segunda-feira, 10 de outubro de 2016


São muitas as religiões, doutrinas e seitas religiosas que pregam o tão decantado juízo final, em que todas as criaturas seriam ressuscitadas e passariam por uma espécie de julgamento, e os bons seriam separados dos maus, indo esses para o inferno e os bons para o céu, a fim de gozar, pra sempre, a vida contemplativa dos anjos.

A ressurreição com o corpo físico que ostentamos hoje seria impossível; até mesmo os filósofos católicos ou protestantes que defendem tal premissa não acreditam nessa possibilidade e só insistem nesse ponto porque a salvação automática e o juízo final transformaram-se, com o tempo, numa espécie de ``carro chefe´´ dessas religiões, na busca incansável de adeptos desprevenidos e ociosos, carentes de paz e desejosos de obter a graça de Deus através de um processo automático, sem fazer nenhum esforço. O Espiritismo nunca acreditou nisso, ao contrário, ensina que o homem é herdeiro de si mesmo e já possui, em estado embrionário, todos os recursos necessários à sua evolução, depenbdendo apenas de trabalho, dedicação, estudo e força de vontade, para que as virtudes que são de Deus possam aparecer gradativamente, sem pressa e sem atropelos, num processo milenar de elevação para Deus. A ajuizamento de nossas ações é realizado pela nossa própria consciência, que, na realidade, é nosso advogado, mas também nosso juiz; é ela que nos julgará não só aqui como também nas regiões extrafísicas do Universo em que vivemos. Isso significa que já possuímos conosco um ``corretor de posições´´, que é o que determina se estamos certos ou errados. A grande dificuldade que temos para compreender essa verdade é o egoísmo, que, na realidade, é a causa da nossa perdição. Para vencê-lo, precisamos cultivar o amor, a compreensão e a solidariedade, exercitando o compartilhamento com as pessoas, num ato de doação desinteressada, na busca dos laços de amizade e fraternidade, que certamente encherão o nosso coração de alegria e felicidade.

Dificilmente seremos felizes se não fizermos a felicidade dos outros, porque o homem é um ser social, criado para viver em coletividade, e é exatamente a convivência pacífica com tudo e com todos que nos levará à vitória final, mesmo que isso dure muito tempo, ao ponto de ser considerado uma eternidade. O rei Salomão afirma em provérbios: ``Feliz é o homem cuja consciência não o acusa´´, deixando claro que a transparência dos nossos atos é que determina o grau de felicidade a que temos direito, aqui ou no além.


Do livro: Os Segredos da Felicidade (Djalma Santos)

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