01 Bará, sabedor de que uma rainha fora abandonada pelo esposo, procurou-a, entregou-lhe uma faca e ordenou-lhe que cortasse alguns fios da barba do rei, dizendo: - Traga- me esses fios de barba que lhe farei um amuleto que trará seu marido de volta. Mas Bará também procurou o filho do rei, e disse ao príncipe que o rei iria partir para uma guerra e pedia seu comparecimento à noite, ao palácio acompanhado dos seus guerreiros. Finalmente, Bará foi ao rei e disse: - A rainha, magoada com sua frieza, deseja matá-lo para se vingar. Cuidado esta noite! E a noite veio. O rei deitou-se, fingiu dormir e viu, logo depois a rainha aproximar uma faca na sua garganta. Ela seguia as instruções do Bará, e queria apenas um fio da barba do rei, mas ele acreditou que a esposa deseja sua morte e ambos lutaram. O príncipe que chegara ao palácio com seus guerreiros , escutou os gritos e correu aos aposentos dos pais. Chegando e vendo o rei com a faca na mão, pensou que ele queria matar sua mãe. Por seu lado, o rei, ao ver o filho chegar com seus guerreiros, acreditou que eles desejavam matá-lo. Gritou socorro. Sua guarda acudiu e houve grande luta, o massacre foi generalizado.
03 Um belo dia, numa dessas festas, os Orixás começaram a sentir falta da alegria que a música trazia. As cerimônias ficavam muito mais bonitas ao som dos tambores. Novamente, eles se reuniram e resolveram pedir a Bará que voltasse a animar as festas, pois elas estavam muito sem vida. Bará negou-se a fazê-lo, pois havia ficado muito ofendido quando sua animação fora censurada, mas prometeu que daria essa função para a primeira pessoa que encontrasse. Logo apareceu um homem, de nome Ogan. Bará confiou-lhe a missão de tocar tambores e entoar cânticos para animar todas as festividades dos Orixás. E, daquele dia em diante, os homens que exercessem esse cargo seriam respeitados como verdadeiros pais e denominados Ogans.
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