sexta-feira, 21 de agosto de 2015



 

Antes de começar, a introdução:

Eu não estou aqui com a pretensão de cuspir regras para vocês. Digo isso
 porque o que vou falar sobre essa linha de trabalho é uma visão 
extremamente particular, baseada unicamente em minha vivência e em
 conversas com os espíritos ligados a essa linha. Ao contrário dos outros 
textos, onde tentava pegar o máximo de visões possíveis e comentar as coisas
 que todas elas tinham em comum, este texto em particular segue 
outra linha argumentativa. Isso porque é muito difícil encontrar terreiros,
 ainda, que trabalhem com essa linha de fato. Se eu disse algo que vai 
contra a sua percepção, então, não se preocupe.

Em minhas pesquisas consegui, ao longo da minha jornada, identificar
 dois tipos básicos de informações sobre a linha do oriente. A primeira 
diz que esta linha é muito próxima, senão a mesma, que a linha dos
 ciganos da Umbanda.
 Costuma-se comparar os ciganos com o povo cigano encarnado, então,
 como para fins de estudo o povo cigano advém da parte oriental do globo, 
assumiu-se que o povo do oriente faz parte desta linha sendo,
 ao contrário dos primeiros, característicos de espíritos cuja última 
encarnação se deu de forma sedentária (os ciganos são nômades por 
excelência, o povo do oriente seria composto por aqueles que moravam
 em cidades estabelecidas, como o povo egípcio, hindu, chinês).

Neste caso, a linha do oriente se funde a tal ponto com a linha dos ciganos 
que se torna praticamente impossível a distinção, costumando-se substituir
 o nome “povo cigano” pelo “povo do oriente”.

A segunda versão trata de uma forma completamente diferente e esta é a 
que eu, ao longo do tempo, fui observando com maior interesses:

Nesta versão, “Oriente” não se trata de um ponto geográfico do mapa, 
mas sim de um lugar específico, uma espécie de escola. Nela se juntam
 espíritos interessados em estudar formas de interação mais mágicas, 
levando muito mais a sério conhecimentos como astrologia, hermetismo, 
formas de interações energéticas e afins. Esta escola não está aberta 
unicamente a espíritos orientais, aceitando qualquer um cuja caminhada 
se afine a esse propósito. Ramatis, por exemplo, faria parte desta escola.
 Ao longo do tempo, pude encontrar alguns outros relatos sobre essa escola,
 cujo nome correto seria “Escola do Grande Oriente Místico”, justamente 
como forma de dissociação ao “povo do oriente” da primeira versão.

Os espíritos que adentram a essa escola acabam se especializando na 
forma de tratativa mais firme com o uso e a manipulação de energias,
 uma versão mais avançada, se posso chamar assim, de teorias como a 
do Reiki, Johrei, Ioga, acupuntura e afins. Mas também não eles não
 param por aí: O estudo da filosofia do fogo, conhecida popularmente
 como alquimia mística, também encontra campo nesta escola, assim como 
o estudo das energias elementais (fogo, terra, ar, água e éter) e o estudo
 da magia ritualística, onde a Umbanda se encontraria. Vale deixar claro que
 esta escola existia antes da Umbanda e existirá independentemente dela, 
dando origem a várias outras correntes de pensamento que levam a magia a
sério.

Com o passar dos anos e a necessidade crescente do estudo teórico e da 
inserção de novas filosofias na Umbanda, tal linha começou a deixar
 “vazar” algumas coisas, colocando alguns mestres salpicados pelos 
terreiros mundo a fora. Esses mestres trabalham de forma díspar, 
como não poderia deixar de ser, mas sempre trazem muito forte
 para o terreiro a necessidade do estudo teórico para a posterior aplicação 
prática, sem levar em conta as barreiras que a religião, seja qual for, impõe.
 Daí vem a dificuldade que algumas pessoas tem em aplicar os
 conhecimentos adquiridos através deles em seus trabalhos diários.

Outras duas características que percebi muito presentes nestes 
espíritos são a rigorosidade com que trabalham e a forma de aprendizado 
que utilizam.

São rigorosos porque raramente um centro recebe a oportunidade de
 fazer parte de tal Escola, tendo a necessidade de preencher uma série 
de requisitos para tal, como a evolução constante do grupo, a ética com
 que o trabalho ocorre e a seriedade com que os estudos são levados. Agora, 
a forma do aprendizado é a mais interessante característica.

Raramente os mestres do Oriente tomam parte no caminho de estudo
 do aprendiz. Geralmente, eles lançam em alguns momentos pequenos
 “imputs”, com o único propósito de fazer com que seu aprendiz
 vá atrás das informações por si só, mais tarde, colaborando com
 a lapidação do conhecimento. Isso quer dizer que as informações nunca
 vêm prontas de cima para baixo, eles deixam a busca por informações 
mais livre e, depois, só vão dizendo o que deve ser repensado e
 o que pode ser aproveitado.

Mas eles trabalham somente desta forma? Com o aprendizado?

Não, mas essa é maior e mais efetiva forma. Eles também são muito ligados
 ao trabalho de cura, utilizando o conhecimento adquirido para isso.

Outra característica marcante, dentre os trabalhos que já presenciei:

Raramente eles trabalham incorporados como acontece com os guias de
Umbanda. Na grande maioria das vezes, eles estão presentes intuindo 
seus médiuns no que fazer, corrigindo essa ou aquela postura ou 
sugerindo essa ou aquela forma. Muitas vezes eles é que dizem onde 
a energia tem que bombardear no corpo do assistente, deixando par o 
médium a tarefa primeira de diagnóstico. Como em um hospital
 escola agiria o professor.

Novamente, antes de terminar, essa segunda versão é uma visão pessoal,
 levando em conta o que vejo, o que me foi passado pelos guias que 
trabalham junto a essa Escola e algumas coisas que li (como a 
apostila do grupo GETER, do sul do país, por exemplo). Como tenho
 visto esta teoria ecoar em várias partes do país (não, não sou 
o único que vislumbra desta forma), acredito que ela faça total sentido, 
mas deixo a vocês as conclusões 
necessárias.

Por Nino Denani

Fonte: http://www.artefolk.com.br



A Linha do Oriente foi formada no plano astral há muito tempo atrás,
 ela é anterior à própria Umbanda. Ela é um agrupamento de seres 
divinos, mestres ascencionados e espíritos iluminados.

Neste agrupamento chamado de “Grande Oriente Luminoso ou 
Círculo Luminoso do Grande Oriente” estão muitos irmãos atlantes,
 lemurianos, celtas, persas, incas, astecas, peregrinos, instrutores,
 magos, budistas, indianos, tibetanos, espíritos das mais antigas e
 diversas civilizações do planeta. Este agrupamento é o sustentador
 de várias religiões e formas de atuação espirituais em benefício dos
 seres humanos em evolução.

A Linha do Oriente guarda todo o conhecimento de todas as civilizações que aqui viveram, sobre todas as religiões, as tecnologias, as ciências (das naturais às medicinais e às nucleares), de todas as formas de Magia, enfim, todo o conhecimento relacionado à espécie humana desde a sua origem. Dentro da Umbanda, chamamos os Guias que trabalham sob esta irradiação de “Linha do Oriente” ou “Povo do Oriente”. A palavra “Oriente” não está relacionada ao mapa do planeta, mas sim, ao Oriente relativo ao nascer do Sol, quando os primeiros raios luminosos surgem sobre o planeta para aquecer e mostrar o caminho. “Oriente é Luz, é iluminação, é brilho, é ascensão”.

Esta linha de trabalho e ação começou a 
se manifestar nas casas de trabalho umbandistas
 a partir do séc. XX para atender à necessidade
 de vários irmãos que estavam no plano astral 
precisando trabalhar através da Caridade, mas 
que não se encaixavam nas demais linhas já 
conhecidas. O Povo do Oriente é regido pelo 
Sagrado Pai Oxalá e pelo Sagrado Pai Xangô, 
é sustentada pela luz da Fé e pelo Fogo 
Sagrado que aquece o espírito. O seu patrono
 é Xangô Kaô, representado por São João Batista.

Assim como nas demais linhas de trabalho da Umbanda, seus Guias
 atuam sob a irradiação do Grande Oriente Luminoso, mas podem receber
 também irradiações dos nossos Pais e Mães Orixás direcionando seus 
campos de ação e atuação. As irradiações do Grande Oriente Luminoso
 também podem amparar Guias de outras irradiações, então, podemos ter 
um Ogum dos caminhos que atue com as energias do Oriente, 
um Xangô das montanhas que atue com as energias do Oriente, uma 
Oxum das matas que atue sob as irradiações do Oriente, e assim pode 
acontecer em todas as 7 linhas de Umbanda Sagrada. Os Guias das
 irradiações do Oriente estão entre os Guias que se manifestam nas 
casas de trabalho, são Guias como todos os outros e respeitam as normas 
de conduta da casa e o livre arbítrio de seus médiuns. Incorporam 
normalmente, dão passes, fazem consultas, apenas possuem uma 
irradiação que os permite uma vibração na linha do Oriente.

Os Guias da linha do Oriente atuam de 
acordo com seus campos de trabalho,
 seja um Ogum, um Xangô, um Preto-Velho 
ou uma Criança. A sua vibração
 primordial é relacionada à ascensão 
espiritual e à cura do espírito e do 
corpo. Atuam muito nos trabalhos e 
atendimentos relacionados à saúde.
 Tem como missão auxiliar na 
humanização de nossos corações
 endurecidos, na elevação de nossas 
vibrações e dos nossos pensamentos,

no aumento da nossa Fé, em nossa elevação moral e ética, 
na evolução 
dos nossos mentais divinos. Em suas giras podem se apresentar Guias das 
mais diversas origens e inseridos nas mais diversas linhas de 
trabalho, pode se manifestar um Xangô, uma Iansã, uma Nanã, um 
Caboclo ou mesmo o espírito de um irmão que tenha elevação espiritual
mas que ainda não tenha uma linha definida dentro da Umbanda.
 Normalmente, falam muito pouco, tem um linguajar correto e culto, 
quando precisam passar alguma orientação usam frases curtas 
com significados profundos. Não incorporam para conversar, apenas
 para trabalhar. Procuram fazer os consulentes compreender as 
causas de suas enfermidades e assimilar a necessidade de mudança 
de seus hábitos pessoais, de seus pensamentos e sentimentos, a fim 
de se elevar e buscar a sua própria cura.

Por ser uma linha universalista as informações sobre as suas ervas principais,
 o seu dia, ponto de força e oferenda não foram estabelecidos. O Povo do 
Oriente não costuma pedir oferenda, por isso não há uma regra. 
Cada um deve consultar os seus Guias caso haja algum pedido especial.
 A sua cor fundamental é o dourado. A outras duas cores da linha são o 
branco de Oxalá e o marrom de Xangô.
Os mentores de cura trabalham em diversas religiões, inclusive na Umbanda.
 São muito discretos em sua forma de se apresentar e trabalhar, e estas formas
 mudam de acordo com a religião ou local em que irão atuar. São espíritos
 de grande conhecimento, seriedade e elevação espiritual. Alguns deles não 
demonstram muito sentimento, mas mesmo assim têm muita vontade 
de ajudar ao próximo, com o tempo tendem a evoluir também para um 
sentimento maior de amor ao próximo.

São extremamente práticos, não aceitando conversas banais ou ficar 
se estendendo a assuntos que vão além de sua competência ou nos 
quais não podem interferir, pois não são guias de consulta no sentido 
ao qual estamos habituados na Umbanda.

Para se ter uma idéia melhor, sua consulta seria o pólo oposto à consulta 
com um Preto Velho. Normalmente os pretos velhos dão consultas longas,
 cheias de ensinamentos de histórias, apelando bem para o lado emocional. 
Já os Mentores de Cura, se dirigem ao raciocínio, buscam fazer o encarnado
 compreender bem as causas de suas enfermidades e a necessidade de 
mudança nessas causas, bem como a necessidade de seguirem à risca
 os tratamentos indicados. Quando precisam passar algum ensinamento o 
fazem em frases curtas e cheias de significado, daquelas que dão
 margem à longas meditações.

São espíritos que quando encarnados foram: Médicos, Enfermeiros, Boticários,
 Orientais e Ciganos (que exercem sua própria medicina desde bem antes das 
civilizações ocidentais), Religiosos (monges, freis, padres, freiras, etc.), 
ou exerceram qualquer outra atividade ligada a cura das enfermidades dos
 seres humanos, seja por métodos físicos, científicos ou espirituais.

Salve o Povo da Cura! Salve a Espiritualidade Maior!

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