Para nós umbandistas não existe o inferno onde existe penas eternas e governado por uma entidade totalmente maldosa pois não há lógica nisso.
Pois se Deus é onipresente como ele estaria lá no inferno assistindo a atos demoníacos aquelas almas em danação sem ter a mínima esperança de salvação?
Então descartamos a idéia desse inferno.
Adimitimos que exista zonas espirituais trevosas, onde se encontram espíritos que ainda não atingiram a elevação moral esperada, mas que pode ser conquistada um dia, através de reencarnação e do trabalho árduo na espiritualidade. Nessa região ou plano que chamamos de baixo astral ainda reina uma espécie de barbárie espiritual, já que os valores de seus habitantes não são nada elevados, necessitando de alguém que freie suas ações, não permitindo que encarnados sejam sempre alvos de seus ataques e obsessão.
E essas entidades são os Exus, os guardiões, que atuam como agentes da lei e da ordem dentro desse principio.
Só que teremos que entender a diferença entre o Exu Orixá do candomblé e o Exu catiço(entidade, espírito, guia...)da Umbanda.
Como sabemos, por diversos fatores históricos, houve em nosso país um processo de sincretismo religioso do qual os orixás africanos foram associados aos santos católicos.
Assim Nanã por ser a orixá mais velha, foi associada a Santa Ana, avó de Jesus, Iansã à santa Bárbara pois esta é associada a raios e a trovões e assim sucessivamente.
No entanto com o orixá Exu houve ainda dentro do sincretismo um processo de demonização, pois exu é a divindade ligada à sexualidade e a virilidade; inclusive carrregando em suas representações um cetro em forma de penis e tendo sua personalidade um tanto rebelde e irreverente (como nos contam as lendas africanas), não tardou para ser associado ao demônio bíblico. Assim, desde o princípio, Exu foi temido, e provavelmente gostou disso.
Apesar da confusão em torno da natureza de Exu, não podemos esquecer nem menosprezar sua importância dentro do panteão africano, já que atua como mensageiro dos Orixás.
Na Umbanda encontramos também Exu, mas não o Exu Orixá e sim o Exú catiço(entidade,) espírito desencarnado que viveu na Terra e através de trabalho que realiza procura alcançar seu progresso espiritual.
Em Alguns templos de Umbanda também é associado a figuras demoníacas. O Exu na Umbanda é um trabalhador valoroso que indiferente a essas interpretações calcadas na ignorância e visões preconceituosas, segue perseverante no cumprimento de sua tarefa.
O papel do Exu numa gira de Umbanda é de uma importância fundamental, pois ele é que realiza a segurança do templo, para guardar o mesmo de ataques de espíritos zombeteiros e de quimbas.
Em casos de descarrego são os Exus os principais agentes, pois cabe a eles a tarefa de encaminhar cada espírito obsessor ao seu lugar de merecimento.
Exu também é o agente da justiça kármica, sendo sua tarefa levar a cada um o que lhe é de direito ou merecimento - por isso mais confusão em torno do seu caráter, já que ao coração humano é muito fácil aceitar o que é agradável, porém muito difícil entender que os revezes da vida muitas vezes são resultados de nossas próprias ações.
Ao contrário que muitos dizem sobre exu, eles são fiéis amigos, sempre dispostos a ajudar seus protegidos, mas são também bastante rigorosos em relação à conduta dos mesmos.
De uma forma muito simples, podemos fazer uma analogia de Exu com o carteiro e o gari, pois ele traz o que tem que entregar e varre aquilo que deve ser levado.
Por fim Exu não é bom nem mau ele é justo.
laroiê Exu
Déborah Aguiar
- Babá Maior do Templo de Umbanda Cacique Águia Branca
A faca e punhal é o indicativo de forças de luta e de guerra capazes de abrir caminhos,vencer batalhas ,cortar negativos e destruir obstaculos em seus caminhos e podem e serão usadas por estas mesmas entidades ,em rituais de demanda,fixação de energias eletromagnéticas.
Essas facas e punhais(ponteiros)e todas as demais armas e ferramentas usadas por exu serão imantadas pelo axé correspondente a entidade nomeada a este(tipo assim ,tranca ruas possui folhas,ervas e processos de imantação "parecidos "com outros exus ),mas esta ferramenta sera imantada eletromagnéticamente no axé pessoal deste exu e somente a este pertencera ,e sempre sera imantada e "consagrada" a este no ritual em que ele estiver sendo cultuado e exercido naquela casa em que exu esta
trabalhando ,ou seja,ha rituais de consagração de ferramentas varidas e diferentes,mas o fator principal do axé daquele exu sera sempre o mesmo no final ,por mais diferentes sejam os procesos de consagração destes....
Pode se ver geralmene punhais embutidos em assentamentos ,pontos riscados destas entidades ,fixando ou cortando ou vencendo uma batalha,servem tambem para traçar pontos de fixação na terra(voltados com a ponta voltado para baixo) ou podem ser usadas como um processo de cortar e vencer batalhas(voltados com a ponta para cima) e usados assim tambem são ótimas ferramentas de captação de energias,tanto maleficas quanto benéficas,tipo um para raio de energias,bastando ao próprio exu fazer o que deve ser feito com aquele ritual...
Os Exus são espíritos altamente iluminados, benevolentes e corretos.
São ILUMINADOS pois além de atuarem em planos superiores, também atuam em faixas vibratórias tão negativas e densas que somente sendo muito “especial”, muito preparado e muito sábio para percorrer todo e qualquer tipo de antro e sair sem sofrer alguma deficiência, tanto energética quanto espiritual. Exu só entra, percorre e sai da escuridão com total maestria por Ter e Ser Luz.
São BENEVOLENTES, ou seja, complacentes e condescendentes com todos indistintamente, pois são Eles que atuam divinamente na vida do ser que está em desequilíbrio.
São Eles que, mesmo conhecendo os erros, as falhas, os desejos obsessivos e o fanatismo inconsequente dos seres encarnados e desencarnados, atuam em todos os sentidos da vida ensinando enfaticamente a ação da Lei da Afinidade, Lei da Ação e Reação e da Lei da Atração. Leis essas que formam a Suprema Lei Divina e, portanto, devem ser entendidas por todos aqueles que querem evoluir em espírito. Além disso, ajudam ativamente na eliminação dos desequilíbrios e vícios do seres, afinal, são Eles, os Exus, que agem na vida do ser ativando o que é de merecimento e o que é necessário para sua melhora, ainda que essa ação seja incompreensível e dolorida, mesmo porque muitos de nós ainda precisam sentir dor para melhorar, precisam de desafios para superar, precisam vivenciar a escuridão para enxergar a Luz, precisam perder para dar valor ao que têm e sentir desespero para aprender a ter Fé.
São CORRETOS, e ao extremo, pois estão sob ordem de Ogum, Orixá da Lei, que está sob as determinações de Xangô, Orixá da Justiça.
São os EXECUTORES da LEI DIVINA.
Portanto, Exu é ativador de nossos merecimentos. É o que propicia nossas vitórias e nossas derrotas, pois nem sempre sabemos lidar com a vaidade, o ego, o egoísmo e a soberbia que aflora de forma acentuada quando se conquista algo ou alguém. Exu é quem abre nossos caminhos, mas também fecha, tranca e acorrenta nossa vida quando nos encontramos desequilibrados e viciados numa maldade e numa possessão sem fim. Isso é a Lei!
Exu é a força que atua sobre o negativo de qualquer pessoa tentando equilibrar essa ação. É aquele que faz o erro virar acerto e o acerto virar o erro. Exu escreve reto em linhas tortas, escreve torto em linhas retas e escreve torto em linhas tortas.
Com tudo isso esclarecido fica fácil entender que Exu não precisa de vela branca para receber luz, Ele já é a própria LUZ. Exu não é Dual, pois só age de acordo com a nossa dualidade e conforme a nossa necessidade ou merecimento, sempre respeitando a Lei de Ação e Reação. Exu não faz o que queremos, faz o que a Lei Divina ordena e determina, sempre sob ordem de Ogum.
Exu não faz, não participa e não orienta nenhum tipo de magia negativa, Exu é Mago Realizador por excelência, e conhece absolutamente tudo sobre magia. No entanto, conhece também a Lei Divina e a cumpre com perfeição a cada momento. Portanto, se algum Exu estiver orientando ou fazendo algum tipo de magia negativa, saiba com toda a convicção que esse espírito NÃO É EXU. Mesmo porque Não existe ‘trabalho feito’ por Exu, o que existe e quem faz esses trabalhos negativos são quiumbas e eguns se passando por exus, dando nomes de exus e aproveitando do desequilíbrio do médium para fazer e ensinar o mal. Cobrando e ameaçando pessoas que por afinidade também querem se locupletar, usar, dominar outras pessoas e situações. Nesse caso, essas pessoas atraem para si tormentos indissolúveis a pequeno e médio prazo, isso é fato.
Magia negativa é ação do homem que deseja mais do que pode, deve e merece. É o homem se achando deus, atraindo para si espíritos afins com seus vícios e desejos. Exu dá e faz somente aquilo que for de merecimento e de necessidade para o Ser segundo a Lei Divina.
Digo sempre que ninguém nos ama mais que Exu porque são Eles quem lidam com o que há de mais negativo e asqueroso dentro de nós. São Eles quem vão até as mais baixas profundezas para nos salvar. São Eles quem ouvem nossos pensamentos mais vaidosos e egoistas e ainda assim trabalham duro para que nosos vícios sejam eliminados. São eles quem nos protegem apesar de nós, vez ou outra, esquecermos de poupá-los e protegê-los. São Eles quem nos amam e lutam pela nossa evolução mesmo conhecendo detalhadamente e lidando com nosso pior lado.
Isso é Exu! Mojubá é Exu!
Laroiyê, Exu! Exu é Mojubá!
Mônica Caraccio
EXU,QUEM ÉS ?
Que com teu falo em riste deixava estupefatos os zelosos sacerdotes do clero católico. Só pode ser o demônio infiltrado nestas tribos primitivas que habitam o solo árido da África, gritavam os inquisidores zelosos. Negros sem alma, que só pensam em se reproduzir, em ofertar para a fertilidade da lavoura, levem-nos para o Brasil e vendam-nos como escravos que lá aprenderão as verdades dos "céus". Cá chegando, quem és, Exu, "orixá" amaldiçoado pela dualidade judaico-católica, que não pôde ser sincretizado com os "santos" santificados pelos papas infalíveis... Quem és, Exu, que os homens da Terra determinam que não é santo e por isto é venerado escondido no escuro das senzalas e seus assentamentos ficam enterrados em locais secretos? Quem és, Exu, que o vento da liberdade que aboliu a escravidão "enxotou" para as periferias da capital de antanho? Quem és, Exu, que o inconsciente do imaginário popular vestiu com capa vermelha, tridente, pé de bode, sorridente entre labaredas, que por alguns vinténs, farofa, galo preto, charuto e cachaça, atende os pedidos dos fidalgos da zona central que vêm até o morro em busca dos milagres que os santos não conseguem realizar? Quem és, Exu, que continua sendo "despachado" para não incomodar o culto aos "orixás"? Exu, é entidade? Então não entra dizem os ortodoxos que preconizam a pureza das nações. "Aqui não tem lugar para egum...espírito de morto..." Exu, fique na tronqueira. Médiuns umbandistas pensem nos caboclos e pretos velhos, não recebem estes Exus, admoestam certos iniciados chefes de terreiro. Eles são perigosos para os iniciantes. Sim, estes iniciantes e iniciados que pelo desdobramento natural do espírito durante o sono físico vão direto para os braços do seu quiumba – obsessor- de fé, e saem de mãos dadas para os antros de sexo, drogas, jogatinas e outras coisitas prazeirosas do umbral mais inferior. Noutro dia, sonolentos e cansados do festim sensório, imputam a ressaca ao temível Exu. Oh! Quantas ilusões!!!!!! Afinal, que és tu, Exu? Por que sois tão controverso? Eu mesmo vos respondo... Iah, ah, ah, ah.... Não sou a Luz... Pois a Luz cristalina, refulgente, só a de Zambi, Olorum, Incriado, Deus, seja lá que nome vocês dão... Não sou a luz...Mas sou centelha que refulge. Logo sou espírito em evolução. Esta não é uma peculiaridade nossa, só dos Exus, mas de todos os espíritos no infinito cosmo espiritual. Afirmo que não existe espírito evoluído, como se fosse um produto acabado. Todos os espíritos, independente da forma, estão em eterna evolução, partindo do pressuposto que só existe um ser plenamente perfeito, um modelo de absoluta perfeição, o próprio Absoluto, Deus. Assim, perante os "olhos" de Olurum, sou igual aos pretos velhos, caboclos, baianos, boiadeiros, ciganos, orientais... As distinções preconceituosas ficam por conta de vocês. Não sou a luz, mas tenho minha própria luminosidade, qual labareda de uma chama maior, assim como todos vós. Basta tirar as nódoas escuras do candeeiro que vos nublam o discernimento que podereis enxergá-la, lá dentro de vós, o que chameis de espírito. Há algo que me distingue dos demais espíritos. É o fato de eu não estar na luz. Meu habitat é a escuridão. Os locais trevosos onde há sofrimento, escravidão, dominação coletiva, magismo negativo, castelos de poder alimentados pelo mediunismo na Terra que busca a satisfação imediata dos homens, doa a quem doer. O que eu faço lá? Eu, um Exu, entre tantos outros, levo a luz às trevas, qual cavaleiro com candeeiro em punho. Dentro da lei universal de equilíbrio, eu abro e fecho, subo e desço, atuo na horizontal e na vertical, no leste o no oeste, atrás e na frente, encima e embaixo, impondo sempre o equilíbrio às criaturas humanizadas neste planeta, encarnados e desencarnados aos milhões. O Cosmo é movimento, nada está parado, nada é estático. Eu sou movimento. Não sou as ondas do mar, mas eu as faço movimentar-se...Não sou as estrelas na abóbada celeste, mas meu movimento faz a sua luz chegar até as retinas humanas...Não sou o ar que perpassa as folhas, mas as suas moléculas e partículas atômicas são mantidas em coesão e movimentadas pela minha força.... Iah, ah, ah... Este equilíbrio não se prende as vontades humanas e aos vossos julgamentos de pecado, certo ou errado, moral ou imoral. Eu atuo no contínuo temporal do espírito e naquilo que é necessário para a evolução, retificando o carma quando justo. Se tiverdes programado nesta encarnação serdes ricos, o será com axé de Exu. Se for o contrário, se em vida passada abusou da riqueza, explorou mão de obra, matou mineiros e estivadores de canaviais, estuprou escravas, é para o equilíbrio de vosso espírito serdes mendigo infértil. Nascerás em favela sentindo nas entranhas o efeito de retorno, com axé de vosso Exu que vos ama, assim como um elástico que é puxado esticando e depois volta à posição de repouso inicial, estarei atuando para que seja cumprida a Lei de Harmonia Universal, mesmo que "julgueis" isto uma crueldade. Eu, Exu, vos compreendo. Vós ainda não me compreendeis. Eu sou livre, livre e feliz. Vós sois preso, preso e infeliz no ciclo das reencarnações sucessivas. Eu dou risada. Iah, ah, ah, ah !!!! Sabe por quê? Porque eu sei que no dia que o Sol não mais existir, vosso planeta for mais um amontoado de rocha inerte vagando no cosmo, estaremos vivos, vivos, muito vivos, evoluindo, evoluindo, sempre evoluindo. Assim como vim para a Terra como caravaneiro da Divina Luz há milhares de anos atrás, assim iremos todos para outro orbe quando este planeta "morrer". Quando este dia chegar, vós estareis um pouco menos iludidos com as pueris verdades emanadas dos homens e seus frágeis julgamentos religiosos. Eu, Exu, vou trabalhar arduamente para quando este dia chegar, vós estejais menos iludidos e quem sabe livre da prisão do escafandro de carne, assim como eu sou livre, livre, livre e feliz. Iah, ah, ah, ah, ah. Ditado por Exú Tiriri Rei da Encruzilhada
EXU NÃO É FOFOQUEIRO !
É comum nos depararmos com a seguinte afirmação de alguns umbandistas: “Tudo eu sei. Não adianta me trair, falar mentiras, que eu tenho um exú que faz com que a verdade de alguma forma chegue até mim. Cedo ou tarde eu fico sabendo de tudo”. Geralmente, quando ocorre tal afirmação, a intenção de quem pronuncia este tipo de frase é de intimidar os ouvintes e forçar a fidelidade através do medo. Muitas vezes, já ouvimos isto da boca de dirigentes de terreiros. O desejo das pessoas que falam este tipo de absurdo é tornar quem escuta, reféns de uma capacidade que elas na verdade não possuem. Escolhem o Exú como a entidade que realiza este papel por alguns motivos: 1) o peso que a entidade Exú possui na imaginação das pessoas (força cega que faz o bem e o mal, dependendo da ordem que lhe for dada e do pagamento que lhe for ofertado), logo pode vir a ser usado para aplicar punições; 2) por considerarem esta entidade como aquela que trata dos assuntos mais terrenos (demandas, dinheiro, amor, magia etc.), o que referenda a sua capacidade de agir conforme ordenado. 3) Exú também é o mensageiro dos Orixás ou como dizem o escravo, logo servindo também de “menino de recados”. 4) as lendas e tradições que falam da necessidade de se aplacar a ira de Exú, antes de se iniciar qualquer ritual, para que o mesmo não provoque nenhum problema, o que faz de Exú uma entidade chegada a armar um maior barraco, como se diz no popular. Baseado nestas crenças, Exú serve então, muito bem, para mensageiro e revelador de intrigas, mentiras, traições etc. Nada mais absurdo e ignorante! Exú é o executor da justiça kármica! É uma entidade com hierarquia, direitos de trabalho dentro da Umbanda/Quimbanda bem definidos. Tem responsabilidades e respondem por seus atos, assim como todos nós. Exús são espíritos evolutivos e trabalham sim, para combater as demandas, bruxarias, feitiçarias e demais situações, que exijam o seus conhecimentos milenares nestes tipos de causas. Não são forças cegas, como desejam alguns. São entidades justas, pois executam esta justiça. Cobram aquilo que é necessário cobrar e estão sempre sob a ação da Lei Kármica Divina. Respondem aos Orixás como executores da Lei e não como seus escravos. Para Exú não existe o que é certo e errado e sim o que é justo e merecido, seja isto aos olhos de quem recebe bom ou ruim. Em outras palavras Exú é que faz as coisas acontecerem. Isto apenas para ficar em algumas de suas principais características e funções. Agora, voltando ao caso acima descrito, realmente a pessoa que pronuncia a frase que iniciamos o texto, tem sim uma capacidade ou um dom… Esta capacidade ou dom é chamado de FOFOCA. O mensageiro não é um Exú, mas sim uma entidade (ser humano) chamado de FOFOQUEIRO(A). O que acontece é que as pessoas e locais onde normalmente ocorrem este tipo de situação, vivem e se alimentam constantemente de intrigas, confusões, leva-e-traz, disse-me-disse e toda sorte de artimanhas produzidas pelo mexerico e especulações. Quando se trata do dirigente a situação se agrava e compromete toda a coletividade. Ao se sentir traído, ao querer apurar uma história, ao se deparar com a mentira, por que não chamar os envolvidos e manter uma conversa franca, um diálogo aberto, na tentativa de que prevaleça a verdade e se encontre uma solução para o caso? Não optando por este caminho, válido e saudável para a vida espiritual e material da coletividade, preferindo se informar e formatar o seu juízo de valor pela conversa de outros, o dirigente demonstra incapacidade, fragilidade moral, medo e extrema covardia. Fatos como este provocam uma rede emaranhada de problemas em um terreiro. Quando se percebe, a desunião e a dispersão dos adeptos já está de tal forma, que não é mais possível fazer a união. Alerta, irmão umbandistas! Se uma situação como esta existirem em suas casas espirituais, lembrem-se, que o objetivo da Umbanda é um só: a prática do bem, do amor, da caridade, a evolução espiritual dos adeptos e de quem bate a porta. Exú não tem nada haver com esta rede de intrigas. Exú não é fofoqueiro!!! CAIO DE OMULU
EU SOU ZÉ PILINTRA !
Sou guia, sou corrente, egrégora e proteção. Sou chapéu, sou terno, gravata e anel. Sou sertão, sertanejo, carioca, paulista, alagoano e Brasileiro. Sou Mestre, Malandro, Baiano, Catimbozeiro, Exu e Povo de Rua. Sou faca, facão e navalha. Sou armada, cabeçada e rasteira. Sou Lua cheia, sou noite clara, sou céu aberto. Sou o suspiro dos oprimidos, sou a fé dos abandonados. Sou o pano que cobre o mendigo, sou o mulato que sobe o morro e o Doutor que desce a favela. Sou Umbanda, Catimbó e Candomblé. Sou porta aberta e jogo fechado. Sou Angola e sou Regional. Sou cachimbo, sou piteira, cigarro de palha e fumo de corda. Sou charuto, sou tabaco, sou fumo de ponta, sou brasa nos corações dos esquecidos. Sou jogo de rua, sou baralho, sou dado e dominó. Sou cachetinha, sou palitinho, sou aposta rápida. Sou truco, sou buraco e carteado. Sou proteção ao desamparado, sou o corte da demanda e a cura da doença. Sou a porta do terreiro, sou gira aberta e gira cantada. Sou ladainha, sou hino, sou ponto, sou samba e dou bamba. Sou reza forte, sou benzimento, sou passe e transporte. Sou gingado, sou bailado, sou lenço, sou cravo vermelho e sou rosas brancas. Sou roda, sou jogo, sou fogo. Sou descarrego, sou pólvora, sou cachaça e sou Jurema. Sou lágrima, sou sorriso, sou alegria e esperança. Sou amigo, parceiro e companheiro. Sou Magia, sou Feitiço, sou Kimbanda e sou demanda. Sou irmão, sou filho, sou pai, amante e marido. Sou Maria Navalha, Sou Zé Pretinho, sou Tijuco Preto e sou Camisa Preta. Sou sobrevivência, sou flexibilidade, sou jeito, oportunidade e sabedoria. Sou escola, sou estudo sou pesquisa e poesia. Sou o desconhecido, sou o homem de história duvidosa, mas sou a história de muitos homens. Sou a vida a ser vivida, sou palma a ser batida, sou o verdadeiro jogo da vida: Eu Sou Zé Pilintra!
CONVERSANDO SOBRE EXU
Dizem que Exu é um homem sério, castigador, espírito sem compaixão alguma. Muitos falam que nem mesmo sentimento essas entidades apresentam. Muitos temem Exu, relacionando – o com o Diabo ou com algum monstro cavernoso que a mente humana é capaz de criar. Bem, dia desses, no campo santo de meu pai Omulu, vi algo inusitado que me fez pensar... Um desses Exus Caveiras, que apresentam essa forma plasmada como meio de ligação a falange pertencente, chorava sobre um túmulo. Discretamente, isso devo dizer, afinal os Caveiras em sua maioria são de natureza recatada e introspectiva, mas chorava sim. Engraçado pensar nessa situação, não é mesmo? Ele chorava pelos erros do passado, chorava por uma pessoa a qual amava muito, mas não mais perto dele estava. Claro, sabia que ninguém morria, mas a saudade e o remorso apertavam fundo seu coração. Isso acontece muito no plano espiritual, onde muitas vezes os laços são quebrados devido às diferenças vibratórias. Na verdade o laço não se quebra, apenas afrouxam-se um pouco... Mas, voltando a nossa história, fiquei a pensar muito sobre aquele tipo de visão. Pensei que ninguém acreditaria em mim caso eu contasse esse “causo”, afinal, Exu é homem acima do bem e do mal, exu não tem sentimento, exu não chora... E para aqueles então que endeusam “seu” Exu, pensando ser ele um grande guardião, espírito da mais alta elite espiritual, espírito corajoso, sem medos, violento guerreiro das trevas. Exu acaba assumindo na Umbanda um arquétipo, ou mito, tão supra–humano, que muitas vezes ele deixa de ser apenas o mais humano das linhas de Umbanda. Arquétipo esse, diga–se de passagem, muito diferente do Orixá Exu, arquétipo base para a formação do que chamamos de Linha de Esquerda dentro do ritual de Umbanda. É, eu acho que todo Exu chora. Assim como eu e você também. Inclusive, todo mundo chora, pois todos temos dores, remorsos e tristezas. Isso é humano. Mas, voltando ao campo santo... Logo vi um Exu, vestindo uma longa capa preta, se aproximar do triste amigo Caveira. O que conversaram não sei, pois não ouvi, e muito menos dotado da faculdade de ler os pensamentos deles eu estava. Mas uma coisa é certa: Os dois saíram a gargalhar muito! “Engraçado, como é que pode? Tava chorando até agora, e de repente sai rindo de uma hora pra outra?” _ pensei contrariado. Fiquei alguns dias refletindo sobre isso, e cheguei a uma conclusão. A principal característica de um Exu é o seu bom – humor. Afinal, mesmo em situações muito complicadas, eles sempre têm uma gargalhada boa para dar. Na pior situação, mesmo que de forma sarcástica, eles se divertem. Ele pode escrever certo por linhas tortas, errado por linhas retas, errado em linhas tortas ou sei lá mais o que, mas uma coisa é certa, vai escrever gargalhando. Admiro esse aspecto de Exu. Tem gente que de tanto trabalhar com Exu torna – se sério, “faz cara de mau”, vive reclamando da vida além de tornar – se um grande julgador. A verdade é que nunca vi Exu reclamar de nada, nem julgar a ninguém. Pelo contrário, o que vejo é que Exu nos ensina a não reclamar da vida, pois tem gente que passa por coisa muito pior e o faz com honra e... Bom – humor! Vejo também que Exu não julga ninguém, afinal, quem é ele, ou melhor, quem somos nós para julgarmos alguém? Exu ensina que o que nós muito condenamos, assim o fazemos porque isso incomoda. E saber por quê? Porque tudo que condenamos está em nós antes de estar nos outros. Por isso Exu não gosta daquele que é um falso pregador, aquele que vive dizendo como os outros devem agir, vive dizendo o que é certo, vive alertando os outros contra a vaidade, vive julgando, mas no dia – dia pouco aplica as regras que impõe para os outros. O mundo está cheio deles. E Exu sorri quando encontra um desses. Mais para frente eles serão engolidos por si mesmos. Pela própria sombra. Mas Exu não ri porque fica feliz com isso, muito pelo contrário, ele até sente por aquela pessoa. Mas já que não dá pra fazer outra coisa, o melhor é sorrir mesmo, não é? O certo é que a linha de Exu nos coloca frente a frente com o inimigo! Mas aqui não estamos falando de nenhum “kiumba”, mas sim de nós mesmos. O que eu já vi de médium perdendo a compostura quando “incorporado” com Exu não é brincadeira. Muitos colocam suas angústias pra fora, outros seus medos e inseguranças, muitos seus complexos de inferioridade. Tudo isso Exu permite, para que a pessoa perceba o quanto ela é complicada e enrolada naquele sentido da vida. Mas dizem que o pior cego é aquele que não quer ver, e o que tem de gente que não quer enxergar os próprios defeitos... E não sobra opção a Exu, a não ser sorrir e sorrir mesmo quando nós nos damos mal. Mas, ainda falando dos múltiplos aspectos contraditórios de Exu, pois ele é a contradição em pessoa, devo ainda relatar mais uma experiência contraditória em relação a sua natureza. Dia desses, depois de um “pesado trabalho de esquerda”, fiquei refletindo sobre algumas coisas. E sempre que assim eu faço, algo estranho acontece. Nesse trabalho, muitos kiumbas, espíritos assediadores, obsessores, eguns, ou sei lá o nome que você queiram dar, foram recolhidos e encaminhados pelas falanges de Exu que lá estavam presentes. Esse trabalho foi complicado. Muitos, na expressão popular, estavam “demandando o grupo”, ou seja, estavam perseguindo nosso grupo de trabalho e assistência espiritual, pois tinham objetivos e finalidades diversas e opostas. Ninguém tinha arriado um ebó na encruzilhada contra a gente, eram atuações vindas de inteligências opostas ao trabalho proposto e atraídas pelas “brechas vibratórias” de nossos próprios sentimentos e pensamentos. Mas que na Umbanda ainda acha – se que tudo que acontece de errado é culpa de algum ebó na encruzilhada, isso é verdade... Bom, o que sei é que alguns dias depois, durante a noite, enquanto eu dormia, alguém me levou até um estranho lugar. Eu estava projetado, desdobrado, desprendido do corpo físico, ou qualquer outro nome que vocês queiram dar. Fenômeno esse muito estudado por diversas culturas espiritualistas do mundo. Fenômeno esse muito comum também dentro da Umbanda, mas pouco estudado, afinal, muitos pensam que Umbanda é “só incorporar” os guias e de preferência de forma inconsciente! Sei, sei...Olha Exu gargalhando novamente! Nesse local, um monte de espíritos eram levados até a mim e eu projetava energias de cura em relação a eles. Vi várias pessoas projetadas no ambiente, inclusive gente muito próxima, do grupo. Alguns pouco conscientes, outros ainda nada conscientes. Mas, o importante, era a energia mais densa que vinha pelo cordão de prata e que auxiliava no tratamento daqueles irmãos sofredores. Por quanto tempo fiquei lá não sei, afinal, a noção de tempo e espaço é muito diferente no plano astral. O que sei é que em um certo momento um Exu, que tomava conta do ambiente, veio conversar comigo: _Tá vendo quanto espírito a gente tem “pego” daquelas reuniões que vocês fazem? _ perguntou o amigo Exu. _ Nossa, quantos! Muito mais do que eu podia imaginar. _ E isso não é nada, comparado aos milhares que chegam, diariamente, “nas muitas casas” dos guardiões da Umbanda espalhados pelo Brasil. _Poxa, mas isso é sinal que o pessoal anda trabalhando bem, não é mesmo? _ Hahahaha, mas você é um idiota mesmo, né? Desde quando fazer isso é um bom trabalho? Milhares chegam, mas sabem quantos saem daqui? Poucos! A maioria também para servir as falanges de Exu. O grande problema é que os médiuns de Umbanda, pouco ou nada cuidam dos que aqui ficam precisando de ajuda. _ Nossa missão aqui é transformar os antigos valores desses espíritos, mesmo que seja através da dor. Mas, depois disso, muitos precisam ser curados, tratados. E dessa parte os umbandistas não querem nem saber! _Ah, ainda eu pego o maldito que disseminou que Umbanda só serve para cortar magias negras e resolver dificuldades materiais. Vocês adoram falar sobre amor e caridade, mas quase ninguém se importa em vir até aqui cuidar desses que vocês mesmos mandaram para cá. _ É que muitos não sabem como fazer isso amigo! _ tentei eu defender os umbandistas. _ Claro que não sabem! Só se preocupam em “cortar demandas”, combater feitiços e destruir “demônios das trevas”. Grandes guerreiros! Mas nada fazem sem os vossos Exus, parecendo mais grandes bebês chorões querendo brincar de guerra! _ Lembre–se bem. Todos que a mão esquerda derrubar terão que subir pela mão direita. Essa é a Lei. Comecem a se conscientizar que ninguém aqui gosta de ver o sofrimento alheio. Comecem a ter uma visão mais ampla do universo espiritual e da forma como a Umbanda relaciona – se com ele. _Dedique – se mais a esses que são encaminhados nos trabalhos espirituais. Ore por eles, faça uma vibração por eles, tratem – os com a luz das velas e do coração. Busquem o conhecimento e forma de auxiliá–los. _Quero ver se amanhã, quando você não agüentar mais o chicote, e não tiver ninguém para te estender a mão, você vai achar tão “glamuroso” esse ciclo infernal de demandas, perseguições e magias negativas. Isso aqui é só sujeira, ódio, desgraça e tristeza. Poucos têm coragem de pousar os olhos sobre essas paragens sombrias. _ É, isso é verdade. Muitos falam, mas poucos realmente conhecem a verdadeira situação do astral inferior a qual a Umbanda e toda a humanidade está ligada, não é mesmo? _Hahaha, até que você não é tão idiota! Olha, vou dar um jeito de você lembrar essa conversa ao acordar. Vê se escreve isso pros seus amigos umbandistas! E para de reclamar da vida. Quer melhorar? Trabalhe mais! _ Tá certo seu Exu Ganga. Só mais uma coisa. Um dia desses li num livro que Ganga é uma falange relacionada ao “lixo”. Mas você apresenta–se como um negro e ao julgar por esses facões nas vossas mãos, acho que nada tem a ver com o lixo... _ Lixo é esse livro que você andou lendo! Ganga é uma corruptela do termo Nganga, do tronco lingüístico bantu. Quer dizer “o mestre”, aquele que domina algo. O termo foi usado por muitos, desde sacerdotes até mestres na arte da caça, da guerra, da magia, etc. Algo parecido com o Kimbanda, mas esse, mais relacionado diretamente a cura e a prática de Mbanda. A linha de Exus Ganga é formada por antigos sacerdotes e guerreiros negros. É isso! Vê se queima a porcaria do livro onde você leu essa besteira de “lixo”... Pouca coisa lembro depois disso. Despertei no corpo físico, era madrugada e não fui dormir mais. Agora estou acabando de escrever esse texto, onde juntei duas experiências em relação a Exu. Não sei porque fiz isso, talvez pelo caráter desmistificador da sua figura. Pra falar a verdade, essas duas estórias são bem diferentes. Primeiro um Exu que chora, sorri e ensina o bom – humor, o auto – conhecimento e o não julgamento. Depois um Exu que preocupa – se com o “pessoal lá de baixo”. Diferente, principalmente daquilo que estamos acostumados a ouvir dentro do meio umbandista. Talvez Exu esteja mudando. Talvez nós, médiuns e umbandistas, estejamos mudando. Talvez a umbanda esteja mudando. Ou, quem sabe, a Umbanda e Exu sempre foram assim, nós que não compreendemos direito aquilo que está muito perto de nós, mas é tão diferente ao mesmo tempo. Dizem que o pior cego é aquele que não quer ver... PS: O termo "Ganga" é muito utilizado dentro da hierarquia do Candomblé de Nação Angola. Ganga forma o nome dos muitos graus existentes dentro dessa hierarquia. "Nganga" era na antiga África o feiticeiro, o sacerdote, o ritualista. Depois esse termo acabou por virar Ganga. É inclusive dessa raiz que muito provavelmente venha "Ganga - Zumba", o lendário rei dos Palmares, tio de Zumbi dos Palmares. Além disso, diz João do Rio em seu livro, "As Religiões no Rio", que "Ganga - Zumba" é como os negros Cambindas chamam uma divindade muito parecida com o Oxalá dos nagôs - yorubás. Por fim, ainda existe todo um culto afro - cubano denominado os "Santos Ganga", muito parecido com a Santeria Cubana. Por: Fernando Sepe.
Lamentável. Profundamente lamentável.
Esta é uma das expressões que mais passam pela mente dos verdadeiros e estudiosos umbandistas que, ao percorrerem alguns terreiros, verificam quão distorcido é o conceito sobre a figura dos Exus, espíritos mal compreendidos, mas que, apesar disto, continuam a contribuir eficazmente para os trabalhos de Umbanda.
Antes de dissertarmos sobre estes humildes trabalhadores espirituais, que não medem esforços para minorar o sofrimento humano, necessário se faz buscar a etimologia (origem) do nome Exu, assunto que tem encontrado vasto campos de discussões.
Basicamente existem três correntes de pensamento, ou doutrinárias, como queiram, que tentam explicar o nascedouro do vocábulo Exu.
A primeira corrente afirma que a palavra Exu seria uma corruptela ou distorção do nomes Esseiá/Essuiá, significando lado oposto ou outro lado da margem, nomenclatura dada a espíritos desgarrados que foram arrebanhados para a Lemúria, continente que teria existido no planeta Terra.
A Segunda corrente assevera que o nome Exu seria uma variante do termo Yrshu, nome do filho mais moço di imperador Ugra, na Índia antiga. Yrshu, aspirando ao poder, rebelou-se contra os ensinamentos e preceitos preconizados pelos Magos Brancos da império. Foi totalmente dominado e banido com seus seguidores do território indiano. Daí adveio a relação Yrshu / Exu, como sinônimo de povo banido, expatriado.
A terceira corrente afirma que o nome Exu é de origem africana e quer dizer Esfera.
Saliente-se que entre os hebreus encontramos o termo Exud, originário do sânscrito, significando também povo banido.
Ainda hoje, apesar dos esforços direcionados a uma maior estudo no meio umbandista, os Exus são tidos, pelos que não conhecem suas origens e atribuições, como a personificação individualizada do mal, o diabo incorporado.
Tal imagem é fruto de más interpretações dadas por pessoas que, não tendo a devida cautela em avaliar fatos e objetos de culto, passaram a conferir aos Exus o título de mensageiros das trevas.
Na África, em cultos nativos, o Exu, então orixá mensageiro, era ligado ao elemento fogo, o que para as doutrinas judaico-cristã era e é a ferramenta do diabo para fazer arder as almas pecadoras no inferno, sendo assemelhado por isto a lúcifer.
Suas representações eram em formas de falos, significando a energia, a reprodução, o nascer de novo, a continuidade.
Viajantes que por aquele continente passavam, deparando-se com tal quadro, vincularam os Exus a divindades da perdição sexual, da orgia, atributo conferido a satanás.
Esta imagem pejorativa de Exu-Orixá foi erroneamente absorvida e difundida por alguns umbandistas, sobretudo aqueles que tiveram passagem por cultos africanistas, o que fez com que uma gama de espíritos de certa evolução que vieram à Umbanda desempenhar funções mais terra-a-terra, fossem equiparados a falangeiros do mal, sendo até hoje os Exus simbolizados por figuras grotescas, com chifres, rabos, pés de bode, tridentes, sendo tal imagem do mal pertinente a outros segmentos religiosos.
Em realidade os Exus constituem-se em uma notável falange de abnegados espíritos combatentes de nossa Umbanda.
São hierarquicamente organizados e realizam tarefas atinentes à sua faixa vibratória.
São os elementos de execução e auxiliares dos Orixás, Guias e Protetores, tendo, entre outras tarefas, a de serem as sentinelas das casas de Umbanda, de policiarem o baixo astral e anularem trabalhos de baixa magia.
Ao contrário do que pensam alguns, têm noção exata de Bem e Mal.
São justos, ajudando a cada um segundo ordens superiores e merecimento daquele que pede auxílio.
São os Exus que freiam as ações malévolas dos obsessores que atormentam os humanos no dia-a-dia.
São os vigilantes ostensivos, a tropa de choque que está alerta contra os kiumbas, prendendo-os e encaminhando-os à Colônias de Regeneração ou Prisões Astrais.
Em algumas ocasiões baixam em templos de Umbanda, ou mesmo em templos de outras religiões, espíritos que tumultuam o ambiente, promovendo espetáculos circenses, galhofas, e se comportando de maneira deselegante para com os presentes, xingando-os e proferindo palavras de baixo calão.
Comportamento como estes não devem ser imputados aos Exus, e sim aos Kiumbas, espíritos moralmente atrofiados e que ainda não compreenderam a imutável Lei de Evolução, apegados que estão aos vícios, desejos e sentimentos humanos.
Os Kiumbas, para penetrarem nos terreiros, fingem ser Caboclos, Pretos-Velhos, Exus, Crianças etc., cabendo ao Guia-chefe da Casa estar sempre vigilante ante a determinadas condutas, como palavrões, exibições bizarras, ameaças etc.
Um outro aspecto importante que merece ser suscitado diz respeito a alguns "médiuns" infiltrados no Movimento Umbandista.
Despidos das qualidades nobres que o ser humano necessita buscar para seu progresso espiritual, contaminam e desarmonizam os locais de trabalhos espirituais.
Tentam impressionar os menos esclarecidos com gracejos, malabarismos, convites imorais, encharcados de aguardente.
"Desincorporados", atribuem aos Exus e Exus Bombogiras (polo feminino) tais comportamentos.
Fatos como estes são afetos a pessoas sem escrúpulos, moral ou ética, pessoas perniciosas. Mau-caracteres, aproveitam a imagem distorcida de Exu para exteriorizarem o seu verdadeiro "eu".
Este "médiuns" não raras vezes, acabando caindo no ridículo, ficam desacreditados, dando margem, segundo a Lei de Afinidades, a aproximação e posterior tormento por parte dos obsessores.
Os Exus são espíritos que, como nós, buscam a evolução, a elevação, empenhando-se o mais que podem para aplicarem as diretrizes traçadas pelo Mestre Jesus.
É bem verdade que em seu estágio hierárquico inicial os Exus ainda têm um comportamento às vezes instável, cabendo aos verdadeiros umbandistas o dever de não deixar que se desvirtuem de seu avanço espiritual.
Porém, nada que justifique serem rotulados de crituras fantasmagóricas, horrendas e repugnantes.
Fantamagóricos, horrendos e repugnantes são aqueles que difundem esta visão de Exu, fazendo com que os iniciantes no culto fiquem temerosos quando um Exu se manifesta.
Aqueles sim são kiumbas encarnados, que prestam um desserviço à religião, promovendo o terror, a obscuridade, o conflito, a confusão. Diminuem os Exus à condição de espíritos interesseiros, astutos e cruéis; que são maus para uns e bons para outros, dependendo dos agrados ou presentes que recebam; de moral duvidosa, fumando os melhroes charutos e bebendo os melhores uísques.
A que ponto pode chegar a ignorância humana em visualizar estes seres espirituais como meros negociantes ilícitos, fazendo dos terreiros balcão de negócios, em total dissonância com o bom senso e a Lei Suprema.
Exu não é marionete. Exu não é o diabo.
Exu é símbolo de dinamismo, aperfeiçoamento espiritual constante.
Salve os Compadres !
Salve as Comadres !
Laroyê Exu !!!!
FONTE- JORNAL UMBANDA HOJE
7ª Falange ou Legião – Yariri – Exu Mirim
As Crianças Tanto na Esquerda Quanto na Direita , estão Associados as Mães.
Exu Mirim é um Mistério Natural Manifestado Por Deus .
Quem é , e o que Representa para a Umbanda o Exu Mirim?
Exu Mirim[ Serguith ], é o Travesso das Dimensões Negativas, que com sua Irreverência Resolve Qualquer Mal Entendido e Desmancha as Confusões.
Guardião das Linhas das Águas, Trabalha junto com Exus, e de Preferência com as Pomba Giras. Ajuda a Abrir Caminhos, Desfazer os Malfeitos e Incentiva o Trabalho Social para Resgatar os que estão na Marginalidade.
Fazem Par com os Erês nas Dimensões Negativas , As Meninas Apresentam-se Como Pomba Giras Meninas :
São Espíritos de Muita Luz e Sabedoria , Portadores de Mistérios dos Orixás , Nunca os Olhem Como: Engraçadinhos , Coitadinhos e Divertidos.
Exu Mirim Pólo Equilibrador Entre a Direita e a Esquerda , Atuam Como Agente Atrasador da Evolução , Faz o Ser Regredir vai Fechando as Faculdades por Mal Uso da Mesma Tanto no Material como no Espiritual.
Quando Erramos Em Nossa Vida , Sofremos uma Regressão ( Lei de Causa e Efeito),Sejam Umbandista , Espiritualistas ou Pessoas Comuns , essa Regressão e Feita por Exu Mirim , Quando Estamos no Caminho Certo de Vida Agem Como Agentes Evolutivos.
-O Recomeço da Vida , e o Plano de Atuação após essa Regressão e Feita por Exu.
Exu Mirim Elemento Regredi dor de Nossas Vidas.
Exu Elemento Vitaliza dor , Dando continuação aos Caminhos da Vida ou do Recomeço de Vida.
Obs: Deus Não é Impiedoso , Deus não Pune e Nem Castiga , O que Existe sim é a Conscientização ou Regressão dos Caminhos de Vida , Por Acertos ou Erros Como já Disse Lei de Causa e Efeito , e Nossas Entidades e Divindades Estão ai para nos Fazer Cumprir as Leis.
Apresentação:
Apresenta-se sempre na forma e com roupagem de criança travessa , Gostam da Cor Vermelho e Preto.
Obs; É justamente a falange de exu mirim que As Vezes se introduz nas `Ibeijadas ́fazendo se passar por eles.
Campos de Força:
Encruzas Próximas a Praia (Sempre a primeira Vindo da Linha da Praia para as Ruas)
Encruzas em Y
E os descampados
Seu Dia :
Muito Homenageado no dia 06/01 Dia de Reis.
Seus Gostos:
Gostam de Doces Escuros :
Chocolates: Cigarrinhos de Chocolates , Chocolates Com Licores por dentro , Doce de Bananas , Teta de Nega Etc...
Também Gostam de Moedas
Bebidas:
Guaraná com um Pouco de Conhaque
Coca cola com Pinga
As vezes Acrescentam um Pouco de mel nas Misturas.
Algumas Considerações sobre Exu - Mirim
Na religião de Umbanda existe uma linha muito pouco comentada e compreendida, sendo por isso mesmo muitas vezes deixada "de lado" dentro dos centros e terreiros.
É a linha de Exu Mirim.
Tabu dentro da religião, muitos poucos trabalham com essas entidades tão controvertidas e misteriosas, chegando ao ponto de, em muitos lugares, duvidar - se muito da existência deles.
Na verdade, Exu Mirim é mais uma linha de esquerda dentro do ritual de Umbanda, trabalhando junto com Exu e Pombagira para a proteção e sustentação dos trabalhos da casa.
Não aceitar Exu Mirim é proceder como em casas que não aceita - se Exu e Pombagira, mas que a partir do astral e sem que ninguém perceba, recebem a sua proteção. Afinal, "se sem Exu não se faz nada, sem Exu Mirim menos ainda".
Não nos chega dentro da cultura dos Orixás (nagô) um culto a uma divindade ou “Orixá Exu – Mirim”, assim como não nos chega a existência de um “Orixá Pombagira”.
Apesar disso, sabemos da existência de um Trono responsável pela força e vigor na Criação (Exu/Mehor Yê), assim como existe uma divindade - trono responsável pelo estímulo em toda a Criação (Pombagira/Mahor Yê).
Sendo assim, também existe uma divindade fechada e não revelada, que sustenta a força da linha de Exu – Mirim. Seria o “Orixá Exu – Mirim” responsável por criar meios ou situações para o desenvolvimento do intelecto e o amadurecimento das pessoas (fator complicador).
Dessa forma, enquanto Exu vitaliza os sete sentidos da vida e Pombagira estimula – os, Exu – Mirim traz situações e “complicações” para que utilizando o vigor e estimulados possamos vencer essas situações e evoluirmos como espíritos humanos.
Dentro da Umbanda não acessamos nem cultuamos diretamente o Orixá – Mistério Exu, mas sim o ativamos através de sua linha de trabalho formada por espíritos humanos assentados a esquerda dos Orixás.
Também assim fazemos com o mistério Exu – Mirim, pois o acessamos através da linha de trabalho Exu – Mirim, formada por "espíritos encantados" ligados a essa divindade regente.
Os Exus Mirins (entidades) apresentam - se como crianças travessas, brincalhonas, espertas e extrovertidas.
Apesar de serem bem “agitados”, sua manifestação deve estar sempre dentro do bom - senso, afinal dentro de uma casa de luz, uma verdadeira casa de Umbanda, eles sempre manifestam - se para a prática do bem sobre comando direto dos Exus e Pombagiras
guardiões da casa.
Podemos dizer que os Exus e Pombagiras estão para os Exus - Mirins como os Pretos - velhos estão para as crianças da Linha de Cosme e Damião.
Trazem nomes simbólicos análogos aos dos "Exus - adultos", demonstrando seu campo de atuação, energias, forças e Orixás a quem respondem.
Assim, temos Exus - Mirins ligados ao Campo Santo: Caveirinha, Covinha, Calunguinha, Porteirinha, ligados ao fogo: Pimentinha, Labareda, Faísca, Malagueta,
ligados a água: Lodinho, Ondinha, Prainha, entre muitos e muitos outros, chegando ao ponto de termos Exus - Mirins atuando em cada uma das Sete Linhas de Umbanda.
Quando respeitados, bem direcionados e doutrinados pelos Exus e Pombagiras da casa, tornam – se ótimos trabalhadores, realizando trabalhos magníficos de limpeza astral, cura, quebras de demandas, etc.
Utilizam – se de elementos magísticos comuns à linha de esquerda, como a pinga (normalmente misturado ao mel), o cigarro, cigarrilhas e charutos, a vela
bicolor vermelha/preta, etc.
Uma força muito grande que Exu – Mirim traz, é a força de “desenrolar” a nossa vida (fator desenrolador), levando todas as nossas complicações pessoais e “enrolações” para bem longe.
Também são ótimos para acharem e revelarem trabalhos ou forças "negativas" que estejam atuando contra nós, "desocultando -as" e acabando com essas atuações.
A Umbanda vai além da manifestação de espíritos desencarnados, atuando e interagindo com realidades da vida muitas vezes inacessíveis a espíritos humanos.
Exu – Mirim muitas vezes tem acesso a campos e energias que os outros guias espirituais não têm.
Lembrem – se que a Umbanda é a manifestação de “espírito para a caridade” não importando a forma ou o jeito de sua manifestação.
Para aqueles que sentirem – se afim com a força e tiverem respeito, com certeza em Exu – Mirim verão uma linha de trabalho tão forte, interessante e querida como todas as outras.
O Exú Tranca Ruas das Almas chamou um capitão-de-terreiro e ordenou-lhe:
"Depois da meia-noite, vá sozinho no cemitério, acenda sete velas vermelhas e sete pretas, ponha no centro uma garrafa de marafo, beba metade dela e fique na frente até todas as velas apagarem."
O capitão, sem nada perguntar ou questionar, nem mesmo saber por que a determinação, de pronto perguntou:
"Deve ser hoje ou pode ser amanhã?".
Demonstrando imensa satisfação o Exú sentenciou:
"Não precisa fazer nada, meu filho.
Estava apenas testando tua fé.
Você é um verdadeiro umbandista, cumpridor de ordens".
..............................................................
POR QUE ESTE CHEFE DE FALANGE
tem o nome de Tranca-Ruas????
Disse ele:
"na rua vive o homem sem lar;
na rua vive o bêbado;
a rua é o escritório do ladrão;
na rua existe a droga e o vício;
na rua está o desamparado; na rua vive a meretriz;
na rua anda o desesperado;
a rua é habitada por todos os marginais.
Eu tranco toda esta infelicidade."
É alto, forte, veste uma camisa de seda branca, calças pretas, sapatos finos e de verniz, cabelos belíssimos, cacheados e castanhos bem claros, olhos azuis, às vezes cinzas, com os quais costuma encarar as pessoas ou adversários, de forma quase hipnótica.
Sua grande força vem do cemitério, especificamente da cruz das almas.
Seus protegidos têm uma força poderosa ao seu lado.
Tem relação direta com Ogum, razão porque todas as pessoas desta linha são, por ele considerados, seus filhos.
Por ser o Exú o espírito intermediário, ligação entre o mundo espiritual e o material, ele representa o equilíbrio.
fonte: A UMBANDA.COM.AMOR
Vocês têm ligação com o Diabo?
Rindo, seu Tiriri diz:
O mal está dentro de cada um que vive na sua terra.
Cabe a vocês distingüi-los, trabalhando para combatê-lo.
Não adianta você está dentro de uma igreja, centro ou qualquer templo, invocar o nome de Deus, e logo ao sair deste, agir com maldade para com seu semelhante.
Muitos na terra seriam Exú, por viverem com o coração cheio de maldades.
Vêem nos pedir para fazer o mal, e eu te pergunto:
Quem é o Diabo?
Acho que deve-se contar é a fé. A essência que purifica e perfuma o coração dando a vida.
Alguns vivem a nos massacrar, por gostarmos de beber e fumar, quando deveriam verificar o trabalho realizado. Tantos em outros credos não bebem, não fumam, mas enganam e enrolam os humildes e carentes na fé.
Eu tenho certeza que meu trabalho é muito bem feito e copiado por tantos, vocês dificilmente irão ver um espírita criticar e atacar qualquer religião, porque aprendem a respeitar a liberdade de credo.
Antes de se atacar a religião por alguma coisa errada, deve-se procurar ver o caráter de quem a dirige. De falsos pastores a sua terra está cheia, tornando-se o grande inferno.
Somos massacrados por imagens e nomes que são puras palavras.
Pensem:
Quantos na terra receberam de seus pais nomes de santo e agem unicamente a serviço do mal.
A maldade existe não vindas conosco e sim com pessoas impuras e superficiais. Se um médium tem bom coração este jamais irá carregar um espírito sem luz a serviço do mal.
Alguns Dirigentes de credos diferentes mas obviamente ligados a Deus, criticam se achando os donos da verdade por lerem a palavra de Deus, criticam imagens criadas pela mão do homem se esquecendo que a Bíblia também é feita pela mão do homem e hoje já se encontra dividida por credos, acho que Deus deixou uma única escritura.
Será que eles mesmos agem por intermédio dela?
Procure observá-los no dia à dia e não somente em dias de reuniões. Será que a palavra de Deus ensina seus filhos a impor ou ridicularizar, mesmo quando foi traído por Judas este sentiu piedade e amor. O perdoando.
Quem sabe estes são impulsionados com fanatismo e por esses espíritos sem luz que dizem vir dos Espíritas Umbandistas, ou do Candomblé.
Os que criticam geralmente passaram pelo espiritismo desejando algo que jamais mereceram.
Hoje enganando vão acumulando seus seguidores vão emprestando bens para impressionar e chamar mais e mais fiéis.
Eu recebo em minha casa várias pessoas também revoltadas e enganadas em seus credos, mais de que adianta brigar quando um dia de tudo tem que se prestar conta.
Espíritas não atacam, são atacados.
Alguns em seus credos atacam julgando-se melhores.
Jesus não atacou e foi castigado.
Quem é quem?
Os espíritas verdadeiros são serenos e evangelizados, não precisam defender-se, já que Deus é nosso juiz, auxiliado pelo nosso supremo advogado – O divino Mestre Jesus Cristo, no tribunal celestial.
Lembrem-se constantemente:
A vida tem seu começo, meio e fim para todos…
Dialogo do livro o Retorno de um adolescente
“Muitos dizem para nossos cavalos que Exú precisa de “um agrado” para que
possa ajudar e dar caminho material.
Porque não perguntam a nós, quando estamos incorporados em nossos cavalos?
Como, esses que fazem tal afirmação,podem saber o que quer ou precisa a entidade do seu irmão de terreiro?
Nós é que falamos aos nossos cavalos o que precisamos e o que não
precisamos pois esse é um trabalho entre médium e entidade.
Procuramos nossa evolução para alcançarmos a luz maior e para isso precisamos cumprir nossa tarefa no astral e em terra ,quando trabalhamos com nossos escolhidos.
Permitam, chefes de terreiro, zeladores, comandantes que façamos o que nos
foi incumbido mas para que isso aconteça precisamos de médiuns sérios, que
nos respeitem e nos deixem trabalhar dentro das leis que regem a Umbanda.
Precisamos de médiuns inteiros, que não nos usem para falar coisas sem
fundamentos ou fiquem a devanear em nome de Exú. Cavalos, aquietem seus
corpos e suas mentes para que possamos, por seu intermédio, passar as
mensagens e assim realizar nosso verdadeiro trabalho dentro da Umbanda.
Não se preocupem com nomes, que tipo de marafo ou roupa iremos usar pois isso acontecerá dentro do tempo correto, mas lembrem-se de sentir no âmago de seus corações a vibração que emitimos pois se não souberem a diferença
vibratória entre um Exú da lei de Umbanda e um Kiumba, se fazendo passar por um, então ainda não estão preparados para o real e verdadeiro trabalho.”
Um Exú trabalhando para alcançar a luz maior
...Muitas vezes, ele funciona como um espelho, refletindo em seu comportamento os defeitos e qualidades de seu médium. Não estamos falando aqui de mistificação nem animismo e sim de um comportamento em que pela convivência um exterioriza qualidades e defeitos do outro. Apesar de Exu ter opinião própria a manifesta em linguagem simples e direta de forma que todos entendam.
É ele a entidade mais próxima a nossa realidade e anseios materiais. Quando o médium começa a se desenvolver costuma ouvir que há a necessidade de doutrinar seu Exu. É natural que o médium não tenha doutrina no inicio de sua jornada espiritual e Exu exterioriza isso em seu comportamento, após boa doutrinação da entidade veremos a necessidade de doutrina também para o médium que acaba de chegar na casa.
Durante o desenvolvimento mediúnico é ainda natural que o Exu se apresente pedindo sua oferenda, pois sua força é potencializadora e vitalizadora da mediunidade.
Este mesmo médium que está iniciando na Umbanda encontra todo um universo novo aos seus olhos e Exu costuma ser algo intrigante e fascinante ao mesmo tempo; quando não uma entidade, força, que assusta um pouco os que não o conhecem.
... A questão é: Enquanto o médium estiver preocupado com a doutrina de “seu” exu estará também doutrinando-se, subconscientemente!
... Devemos, sim, estar atentos quando nos deparamos com entidades de esquerda sem doutrina, muitas vezes estão chamando nossa atenção a seu médium para que tomemos uma atitude doutrinária em relação a ambos.
... Tudo isso é bem diferente de um obsessor ou quiumba, trazido por transporte, que normalmente tem comportamento rude e agressivo. Falamos aqui do Exu de lei que acompanha o médium como entidade de trabalho na esquerda.
... Não devemos subestimar exu, achando que é entidade sem luz desprovida de evolução, observando apenas um aspecto externo e superficial, pois quando vamos com a farinha ele já voltou com a farofa, devemos sim ficar atentos com o que nos dizem nas entrelinhas ou o que querem nos passar, quando não podem ou não se sentem a vontade para revelar.
Quanto ao que pode revelar, pergunte a ele sobre seu médium e o comportamento do mesmo e verá que Exu é o primeiro a apontar os defeitos de seu “cavalo” e isto está ainda dentro da qualidade especular de Exu.
... No desenvolvimento mediúnico é ele um elemento de muita importância, pois dá força e potencializa as faculdades mediúnicas, não é difícil encontrarmos exu pedindo para ser oferendado logo no inicio da vida mediúnica.
... Em uma casa de luz, em um terreiro de umbanda de fato, exu não aceitará trabalhos de ordem negativa a favor de futilidades ou egoísmos. Veremos exu trabalhando com seriedade e em sintonia com as entidades da direita, ou seja não virá em terra para contrariar todo um trabalho de doutrina realizado por caboclos e pretos velhos. Encontraremos até exus dando consultas, limpando e descarregando consulentes, fazendo desobsessão e outras coisas mais dentro do mesmo objetivo e até dando bons conselhos aos que a ele procuram.
... Por tudo isso somos gratos a exu e Pomba gira por trabalharem conosco a favor da luz, e afirmamos muito do que se fala de exu e pomba-gira ligado a magia negativa, nós desconhecemos, sabemos que muitos tentam se passar por exu, mas aí já não é mais Umbanda.
Umbanda acima de tudo é Amor e Caridade, exu não deve vir em terra para dar o contra no trabalho de direita.
fonte: JUS-JORNAL DE UMBANDA SAGRADA