terça-feira, 22 de março de 2016

Namoro na Gira: é proibido?

Olá irmãos umbandistas, tudo bem? Como está a trilhada de cada um?

Há algumas semanas eu perguntei em nosso Facebook Twitter sobre namoro entre 
filhos de uma mesma casa,
se era permitido, os prós e contras, as experiências de cada um etc. O texto que 
segue é feito
 primordialmente com base no que vivi e também com base nas respostas de nossos
 irmãos, portanto 
este artigo é quase puramente de opinião, ou seja, a minha visão sobre o tema.
 Todos vocês
 são livres para discordar, o que é muito bom também!

A Umbanda é livre e pautada pelo bom senso, ou seja, cada um pode adotar a 
conduta que quiser e com 
certeza vai arcar com o peso de suas decisões. Isso vale para todos os níveis hierárquicos
 do templo,
 desde o institucional (as regras da casa em si) até o individual 
(indicações de comportamento
 ou o comportamento em si pautadas pelos dirigentes e demais membros).
 Com base nisso, podemos ver
 que não adianta ficar proibindo nada, sendo que se a pessoa quiser fazer, ela fará. 

Em relação aos relacionamentos amorosos (paqueras, namoros, casamentos etc.)
 entre os filhos do
 mesmo terreiro, cada casa tem a sua postura, há aquelas que proíbem
 e as que simplesmente estão
 nem aí, deixando a cargo da consciência de cada um.

Eu, Pai Cláudio, conheço inúmeras casas e a maioria delas permite que seu filhos
 namorem, mas com
 ressalvas. O namoro é entre os indivíduos, os cidadãos, os filhos de santo são 
irmãos em espírito,
 devem permanecer alheios aos sentimentos conjugais como a posse, ciúmes, 
controle, reporte dos
 passos, restrições de convívio, zelo excessivo e afins. Dentro da corrente a pessoa 
tem que se doar 
de forma integral e irrestrita à causa umbandista. Nada além. Foco total na gira.

Concordo com essa prática que é perfeita, ao meu ver, em teoria e por isso exige 
controle rígido dos
 dirigentes, carnais e espirituais, para que o casal não desvirtue a liberdade que
 lhes foi concedida
 e acabe fazendo do terreiro a extensão de suas casas, importando brigas,
 desconfianças e demais 
problemas que nada mais farão além de tirar a mente do umbandista daquilo que
 realmente interessa: a gira.

É por isso que há casas de Umbanda que proíbem todo e qualquer tipo de
 envolvimento amoroso entre
 seus filhos, afinal se a pessoa não te bom senso para separar os ambientes
 espiritual e social, não merece
 ter esta liberdade e a chance de estragar uma amizade ou o bom convívio
 no terreiro. Geralmente as
 casas que adotam este tipo de proibição já sofreram muito com os malefícios 
de ter de intervir em
 brigas de casais. E isso se torna mais agudo quando os Guias tem de intervir.
 Mas isso é assunto para
 o próximo texto...

Em suma, ninguém namora um irmão de santo, namora um cidadão, alguém fora da gira,
 pois dentro
 do terreiro somos todos livres dessas exigências maritais, tendo apenas a 
necessidade de foco nos
 trabalhos espirituais e em tudo o que eles representam. Não confundam as coisas jamais!

Axé.

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