Namoro na Gira: é proibido?
Olá irmãos umbandistas, tudo bem? Como está a trilhada de cada um?
filhos de uma mesma casa,
se era permitido, os prós e contras, as experiências de cada um etc. O texto que
segue é feito
primordialmente com base no que vivi e também com base nas respostas de nossos
irmãos, portanto
este artigo é quase puramente de opinião, ou seja, a minha visão sobre o tema.
Todos vocês
são livres para discordar, o que é muito bom também!
A Umbanda é livre e pautada pelo bom senso, ou seja, cada um pode adotar a
conduta que quiser e com
certeza vai arcar com o peso de suas decisões. Isso vale para todos os níveis hierárquicos
do templo,
desde o institucional (as regras da casa em si) até o individual
(indicações de comportamento
ou o comportamento em si pautadas pelos dirigentes e demais membros).
Com base nisso, podemos ver
que não adianta ficar proibindo nada, sendo que se a pessoa quiser fazer, ela fará.
Em relação aos relacionamentos amorosos (paqueras, namoros, casamentos etc.)
entre os filhos do
mesmo terreiro, cada casa tem a sua postura, há aquelas que proíbem
e as que simplesmente estão
nem aí, deixando a cargo da consciência de cada um.
Eu, Pai Cláudio, conheço inúmeras casas e a maioria delas permite que seu filhos
namorem, mas com
ressalvas. O namoro é entre os indivíduos, os cidadãos, os filhos de santo são
irmãos em espírito,
devem permanecer alheios aos sentimentos conjugais como a posse, ciúmes,
controle, reporte dos
passos, restrições de convívio, zelo excessivo e afins. Dentro da corrente a pessoa
tem que se doar
de forma integral e irrestrita à causa umbandista. Nada além. Foco total na gira.
Concordo com essa prática que é perfeita, ao meu ver, em teoria e por isso exige
controle rígido dos
dirigentes, carnais e espirituais, para que o casal não desvirtue a liberdade que
lhes foi concedida
e acabe fazendo do terreiro a extensão de suas casas, importando brigas,
desconfianças e demais
problemas que nada mais farão além de tirar a mente do umbandista daquilo que
realmente interessa: a gira.
É por isso que há casas de Umbanda que proíbem todo e qualquer tipo de
envolvimento amoroso entre
seus filhos, afinal se a pessoa não te bom senso para separar os ambientes
espiritual e social, não merece
ter esta liberdade e a chance de estragar uma amizade ou o bom convívio
no terreiro. Geralmente as
casas que adotam este tipo de proibição já sofreram muito com os malefícios
de ter de intervir em
brigas de casais. E isso se torna mais agudo quando os Guias tem de intervir.
Mas isso é assunto para
o próximo texto...
Em suma, ninguém namora um irmão de santo, namora um cidadão, alguém fora da gira,
pois dentro
do terreiro somos todos livres dessas exigências maritais, tendo apenas a
necessidade de foco nos
trabalhos espirituais e em tudo o que eles representam. Não confundam as coisas jamais!
Axé.
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