Como umbandista, escrevo a partir do chão que piso, seja de uma maneira crítica ou branda, escrevo a partir das minhas vivenciações e observações. Observar, eis uma das qualidades que um médium deve desenvolver naquilo que chamamos de trabalho ou atendimento espiritual.
Dentro do meu campo de observação percebo que a estrutura existente hoje no trabalho umbandista é bem simples: o dirigente cuida da Casa e dos médiuns e os médiuns cuidam da Casa e da assistência ou da consulência.
Pergunta: Quem cuida do dirigente?
Alguém mais afoito pode responder:
- Os Guias espirituais tem a “obrigação” de cuidar do dirigente!
- Os Guias espirituais tem a “obrigação” de cuidar do dirigente!
Verdade ou não, tento observar outras religiões que funcionam como verdadeiras empresas, ou seja, possuem setores especializados para o atendimento dos seus sacerdotes e isso inclui: sessões com psicólogos, terapia de grupo, desintoxicação e etc. Mas, claro, estou falando de religiões instituídas com um diretório central. Sendo assim, isso não se encaixa no perfil umbandista. Essa é a nossa triste realidade, principalmente quando esta realidade vem seguida de valores hipócritas ou de falso moralismo. Exemplos:
Exemplo 1: O dirigente que se vê em uma posição insubstituível, sem ele nada acontece, não existe trabalho ou alguém com capacidade para lhe substituir no trabalho; afinal, delegar é um ato impensado. Francamente…
Exemplo 2: O dirigente que se encontra extremamente doente, fisicamente, e também em função do excesso de trabalho, mas não acha “justo” solicitar ajuda fora da sua Casa, pois isto pode ser visto como um ato de fraqueza e logicamente vai servir como exemplo ruim para os outros médiuns. Francamente 2…
Exemplo 3: A mesma situação de caos pode se estabelecer na vida de um médium, lembrando que o dirigente também é um médium, e este modelo de não-ajuda ou de falta de reciprocidade se multiplica na escola umbandista onde se confunde ajuda mútua com fraqueza. Lembro-me de situações onde procurei amigos e irmãos que são sacerdotes e a ajuda não me foi negada e tampouco questionada em relação ao meu “problema”. Não tenho a necessidade de citar nomes aqui, mas sei que precisando posso passar lá, onde serei recebido não para trabalhar, mas sim para ser trabalhado.
Dentro desta consciência se revela a necessidade de comunhão com os nossos irmãos, pois ninguém, absolutamente ninguém faz nada sozinho.
Deus, nosso Pai Amado, nos inspira a todo instante por evolução e consciência e, para isso, não devemos desenvolver um castelo do ego, onde se acredita em uma onipotência pessoal, QUE NÃO EXISTE!
Deus, nosso Pai Amado, nos inspira a todo instante por evolução e consciência e, para isso, não devemos desenvolver um castelo do ego, onde se acredita em uma onipotência pessoal, QUE NÃO EXISTE!
O sacerdote que prega fé, amor e caridade, mas se fecha no seu mundinho pessoal, intransferível, inviolável e egoísta não está representando uma religião; está apenas dentro dela para vivenciar um cargo ou um grau que a sociedade, seja em seu trabalho, na família ou em âmbito pessoal, não lhe presta este grau de reconhecimento. Assim, ele “transfere” o seu “poder” para a sua “religiosidade”…
Pedir não é feio; feio é mentir que você não precisa!
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