Salve são Jorge
Em 23 de abril a Umbanda celebra o Sagrado Orixá Ogum, o Senhor da Lei que impõe a Ordem Divina à Criação.
Essa data, 23 de abril, por si mesma, encerra uma simbologia importante:
A soma 2 + 3 (do dia 23) nos dá um cinco; número que simboliza mudanças. E este cinco, quando somado ao número quatro (do mês de abril), nos dá um resultado nove, o qual simboliza uma grande reflexão, uma interiorização, e o fechamento de um ciclo.
Ou seja, a própria data da celebração faz lembrar que Pai Ogum nos convoca a realizar mudanças internas (“a reforma íntima”) para nos adequarmos aos ditames da Lei Divina; marcando o encerramento de um ciclo de aprendizado e o início de nova etapa que enseje um caminho sadio, em um novo período evolutivo, para quem se dispõe a essa reflexão individual e intransferível. Sendo um Orixá Universal, Pai Ogum representa a Lei de Deus que rege toda a Criação; e que assim nos ampara de forma permanente. Mas é nossa a responsabilidade de aproveitar essa bênção: acatando o Seu Divino comando e passando a viver de conformidade com a Lei Divina, seja por aplicá-la à própria vida ou em nossas relações com o próximo.
Com efeito, Pai Ogum nos envia continuamente Irradiações Ordenadoras que nos incentivam a desbravar o próprio íntimo. Isso nos confere a possibilidade de um profundo autoconhecimento e, a partir daí, a ocasião para enfrentarmos nossas fraquezas– pois são elas, na verdade, que funcionam como ponto de atração das grandes dificuldades e obstáculos. Como resultado, passamos a operar em sintonia com os comandos da Lei Maior; e os nossos caminhos terrenos tornam-se caminhos abertos.
Há todo um simbolismo na Figura de Pai Ogum, dentro dos princípios que norteiam a religião de Umbanda.
Nas imagens representativas do Orixá, por exemplo, encontramos alguns símbolos importantes: Ogum é retratado como um nobre guerreiro, com armadura e lança, e que vem montado num cavalo branco; e sua lança submete o dragão. Nestas imagens, o cavaleiro é a expressão máxima do guerreiro que se devotou à Lei Maior: servindo-a com honra, coragem e determinação. Como Orixá da Lei, Pai Ogum é o Comandante de todos os Exércitos de Olorum (Deus). É, portanto, quem conduz a Criação inteira aos Caminhos da Lei Divina, assim afastando o caos, tanto no macro quanto no microcosmo. Sua lança é instrumento da mesma Lei, visando à distribuição da Justiça Divina para todos. O dragão representa o negativismo (a maldade, os vícios, os pensamentos, intenções e as condutas humanas que afrontam a Lei Divina). A lança submetendo o dragão simboliza a Consciência Elevada: desperta, e sendo aplicada na superação das negatividades. E o cavalo branco é símbolo da Força Espiritual que nos sustenta no combate às negatividades íntimas.
Ogum também é reverenciado como o Divino Ferreiro, o Pai da agricultura e “o inventor” das ferramentas que aram a terra para dela extrairmos nosso alimento. Nesse contexto, Ele representa o Princípio Masculino presente na Criação; sendo a terra (tanto o Planeta quanto o respectivo solo) o Princípio Feminino que emana de Deus. Ogum é Ação Divina, é a Energia Yang, é aquele que rasga a terra com suas ferramentas, para fertilizá-la. Já a terra corresponde à Energia receptiva ou Yin, que se abre para acolher as sementes, entregando-se à fecundação. Outra vez, vale refletir: se verdadeiramente queremos modificar fatores externos nocivos ao nosso progresso, precisamos, em primeiro lugar, desbravar nosso íntimo a fim de despertarmos as Sementes da Consciência Superior; para, só então, avançarmos na senda evolutiva. Sem essas mudanças internas não haverá transformação positiva (evolução) em nossos caminhos!
Por isso que, em especial nesta data, precisamos abrir nossos corações, e agradecer ao Pai Ogum, e rogar pelas Suas bênçãos:
Que a Divina Lança do Cavaleiro de Olorum nos auxilie a desvendar nossas trevas interiores (orgulho, vaidade, agressividade e cobiça excessivos; ilusões decorrentes), para que as Luzes da Lei Maior brilhem em nossas consciências e as expandam, para o nosso bem e o dos nossos semelhantes;
Que a Sua Armadura Sagrada nos proteja de vivenciar, praticar ou arquitetar o mal; ou de viver sem coragem: roguemos que Pai Ogum nos inspire à ação do coração (cor + ação), que se traduz na coragem de seguir os caminhos da Alma– pois que nela habita o Criador;
Que a Sua Espada Luminosa possa tocar nossos ombros e nos conduzir sempre pelos Caminhos Sagrados da Lei Maior:roguemos que nos defenda e renove;
E que, um dia, quando estivermos prontos e dispostos, Suas Armas e Escudos nos façam também aprendizes do Cavaleiro Sagrado de Olorum e fiéis seguidores da Vontade Suprema do Pai-Mãe da Criação.
Que assim seja!
Pedimos a Vossa Bênção, Divino Pai Ogum, para todos os filhos da Terra!
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