quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Bebidas e Fumo na Umbanda

 

BEBIDAS E FUMO NA UMBANDA
POR RODRIGO QUEIROZ


O  fumo,  Tabaco,  é  considerado  uma  "Erva  de  Poder",  usada  há  milênios  pelos  povos  indígenas, considerado sagrado com larga utilização em seus trabalhos de cura, pajelança e xamanismo. 
"Tudo  que  é  sagrado  traz  o  divino  e  as  virtudes  para  nossas  vidas,  sempre  que  profanamos  algo  sagrado atraímos a dor e o vício." 
Assim,  o mesmo tabaco que cura em seu aspecto sagrado também vicia e traz a dor quando utilizado de forma  profana.  Industrializado  no  formato  de  cigarro,  o  fumo  traz  além  da  nicotina  mais  de  4.250  outros agentes tóxicos, prejudicial à saúde, sendo causador de  várias doenças,  o câncer entre elas. Resultado do uso profano... 
Algo  muito  parecido  acontece  com  o  Álcool  que  como  "Bebida  de  Poder"  atrai  forças  e  poderes  das divindades, também utilizado para curas. 
Dentro do conceito elemental, o fumo é o vegetal que  traz os  elementos  terra e água, quando utilizado no fumo e defumação traz os elementos ar e fogo. Resumindo, o fumo é uma defumação direcionada, que traz além do vegetal os quatro elementos básicos (terra, água, ar e fogo) para trabalhos de magia prática. 
O Sopro por si só traz efeitos terapêuticos e espirituais muito valorosos e eficazes nos trabalhos de cura e limpeza,  que  somado  ao  poder  das  ervas  é  potencializado  muitas  vezes  em  resultados  largamente  vistos durante os trabalhos de Umbanda. 
O  Álcool  é  do  elemento  água,  provindo  de  um  vegetal  (a  cana),  que  se  sustenta  na  terra,  altamente volátil no ar e considerado o "fogo líquido", de fácil combustão. 
Tanto o Fumo quanto o álcool são utilizados para desagregar energia negativa, queimar larvas e miasmas astrais e, no caso do álcool, para desinfetar e limpar no externo e no interno já que pode ser ingerido. Logo, as entidades de Umbanda  não têm vício e nem apego a esses elementos, não bebem além de alguns poucos goles e nem tragam a fumaça que é manipulada apenas. 
Alguns guias chegam a cuspir em recipientes adequados, a famosa "caixinha", que fica ao seu lado,  para neste ato evitar ao máximo a ingestão da nicotina e de outros elementos que não interessam para o trabalho e muito do que vem pela química industrial. 
O Astral tem nos ensinado muitos recursos para evitarmos  o uso de cigarros industrializados no Templo. 
No reino vegetal, temos ervas de várias propriedades, que quando combinadas e ativadas (queimadas) tornam-se grandes condutores energéticos, descarregadores, energizadores e equilibradores. 
Então, seguem algumas receitinhas: 
Façam  charutos  para  caboclos  com  as  seguintes  ervas  piladas:  sálvia,  alfazema  e  calêndula,  pode  ser enrolada na palha, o caboclo aceita esta receita que é muito boa e funciona tanto quanto um charuto bom e natural, sem a química. 
Para preto velho, faça o fumo de cachimbo com sálvia, alecrim, folha de café e urucum. 
Para  Exu,  troque  o  cigarro  comum  por  charutos  ou  cigarrilhas.  Para  Pomba  Gira,  troque  o  cigarro  por cigarrilha. Temos a opção para Exu de pilar sálvia, cravo vermelho seco e levante, e para Pomba Gira podemos usar sálvia, hibisco e rosa vermelha. Cabe a nós facilitarmos o trabalho das entidades. 
Erroneamente,  algumas  pessoas  acreditam  que  Exu  tem  que  beber  garrafas  de  "marafo"  (álcool,  água ardente, pinga), assim como baianos e outras linhas, pensam que marinheiro "enche a cara" e vem embriagado, quando sua "embriaguez" é a energia e a vibração do mar que ele traz. 
Os  Guias  manipulam  estas  bebidas  onde  temos  para  elas  o  nome  de  "curiador"  (a  bebida  correta  para cada linha de trabalho), sendo assim: 
. Caboclos bebem cerveja ou água de coco; 
. Pretos-velhos bebem café e, em alguns casos, já presenciamos utilizarem vinho; 
. Crianças bebem guaraná e suco de frutas, mas também presenciamos algumas que tomam outros tipos de refrigerante; 
. Baianos bebem água de coco ou batida de coco; 
. Boiadeiros bebem cerveja escura; 
. Marinheiros bebem rum, e alguns bebem cerveja clara; 
.  Exus  bebem  a  "marafa"  (pinga).  Alguns  bebem  uísque  ou  vinho;  embora  não  seja  comum,  já  vimos alguns que bebem cerveja; 
. Pombas-gira bebem champanhe ou sidra. 
É imprescindível o "marafo" no trabalho de Exu, mas não para beber em demasia. A bebida é usada para manipulação  magística,  é  colocada  no  ponto,  na  tronqueira,  lavam  os  instrumentos  etc.  No  caso  de  Exu,  sua vibração é mais densa, por isso pode-se antes da incorporação passar um pouco de pinga nas mãos, pés, testa e nuca, assim o médium sentirá sua vibração baixar, facilitando a conexão da incorporação. 
Se  numa  determinada  situação  é  preciso  derrubar  mais  a  vibração  orgânica  é  quando  possivelmente  a entidade toma um golinho de "marafo". Dependendo do trabalho, pode ser preciso ingerir mais, com a intenção de manipular e canalizar esta energia, nada além disso. 
Uma outra função da bebida, muito usada pelas linhas da direita, é usá-la como o "contraste", usado pela medicina tradicional. 
Quando algum problema de ordem física está ocorrendo, eles magnetizam a bebida, tal como vinho, água de  coco,  água  pura,  batida  etc.,  e  pedem  para  o  consulente  ingerir  uma  pequena  quantidade,  aí  eles conseguem visualizar outras coisas no organismo, é como um check-up mais apurado. 
Mas atenção: se tiver preto-velho virando garrafas de vinho, baianos matando litros de batida, então algo está fora da doutrina e da educação mediúnica. 
Umbanda é Luz, e onde não houver bom senso e ética, não tem Umbanda

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