sexta-feira, 21 de agosto de 2015



 

A fé e a perseverança sempre foram as estrelas condutoras na vida
 cotidiana dos ciganos, de qualquer etnia e em qualquer lugar do mundo.

Sempre lidando com o porvir, sem garantias além do amor ao ser, 
ao estar e ao viver.

Sempre, sempre, sempre, que tenho contato com algum espírito cigano,
 fico entorpecidamente encantada. Encantada com a força serena; 
encantada com a alegria agregadora; encantada com a habilidade que 
têm em encontrar caminhos alterativos; encantada com sua capacidade
em resolver conflitos; encantada com os sábios conselhos que nos passam
 em forma de singelas sugestões, afim de que entendamos e aceitemos as
 mudanças em nossas vidas.

E ninguém melhor que os ciganos para nos ensinar sobre mudança, 
desapego e liberdade.

Mudar é difícil e as vezes muito dolorido. Teoricamente sabemos 
que as crises fazem parte do processo de crescimento em qualquer nível
 ("Pela dor ou pelo amor"). Sozinhos esse processo é de um abismo
 avassalador, mas com amigos (encarnados e (ou) desencarnados) 
ele é mais suportável, pautado na renovação da fé e da esperança
 transformadora.

E mais uma vez, os ciganos, os negros escravos, os índios, tal como 
qualquer povo com experiência em carências sociais e perseguições étnicas, 
dão um show de lições de superações de condições humanamente deploráveis.

E com todo esse cabedal de experiências existenciais, os espíritos 
ciganos tornam-se amigos que nos dão aconchego e ao mesmo tempo
 nos impulsionam o caminhar.

E mesmo que não podendo resolver ou eliminar as causas de nossas 
dores, podem e fazem com que as nossas interpretações sobre elas, 
sejam mais claramente conscientes e menos dramáticas.

Aconselham-nos a paz e não a passividade; o deixar fluir e não a inércia; 
o desapego e não a desistência; a aceitação da limitação e não o derrotismo.

Peço aos irmãos umbandistas que procurem mais "contato" e aconchego 
com seus guias ciganos, para si mesmos e para os consulentes.

Por Claudia Baibich

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