Na Umbanda Todos São IGUAIS
No meio das atividades espirituais e materiais dos terreiros de Umbanda
que pregam a igualdade, a fraternidade, o amor, um fato, dentre de muitos,
nos chama à atenção. Por isso mesmo, merece uma análise mais
profunda e esclarecedora por parte daqueles que querem ver a Umbanda
mais forte e coesa. A Umbanda, assim como outros agrupamentos
religiosos, é formada por pessoas das mais diferentes classes
econômico-sociais e étnicas, que formam o que se denomina
de meio religioso intercorrente. Também é de conhecimento geral que,
não obstante as pessoas terem profissões ou ofícios diferentes, todos deverão
estar ali, naquele espaço, imbuídas da mesma finalidade: auxílio espiritual
caritativo aos necessitados do corpo e da alma. Faz-se então necessário
traçar uma linha divisória entre o status que algumas pessoas possam ter em
sociedade e o trabalho espiritual exercido pelas mesmas.Todos,
independentemente dos títulos honoríficos ou profissionais que
possam ter deverão estar irmanados com aqueles que não
puderam alcançar um estágio intelectual ou cultural mais elevado,
no sentido de juntos, poderem dar a sua cota de contribuição em prol
da Umbanda. Com muito pesar, observamos que algumas pessoas
ainda julgam a existência da bondade e do altruísmo pela riqueza
material ou intelectual que certos cidadãos detêm. Não que bens ou
cultura sejam nocivos; muito pelo contrário, se bem utilizados, são de
grande valia para o progresso da humanidade. Referimo-nos a pessoas e
médiuns que tratam de maneira diferente abastados e pobres; que tratam
com pompa os que possuem títulos, desprezando aqueles que possuem
quando muito a primeira classe do antigo ginasial; que dão atenção e
mantém diálogos somente com aqueles que têm automóvel novo e sucesso
econômico, podendo pagar consultas e trabalhos.A soberba, a vaidade,
o orgulho, a ganância, o egocentrismo e a ambição doentia não deixam
ver a estas pessoas que o que importa na Umbanda é o SER, será dizer
, ser honesto, ser dedicado à religião, ser simples, ser humilde, e não o TER,
ter títulos profissionais, carrões último modelo, mansões suntuosas, e um
belo saldo bancário. A mediunidade na Umbanda jamais poderá ser
utilizada como ferramenta de projeção social, nem como meio de sucesso
financeiro e pessoal. Devemos viver para a Umbanda e não da Umbanda.
A Umbanda, esta elevada religião, foi criada no plano astral trazendo
como carro-chefe os espíritos de índios e negros, duas das raças mais
martirizadas do globo terrestre, e que, em última análise, representam
a humildade, a dignidade, a sinceridade e o alto grau de espiritualidade,
sentimentos e virtudes ainda ausentes em muitos corações. Na Umbanda
não há lugar para ostentações terrenas, não há lugar para títulos materiais,
tanto para espíritos quanto para médiuns e assistentes. Na Umbanda
não se manifestam espíritos com o rótulo de "doutores" ou "mestres",
mas sim os esforçados e trabalhadores Caboclos, Pretos-Velhos, Exus,
Crianças, Marinheiros, Baianos, Boiadeiros, etc., que, seguindo as
diretrizes da espiritualidade superior, não medem esforços no sentido de
auxiliarem os habitantes da Terra, encarnados e desencarnados, a
progredirem espiritualmente. Que esta simples dissertação possa de
alguma forma contribuir para que alguns irmãos umbandistas, ainda
impressionados com títulos e posses terrenos, alcancem o verdadeiro
sentido da palavra IGUALDADE, e assim colaborem para que cada
vez mais a Umbanda possa se tornar, não uma religião de ricos e pobres;
de doutores e proletários, mas sim uma religião de irmãos, unidos por laços
de amor e fraternidade.
Autor Desconhecido.
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