quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Chakras na Umbanda


 
Chakras na Umbanda

por Alexandre Cumino

 Conhecidos  e  estudados há milênios,  receberam  este  nome  por  seu  formato  circular (chakra do sânscrito quer  dizer roda). É por meio dos chakras que nosso corpo energético absorve e irradia prana (energia, princípio vital, axé, ki), que é desagregado e partido em micro partículas energéticas, que nada mais são que os fatores formadores da Energia Divina. Este processo funciona de forma análoga ao aparelho digestivo, no qual a energia “bruta” é absorvida pelos chakras  que  em primeira  instância  já  funcionam como  filtros,  cada  um  absorve  o  que  lhe  é  peculiar,  desde  que  esteja  funcionando normalmente, em harmonia.

Nosso corpo de matéria rarefeita (corpo espiritual, psicossoma, duplo etérico ou perispírito) é regido por sete chakras, localizados nas ramificações dos plexos nervosos e glândulas correspondentes. Vibrando em sintonia uns com os outros, sob o poder direcionador  da  mente,  estabelecem,  para  o  nosso  uso,  um  campo eletromagnético,  no  qual  o  pensamento move energias em  circuito  fechado.  É fundamental estudar  e  conhecer  os chakras,  diretamente  ligados  a  nossas  emoções, as energias que absorvemos e nosso padrão mental. Temos sete corpos etéricos, que lembram as camadas de uma cebola (no entanto, um  não  acaba onde o  outro  termina) cada um  destes  corpos  ou  camadas tem  maior  afinidade  com  um  dos  sete chakras principais, que os dá sustentação. Nossa  posição  mental  determina  o “peso” (densidade)  do  "corpo  espiritual”,  simples  questão  vibratória.  Cada  um respira em certo tipo de onda/vibração. Tal seja a viciação do pensamento em um sentido da vida, tal será a desarmonia no chakra correspondente,  comprometendo  a  vibração  pessoal  e as  trocas  de  energia  que, quando  em  equilíbrio, acontecem naturalmente.

Chakra coronário: Logo acima de nosso "Ori" (posição vertical, se projeta para cima), como que uma coroa junto da glândula pineal, regido pelo SENTIDO DA FÉ, é congregador, recebe em primeiro lugar os estímulos do espírito, comandando os  demais e  vibrando  com  eles  em  regime  de  justa  interdependência. É  onde  se  assenta  a ligação  com  a  mente,  sede  da consciência. A este chakra é que se chama “Coroa do médium”.

Chakra frontal: contíguo ao coronário, fica entre as sobrancelhas (posição horizontal, se projeta para frente e para trás), glândula pituitária, regido pelo SENTIDO DO CONHECIMENTO, é expansor, ordena as diferentes percepções, como visão, audição, o  tato  e  a  vasta rede  de  processos  da  inteligência  que  dizem  respeito à palavra, à cultura, à arte  e  ao  saber. Aí reside o comando de nossos poderes psíquicos.

Chakra  laríngeo:  na  altura  da  garganta  (posição  horizontal,  se  projeta  para  frente  e para  trás),  glândula  tireóide, regido pelo SENTIDO DA LEI, é ordenador, ligado ao poder da palavra e vontade divina, tem muito a ver com a colocação do ser na sociedade.

Chakra cardíaco: altura do coração (posição horizontal, se projeta para frente e para trás), regido pelo SENTIDO DO AMOR, é agregador, ligado aos sentimentos e sistema circulatório.

Chakra  umbilical: um  pouco  abaixo  do  umbigo  (posição  horizontal,  se  projeta  para frente  e  para  trás), regido  pelo SENTIDO DA JUSTIÇA, é equilibrador e trabalha com a reflexão no ser.

Chakra esplênico: altura do baço, nas gônadas (posição horizontal, se projeta para frente e  para trás),  regido pelo SENTIDO DE EVOLUÇÃO, é transmutador, regula a distribuição e a circulação adequada dos recursos vitais.

Chakra  básico:  se  localiza  logo  abaixo  do  santuário  do sexo  (posição vertical, se projeta  para  baixo),  regido  pelo SENTIDO DE CRIAÇÃO, é gerador, templo moderador de formas, estímulos e muito ligado às sensações físicas.

Assim  vemos  que  cada  um  desses chakras tem  uma  afinidade  maior  com  uma  das sete  vibrações  originais  e  uma  das sete linhas de umbanda; nenhum pertence exclusivamente a um só ORIXÁ, no entanto, é possível identificar a qual vibração cada um pertence: 

1º chakra coronário - relacionado à linha da Fé (cristalina) Oxalá e Logunan (Oyá-Tempo)

2º chakra frontal - relacionado à linha do Conhecimento (vegetal) Oxossi e Obá

3º chakra laríngeo - relacionado à linha ordenadora (eólica) Ogum e Iansã

4° chakra cardíaco - relacionado à linha do Amor (mineral) Oxum e Oxumaré

5° chakra esplênico - relacionado à linha da evolução (telúrica) Obaluayê e Nanã Buroquê 

6º chakra umbilical - relacionado à linha do equilíbrio (ígnea) Xangô e Egunitá

7º chakra básico - relacionado à linha da geração (aquática) Iemanjá e Omulu

 

Estes  são  os  sete chakras maiores  e  sua  vibração  natural,  em  cada  encarnação eles  assumem  padrões  diferentes  de energia, pois encarnamos para aprender e vivenciar novas experiências.

Assim  em  cada  encarnação  surge  toda  uma  combinação  de  Orixás  em  relação aos  chakras,  de  maneira  que  esta combinação crie uma situação propícia a ajudar na evolução do ser. Assim vemos os chakras que já têm um padrão vibratório próprio, como mostrado acima, sobrepostos pela energia do Orixá que se faz presente em cada um deles, onde: o primeiro e último chakras se abrem em posição vertical, os outros cinco são horizontais e bipolares, se abrem para frente e para trás. 

“E nenhum desses chakras pertence exclusivamente a um só Orixá, mas sim dependendo do Orixá que fatorou e rege a ancestralidade da pessoa, aí esse é o regente do Ori, da cabeça do médium e do chakra coronal. E nesse mesmo chakra os outros Orixás estarão presentes como qualidades secundárias, pois a principal sempre será a do Orixá que o fatorou.”   

Assim temos como Orixá principal no chakra coronal, a flor de lótus, nosso Orixá ancestral (junto do recessivo, forma o casal  de  Orixás  Ancestrais,  que  são  os  únicos  que  não mudam  sua  posição  de  encarnação  para  encarnação), como  Orixá principal na abertura de frente do frontal temos nosso Orixá de frente, como principal, na abertura de trás do frontal fica nosso Orixá de juntó (adjunto ou ajuntó). 

Em volta da irradiação do orixá principal temos outras seis, que no Ori dá formação ao que vemos como a “coroa do médium”... a  força  que  o  rege  na  cabeça...  O  Orixá Ancestral  traz  a  natureza  mais íntima  do  médium,  o  Orixá  de  frente direciona o campo de conhecimentos os quais devemos absorver na encarnação (amor, fé, justiça, ordem...) e que estarão mais em evidência no comportamento e arquétipo do filho (é o Orixá que se mostra em primeiro lugar como “pai de cabeça” do médium), o Orixá de juntó aparece como equilibrador do emocional e com todos os outros forma toda uma configuração

propícia para a encarnação, lembrando uma “carta astral” onde os planetas mostram os caminhos e dons adquiridos, e os campos a serem trabalhados. 

Tomemos um exemplo: Uma pessoa que tem Oxossi regendo o chakra coronal traz uma natureza regida pelo raciocínio, pela  irradiação  do  conhecimento  que  é  expansora; tendo  Oxalá  como  regente  do chakra  frontal,  sua  natureza  será qualificada pelo fator da fé... Logo, teremos Oxossi regendo e Oxalá direcionando um indivíduo que ligado verticalmente à

irradiação do conhecimento será atraído pelas coisas religiosas pela corrente horizontal cristalina da fé... Teremos à nossa frente alguém com natureza íntima especulativa nos assuntos da fé, será um teólogo, um místico, um sacerdote ou profundo religioso... Os outros Orixás complementarão o perfil de nosso modelo... O que nos lembra mais uma vez a astrologia, pois se nosso irmão não for contra sua natureza será alguém realizado, emocionalmente falando...
Este texto é uma adaptação do que nos é mostrado nas páginas 45 a 48 do livro “Orixás Ancestrais”, psicografado por Rubens Saraceni, Editora Madras. 

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