quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Entrai pela porta estreia, porque larga é a porta da perdição e espaçoso o caminho que a ela conduz, e muitos são os que por ela entram. - Quão pequena é a porta da vida! quão apertado o caminho que a ela conduz! e quão poucos a encontram! (Mateus, 7:13-14 - O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVIII, item 3.)


Muitos são os caminhos que o homem percorre em suas existências: caminhos largos e caminhos estreitos. Largos pela manifestação incontida de vaidade, de egoísmo, de orgulho - chagas que a Humanidade carrega consigo, por não frear sua prepotência e cupidez.
Caminhos largos, que levam a compromissos intensos com o Pai, pela desobediência a Ele e a Suas leis, numa postura de afronta e irreverência.
Caminhos largos, por onde seguem espíritos empedernidos no mal, que não aceitam o bem como regra de amor para que a convivência entre os seres seja a expressão da fraternidade tão decantada pelo Mestre Jesus.
Caminhos largos, onde abunda a ilusão, o fantasioso prazer de usufruir dos gozos do mundo para ter felicidade. Prazer temporal, passageiro, efêmero, sem o substrato do sentimento verdadeiro, da essência da alegria que se vive na realização do bem.
Caminhos largos e, consequentemente, perigosos,  porque neutralizam no indivíduo sua capacidade de discernir, embotado que se encontra pelo brilho das conquistas fáceis, mas não duradouras, por serem desprovidas dos valores necessários à evolução do homem.
Caminhos largos, que se fazem mais largos e atraentes pela ambição desenfreada que vige no homem e comanda suas atitudes, deixando-o alheio, e sem condição de distinguir com clareza o proceder correto e coerente com as máximas orientadoras do Pai.
Caminhos largos, que hipnotizam espíritos tíbios no entendimento dos propósitos do Criador para as criaturas, os quais se deixam arrastar, sem resistência alguma, por apelos de almas comprometidas com mentes que sintonizam o menor, o inferior, e são comandadas por sugestões hipnóticas, em que ordens malsãs são estabelecidas como verdades.
Caminhos largos, que o espírito, no uso do seu livre-arbítrio, opta por trilhar, mas que repercutirão em comprometimentos futuros, ou mesmo presentes, com grande sofrimento.
Inúmeros caminhos largos abrem-se aos olhos do mundo, como reflexo natural de seus desejos imediatistas e ameaçadores da paz e do equilíbrio entre os povos, pois comprometem centenas de vidas que se filiam inconscientemente a ideais vãos e falhos de valores reais.
De um modo geral, ainda desejoso de facilidades, por não trazer integrada em seu ser a virtude do verdadeiro esforço, o homem se deixa conduzir, com seu pleno consentimento íntimo, para um mundo onde as facilidades imperam, sem maior empenho para a conquista da felicidade real. Impossível sabermos!
Em razão da assistência que envolve o Planeta, o ser humano, orientado, sabe de sua necessidade de se autoaprimorar para alcançar o reino da paz, tarefa que é pessoal e intransferível, ainda que o ser seja essencialmente social.
``A cada um segundo suas obras´´, disse Jesus à multidão que o seguia, alertando Seus irmãos de que nada sedimentariam em sua intimidade sem um trabalho íntimo de transformação pelo amor e revogando, assim, todas as concepções até então estabelecidas como verdades: o Reino dos Céus não será alcançado por meio de tratados exteriores.
O caminho que leva até o Pai é cercado por uma natureza belíssima, mas que a todo momento exige do espírito uma mudança efetiva de seus valores, para que, verdadeiramente, possa usufruir das benesses que nele existem, e existem em abundância!

Do livro: Mediunidade: Tarefa com Jesus
                (Alda Maria - Esp. Yvonne do Amaral Pereira)

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