota um comportamento discutível, aí seus médiuns o seguirão intuitivamente, pois o tomam como exemplo a ser seguido.
Em inúmeras observações, vimos os médiuns repetindo seus dirigentes e, inclusive, com as incorporações e danças dos guias incorporados neles. Essa assimilação natural ou intuitiva é um indicador de que o exemplo que vem “de cima” ainda é um dos melhores reguladores comporta­mentais.
Agora, quando o dirigente incorpora seu Exú Mirim e este, por ser do “chefe”, faz micagens, caretas, gestos obscenos, atira coisas nas pessoas, xinga-as e fala palavrões, aí tudo se degenera e seus médiuns procederão da mesma forma porque, em suas mentes e inconscientes é assim que seus Exús Mirins devem comportar-se quando incorporados.
Essa foi uma das razões para o ostracismo e que foi relegada a linha dos Exus Mirins. E isto, sem falarmos em supostos Exús Mirins que quando incorporavam ou ainda incorporam por aí afora, pegam ou lhe são dados saquinhos de papel que ficam cheirando, como se fossem as infelizes crianças de rua viciadas em cheira “cola de sapateiro”.
Certos comportamentos, devemos debitar ao arquétipo errôneo construído por pessoas desin­for­madas sobre essa linha de trabalhos espirituais Umbandistas.
  1. Não são espíritos humanos, em hipótese alguma.
  2. Exús Mirins são seres encantados da natureza provenientes da sétima dimensão à esquerda da que nós vivemos.
  3. A irreverência ou má educação comportamental não é típico deles na dimensão onde vivem.
  4. São naturalmente irrequietos e curiosos, mas nunca intrometidos ou desrespeitadores.
  5. Por um processo osmótico espiritual, refletem o inconsciente de seus médiuns, tal como acontece com Exú e Pomba Gira. Logo, são nossos refletores naturais.
  6. Gostam de beber as bebidas mais agradáveis ao paladar dos seus médiuns, sejam elas alcoólicas ou não.
  7. Apreciam frutas ácidas e doces “duros”, tais como: rapadura, pé de moleque, quebra queixo, cocadas secas e balas “ardidas” (de menta ou hortelã).
  8. Se bem doutrinados prestam inestimáveis trabalhos de auxilio aos freqüentadores dos centros de umbanda.
  9. Não aprovam ser invocados e oferen­da­dos em trabalhos de demandas e magias negativas contra pessoas.
  10. Toda vez que seus médiuns os ativam pa­ra prejudicar os seus desafetos seus Exus Mirins se enfraquecem automaticamente já acon­teceram inúmeros casos de médiuns que ficaram sem seus verdadeiros Exus Mirins porque os usaram tanto contra seus desafetos que eles ficaram tão fracos que foram aprisionados e kiumbas oportunistas tomaram seus lugares junto aos seus médiuns, passando daí em diante a criar problemas para suas vítimas que ainda acreditavam que estavam incorporando seus verdadeiros Exús Mirins.
  11. Eles raramente pedem seus assentamentos ou firmezas permanentes e preferem ser ofe­rendados periodicamente na natureza, tal co­mo as crianças da direita.
  12. Se bem doutrinados e colocados a serviço dos freqüentadores dos centros umbandis­tas, realizam um trabalho caritativo único e insu­bs­tituível.
Simbologia
A palavra "mirim", em tupi-guarani, significa "pequeno" que, no caso de Exu Mirim, nos revela que ele é um Exu pequeno (jovem, criança, novo) enquanto os outros são grandes (adultos mais velhos, já crescidos).
Portanto, temos o nome "Exu", que é de origem Nagô, e temos "mirim", que é de origem tupi-guarani, em uma fusão de duas línguas, duas religiões e duas culturas por meio da simbologia umbandista.
Então não se assustem se um Exu Mirim apresentar-se com nome cristão ou nome indígena ou nome em alguma língua africana, mas aportuguesado, ou com nomes simbólicos de mistérios "umbandistas".
Inclusive, a apresentação por nomes simbólicos dos mistérios, tais como sete porteirinhas, sete pedrinhas, sete cruzinhas, etc., torna-os independentes das raízes cristã, indígena e africana e mostra-os como "Umbanda", porque esse é o simbolismo desenvlvido na Umbanda para fundamentá-la e dar-lhes autonomia religiosa.
Caracteristicas
BebidaWhisky, licores, cinzano, pinga com mel
Comidafigado bovino picado e frito em azeite-de-dendê, farofa com miúdos de frango, etc.
Fitaspretas e vermelhas
FloresCravo
Frutasmanga, limão, larnja, pêra, mamão
FumaCharutos, cigarros e cigarrilhas
Linhaspretas e vermelhas
Pembaspretas e vermelhas
Toalhas(ou panos) preto e vermelho
Velabicolores(preta e vermelha)
Pontos Cantados
Ele é Exu !
É Exu-Mirim !
Não me nega nada,
Sempre me diz sim !



Exu-Mirim é o meu Exu de fé!
Exu-Mirim é pequeno na quimbanda!
Exu-Mirim saravando a encruza,
Exu-Mirim vencendo suas demandas!



Boa noite gente , como vai ? Como passou? (bis)
Exu-Mirim é pequeninho, mais é bom trabalhador. (bis)
O mercê das minhas almas não zomba de mim
O mercê das minhas almas não zomba de mim
Eu sou pequeninho, eu sou Exu-Mirim
Eu sou pequeninho, eu sou Exu-Mirim



Pedra rolou em cima da samambaia
Em cima de Exu-Mirim balança mas não cai (bis)
Exu-Mirim no morro tá batuqueiro
Batucava noite e dia derrubando feiticeiro (bis)