quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

                      Humilde Comentário de um Sacerdote Umbandista



Abaixo postei alguns  textos do “livro dos médiuns” de Allan Kardec
 sobre o que, nós umbandistas espíritas, e principalmente os dirigentes de
 centros, deveríamos ler, estudar e meditar para libertar a Umbanda da
 ignorância, da falácia e das perturbações provocadas por encarnados e 
desencarnados, iludidos com supostos procedimentos mentirosos 
adivinhatórios e resolvedores de problemas materiais e mesquinhos, 
que aprisionam e viciam os caminhantes encarnados à baixa vibração, 
e à estagnação moral e religiosa. Ao que muitos acertadamente 
chamam de “baixo espiritismo”.

É uma verdadeira escravização de seres à busca constante de uma paz 
e resolução de problemas, em suas vidas, que jamais alcançam, pois a ignorância
 é a mãe da ilusão que, por sua vez, emana a desilusão, fonte da inquietude,
 perturbação e desarmonia.

No Templo Espiritualista do Cruzeiro da Luz, que se propõe a ser uma 
casa religiosa que ensina, orienta e ajuda os irmãos, que nos procurem
 e queiram, na senda do evangelho e da doutrina raciocinada, quantas
 vezes temos a tristeza de receber pessoas completamente desequilibradas
 e perturbadas, buscando adivinhos e feiticeiros, perturbando o ambiente 
religioso com palavras como essas:

- o guia tem que adivinhar o meu problema.

- o guia tem que ter mais luz para resolver e adivinhar o que tenho.

- nas casas de Umbandaem que estive os guias adivinham, e não ficam nesse blá,
 blá, blá de evangelho.

- isso aqui é mesmo umbanda? Nas casas em que vou não tem esse negócio 
de palestra e cantorias.

- nunca vi guia de Umbandafalar de evangelho, eles têm é que resolver os
 problemas.

- aqui demora muito, com preces, cantorias e palestra. E as consultas?

- aqui só tem cantoria, nas casas em que conheço você fala logo com
 o guia e vai embora, aqui vocês prendem a gente com tanta cantoria e palavreado.

- quero falar com um guia forte, não com qualquer um.

- esse guia presta?

- casa que não cobra consulta e trabalhos, não tem força.

E por aí vai....!

Quer dizer, para essas pessoas, infelizmente viciadas por supostas casas 
que se dizem umbandistas, o templo de Umbanda tem que ser o supermercado
 onde vai satisfazer suas necessidades e resolver seus interesses mesquinhos
 e materiais. E, infelizmente, pasmem, isso é provocado e mantido por centros
chamados de umbanda! Esses centros estão mais preocupados em 
encherem sua assistência de pessoas, que na verdade são clientes, não 
importa como, satisfazendo o que cada uma delas exigem ou querem, 
desde que frequentem "a minha casa", e chamam isso, de forma 
deturpada, de "caridade", esquecendo-se que a nossa missão não é a de agradar, 
mas a de orientar, ensinar e curar, quer agrade ou quer desagrade. Esses 
centros veem nos outros centros verdadeiros competidores, daí se ouvir 
coisas feitas e ditas contra as outras casas umbandistas que até Deus duvida!

Não, o Rruzeiro da Luz não é uma casa de consulta, não é um super-mercado
 de ilusões. No cruzeiro da luz, o seu dirigente e os seus médiuns, são pessoas
 ocupadas, resolvidas consigo mesmos e com suas vidas, que não têm tempo
 a perder com abobrinhas, e que lá estão, de forma sacrificial, não para
 preencher suas carências ou outras necessidades quaisquer, senão a de, 
unidos a jesus, juntar-se aos guias e mentores de luz para aliviar sofrimentos
 e apontar o caminho da verdadeira libertação, pela reforma íntima.

Como diz ramatis, não existe outro remédio capaz de curar as dores dos seres 
sofredores senão a “evangelhoterapia”. E, como podemos comprovar nos textos
 abaixo, os bons espíritos não vêm a nós para serem nossos adivinhos e
 feiticeiros, mas para nos ensinar o caminho da libertação espiritual,
 fonte de paz e alegria interior.

O resto é trabalho sujo e aprisoador das sombras.

Se os sacerdotes, dirigentes de centros, não se abrem para a realidade
 de que não existe solução para as mazelas de sofrimento e dor senão na
 reforma interior, íntima, nos caminhos do evangelho de jesus,
 a Umbanda será mistificada, como já o é, produzindo pessoas desajustadas,
 ignorantes e perturbadas pelas falácias e ilusões de uma ação espiritual
 adivinhatória e mágica e terminam desiludidas nas teias do neo
 pentecostalismo fanático.

Sem a ciência, a religião se torna um conjunto de crendices e superstições
 aonde se amontoam espíritos sombrios que se afinizam com tal.

Não adianta se falar em ogum, festejá-lo e etc, se não se quer ouvir os 
seus clarins conclamando os umbandistas à vivência da lei, lei 
de deus, lei do conhecimento, lei do equilíbrio, lei que nos aponta, pela espada 
sagrada, o caminho em direção à luz.

A Umbanda não é espetáculo, o templo umbandista não é casa de festas 
ou clube de amigos, muito menos é casa de adivinhação e consulta. É uma
 igreja, casa religiosa, onde os médiuns(sacerdotes) e guias (amigos do plano
 espiritual) se juntam para um trabalho crístico, ou seja, evangelizador.
 Se eles atendem os irmãos sofridos para um diálogo fraterno é no sentido
 de aconselhar e orientar. Por isso no Cruzeiro da Luz chamamos de
 aconselhamento e nunca de consulta, pois a palavra consulta 
pressupõe trabalho profissional e remunerado.

O surgimento da Umbanda no Brasil tem suas raizes na proposta idealizadora 
do caboclo das sete encruzilhadas que assim se exprimiu: “venho fundar 
uma nova religião cuja base é o evangelho e o mentor maior, o cristo”.

Para mim, aí está a realidade profunda da mensagem da religião umbandista. 
O resto é frivolidades, festas, superstições e crendices sem bases racionais 
e vivenciadas.

Nós, os sacerdotes dirigentes e presidentes de templos umbandistas, temos
 o dever de abrir os olhos para essas coisas, pois seremos
 responsabilizados pela espiritualidade superior por tantas e 
tantas pessoas que frequentem os templos e sejam induzidas ao erro,
 à superstição, à crendice.

Acredito, na minha humilde opinião, que as federações e congregações 
umbandistas, em vez de alimentarem essas fantasias e ignorâncias
 com festinhas e eventos, que sempre terminam em brigas e rixas dos
 senhores doutos da ignorância e das historias de carochinhas, 
deveriam fazer um trabalho doutrinador e esclarecedor sério, 
com os templos de Umbanda e seus dirigentes, quer agrade, quer 
desagrade, como diz paulo, o apóstolo, lembrando-se da afirmação 
do dr. Bezerra de Menezes:” se falam de você, se jogam pedra em 
seu trabalho, é porque voçê desagradou aos maus, pois os bons jamais 
destroem”.

Não podemos abrir templos umbandistas para agradar a ab, ou c
que buscam apenas preencher seus vazios, na cegueira da busca de
 soluções mágicas e, portanto, mentirosas, de suas mesquinhas 
necessidades materiais e emocionais.

Lembremos que “a Umbanda não faz milagres, faz caridade”, e que ela, 
“a Umbanda é coisa séria para genteséria”.

Como dizia Jesus “quem tem ouvidos de ouvir, queouça”.

Infelizmente muita gente tem ouvidos, mas não escutam, porque não têm
 interesse em escutar e buscam acreditar naquilo que lhes interessa, não
 naquilo que é a verdade e a lei da vida, e “conhecereis a verdade e ela 
vos libertará”, diz o mestre Jesus.

Sei que para alguns minhas palavras vão soar como ofensa, orgulho
 ou outras coisas mais. Desde já peço perdão a esses irmãos. Não é a 
minha intensão. A intensão dessas palavras é falar àqueles que tenham
 a mesma forma de pensar, para que nos unamos num trabalho 
sério em prol da propagação e vivência da Umbanda como instrumento
 de religação com Deus, através de uma fé raciocinada e ascensional.

Abraços fraternos

Por Pai Valdo

Livro dos Médiuns – Allan Kardec e espíritos superiores

336. Não esqueçamos que o espiritismo tem inimigos interessados 
em obstar-lhe a marcha, aos quais seus triunfos causam despeito, 
não sendo os mais perigosos os que o atacam abertamente, porém 
os que agem na sombra, os que o acariciam com uma das mãos e o
 dilaceram com a outra. Esses seres malfazejos se insinuam onde quer
 que podem fazer mal. Como sabem que a união é uma força,
 tratam de a destruir,agitando bordões de discórdia.

Quem, desde então, pode afirmar que os que, nas reuniões, semeiam
 a perturbação e a cizânia não sejam agentes provocadores, interessados 
na desordem? Sem dúvida alguma, não são espíritas verdadeiros, nem bons; 
jamais farão o bem e podem fazer muito mal. Ora, compreende-se que 
infinitamente mais facilidade encontram eles de se insinuarem nas reuniões 
numerosas, do que nos núcleos pequenos, onde todos se conhecem. 
Graças a surdos manejos, que passam despercebidos, espalham a dúvida, 
a desconfiança e a desafeição; sob a aparência de interesse hipócrita
 pela causa, tudo criticam, formam conciliábulos e corrilhos que rompem
 a harmonia do conjunto; é o que querem.

Em se tratando de gente dessa espécie, apelar para os sentimentos
 de caridade e fraternidade é falar a surdos voluntários, porquanto o
 objetivo de tais criaturas é precisamente aniquilar esses sentimentos,
 que constituem os maiores obstáculos opostos a seus manejos. 
Semelhante estado de coisas, desagradável em todas as sociedades, 
ainda mais o é nas associações espíritas, porque, se não ocasiona 
um rompimento gera uma preocupação incompatível com o recolhimento
 e a atenção.

306. Médiuns interesseiros não são apenas os que porventura exijam
 uma retribuição fixa; o interesse nem sempre se traduz pela esperança
 de um ganho material, mas também pelas ambições de toda sorte,
 sobre as quais se fundem esperanças pessoais. E esse um dos defeitos de 
que os espíritos zombeteiros sabem muito bem tirar partido e de que se 
aproveitam com uma habilidade, uma astúcia verdadeiramente notáveis,
 embalando com falaciosas ilusões os que, desse modo, 
se colocam sob a sua dependência.

Em resumo, a mediunidade é uma faculdade concedida para o bem e os
 bons espíritos se afastam de quem pretenda fazer dela um degrau para 
chegar ao que quer que seja que não corresponda às vistas da providência.
 O egoísmo é a chaga da sociedade; os bons espíritos a combatem; a ninguém,
 portanto, assiste o direito de supor que eles o venham servir. Isto é 
tão racional, que inútil fora insistir mais sobre este ponto.
 
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303..."os espíritos vos vêm instruir e guiar no caminho do bem e não no 
das honras e das riquezas, nem vêm para atender às vossas paixões 
mesquinhas. Se nunca lhes pedissem nada de fútil, ou que esteja fora de 
suas atribuições, nenhum ascendente encontrariam jamais os enganadores;
 donde deveis concluir que aquele que é mistificado só o é porque o merece.

"o papel dos espíritos não consiste em vos informar sobre as coisas
 desse mundo, mas em vos guiar com segurança no que vos possa
 ser útil para o outro mundo.

Quando vos falam do que a esse concerne, é que o julgam necessário,
 porém não porque o peçais. Se vedes nos espíritos os substitutos dos
 adivinhos e dos feiticeiros, então é certo que sereis enganados.

"se os homens não tivessem mais do que se dirigirem aos espíritos 
para tudo saberem, estariam privados do livre-arbítrio e fora do 
caminho traçado por deus à humanidade. O homem deve agir por
 si mesmo. Deus não manda os espíritos para que lhes preparem 
a estrada material da vida, mas para que lhe preparem a do futuro."

a) porém, há pessoas que nada perguntam e que são
 indignamente enganadas por espíritos que vêm espontaneamente, 
sem serem chamados.

"elas nada perguntam, mas se comprazem em ouvir, o que dá no mesmo.
 Se acolhessem com reserva e desconfiança tudo o que se afasta do objetivo
 essencial do espiritismo, os espíritos levianos não as tomariam tão
 facilmente para joguete."


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