quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Oxalá

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JESUS, OXALÁ NA UMBANDA

A VIDA DE JESUS
O Cristianismo o reverencia como Deus feito homem.Xamãs indígenas, cabalistas, judeus e muçulmanos o consideraram um mestre.Indianos o reverenciaram como um “siddha” (perfeito) ou até um avatar(encarnação divina). Sua figura sempre fascinou os homens em todas as épocas;ele confortou e alegrou milhões de pessoas, mas apesar de tudo que se tem ditoa seu respeito, sua vida continua envolvida em mistério. Afinal, quem foi essehomem chamado Jesus?

Quase tudo o que sabemos de sua vida, vem dasnarrativas dos Evangelhos (do grego: boa nova). Mas foram muitos oshistoriadores e teólogos que contestaram esses textos. Essas escrituras, oschamados Evangelhos, receberam influência de um gênero literário muito comum, àépoca que misturava história, lendas e doutrinas. Também é forte, nosEvangelhos, a influência das antigas tradições judaicas, mitologias,greco-romana e oriental, e correntes esotéricas do primeiro século depois deCristo. Apesar de terem, por muitas vezes, sua veracidade refutada, hoje setende a valorizá-los.

Um dos principais argumentos que se levantoucontra os Evangelhos, é o de que demoraram demais para ser escritos, geralmentemuitas décadas depois dos fatos, época em que a memória, sobre os mesmos, jáhavia sido perdida ou modificada. Mas hoje em dia os especialistas explicamque, na verdade, a elaboração é que demorou muito para ser finalizada. OEvangelho mais recente, o de João, demorou quatro décadas para ficar pronto.

Mas antes de qualquer registro escrito, logo cedo,surgiu uma tradição oral sobre a vida e a mensagem de Jesus. Seu núcleo era o“Querigma” – palavra grega que significa “anúncio”, muito utilizada pelos seusdiscípulos para converter os ouvintes, por ter forte apelo emocional. Em tornodesses discursos se juntavam as parábolas de Jesus.

O que corroborou para que os Evangelhos realmentepassassem a ser vistos, como algo que mostra a realidade vivida por Jesus eseus discípulos, naquela época, foi a descoberta, em 1992, de um fragmento depapiro com trechos de dois versículos de Marcos, datado do ano 50 d.C. Duasdécadas depois da morte de Jesus sua história já estava sendo escrita.

O NASCIMENTO DE JESUS
Jesus nasceu quando as terras que hoje pertencem aIsrael e Palestina, estavam sob o domínio dos romanos. Ele nasceu sob o reinadode Herodes, viveu em locais governados por seus filhos e morreu sob o poder doromano Pôncio Pilatos. O dia em que comemoramos o nascimento de Jesus, o Natal,não é realmente a data de seu nascimento. Dia 25 de dezembro era uma dataespecial no calendário dos cultos de Roma. Era o dia do “Festival Pagão do SolInvencível”, que comemorava o triunfo do astro-rei. Os primeiros cristãosassociaram as qualidades do Sol a Jesus, por isso a escolha da data, que deveter sido instituída por volta de 330 d.C. Hoje se sabe que Jesus nasceu antesdo ano I, da Era Cristã, provavelmente entre 8 e 6 a.C. Existe uma passagem noEvangelho de Lucas que diz que o nascimento de Jesus se deu na época dorecenseamento feito pelo imperador César Augusto. Historiadores concordam que adata provável desse censo foi entre 8 e 6 a.C.

JESUS – O HOMEM
O Cristo encarnado, como homem na Terra – Jesus, éa própria manifestação do Verbo, como já comprovou Saint Yves D’Alveydre, comseu Arqueômetro. Em todas as escolas de tradição oriental os mestres costumamdizer, aos seus discípulos, que “todo homem possui uma centelha divina queemana do Verbo Divino. Para se tornar ‘Cristo’, basta desenvolver essacentelha”. Jesus assim o fez, e como homem encarnado atin­giu a máximaevolução.

O Verbo manifesta seu princípio em algum ponto doespaço mas não deixa de estar no Absoluto. Mas esse princípio, quandoencarnado, aceita todas as condições da existência na Terra, como oesquecimento do Plano Divino e a angústia do abandono do Pai.

Jesus teve ou tem uma existência metafísica ou éum princípio vivo que continua atuante em relação aos seres humanos? Se Jesusfoi o próprio Verbo Encarnado e se este princípio está intimamente ligado atodas as manifestações vivas da Natureza, esse mesmo princípio não abandonou oplano físico e está sempre presente para curar aqueles que dele se aproximam.Todas as raças deste planeta receberam a revelação da libertação da carne pormeio da intervenção do princípio criador. O nome desse princípio, desde aformação do nosso planeta, é Jesus, e sua atuação sobre o planeta está sempreviva e se manifestando.

Jesus é aquele que veio e está sempre presente,conduzindo a Humanidade de volta aos braços do Pai. Todas as honras e louvoreslhe são devidos por sua atuação em todos os planos. O Cristo é a própriadivindade que se encontra em estado latente em todos nós, pois somos espíritosencarnados e trazemos conosco essa centelha divina.

O personagem histórico – Jesus, o homem, ensinou oamor, a benevolência e a caridade; foi um grande mensageiro da Luz, trazendo osensinamentos que despertaram a consciência dos que estavam mortos para oEspírito, presos na escravidão da matéria, que é nossa redentora e nos auxiliaa redimir nossos erros rumo à evolução espiritual.

JESUS – UM INICIADO
Evangelhos Apócrifos (que não são reconhecidosoficialmente), atribuem a Jesus pensamentos e ensinamentos esotéricos. Isso nosfaz pensar que ele possa ter elaborado dois tipos de discurso: um exotérico(externo), adaptado à capacidade de com­preensão da grande massa e outroesotérico (interno), que se destinava à formação de seus discípulos.

As Correntes Espiritualistas cada vez maisacreditam nessa hipótese. Algumas dizem ter sido Jesus um grande Mestre daCabala, a mais mística tradição judaica; outras o colocam como sendo o portadorde um conhecimento oculto, que vem sendo passado à Humanidade desde temposimemoriais, que remontam às tradições mais antigas, como a dos Iogues indianos,e, antes, ainda, aos Xamãs pré-históricos.

JESUS E A TRADIÇÃO ESOTÉRICA
Algumas práticas citadas nos Evangelhos podem nosremeter a influências esotéricas na vida de Jesus:

· O Batismo: existe uma lacuna de 20 anos nosEvangelhos entre a infância e o início de sua pregação. Após esse período elepassou por um rito iniciático adotado por várias tradições místi­cas – obatismo. Para essas antigas tradições, nesse momento o iniciado passasimbolicamente por um processo, mor­rendo para a antiga existência e renascendopara uma nova vida.

· Prova do Deserto: outra experiência iniciáticafoi o jejum de 40 dias no deserto. Esse tipo de provação, a que o adepto éexposto, é tão antiga quanto às tradições xamânicas, ainda hoje é utilizada porvárias tradições místicas. O objetivo é manter o aspirante em total condição deisolamento, levando-o a confrontar se com o seu lado sombrio, que é retratadonos Evangelhos como o Diabo, que lança sobre Jesus as três tentações: quebrar ojejum, atirar-se do alto do templo de Jerusalém e adorar o próprio Diabo emtroca do reinado sobre a Terra. Jesus rejeitou todas.

· O Círculo Hermético: após ter dado início à suamissão, mais e mais pessoas são atraídas por suas palavras e ensinamentos: agrande massa que o ouvia nas sinagogas, uma grande quantidade de discípulos quepassaram a acompanhá-lo e o grupo dos doze apóstolos, que a tudo abandonarampara segui-lo. É provável que a estrutura desse círculo restrito de seguidoresobedecesse a um modelo estabelecido em comunidades místicas.

· O Texto na Tabuleta Pregada na Cruz: a frase quePôncio Pilatos redigiu para ser colocada na cruz – “Jesus Nazareno, Rei dosJudeus” – pode ter tido um significado muito maior do que o resumo dasacusações que lhe foram feitas. A palavra Nazareno, além de designar o localonde viveu parte de sua vida, pode se referir também a “Nazir” ou “Nazireu”,aquele que é consagrado a Deus e que entre outras obrigações não poderia cortaros cabelos. A palavra rei também pode ter outro significado nessa inscrição.Esse título, nos círculos esotéricos era dado ao indivíduo que iniciava adeptosao conhecimento dos mistérios. Poderia ser uma conotação de Mestre Iniciático.

JESUS, O ARREBATADOR DE ALMAS
O antigo povo de Israel esperava um “Messias” – naverdade um guerreiro que os livrasse da opressão romana. Jesus veio pregando oamor incondicional, por meio do qual seria possível se conquistar o reino deDeus. Mas o que a maioria esperava era um revolucionário que expulsasse osdominadores romanos, derrubando Herodes e restabelecendo um poder legítimo emIsrael. Jesus não se apresentou como esse revolucionário e sua condiçãofraternal foi explorada por seus inimigos, que o condenaram à morte. Ele pregouuma “revolução” a longo prazo, sem luta, sem visar somente o lado material, masamplamente profunda e esclarecedora do ponto de vista espiritual. Sua meta era,por meio da conscientização e de uma transformação radical, trazer o reino deDeus à Terra.

A RESSURREIÇÃO SEGUNDO A TRADIÇÃO ORIENTAL
A idéia de transmutação do corpo físico e imortalidadesão comuns em certas tradições espiritualistas da índia e da China.

Extremamente rara, essa possibilidade poderia seralcançada pelos “siddhas”, os perfeitos, mas seria inerente a todo ser humanoque, por devoção a Deus, exercícios e prática da yoga, poderia atingir umestágio supremo de desenvolvimento.

OXALÁ, O ORIXÁ DA CRIAÇÃO
Na Umbanda, Oxalá representa o mais alto nahierarquia dos Orixás, tendo como contraparte nosso Mestre Jesus, o médiumsupremo. Nos pontos riscados é representado por uma estrela de cinco pontas.Como Orixá na Umbanda, Oxalá se apresenta sob três formas:

OXAGUIAN: o Oxalá Menino, que é sincretizado com oMenino Jesus de Praga.

OXALUFAN: o Oxalá Velho, sincretizado com Jesus noMonte das Oliveiras.

OXALÁ: sincretizado com Jesus Cristo.

Tanto na Umbanda quanto no Candomblé é de Oxalá atarefa de criação da Humanidade. Por isso a equivalência a Jesus, manifestaçãomáxima de Deus trino: Pai, Filho, Espírito Santo. Além de responsável pelomolde dos primeiros seres humanos na Terra, é considerado também o criador dacultura material.

Oxalá é representado nos Congas por Jesus e é aautoridade suprema na Umbanda. É ele quem ordena aos Orixás que venham ajudarseus filhos por meio dos Guias e Mensageiros que vêm em Terra. Sua imagem é ade Jesus Cristo, sem a cruz e sua cor é branca. Oxalá é considerado o Orixámaior na Umbanda, porque é capaz de atuar em todos os elementos e vibraçõesatravés dos outros Orixás.

Éter e Luz: são o elementos e a força da Naturezacorrespondentes à Linha de Oxalá.

Dia da Semana: Sexta-feira.

Vibração: atua no chacra coronário.

Cor: Branca, com raios dourados.

Cores da Guia: Contas brancas leitosas.

OXALÁ NOS CULTOS AFRO-BRASILEIROS
O mais importante e elevado do Panteão lorubá; foio primeiro Orixá criado por Olorum (O Deus supre­mo). E um dos Orixás Fun-Fun(da cor branca).

São muitas as suas lendas e extensa sua origem ehistória na África. No Brasil, são mais conhecidos Oxalufan “o velho” eOxaguian “o moço”. Na sua forma “guerreira”, Oxalá carrega uma espada, cheio devigor e no­breza; na condição de velho e sábio, curvado pelo peso dos anos, éuma figura nobre e bondosa que carrega um cajado, o Opaxorô, de forte sim­bologia,utilizado para separação do Orun (o Céu) e o Ayié (a Terra). No Brasil é o maisvenerado e sua maior festa é uma cerimônia chamada “Águas de Oxalá”, que dizrespeito à sua lenda dos sete anos de encar­ceramento, culminando com acerimônia do “Pilão de Oxaguian”, para festejar a volta do Pai. Esse respeito advémda sua condição delegada, por Olorum, da criação e governo da Humanidade.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXALÁ
Os filhos de Oxalá são pessoas tranqüilas, quetendem à calma até nos momentos mais difíceis. São amáveis e pensativos, masnão cos­tumam ser subservientes. São articulados, reservados e às vezes muitoteimosos, sendo difícil con­vencê-los de que estão errados na resolução de umproblema. Em Oxalufan, o Oxalá mais velho aparece com a tendência para o debatee a argumentação.

A LENDA AFRICANA
Orixalá ou Obatalá foi encarregado por Olorum derealizar uma grande e importante tarefa: a da criação do mundo. Para isso,recebeu de Olorum o “Saco da Criação”. Mas antes de iniciar sua viagem para ocumprimento da mis­são era necessário que Oxalá realizasse oferendas para Bará.Mas, com seu caráter um tanto orgulhoso, não o fez.

Iniciou então sua caminhada, e, ao chegar à portado além, encontrou Exu-Bará, fiscal das comunicações entre os dois mundos. Aosaber que o Grande Orixá não havia feito as oferendas, fez com que ele sentissemuita sede durante a caminhada. Oxalá não teve outra saída senão tomar olíquido refrescante que escorre do dendezeiro – o vinho de palma. Com issoficou bêbado, perdeu o rumo e adormeceu.

Veio então Odudua, criado depois de Oxalá, e,vendo-o adormecido, roubou-Ihe o Saco da Criação e levou até Olorum, que disse:“Vá você Odudua, vá e crie o mundo”. Odudua encontra uma grande extensão deágua e deixa cair o conteúdo do Saco da Criação – a terra; formou-se um monteque ultra­passou as águas. Odudua colocou sobre o monte de terra uma galinha decinco patas, que espalhou a terra sobre as águas. A terra foi se alargando cadavez mais criando a cidade de llê-lfê.

Quando Oxalá acordou e não encon­trou o Saco daCriação procurou Olo­rum, que o castigou proibindo-o de beber vinho de palma eusar azeite de dendê. Como consolo, ordenou-lhe que moldasse no barro o corpodos seres humanos, sobre os quais Ele, Olorum, sopraria a vida.

Texto epesquisa: Virgínia Rodrigues – base de consulta: www.auxiliadora.org.br
Fonte: RevistaEspiritual de Umbanda – Nº 12

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Ponto Cantado a Oxalá

Oxalá meu pai
Tem pena de nós, tem dó
Se as voltas no mundo é grande
Seus poderes são maior
Oxalá meu pai
Tem pena de nós, tem dó
Se as voltas no mundo é grande
Seus poderes são maior
O malei malei
O malei malá
O malei malei
Salve as forças de Oxalá !

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Oração a Oxalá
SalveOxalá, força divina do amor, exemplo vivo de abnegação e carinho!
Nós vos rogamos, ó bondoso Mestre, a Vossa proteção para que, possamos sentirem nossos corações, cada vez mais viva, e chama do nosso amor por Deus e portodas as suas criaturas.
Derramai Vossa benção por sobre todos nós e especialmente por sobre aqueles quese encontram recolhidos às casas de saúde, manicômios e penitenciárias, porsobre todos os que nascem neste momento e, ainda, muito especialmente pelos quedesencarnaram  e se dirigem, já em espírito, ao mundo invisível, para oajuste de contas.
Proteção ó Pai Oxalá!...
Forçae proteção para todos os que palmilham o caminho do bem, e misericórdia para osque vivem no mal e para o mal, esquecidos de si próprios.
AssimSeja !

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Oração para a Proteção de Jesus

QueridoPai, que enviastes vosso filho Jesus,
Para nos ensinar a amor e o perdão,
Colocai sobre mim, agora, a infinita proteção do nome de Jesus Cristo:
Jesus me guarda,
Jesus me ampara,
Jesus ma guia,
Jesus me defende,
Jesus me salva,
Jesus me protege,
Jesus me eleva,
Com Jesus tenho paz, verdade, justiça e fé.
Amém!

Velas quebradas e usadas


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Nos trabalhos de Umbanda existe uma grande preocupação com o uso de velas virgens ou que não estejam quebradas.
 
A principio pensei tratar-se de mera superstição, mas depois compreendi que a vela virgem estava isenta da magnetização de uma vela usada anteriormente, evitando assim um choque de energias, que geralmente anula o efeito do trabalho de magia.
 
Na vela quebrada, existe a interrupção da seqüência que a queima da mesma representa.

Sabão da Costa - "Ose"


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Sabão de origem da Costa do golfo da Guiné, África. Sendo que, na África tem o nome de “ose”, com a cor escuro, mole e perfumado, usado em “Rituais” tanto na África como no Brasil nos Cultos Afro-Brasileira.
Este sabão é muito importante, cuja composição original é conservada secreta, hoje, existe muito sabão falsificados, é uma pena, porque é um sabão muito usado nas ocasiões em que antecede a qualquer tipo de banho ritualístico, muito aconselhável à usá-lo sempre, ao menos duas vezes por semana, excluindo-se às sextas-feiras, sábados e domingos, sendo utilizado antes de dormir, para descarregar maus fluídos adquiridos durante o dia, obtendo um sono tranqüilo.
De modo geral, o banho é feito desde os ombros até os pés, sem tocar na cabeça. (lavagem de cabeça é outra coisa)
Quando terminar o banho, devemos ter junto uma vasilha com água com açúcar e largar nos quatros cantos do Box, evitar larvas negativas à outrem.
O sabão da Costa é utilizado na preparação inicial de okutás e utensílios de um “Ritual de Obrigação”, com a finalidade de eliminar todos os maus fluídos e larvas negativas, tornando os objetos virgens e purificados para receber o Àse (força do Òrìsà) à ser feito e assentado.
Fonte:
http://povodosanto.wordpress.com/

Luxo na Umbanda

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LUXO NA UMBANDA? NECESSIDADE ESPIRITUAL OU VAIDADE DO(S) MÉDIUM(NS)?

Vamos refletir sobre: "necessidade x vaidade x humildade".

Não está acontecendo um exagero de vaidade na Umbanda (não da religião, mas dos adeptos)?
Entre muitos aspectos, podemos citar como exemplo a vestimenta e os paramentos: quando o médium tem uma entidade ou outra que usa um apetrecho de trabalho (um chapéu, um lenço, uma bengala ou mesmo outro elemento), nota-se que a necessidade desse material é do guia, ou seja, aquele espírito usa o chapéu, o lenço etc. para realizar seu trabalho, dentro do seu fundamento.
Mas, quando TODAS as entidades que trabalham com o mesmo médium, ou todas do mesmo terreiro (mesmo em médiuns diferentes) precisam se paramentar, não seria mais coisa do(s) médium(ns), na maioria das vezes semi-consciente(s), do que do(s) espírito(s) atuante(s)? .
Na internet, revistas e jornais, podemos ver com facilidade, fotos em que o mesmo médium (ou todos do terreiro), quando incorporado(s) apresenta(m)-se da seguinte forma: o baiano está vestido de cangaceiro, com falangeiros de seu Zé Pelintra (não concordo com o termo “linha de malandros”, usado pelos umbandistas mais novos ) usa terno, bengala e chapéu, o boiadeiro parece um capataz ou um coronel fazendeiro, o caboclo se veste imitando um índio (já que o de modo geral, os artigos encontrados, como cocares, não são genuinamente indígenas, e muitos não têm nenhuma semelhança aos paramentos que eram utilizados pelos povos ancestrais de nosso continente, ou mesmo pelos índios atuais), o Ogum veste roupa de soldado romano e tem uma linda espada (se possível, cravejada de brilhantes), o erê traja roupas infantis (macacãozinho, vestidinho colorido etc), o cigano com vestes características do povo (e lógico, quanto mais colorido, melhor), o Exu usa capa, tridente e cartola, o marinheiro usa uma “farda” como se fosse um autêntico capitão da marinha americana, etc. Isso quando não resolvem por um “trono” no meio do terreiro, colocando a entidade numa posição de rei dentro da casa (já existem tronos especialmente confeccionados para Exus e que são vendidos aos “olhos da cara” nas casas de artigos religiosos).
O que vocês acham? Será que existem mesmo médiuns ou casas onde TODAS as Entidades atuantes precisam se paramentar?
Seria coincidência esses espíritos escolherem, todos ao mesmo tempo, esse médium ou essa casa, para se paramentar?
Isso não seria contrário ao principal lema da Umbanda: “HUMILDADE e SIMPLICIDADE”- tão ensinado pelos nossos sábios Pretos-Velhos?
A roupa branca (símbolo de igualdade), aos poucos estaria deixando de ser a FARDA dos soldados do exército do Pai Oxalá, já que até em dias de giras comuns estão usando roupas cada vez mais esplendorosas?
Será que festa de entidade ou orixá precisa mesmo desse luxo todo, deixando, às vezes, um local sagrado como um templo umbandista mais parecido com uma ala de escola de samba, onde todo mundo fica "fantasiado"?
Esse colorido todo não facilita a indução à mistificação, ou no mínimo, ao animismo, já que o médium que gastou tanto dinheiro com toda essa parafernália, não vai querer deixar tudo aquilo guardado?
Ou será que os guias, que sempre foram exemplos de humildade e simplicidade, é que são (ou estão ficando) cada vez mais vaidosos (o que não acredito)?
Irmãos-de-fé, filhos da nossa amada Umbanda: apesar do respeito às diferenças, certas questões poderiam e deveriam ser melhor estudadas ou revistas pelos seguidores do Mestre Oxalá, afinal de contas, a Umbanda veio para dar espaço a todos os filhos do Pai Celestial, principalmente aos simples e humildes (encarnados e desencarnados), muitas vezes não aceitos em outros segmentos religiosos. Com toda essa parafernália utilizada atualmente, como os mais necessitados se encaixarão, já que muitos não podem comprar uma “roupa de Exu”, que muitas vezes, custa mais do que eles ganham por um mês de trabalho?
Lembremos que o brilho que devemos mostrar não é no luxo da vestimenta, ou seja, o lado externo, pois tudo isso é ilusório, já que roupa não tem força espiritual. O que realmente importa é a essência divina que existe em cada um de nós, filhos de Deus (encarnados e desencarnados). Esse brilho, que brota no âmago do ser é que deve ser mostrado e melhor ainda, doado, a todos aqueles que necessitam. Isso sim agrada ao Pai, aos orixás e seus Falangeiros de Luz.

Os Falangeiros


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Os Falangeiros são os representantes dos Orixás, e, em muitos casos, a essência dos próprios Orixas manifestada nos médiuns, pois sua força é a emanação pura dos Orixás (ou como alguns dizem: são a vibração virginal dos Orixás). Sendo assim, eles podem incorporar nos médiuns, em seus “cavalos”, e mostram sua presença e sua força em nome de um Orixá. Porém, são frágeis (o médium pode perder sua sintonia muito facilmente) e exigem muito dos médiuns, não podendo permanecer por muito tempo em Terra. Podemos utilizar como exemplos de falangeiros:
Falangeiros de Ogum:
Ogum Beira-Mar; Ogum Megê;Ogum Sete Ondas;Ogum Sete Espadas
Ogum Iara;Ogum Matinata; Ogum Rompe-Mato
Em algumas ramificações da Religião de Umbanda (nas Umbandas de Caboclo, Umbanda branca, Umbanda esotérica e nas Umbandas voltadas ao Espiritismo ou Kardecismo) que não trabalham diretamente com os Orixás , na forma de Falangeiros de Orixás (não estão ligados a uma corrente africana), o trabalho com os Orixás é feito com os Guias (Espíritos reencarnacionais, pois já tiveram vida corpórea) chamados "Capangueiros de Orixás", ou seja, são Guias (entidades que falam, bebem, fumam, dão consultas ...) que vêm na vibração ou emanação daquele Orixá. Na maioria das vezes, são Caboclos que cumprem essa função e carregam o nome do Orixá junto ao deles, como:
Caboclo Ogum Iara; Caboclo Ogum Sete Espadas;
Caboclo Ogum Beira-mar;Caboclo Xangô das Matas;
Caboclo Xangô Sete Pedreiras ...
Existem casos (talvez por isso cause tanta confusão) que os médiuns não colocam a palavra caboclo na frente do nome do Capangueiro, e acaba saindo Ogum Iara, Ogum Sete Espadas, em vez de Caboclo Ogum Iara, Caboclo Ogum Sete Espadas ... Isso confunde as pessoas e elas acabam achando que estão trabalhando com um Orixá, que o Orixá bebe, fuma, dá consultas etc. 
Porém, o que está se manifestando ali (com grande força e beleza), são Guias, são os Capangueiros.
Então como diferenciar os Falangeiros dos Orixás e os Guias Capangueiros dos Orixás?
É simples. 
Os Falangeiros dos Orixás não falam, não bebem, não fumam (na grande maioria dos casos), não dão consultas, e estão vinculados à casas de corrente Africana (casas de Umbanda com fundamentos como feitura, camarinha, boris, obrigações, oferendas, cortes ...). Trabalham na harmonização do terreiro, afastando cargas e no desenvolvimento e equilíbrio dos médiuns. Já os Guias Capangueiros dos Orixás dão consultas, fumam, bebem, e falam (interagem) com os assistenciados (e as casas em que trabalham, em sua grande maioria, não estão vinculados à corrente Africana diretamente).
Só lembrando que todos os guias (Pretos-velhos, Caboclos, Crianças, Boiadeiros, Marinheiros, Baianos, Exus / Bombogiras,...) trabalham sob a ordem de um Orixá e também podem ser considerados como "Capangueiros". A diferença entre eles e os Guias Capangueiros dos Orixás é que eles não carregam em seus nomes o próprio nome do Orixá de trabalho.
Dentro da cultura Afro-brasileira é considerada a existência de uma “vida passada na Terra”, na qual os Orixás teriam entrado em contato direto com os seres humanos, aos quais passaram ensinamentos diretos e se mostraram em forma humana.
Essa teria sido uma época muito distante na qual o ser humano necessitava da presença física dos Orixás (um estado presencial em forma humana), pois o ser humano ainda se encontrava em um estágio muito primitivo, tanto materialmente como espiritualmente.

Após passarem seus ensinamento voltaram à Aruanda, mas deixaram na Terra sua essência e representatividade nas forças da natureza.
Em algumas correntes Umbandistas ditas sincréticas há a associações entre Oxalá e Jesus Cristo, entre Santo Antônio e Exu, entre Santa Bárbara e Iansã, entre São Jorge e Ogum ... 
E isso acabou virando "uma simbiose Espiritual, uma apropriação simbólica", em que a imagem do Santo Católico apenas representa um Orixá, mas não é o Orixá; é apenas um símbolo, uma referência material e a apropriação da data de comemoração do Santo para se louvar o Orixá. 
Entendendo assim, que não se "baixa" São Jorge em um terreiro, não se baixa Santa Bárbara, mas sim, o Orixá, que é sincretizado com a imagem e o nome  do santo católico.