``Conhecida parábola da cultura oriental fala de uma senhora que resolveu abrigar um sábio guru no quintal de sua residência. Deu-lhe comida, abrigo e tranquilidade para que o homem de meditações pudesse cumprir sua missão.
Certa feita, desconfiada sobre a integridade do guru, resolveu aplicar-lhe uma prova. Contratou a preço de cinco moedas de ouro uma belíssima vendedora de ilusões e bailarina para aferir a resistência do homem santo.
Na noite aprazada lá estava ela na cabana, tentando incendiar os apetites inferiores do guru com a sensualidade e a beleza. Bailou, despiu-se, provocou, mas o homem era de ``gelo´´, mantinha-se impassível, quieto, em estado de plenitude. Então, depois de longo tempo ela desistiu e retornou até a senhora dizendo:
- Tentei de tudo e nada, ele é um homem santo.
Intrigada, a hospedeira do guro indaga:
- Mas ele não lhe disse nada, não fez nada, uma só palavra?
- Não, senhora!
- Então toma tuas moedas, você fez sua parte.
Inusitadamente, a seguir ela tomou de uma larga vassoura e seguiu aos gritos em direção à cabana, assustando a vizinhança que conhecia o carinho com o qual tratava o meditador. Em lá chegando, espancou o homem, destruiu a cabana e em alta voz disse para que todos ouvissem:
- Testei esse homem com a luxúria, ele resistiu por três noites ao apelo de atraente e sedutora jovem, permaneceu em estado de orações, e quanto a isso eu o aplaudo. Porém, suas práticas são de nenhuma utilidade para o mundo, porque ele nada disse àquela jovem que pudesse servir de orientação e força na restauração de um caminho novo. Se é um homem de Deus, deveria agir pelo bem e não somente evitar o mal.´´
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Evitar o mal necessariamente não edifica valores, enquanto fazer o bem significa acionar os recursos divinos latentes através do dinamismo da caridade.
Evitar o mal é contenção e disciplina, sendas formadoras de caráter, entretanto as realizações no bem sulcam a profundidade do sistema afetivo, fixando e dinamizando forças morais nobres.Educação resume-se em transformar impulsos e desenvolver potencialidades. O ato de apenas conter sem renovar pode levar aos mais sofridos caminhos da radicalização, do fanatismo e de variadas expressões neuróticas em direção a mais intensas desarmonias da psique.
O ato educativo é um ato de Amor nas relações que destinem ao crescimento para ``ser´´.
Educar é encontrar respostas para os enigmas do existir, razão pela qual somente amando o outro e a nós mesmos conseguimos encontrar tais tesouros da vida.
Chamamos de integral o ato educativo com Amor, seja na prática pedagógica ou na vida de relação social.
O objetivo maior da vinda do homem à Terra é a sua melhora espiritual. Tal mister só será plenificado na medida em que aprender a amar, porque o Amor é o decreto sublime do universo para o crescimento e a felicidade de todos os seres.
Adaptado do livro: Laços de Afeto (Wanderley S. de Oliveira/Esp. Ermance Dufaux)
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