sexta-feira, 28 de agosto de 2015


Como acabar com a angústia de não saber o que fazer


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Você já percebeu que não perguntamos para uma criança quem ela quer ser ou o que ela quer fazer? Perguntamos sempre o que ela vai ser, solicitando que ela eleja um rótulo (dos poucos que ela conhece e pode admirar) para guiar a sua vida.  Daí a criança escolhe bombeiro, professor, policial, cantor, atriz, mas logo quando chega à fase da adolescência o parâmetro do dinheiro entra em cena e ela, consequentemente, começa a se voltar para uma profissão que ofereça menos risco, traga mais benefícios financeiros e normalmente não se enquadra naquelas que ela desejava ser e tampouco admira.
Esse confronto entre o que desejamos fazer de verdade e o que fazemos de fato, causa angústia. É um mal que acomete a maioria das pessoas que estão presas a uma vida cheia de incômodos, falta de propósito, medo e culpa.
Neste artigo, quero lhe ajudar a remover a dor da angústia do peito e tornar a vida melhor com simples reflexões. Algo que aprendi observando como o restante da natureza funciona e com a prática do refinamento do que eu deveria fazer no meu trabalho. Reflitamos:
1. Enxergue as pedras no caminho
Um rio só consegue se tornar um rio porque contorna as pedras e outros obstáculos durante o seu curso. Assim somos nós. O problema é que somos tão distraídos em relação a nossa própria vida que fazemos “vista grossa” para os nossos obstáculos ou preferimos insistir em confrontá-los ao invés de contorná-los.  Se uma planta começa a crescer e você coloca uma pequena cobertura sobre ela, fazendo sombra, depois de algum tempo, ela curvará seu caule para se afastar da sombra e encontrar novamente o sol. De modo algum ela persistirá tentando crescer embaixo do obstáculo para morrer prematuramente.
São os obstáculos que nos mostram aquilo que não devemos fazer e para onde devemos ir. É o relacionamento, o trabalho, o círculo de amizade ou os eventos sociais. Em cada um desses campos de atuação da nossa vida, existem coisas que nos incomodam e que precisam ser eliminadas para podermos fluir melhor através dela.  Não se preocupe em definir como irá contornar esses obstáculos. Apenas anote diariamente as coisas que te incomodam para começar a enxergar o que você pode fazer para se livrar delas.
2. Compreenda o verdadeiro sentido de existirmos
O verdadeiro sentido da vida é dar e compartilhar. Precisamos estar disponíveis a todo o momento para aproveitar as oportunidades que recebemos e dar e compartilhar aquilo que temos de melhor para os outros.
Muitos ficam angustiados por não serem tão grandes como Senna, Zico, Gandhi e terem um impacto pequeno (na visão deles) na vida das outras pessoas. Se aceitamos o nosso trabalho como ele é, já basta. O empregado de qualquer empresa ou um grande empresário possuem a mesma importância. Na realidade, ambos não tem qualquer importância senão para suas próprias vidas. É o que eles fazem com suas tarefas que farão a grandeza dos seus espíritos.
Se você mergulhar um pouco mais fundo no sentimento de angústia, perceberá que existe um forte desejo de receber mais do que dar, além de uma vitimização e baixa auto-estima. Encaramos como pequena a nossa tarefa de lavador de louça, trocador de fralda e apertador de parafuso. Se cada uma dessas tarefas forem feitas com o objetivo de dar e compartilhar, são boas tarefas.
3. Entregue sempre o que você faz de melhor e tem interesse 
Agora que já vimos que são os obstáculos que nos apontam o melhor caminho para nós e que o verdadeiro sentido da vida é dar em qualquer posição social, vamos refletir no trabalho que devemos fazer que engrandecerá a nossa vida e removerá a angústia totalmente.  Por mais que você tenha pouquíssimo conhecimento a respeito de si mesmo, você sabe identificar aqueles assuntos e atividades pelos quais é apaixonado.Que livros você sempre lê? Que tipos de programa de televisão você costuma assistir? Que lugares você gosta de frequentar? Estas perguntas podem nortear aquilo que você deve fazer para o resto da sua vida, bastando que você se pergunte o “porque” de cada uma delas.
No início da carreira eu fazia coisas por causa do dinheiro, mas isso me trouxe tanta infelicidade e angústia que logo depois de eu ter compreendido o verdadeiro sentido da vida e o que eu deveria dar e compartilhar, montei um plano para eliminar os obstáculos e refinar pouco a pouco o que eu deveria realmente fazer.  Enquanto a vida progredia e eu ia fazendo cada vez mais escolhas conscientes, a minha nova vida se tornava mais próxima de mim. Não porque eu sabia desde sempre qual a minha missão, mas porque eu sabia do que eu gostaria de me afastar e a que eu gostaria de me unir. Esse é o ponto que você deve chegar se está neste momento carregando alguma angústia.
Verifique o que você deve abandonar e pouco a pouco elimine as coisas que não gosta. Se aproxime daquilo que mais gosta e comece a enxergar um futuro na sua vida. De forma alguma você precisa ter uma causa tão nobre como “acabar com a fome no mundo” ou “libertar a Índia” para ser feliz. Você só precisa se tornar livre das algemas que te prendem na vida que você não gosta para servir ao mundo do jeito que só você pode servir.

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