quarta-feira, 11 de maio de 2016

Pretos-Velhos - Humildade e Caridade na Umbanda

HISTÓRICO:
As grandes metrópoles do período colonial: Portugal, Espanha, Inglaterra, 
França, etc; subjugaram nações africanas, fazendo dos negros mercadorias,
 objetos sem direitos ou alma.
Os negros africanos foram levados a diversas colônias espalhadas principalmente
 nas Américas e em plantações no Sul de Portugal e em serviços de casa na Inglaterra 
e França.
Os traficantes coloniais utilizavam-se de diversas técnicas para poder arrematar os 
negros:
  • Chegavam de assalto e prendiam os mais jovens e mais fortes da tribo, 
  • que viviam principalmente no litoral Oeste, no Centro-oeste, Nordeste e Sul da
  •  África.
  • Trocavam por mercadoria: espelhos, facas, bebidas, etc. Os cativos de uma tribo
  •  que fora vencida em guerras tribais ou corrompiam os chefes da tribo e
  • financiavam as guerras e fazia dos vencidos escravos.
No Brasil os escravos negros chegavam por Recife e Salvador, nos séculos
 XVI e XVII, e no Rio de Janeiro, no século XVIII.
Os primeiros grupos que vieram para essas regiões foram os bantos; cabindos;
 sudaneses; iorubas; geges; hauçá; minas e malês.
A valorização do tráfico negreiro, fonte da riqueza colonial, custou muito caro:
"Em quatro séculos, XV ao XIX, a África perdeu, entre escravizados e mortos
 65 a 75 milhões de pessoas, e estas constituiam uma parte selecionada da população.
Arrancados de sua terra de origem, uma vida amarga e penosa esperava
 esses homens e mulheres na colônia: trabalho de sol a sol nas grandes 
fazendas de açúcar. Tanto esforço, que um africano aqui chegado durava, em 
média, de sete a dez anos!
Em troca de seu trabalho os negros recebiam três "pês": pau, pano e pão. E
 reagiam a tantos tormentos suicidando-se, evitando a reprodução, 
assassinando feitores, capitães–do-mato e proprietários. Em seus cultos, 
os escravos resistiam, simbolicamente, à dominação. A "macumba" era, 
e ainda é, um ritual de liberdade, protesto, reação à opressão. As rezas,
 batucadas, danças e cantos eram maneiras de aliviar a asfixia da escravidão.
 A resistência também acontecia na fuga das fazendas e na formação dos 
quilombos, onde os negros tentaram reconstituir sua vida africana. Um dos 
maiores quilombos foi o Quilombo dos Palmares onde reinou Ganga Zumba 
ao lado de seu guerreiro Zumbi, protegido de Ogum.
"Zumbi, comandante guerreiro...
Guerreiro mor, capitão.
Da capitania da minha cabeça...
Levai alforria ao meu coração..."
(Gilberto Gil)
Os negros que se adaptavam mais facilmente à nova situação recebiam
 tarefas mais especializadas, reprodutores, caldeireiro, carpinteiros, tocheiros,
 trabalhador na casa grande (escravos domésticos) e outros, ganharam 
alforria pelos seus senhores ou pelas leis do Sexagenário, Ventre livre e enfim
 a Lei Áurea.
Estes negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir mesmo de maneira 
precária uma união representativa da língua, culto aos Orixás e aos antepassados
 e tornaram-se um elemento de referência para os mais novos, refletindo os velhos
 costumes da Mãe África.
Eles conseguiram preservar e até modificar, no sincretismo, sua cultura e sua religião.
ATUAÇÃO:
E assim são os Pretos-Velhos da Umbanda. Eles representam a força, a resignação,
 a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referência para todos
 aqueles que necessitam: curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz.
Eles representam a humildade, não têm raiva ou ódio pelas humilhações, 
atrocidades e torturas a que foram submetidos no passado.
Com seus cachimbos, fala pousada, tranqüilidade nos gestos, eles escutam e
 ajudam àqueles que necessitam, independentes de sua cor, idade, sexo e de 
religião.
Não se pode dizer que em sua totalidade que esses espíritos são diretamente 
os mesmos pretos-velhos da escravidão. Pois, no processo cíclico da reencarnação
 passaram por muitas vidas anteriores foram: negros escravos, filósofos, médicos,
 ricos, pobres, iluminados, e outros. Mas, para ajudar aqueles que necessitam
 escolheram ou foram escolhidos para voltar a terra em forma incorporada 
de preto-velho. Outros, nem pretos-velhos foram, mas escolheram como missão
 voltar nessa pseudo forma.
Este comentário pode deixar algumas pessoas, do culto e fora dele, meio
 confusas: "então o preto-velho não é preto-velho, ou é, ou o que acontece???".
O espírito que evoluiu tem a capacidade de se por como qualquer forma passada,
 pois ele é energia viva e conduzente de luz, a forma é apenas uma conseqüência
 do que eles tenham que fazer na terra. Esses espíritos podem se apresentar, por 
exemplo, em lugares como um médico e em outros como um preto-velho ou 
até mesmo um caboclo ou exu. Tudo isso vai de acordo com o seu trabalho, 
sua missão. Não é uma forma de enganar ou má fé com relação àqueles que 
acreditam, muito pelo contrário, quando se conversa sinceramente, eles 
mesmos nos dizem quem são, caso tenham autorização.
Por isso, se você for falar com um preto-velho, tenha humildade e saiba
 escutar, não queira milagres ou que ele resolva seus problemas, como em
 um passe de mágica, entenda que qualquer solução tem o princípio dentro
 de você mesmo, tenha fé, acredite em você, tenha amor a Deus e a você mesmo.
Para muitos os pretos-velhos são conselheiros mostrando a vida e seus caminhos; 
para outros, são pisicólogos, amigos, confidentes, mentores espirituais; para
 outros, são os exorcistas que lutam com suas mirongas, banhos de ervas,
 pontos de fogo, pontos riscados e outros, apoiados pelos exus de lei 
(exus de luz) desfazendo trabalhos e contra as forças negativas (o mal),
 espíritos obscessores e contra os exus pagãos (sem luz que trabalham na 
corrente negativa que levam os homens ao lado negativo e a destruição).
MENSAGEM:
Os pretos-velhos levam a força de Deus (Zambi) a todos que queiram
 apender e encontrar uma fé. Sem ver a quem, sem julgar, ou colocando
 pecados. Mostrando que o amor a Deus, o respeito ao próximo e a si mesmo, 
o amor próprio, a força de vontade e o encarar o ciclo da reencarnação 
podem aliviar os sofrimentos do karma e elevar o espírito para a luz divina. 
Fazendo com que as pessoas entendam e encarem seus problemas e procurem 
suas soluções da melhor maneira possível dentro da lei do dharma e da causa e efeito.
Eles aliviam o fardo espiritual de cada pessoa fazendo com que ela se fortaleça
 espiritualmente. Se a pessoa se fortalece e cresce consegue carregar mais 
comodamente o peso de seus sofrimentos. Ao passo que se ela se entrega
 ao sofrimento e ao desespero enfraquece e sucumbe por terra pelo peso que
 carrega. Então cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente 
de acordo com encare seu distino e os acontecimentos de sua vida: "Cada um
 colherá aquilo que plantou. Se tu plantaste vento colherás tempestade. Mas,
 se tu entenderes que com luta o sofrimento podeis tornar-se alegria vereis 
que deveis tomar consciencia do que foste teu passado aprendendo com teus
 erros e visando o cescimento e a felicidade do futuro. Não sejais egoista, 
aquilo que te fores ensinado passai aos outros e aquilo que recebeste de
 graça, de graça tu darás. Porque só no amor, na caridade e na fé é que tu
 podeis encontrar o teu caminho interior, a luz e DEUS" (Pai Cipriano, incorporado 
no médium Etiene Sales, em setembro de 1997).

"Pai Benedito, chefe de Gongá,
Ele veio de longe de Angola,
A mando de Oxalá...
Vem ensinar os seus Filhos
O que é o amor e o perdão
Fazer a Caridade sem olhar a quem
é a sua missão..."

Salve todos os PRETOS-VELHOS, que DEUS os iluminem e os abençoem.

A todos os PRETOS-VELHOS que trabalham nesse mundo e no outro com muito amor.

Obrigado Pai Benedito, Pai João e a todos os Pais, Tios, Tias, Vovôs e 
Vovós trabalhadores de Umbanda vindos de Aruanda...

Fé - Esperança - Caridade = Essa é a máxima da Espiritualização!!!

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