sexta-feira, 18 de setembro de 2015

O Preto Velho e o Julgamento do Médium



Dentro do Centro Espírita, 
Os mestres de branco aconselhavam e oravam.
Fora do Centro e de vista, 
O preto velho a todos protegia e guardava.

O Médium sentou e se preparou, 
Para psicografar a mensagem.
Quando o preto velho se aproximou, 
O moço ficou julgando a entidade.

"Onde já se viu espírito, 
Com esse jeito de ex-escravo negro?
Se ele fosse mesmo evoluído, 
Não falaria assim desse jeito."

O preto velho sorriu, 
Mesmo perdendo a viagem. 
Não entendia o preconceito do médium, 
Mas, ainda assim, deu-lhe um passe. 

Ele sabia que no dia certo, 
Aquele médium perceberia o fato: 
Que se aprende tanto com o médico, 
Quanto com o operário.

Despediu-se dos mestres do Centro, 
Que lhe olharam pedindo paciência.
Embora o trabalho ainda fosse lento, 
Aumentava o discernimento e consciência.

A cada dia que passa, 
Os novos médiuns estão descobrindo.
Que não importa como se fala, 
E sim o que está sendo dito.

Por isso é que na rua ou no Terreiro de Umbanda, 
O Preto Velho continua o seu trabalho e nunca pára.
Até que os tambores de Aruanda
O convidem para uma outra jornada.

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