terça-feira, 2 de agosto de 2016

Pombagira Menina:

Apenas uma menina que perdeu sua inocência...

Essa menina doce e meiga, de olhar oriental, nasceu em Myanmar (Birmânia), 
no sul da Ásia, no ano de 1838 - na época uma colônia britânica. 
Em sua tribo as mulheres não alongavam os pescoços com colares (como na
 Tribo das Mulheres Girafas), apenas tatuavam a pele quando eram 
prometidas em casamento para mostrar o compromisso e usavam uma 
pesada tornozeleira. No seu país todos os nativos eram budistas. Seu nome
 aqui no Brasil seria algo assim como "Swang Pi".
Aos nove anos, foi vendida por seus pais a um grupo se soldados britânicos.
 Eles pensaram que a vida dela seria melhor em outro país, onde ela teria 
maiores oportunidades. Mas, ela foi comprada para serví-los de todas 
as formas. Então desde cedo, juntou-se a outras meninas que se tornaram
 escravas sexuais de seus tutores. Além de cozinhar, lavar e servir, elas
 deviam manter-se asseadas e bonitas, pois quando eram procuradas 
deviam estar dispostas a serví-los bem. Foi assim, que com apenas doze
 anos de idade, Swang já conhecia o mundo dos adultos. Para fugir dessa
 realidade aprendeu a consumir bebidas e a usar a pinang - uma espécie
 de planta misturada ao tabaco - que servia como estimulante. Aos treze 
anos toda a sua noção de vida real havia se perdido e ela vivia entre a 
bebida, a droga e o sexo. Desencarnou antes de completar quatorze anos,
 tendo ataques epiléticos, por conta de uma mistura de bebida, noz de areca
 e outros alucinógenos.
Acordou no Plano Espiritual, em meio a espíritos sofridos, sem saber o que
 lhe havia acontecido. Uma avó que lhe amava muito lhe socorreu e levou-a
 a um hospital espiritual. Quando recuperou sua memória e sua decência,
 quis entender sua trajetória de vida. Pediu para trabalhar com meninas,
 que assim como ela, perderam toda a inocência antes da puberdade. 
A partir de então ela passou a visitar diversos lugares no mundo inteiro,
 onde haviam meninas que passavam pela mesma situação que a sua. 
Veio parar no Nordeste brasileiro e conheceu as meninas que também se 
tornavam escravas sexuais desde cedo. Pediu para ficar nesta terra e 
fazer parte de um novo trabalho. Conheceu a Seara do Caboclo Sete
 Encruzilhadas e percebeu que poderia ajudar sem ser julgada ou condenada.
 Poderia ser ela mesma e simplesmente trabalhar... Assim como ela existem
 outras meninas com suas histórias de dor e sofrimento e que também
 trabalham
 como Pombagiras Meninas na Umbanda Sagrada.

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