sexta-feira, 9 de setembro de 2016



Uma pobre senhora, com visível ar de derrota estampado no rosto, entrou num armazém, se aproximou do proprietário, conhecido pelo seu jeito grosseiro e lhe pediu fiado alguns mantimentos.

Ela explicou que o seu marido estava muito doente e não podia trabalhar e que tinha sete filhos para alimentar. O dono do armazém zombou dela e pediu que se retirasse do seu estabelecimento. Pensando na necessidade da sua família, ela implorou: ``Por favor, senhor, eu lhe darei o dinheiro assim que eu tiver´´, ao que lhe respondeu o proprietário que ela não tinha crédito e nem conta na sua loja.

Em pé no balcão ao lado, um freguês, que assistia à conversa entre os dois, se aproximou do dono do armazém e lhe disse que ele deveria dar o que aquela mulher necessitava para a sua família, por sua conta. 

Então o comerciante falou meio relutante para a pobre mulher: ``Você tem uma lista de mantimentos?´´. ``Sim´´, respondeu ela. ``Muito bem, coloque a sua lista na balança e o quanto ela pesar, eu lhe darei em mantimentos´´. A pobre mulher hesitou por uns instantes e com a cabeça curvada, retirou da bolsa um pedaço de papel, escreveu alguma coisa e o depositou suavemente na balança. 

Os três ficaram admirados, quando o prato da balança com o papel desceu e permaneceu embaixo. Completamente pasmado com o marcador da balança, o comerciante virou-se lentamente para o seu freguês e comentou contrariado: ``Eu não posso acreditar!´´. O freguês sorriu e o homem começou a colocar os mantimentos no outro prato da balança. Como a escala da balança não equilibrava, ele continuou colocando mais e mais mantimentos até não caber mais nada. O comerciante ficou parado ali por alguns instantes, olhando para a balança, tentando entender o que havia acontecido.

Finalmente, ele pegou o pedaço de papel da balança e ficou espantado pois não era uma lista de compras e sim uma oração que dizia: ``Meu Senhor, o Senhor conhece as minhas necessidades e eu estou deixando isto em Suas mãos ..´´

O homem deu as mercadorias para a pobre mulher no mais completo silêncio. Ela agradeceu e deixou o armazém.

O freguês pagou a conta e disse: ``Valeu cada centavo ...´´

Só mais tarde o comerciante pôde reparar que a balança havia quebrado, entretanto, só Deus sabe o quanto pesa uma prece!

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