quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Elementos Ritualísticos utilizados na prática dos

 Templos de Umbanda

        











Defumação - Ato de purificar o ser, o objeto e o ambiente, através da fumaça. 
É o ato de anular e neutralizar as energias negativas através de aromas, 
ou seja, das essências de ervas. No ritual das Giras umbandistas a defumação 
é feita com a mistura de alecrim, benjoim, incenso, alfazema e mirra. Em outros
 tipos de defumações são usadas ervas de acordo com a necessidade da utilização.

A defumação é uma prática antiquíssima de todas as religiões e de todos os povos.

A defumação tem sempre caráter de limpeza ambiental e psico-espiritual.

O emprego sistemático da fumaça deve ser reminiscência indígena. Entre todas
 as tribos da raça Tupi, o Tabaco é considerado como planta sagrada.

O segredo e a utilização desses elementos por parte de nossas entidades,
 do uso do cachimbo, do charuto e do cigarro nos trabalhos, é uma forma de
 defumação, não se trata de uso como vício, por isso eles sopram a fumaça.

Atuação do Defumador:

1ª. - A essência do defumador, desfazendo-se no ambiente, isto é, misturando-se
 com o éter atmosférico, vai ser sentido e usado pelos espíritos, 
neutralizando e desfazendo as energias pesadas;

2ª - Seu aroma desperta alguns centros nervosos dos médiuns, fazendo
 esses centros vibrarem de acordo com as irradiações fluídas espirituais.

Fogo - Utilizado para acender defumadores, charuto, cachimbo, cigarro e pólvora.
 O fogo da pólvora (tuia) produz o estouro e a fumaça para que expulse a 
negatividade, rompendo o campo magnético. Associado nos ritos de magia
 religiosa age como afastador de espíritos inferiores e destruidor (queima) 
as energias pesadas, estourando as bolsas miásmicas do ambiente, 
sempre fruto dos pensamentos dos seres que nele estão ou habitam.

Velas - Vieram para a Umbanda por influência do Catolicismo.

Iluminadas, são pontos de convergência para que o umbandista fixe sua 
atenção e possa assim fazer sua rogação ou agradecimento a Deus, aos
 Orixás e Guias. Na vela encontramos a vibração dos 4 elementos 
naturais: água, terra, fogo e ar. É a atuação da magia dos elementos.
 Ao acendê-la de forma religiosa através da prece, produz-se a indução 
ao movimento magístico com as Forças Sutis Eólicas, Igneas, Hídricas e
 Telúricas. Ao iluminá-las, também, homenageia-se, como símbolo de fé, a
 Deus, Jesus, a Mãe Santíssima, aos Orixás e Guias, reforçando uma energia
 que liga, de certa forma, o corpo ao espírito.

Água - Sua utilidade é imensa. Serve para os banhos, amacis, para cozinhar,
 para lavar as guias, para descarregar os maus fluídos pela captação, para o 
batismo, para fluidificação. Dependendo de sua procedência (mares, rios, 
chuvas e poços), terá um emprego diferente nos rituais.

A água poderá concentrar uma vibração positiva ou negativa, dependendo
 do seu emprego.

Ponto Riscado – São sinais gráficos que refletem uma energia, atraem espíritos, 
fornecem ordens e comandos de atuação espiritual, identificam os Guias em 
trabalho. Cada ponto, seja de Caboclo, do Preto Velho ou do Exu, tem uma
 interpretação, podendo identificar aquele que o risca, podendo caracterizar
 a natureza do trabalho.

Concentração - É ter a mente fixada sobre um objeto. Trata-se do movimento
 Tântrico.

Meditação - É uma corrente contínua de pensamentos a respeito desses objetos.

Bater Cabeça - O médium da Casa, num ato de humildade e em respeito às 
firmezas do Congá, deita-se de barriga pra baixo em frente a ele (Gongá)
 a fim de pedir proteção. Tem, também, o significado ritual de entrega ao 
serviço de Deus no trabalho mediúnico espiritual do Templo a que pertence.

Congá - Altar Ritualístico, onde ficam os símbolos, elementos de irradiação,
 imagens, etc... É o ponto de atração e irradiação no Abaçá.

Sineta Litúrgica Deve ser utilizada e consagrada em momentos apropriados 
somente por pessoas capacitadas para tal, devendo ser guardada no Congá.
 Tem o significado litúrgico de chamar a atenção para o sagrado e evocar os bons 
espíritos trabalhadores.

Otá - Pedra (de rio, cachoeira ou praia), axé do Orixá (onde se fixa a força
 mágica da Vibração). O otá tem vida energética quando ativado; somente 
assim é um otá. Sua forma, dependendo do Orixá, poderá ser redonda,
 arredondada (ovalada) ou comprida. É um condensador e funciona 
como um transformador energético.

Preceito - Normas, proibições e recomendações relativas ao culto.

Bebidas - Na Umbanda, bebem os médiuns irmanados com seus Guias 
espirituais, na certeza de que confraternizam bridando com seus coetés 
(cuias), invocando os poderes do Deus Onipotente na sua Corte 
Celestial com os Ministros (Orixás). Ao mesmo tempo o teor alcoólico 
é utilizado pelos Guias, através da emanação pelo corpo do médium.
 -E usado para defesa e para trabalhar ajudando aos aconselhados.

Indumentárias Litúrgicas (Roupas e Apetrechos) - Os guias não
 precisam deles. Entretanto, para melhor expressarem a mensagem simbólica
 que visam transmitir, assumindo as formas perispirituais que assumem. 
Assim como o Sacerdote, o Rabino, o Marçom usam indumentárias 
simbólicas/litúrgicas em seus cultos e reuniões, na Umbanda os
 Guias usam certas indumentárias, de acordo com sua Linha e Falange,
 como símbolo vibratório e místico.

Charutos, Cachimbos e Cigarros - O segredo e a utilização desses elementos
 por parte de nossas entidades, o modo como a fumaça é dirigida 
(magia) tem o seu fundamento em várias culturas religiosas. 
A fumaça tem o valor defumatório.

Pemba - A força esotérica da Escrita astral, na Umbanda, é feita pela
 Pemba (giz oval - forma cônica), que tem o poder de abrir e fechar
 trabalhos de magia, e de purificar, quando em forma de pó é lançada
 ao ar no ambiente em que se utiliza.

Prece - É uma evocação por meio da qual colocamos nossos pensamentos
 em relação a Deus, Jesus, Maria, Orixás ou às Entidades. Pode ser
 pensada ou mentalizada, falada ou cantada.

Iniciações - É um dever, um compromisso com a função sacerdotal 
do médium. Implica na presença do Sacerdote, que com sua força 
espiritual, com o conhecimento do ritual e do material a ser aplicado
 na Iniciação, estabelece o elo, o canal entre o filho e as forças espirituais 
da egrégora.

Oferenda - É um ato livre através do qual se oferece aos Orixás e 
Guias elementos materiais, principalmente relativas à alimentação,
 elementos extraídos da natureza, com o fim de homenagear aos Orixás e
Guias e realizar a magia pelo trabalho, por parte dos espíritos, da 
contraparte etérica das oferendas.

Curimbas ou Pontos Cantados - São cânticos homenageando e invocando 
as Entidades, marcando o início de sua incorporação ou desincorporação,
 para criar formas mágicas para determinados trabalhos, para abrir e fechar
 sessões no Terreiro, parar pedir forças espirituais, para afastar espíritos maus,
 etc...

Atabaques - Eles servem para manter o ambiente sob uma vibração
 homogênea e fazer com que todos os médiuns permaneçam em
 vibração (danças, aceleração do médium).

Bater com as pontas dos dedos, no chão - Saudando, homenageando
 e pedindo licença ao local.

Guias (fios de contas) - É um colar ritual de miçangas, contas de
 cristal, de louça, de frutos pequenos, de pedras, construídos de acordo
 com a Entidade, que designa também a cor de sua preferência. Podem
 ter pequenos objetos presos a eles.

Vestimenta - Roupa Branca - É a vestimenta para a qual devemos
 dispensar muito carinho e cuidado, idênticos ao que temos para com 
nossos Orixás e Guias. As roupas devem ser conservadas limpas, bem 
cuidadas, assim como as guias (fios de contas), não se admitindo que 
um médium, após seus trabalhos, deixe suas roupas e guias no Terreiro,
 esquecidas. Quando a roupa fica velha, estragada, jamais o médium 
deverá dar ou jogar fora. Ela deverá ser despachada no mar pois
 trata-se de um instrumento de trabalho do médium.

Toalha Branca - Trata-se de um pano branco em formato de toalha 
(retangular), podendo ser contornado ou não com renda, fino ou 
grosso, de tamanho aproximado de 0,50 x 0,76 m. É utilizado para 
o médium bater cabeça. É símbolo do trabalho espiritual.

Trabalhar descalço - O médium, sempre que possível, ao incorporar,
 deve trabalhar descalço por uma questão de humildade e para facilitar
 a incorporação, bem como para haver melhor descarga dos fluídos nocivos,
 diretamente para a terra. Estando o médium calçado, estará isolado da
 terra, o que dificultará a eliminação dos fluídos nocivos (negativos).

Banhos de Descarga - São coisas sérias, requerendo atenção de quem os
 toma. Pode ser um banho de flores, ervas ou essências. Cada um deles
 traz o seu magnetismo e a pessoa vai absorvê-lo de modo que ao tomá-lo, 
elimina toda a influência negativa agregada a sua vibratória humana 
(corpo etérico). As ervas, de preferência, devem ser colhidas por pessoas
 capacitadas para tal, em horas e condições exigidas, entretanto, podem 
ser usadas também as adquiridas no comércio (frescas), desde que quem
 vá usá-las, as conheça. As essências também devem ser utilizadas com
 cuidado, pois contêm muita vibração, como os outros banhos, 
somente devem ser tomados por indicação do pai do Templo a que pertence.

Preparo O melhor modo pelo qual obtemos uma maior imantação,
 seja ele com flores, ervas ou essências, é através do calor, da infusão, 
isto no ritual da Umbanda. Colocamos numa panela a água e a deixamos 
ferver. Quando estiver fervendo, apagamos o fogo. Então, colocamos as 
pétalas das flores, ervas, abafando e deixando em fusão para o devido
 cozimento por evaporação. No caso das flores e ervas, após o cozimento,
 coamos o mesmo num pano branco e guardamos os resíduos para serem 
despachados oportunamente.

Uso - O chacra mediúnico (frontal) e glândula (nuca) são os dois pontos
 que fecham a faixa vibratória mediúnica. Com elas, para o cérebro 
convergem as vibrações captadas, sendo razão indispensável para que
 o banho seja derramado sobre a cabeça, pois daí parte todo comando do corpo,
 o que por outro lado acarretará prejuízo, quando mal aplicado 
(no caso das ervas e essências), caso este em que o magnetismo do 
banho não estiver em harmonia com a vibratória mediúnica da 
pessoa (Orixá de Coroa). Por isso se deve ter conhecimento das 
ervas a serem utilizadas, pois o banho de defesa ou desimpregnação não 
deve ser colocado na cabeça, mas tomado dos ombros para baixo.

Passe - Os passes fazem parte do corpo doutrinário do Espiritismo.
 Eles remontam aos mais remotos tempos e constituem recursos
 naturais, postos à disposição dos homens para as tarefas de socorro
 ao próximo. O Novo Testamento demonstra que Jesus e os Apóstolos 
utilizavam-se dos passes como recursos magnéticos curadores 
aliados a recursos espirituais, curando pela imposição das mãos 
ou pelo influxo das palavras de fé. Graças à sua feição, o Espiritismo
 conserva e difunde essa modalidade de auxílio, a fim de atender uma
 infinita quantidade de pessoas que batem às portas dos Centros Espíritas, 
na esperança de cura ou de alívio.

O Passe é uma "transfusão de energias psicofísicas, operação de boa vontade,
 dentro da qual o companheiro do bem cede de si mesmo em benefício 
de outrem" (Emmanuel).

Para o êxito dessa operação, cabe ao médium passista buscar na prece
 o fio de ligação com os planos mais elevados da vida. Mágoas excessivas,
 paixões, desequilíbrio nervoso e inquietude, bem como alimentos 
inadequados e alcoólicos, são fatores que reduzem as possibilidades 
do passista e que, portanto, devem ser evitados. Aqueles que se consagram
 aos trabalhos de assistência aos enfermos através de passes, devem cultivar,
 além da humildade, boa vontade, pureza de fé, elevação de sentimentos e 
amor fraternal.

Nos processos patológicos orgânicos, os "passes" não dispensam os recursos
 da Medicina, devendo ser utilizados como complemento.

Entidades Espirituais - São espíritos em ascensão evolutiva, que se
 unem aos seus médiuns para promoverem o crescimento espiritual, seu e 
daqueles que os procuram.

Guia (Entidade) - É o espírito de luz que procura guiar os homens,
 afastando-os do mau caminho. Poderá ser um Caboclo, Preto Velho, Criança
 ou Exu.

Falanges - São grupamentos de espíritos, dentro de uma mesma Linha, 
que atuam no Plano Espiritual, recebendo toda a falange, o nome de seu chefe.

Linhas - O mesmo que Legião, é o conjunto de falanges que agregam espíritos 
que atuam, na Umbanda, com vestimenta Fluídica própria, como a Linha dos
 Caboclos, a dos Pretos-Velhos, a das Crianças e a dos Exus.

Encruzilhada - Local onde se cruzam dois caminhos. É o símbolo
 energético do entrecruzamento das Sagradas Vibrações, nos quais estão os Guardiões, como defensores.

Cumprimento Ombro-a-Ombro - Quando um Guia cumprimenta um 
consulente ou um assistente com o bater de ombro, isto é sinal de 
igualdade, de fraternidade e grande amizade.

Macaia – Mata. Local onde os médiuns podem descansar, refazendo
 suas forças psíquicas, no contato direto com a natureza. Local nativo onde 
se pode sentir com mais intensidade a vibração dos Orixás.

Pontos de Segurança – São locais onde estão plantados condensadores
 energéticos magísticos necessários ao ritual umbandista. Podemos citar 
como pontos de segurança de um Templo a Tronqueira, o Cruzeiro das
 Almas, o Centro do Abacá, etc...

Sessão – Gira. Reunião dos adeptos da Umbanda para seus rituais, 
ajuda ao próximo, homenagem aos Orixás e Guias ou desenvolvimento
 mediúnico.

Eledá – Coroa tríplice do médium. São as Sagradas Vibrações
 e seus Orixás que comandam, energeticamente, a vida pessoal do
 médium. No Eledá vamos encontrar o Olori o Otum e o Ossi.

Batismo - É realizado através da água, do fogo (vela), do sal, das ervas,
 da pemba e óleos sacramentais.

Amaci - São ervas frescas maceradas na água limpa 
(de cachoeiras, nascentes, etc...) que tem por finalidade a
 lavagem de cabeça. Pode ser amaci iniciático ou amaci geral.

Cambone - Tem por obrigação atender as entidades quando incorporadas
 e interpretar sua fala para os consulentes. É um aspirante 
ou médium em desenvolvimento designado para tal função.

FONTE: Boletim Eletrônico Doutrinário do T. E. do Cruzeiro
 da Luz -Ano 2012 – 29

Nenhum comentário: