Muitos são os debates no campo religioso, alguns com valor moral, outros com valor individual. Cada um faz o seu trabalho e, a partir disso, cada um acha o “seu”, melhor que o do outro.
Religião é um fenômeno humano, criação nossa, para atender as nossas necessidades de organização e conduta em relação ao Divino. Com essa criação, temos sempre à vista os pregadores de “verdades”. Não a minha verdade, mas sempre a verdade individual de um elemento. A Umbanda, por ser uma religião nova, praticamente uma adolescente, tem em seu meio a diversidade de forma, trabalho e tradição. Todos estão certos, a partir do seu ponto de vista, e todos estão com problemas quando abandonam a essência do processo para acertar rixas, desacordos pessoais e trincas particulares.
A bandeira desse ato sempre é a doutrina, que quando colocada à frente, camufla o pessoal, o interesse particular.A doutrina, que deve conduzir os valores de um sistema religioso, é usada como luva de pelica para atingir uma desavença pessoal, escola contra escola, método contra método, religião contra religião…
O prejuízo desse processo nos pertence. Perdemos tempo, energia, foco e crescimento com estes comportamentos. Não conseguimos desenvolver um olhar crítico construtivo, só destruição e juízo final em relação ao outro. Nada é aceito, a inovação embolora e continuamos como a “religião dos analfabetos, sem cultura, pé no chão ou baixo espiritismo”. Se gastássemos o mesmo tempo com debates, fóruns e mudanças, buscando o aprimoramento de nosso sistema religioso, a preocupação com o fiel, desde as suas necessidades espirituais até o nível de instrução, teríamos um novo caminhar. Afinal, o conhecimento e a educação, quando bem direcionados, trazem estruturação ao meio religioso.
As mudanças que ocorrem são tomadas através de trombadas e empurrões; a aceitação em relação ao sistema de ensino interno, escolas templos, é precário. Todos os dias recebo e-mails com observações pejorativas em relação aos cursos ou ao modelo pelo qual trabalho. O alvo da vez são os cursos EAD (ensino a distância), cujo método é consagrado em meio a grandes instituições de renome internacional no setor da educação.
Argumentos como: “isso não é Umbanda”, “Umbanda acontece dentro do Terreiro, no pé do guia”, “isso não tem fundamento”, entre outras malcriações…
Argumentos como: “isso não é Umbanda”, “Umbanda acontece dentro do Terreiro, no pé do guia”, “isso não tem fundamento”, entre outras malcriações…
Na mesma proporção, recebo mensagens de pessoas que foram enganadas, lubridiadas e tapeadas, dentro da “Umbanda”, “dentro do Terreiro, no pé do guia”, “com estranhos fundamentos…” Nestes casos, sou categórico:
A FALTA DE CONHECIMENTO ABRE PORTAS PARA O DESASTRE, O ENGODO E A ENGANAÇÃO!
A religiosidade tem dificuldade para acompanhar o progresso da sociedade. Se religião é um fenômeno humano, e a mesma humanidade muda o tempo todo, acreditar em uma religião sem mudanças é engessar o caminho pelo qual deveriam existir alterações de forma natural. Neste momento, gosto de pensar na história, principalmente em personagens como Sócrates e Galileu. Mentes à frente do seu tempo, condenados pela sua visão do futuro e consagrados longe do seu próprio presente.
Vamos refletir…
Nenhum comentário:
Postar um comentário