Antes de começar, a introdução:
Eu não estou aqui com a pretensão de cuspir regras para vocês. Digo isso
porque o que vou falar sobre essa linha de trabalho é uma visão
extremamente particular, baseada unicamente em minha vivência e em
conversas com os espíritos ligados a essa linha. Ao contrário dos outros
textos, onde tentava pegar o máximo de visões possíveis e comentar as coisas
que todas elas tinham em comum, este texto em particular segue
outra linha argumentativa. Isso porque é muito difícil encontrar terreiros,
ainda, que trabalhem com essa linha de fato. Se eu disse algo que vai
contra a sua percepção, então, não se preocupe.
Em minhas pesquisas consegui, ao longo da minha jornada, identificar
dois tipos básicos de informações sobre a linha do oriente. A primeira
diz que esta linha é muito próxima, senão a mesma, que a linha dos
ciganos da Umbanda.
Costuma-se comparar os ciganos com o povo cigano encarnado, então,
como para fins de estudo o povo cigano advém da parte oriental do globo,
assumiu-se que o povo do oriente faz parte desta linha sendo,
ao contrário dos primeiros, característicos de espíritos cuja última
encarnação se deu de forma sedentária (os ciganos são nômades por
excelência, o povo do oriente seria composto por aqueles que moravam
em cidades estabelecidas, como o povo egípcio, hindu, chinês).
Neste caso, a linha do oriente se funde a tal ponto com a linha dos ciganos
que se torna praticamente impossível a distinção, costumando-se substituir
o nome “povo cigano” pelo “povo do oriente”.
A segunda versão trata de uma forma completamente diferente e esta é a
que eu, ao longo do tempo, fui observando com maior interesses:
Nesta versão, “Oriente” não se trata de um ponto geográfico do mapa,
mas sim de um lugar específico, uma espécie de escola. Nela se juntam
espíritos interessados em estudar formas de interação mais mágicas,
levando muito mais a sério conhecimentos como astrologia, hermetismo,
formas de interações energéticas e afins. Esta escola não está aberta
unicamente a espíritos orientais, aceitando qualquer um cuja caminhada
se afine a esse propósito. Ramatis, por exemplo, faria parte desta escola.
Ao longo do tempo, pude encontrar alguns outros relatos sobre essa escola,
cujo nome correto seria “Escola do Grande Oriente Místico”, justamente
como forma de dissociação ao “povo do oriente” da primeira versão.
Os espíritos que adentram a essa escola acabam se especializando na
forma de tratativa mais firme com o uso e a manipulação de energias,
uma versão mais avançada, se posso chamar assim, de teorias como a
do Reiki, Johrei, Ioga, acupuntura e afins. Mas também não eles não
param por aí: O estudo da filosofia do fogo, conhecida popularmente
como alquimia mística, também encontra campo nesta escola, assim como
o estudo das energias elementais (fogo, terra, ar, água e éter) e o estudo
da magia ritualística, onde a Umbanda se encontraria. Vale deixar claro que
esta escola existia antes da Umbanda e existirá independentemente dela,
dando origem a várias outras correntes de pensamento que levam a magia a
sério.
Com o passar dos anos e a necessidade crescente do estudo teórico e da
inserção de novas filosofias na Umbanda, tal linha começou a deixar
“vazar” algumas coisas, colocando alguns mestres salpicados pelos
terreiros mundo a fora. Esses mestres trabalham de forma díspar,
como não poderia deixar de ser, mas sempre trazem muito forte
para o terreiro a necessidade do estudo teórico para a posterior aplicação
prática, sem levar em conta as barreiras que a religião, seja qual for, impõe.
Daí vem a dificuldade que algumas pessoas tem em aplicar os
conhecimentos adquiridos através deles em seus trabalhos diários.
Outras duas características que percebi muito presentes nestes
espíritos são a rigorosidade com que trabalham e a forma de aprendizado
que utilizam.
São rigorosos porque raramente um centro recebe a oportunidade de
fazer parte de tal Escola, tendo a necessidade de preencher uma série
de requisitos para tal, como a evolução constante do grupo, a ética com
que o trabalho ocorre e a seriedade com que os estudos são levados. Agora,
a forma do aprendizado é a mais interessante característica.
Raramente os mestres do Oriente tomam parte no caminho de estudo
do aprendiz. Geralmente, eles lançam em alguns momentos pequenos
“imputs”, com o único propósito de fazer com que seu aprendiz
vá atrás das informações por si só, mais tarde, colaborando com
a lapidação do conhecimento. Isso quer dizer que as informações nunca
vêm prontas de cima para baixo, eles deixam a busca por informações
mais livre e, depois, só vão dizendo o que deve ser repensado e
o que pode ser aproveitado.
Mas eles trabalham somente desta forma? Com o aprendizado?
Não, mas essa é maior e mais efetiva forma. Eles também são muito ligados
ao trabalho de cura, utilizando o conhecimento adquirido para isso.
Outra característica marcante, dentre os trabalhos que já presenciei:
Raramente eles trabalham incorporados como acontece com os guias de
Umbanda. Na grande maioria das vezes, eles estão presentes intuindo
seus médiuns no que fazer, corrigindo essa ou aquela postura ou
sugerindo essa ou aquela forma. Muitas vezes eles é que dizem onde
a energia tem que bombardear no corpo do assistente, deixando par o
médium a tarefa primeira de diagnóstico. Como em um hospital
escola agiria o professor.
Novamente, antes de terminar, essa segunda versão é uma visão pessoal,
levando em conta o que vejo, o que me foi passado pelos guias que
trabalham junto a essa Escola e algumas coisas que li (como a
apostila do grupo GETER, do sul do país, por exemplo). Como tenho
visto esta teoria ecoar em várias partes do país (não, não sou
o único que vislumbra desta forma), acredito que ela faça total sentido,
mas deixo a vocês as conclusões
necessárias.
Por Nino Denani
Fonte: http://www.artefolk.com.br
A Linha do Oriente foi formada no plano astral há muito tempo atrás,
ela é anterior à própria Umbanda. Ela é um agrupamento de seres
divinos, mestres ascencionados e espíritos iluminados.
Neste agrupamento chamado de “Grande Oriente Luminoso ou
Círculo Luminoso do Grande Oriente” estão muitos irmãos atlantes,
lemurianos, celtas, persas, incas, astecas, peregrinos, instrutores,
magos, budistas, indianos, tibetanos, espíritos das mais antigas e
diversas civilizações do planeta. Este agrupamento é o sustentador
de várias religiões e formas de atuação espirituais em benefício dos
seres humanos em evolução.
A Linha do Oriente guarda todo o conhecimento de todas as civilizações que aqui viveram, sobre todas as religiões, as tecnologias, as ciências (das naturais às medicinais e às nucleares), de todas as formas de Magia, enfim, todo o conhecimento relacionado à espécie humana desde a sua origem. Dentro da Umbanda, chamamos os Guias que trabalham sob esta irradiação de “Linha do Oriente” ou “Povo do Oriente”. A palavra “Oriente” não está relacionada ao mapa do planeta, mas sim, ao Oriente relativo ao nascer do Sol, quando os primeiros raios luminosos surgem sobre o planeta para aquecer e mostrar o caminho. “Oriente é Luz, é iluminação, é brilho, é ascensão”.
Esta linha de trabalho e ação começou a
se manifestar nas casas de trabalho umbandistas
a partir do séc. XX para atender à necessidade
de vários irmãos que estavam no plano astral
precisando trabalhar através da Caridade, mas
que não se encaixavam nas demais linhas já
conhecidas. O Povo do Oriente é regido pelo
Sagrado Pai Oxalá e pelo Sagrado Pai Xangô,
é sustentada pela luz da Fé e pelo Fogo
Sagrado que aquece o espírito. O seu patrono
é Xangô Kaô, representado por São João Batista.
Assim como nas demais linhas de trabalho da Umbanda, seus Guias
atuam sob a irradiação do Grande Oriente Luminoso, mas podem receber
também irradiações dos nossos Pais e Mães Orixás direcionando seus
campos de ação e atuação. As irradiações do Grande Oriente Luminoso
também podem amparar Guias de outras irradiações, então, podemos ter
um Ogum dos caminhos que atue com as energias do Oriente,
um Xangô das montanhas que atue com as energias do Oriente, uma
Oxum das matas que atue sob as irradiações do Oriente, e assim pode
acontecer em todas as 7 linhas de Umbanda Sagrada. Os Guias das
irradiações do Oriente estão entre os Guias que se manifestam nas
casas de trabalho, são Guias como todos os outros e respeitam as normas
de conduta da casa e o livre arbítrio de seus médiuns. Incorporam
normalmente, dão passes, fazem consultas, apenas possuem uma
irradiação que os permite uma vibração na linha do Oriente.
Os Guias da linha do Oriente atuam de
acordo com seus campos de trabalho,
seja um Ogum, um Xangô, um Preto-Velho
ou uma Criança. A sua vibração
primordial é relacionada à ascensão
espiritual e à cura do espírito e do
corpo. Atuam muito nos trabalhos e
atendimentos relacionados à saúde.
Tem como missão auxiliar na
humanização de nossos corações
endurecidos, na elevação de nossas
vibrações e dos nossos pensamentos,
no aumento da nossa Fé, em nossa elevação moral e ética,
na evolução
dos nossos mentais divinos. Em suas giras podem se apresentar Guias das
mais diversas origens e inseridos nas mais diversas linhas de
trabalho, pode se manifestar um Xangô, uma Iansã, uma Nanã, um
Caboclo ou mesmo o espírito de um irmão que tenha elevação espiritual
mas que ainda não tenha uma linha definida dentro da Umbanda.
Normalmente, falam muito pouco, tem um linguajar correto e culto,
quando precisam passar alguma orientação usam frases curtas
com significados profundos. Não incorporam para conversar, apenas
para trabalhar. Procuram fazer os consulentes compreender as
causas de suas enfermidades e assimilar a necessidade de mudança
de seus hábitos pessoais, de seus pensamentos e sentimentos, a fim
de se elevar e buscar a sua própria cura.
Por ser uma linha universalista as informações sobre as suas ervas principais,
o seu dia, ponto de força e oferenda não foram estabelecidos. O Povo do
Oriente não costuma pedir oferenda, por isso não há uma regra.
Cada um deve consultar os seus Guias caso haja algum pedido especial.
A sua cor fundamental é o dourado. A outras duas cores da linha são o
branco de Oxalá e o marrom de Xangô.
Os mentores de cura trabalham em diversas religiões, inclusive na Umbanda.
São muito discretos em sua forma de se apresentar e trabalhar, e estas formas
mudam de acordo com a religião ou local em que irão atuar. São espíritos
de grande conhecimento, seriedade e elevação espiritual. Alguns deles não
demonstram muito sentimento, mas mesmo assim têm muita vontade
de ajudar ao próximo, com o tempo tendem a evoluir também para um
sentimento maior de amor ao próximo.
São extremamente práticos, não aceitando conversas banais ou ficar
se estendendo a assuntos que vão além de sua competência ou nos
quais não podem interferir, pois não são guias de consulta no sentido
ao qual estamos habituados na Umbanda.
Para se ter uma idéia melhor, sua consulta seria o pólo oposto à consulta
com um Preto Velho. Normalmente os pretos velhos dão consultas longas,
cheias de ensinamentos de histórias, apelando bem para o lado emocional.
Já os Mentores de Cura, se dirigem ao raciocínio, buscam fazer o encarnado
compreender bem as causas de suas enfermidades e a necessidade de
mudança nessas causas, bem como a necessidade de seguirem à risca
os tratamentos indicados. Quando precisam passar algum ensinamento o
fazem em frases curtas e cheias de significado, daquelas que dão
margem à longas meditações.
São espíritos que quando encarnados foram: Médicos, Enfermeiros, Boticários,
Orientais e Ciganos (que exercem sua própria medicina desde bem antes das
civilizações ocidentais), Religiosos (monges, freis, padres, freiras, etc.),
ou exerceram qualquer outra atividade ligada a cura das enfermidades dos
seres humanos, seja por métodos físicos, científicos ou espirituais.
Salve o Povo da Cura! Salve a Espiritualidade Maior!
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