Dia de Oxalá - 25 de Dezembro
Oxalá é sinônimo de fé. Ele é o Trono da Fé que, assentado na Coroa Divina,
irradia a fé em todos os sentidos e a todos os seres.
Orixá associado à criação do mundo e da espécie humana. No Candomblé,
Apresenta-se de duas maneiras: moço – chamado Oxaguiam,
e velho – chamado Oxalufam. O símbolo do primeiro é uma idá (espada),
o do segundo é uma espécie de cajado em metal, chamado ôpá xôrô.
A cor de Oxaguiam é o branco levemente mesclado com azul, do de
Oxalufam é somente branco. O dia consagrado para ambos é a
sexta-feira. Oxalá é considerado e cultuado como o maior e mais
respeitado de todos os Orixás do Panteão Africano. É calmo, sereno,
pacificador, é o criador, portanto respeitado por todos os Orixás e todas
as nações.
A vibração de Oxalá habita em cada um de nós, e em toda parte de nosso
corpo, porém velada pela nossa imperfeição, pelo nosso grau de evolução.
É o Cristo interior, e, ao mesmo tempo, cósmico e universal; O que
jamais deixou sem resposta ou sem consolo um só coração humano,
cujo apelo chegasse até ele. O que procura, no seio da humanidade,
homens capazes de ouvir a voz da sabedoria e que possam responder-lhe,
quando pedir mensageiros para transmitir ao seu rebanho: "Estou aqui;
enviai-Me".
Assim, Oxalá não tem mais poderes que os outros nem é hierarquicamente
superior, mas merece o respeito de todos por representar o patriarca,
o chefe da família. Cada membro da família tem suas funções e o
direito de se inter-relacionar de igual para igual com todos os outros
membros, o que as lendas dos Orixás confirmam através da independência
que cada um mantém em relação aos outros. Oxalá, porém, é o que traz
consigo a memória de outros tempos, as soluções já encontradas no
passado para casos semelhantes, merecendo, portanto, o respeito de todos
numa sociedade que cultuava ativamente seus ancestrais. Ele representa
o conhecimento empírico, neste caso colocado acima do conhecimento
especializado que cada Orixá pode apresentar: Ossâim, a liturgia; Oxóssi,
a caça; Ogum, a metalurgia; Oxum, a maternidade; Iemanjá, a educação;
Omulu, a medicina - e assim por diante.
Se por este lado, Oxalá merece mais destaque, o considerá-lo superior aos
outros (o que não está implícito como poder, mas sim merecimento de
respeito ao título de Orixalá) veio da colonização européia. Os jesuítas tentavam
introduzir os negros nos cultos católicos, passo considerado decisivo para
os mentores e ideólogos que tentavam adaptá-los à sociedade onde eram
obrigados a viver, baseada em códigos a eles completamente estranhos.
A repressão pura e simples era muito eficiente nestes casos, mas não
bastava. Eram constantes as revoltas. Em alguns casos, perceberam que o
sincretismo era a melhor saída, e tentaram convencer os negros que seus
Orixás também tinham espaço na cultura branca, que as entidades eram
praticamente as mesmas, apenas com outros nomes.
Alguns escravos neles acreditaram. Outros se aproveitaram da quase
obrigatoriedade da prática dos cultos católicos, para, ao realizá-los,
efetivarem verdadeiros cultos de Umbanda, apenas mascarados pela
religião oficial do colonizador. Esclarecida esta questão, não negamos
as funções únicas e importantíssimas de Oxalá perante a mitologia iorubá.
É o princípio gerador em potencial, o responsável pela existência de todos
os seres do céu e da terra. É o que permite a concepção no sentido masculino
do termo. Sua cor é o branco, porque ela é a soma de todas as cores.
Por causa de Oxalá a cor branca esta associada ao candomblé e aos
cultos afro-brasileiros em geral, e não importa qual o santo cultuado
num terreiro, nem o Orixá de cabeça de cada filho de santo, é comum
que se vistam de branco, prestando homenagem ao Pai de todos os
Orixás e dos seres humanos.
Se essa mesma, gostar e quiser usar roupas com as cores do seu ELEDÁ
(primeiro Orixá de cabeça) e dos seus AJUNTÓ (adjutores auxiliares
do Orixá de cabeça) não terá problema algum, apenas dependendo da
orientação da cúpula espiritual dirigente do terreiro.
Segundo as lendas, Oxalá é o pai de todos os Orixás, excetuando-se
Logunedé, que é filho de Oxóssi e Oxum, e Iemanjá que tem uma
filiação controvertida, sendo mais citados Oduduae Olokum como
seus pais, mas efetivamente Oxalá nunca foi apontado como seu pai.
O seu campo de atuação preferencial é a religiosidade dos seres,
aos quais ele envia o tempo todo suas vibrações estimuladoras da
fé individual e suas irradiações geradoras de sentimentos de religiosidade.
Fé! Eis o que melhor define o Orixá Oxalá.
Sim, amamos irmãos na fé em Oxalá. O nosso amado Pai da Umbanda
é o Orixá irradiador da fé em nível planetário e multidimensional.
No Candomblé é o único Orixá que não exige matança, em tempo algum.
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