sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

       Início da Mediunidade - Por que Ficamos Ansiosos?


A maioria dos médiuns tem sua iniciação mediúnica – momento em que suas
 faculdades mediúnicas já despertadas passam a ser utilizadas de modo sistemático
 e mais intenso, dentro dos rituais e trabalhos existentes numa casa umbandista –
 marcada pela difícil fase da ansiedade e da adaptabilidade que esse começo
 representa.
Ansiedade no médium iniciante pode trazer algumas situações desconcertantes como:
# Ficar pensando de modo intenso nas coisas ligadas à espiritualidade;
# Ficar com os pontos cantados ecoando na mente;
# Ficar cantando a qualquer momento e lugar os pontos cantados;
# Conversar somente sobre o assunto espiritualidade a qualquer oportunidade
 em que hajam mais pessoas que pertençam à mesma religião ou casa;
# Ler muitos livros sobre o assunto, querendo esgotar todos os pontos de dúvidas;
# Querer conhecer tudo sobre a Umbanda num espaço de tempo curto;
# Ter sonhos constantes com rituais, entidades, trabalhos;
# Ficar vendo em qualquer situação algum tipo de ligação com a espiritualidade;
# Não parar de preocupar-se em manter-se dentro das condutas que sua casa pede;
# Querer incorporar logo;
# Ficar muito preocupado se está mesmo incorporando uma entidade ou se
 está apenas imitando uma entidade;
# Desejar ardentemente que tenha a inconsciência durante as incorporações;
# Querer aprender tudo sobre os rituais que sua casa pratica, chegando 
ao ponto de perguntar de tudo a todos os demais médiuns mais experimentados;
# Querer saber tudo, através de relatos de outros médiuns, o que ele fez quando
 estava incorporado, o que a entidade falou, deixou de fazer;
# Passar a realizar em seu próprio lar, uma verdadeira transformação de hábitos, 
querendo que todos tomem banhos de defesa, defumem-se, orem, cantem,
 entre outras coisas;
# Querer erigir algum tipo de altar ou espaço sagrado em seu lar, tentando
 imitar o mais perfeito possível a quantidade de imagens, a disposição dos 
santos que há em seu templo umbandista;
# Querer que suas entidades receitem rapidamente a confecção ou 
aquisição das guias (colares) e quanto maior o número de guias melhor;
# Desejar ardentemente que tenha incorporações “fortes”, isto é, que as 
entidades já venham de modo com que não gerem dúvida a ninguém;
# Que suas entidades já risquem seus pontos e que seja algo bem impressionável;
# Que suas entidades dêem logo seus nomes e torce para que sejam nomes
 “fortes” e conhecidos;
# Querem decifrar todos os símbolos que suas entidades desenharam em pontos 
riscados;
# Querem saber da história, vida, ponto cantado e tudo o mais sobre suas entidades;
Essas situações e mais outras não citadas são consideradas até normais e 
encaradas por aqueles outros médiuns mais tarimbados como coisa comum de
 se acontecer. E de fato é. O que o dirigente e os médiuns mais experientes
 devem fazer é aconselhar esses neófitos, direcioná-los em atividades que os
 tirarão um pouco desta fixação, é ouví-los e explicar cada uma das dúvidas e 
dificuldades existentes.
Toda essa ansiedade é temporária e assim que o novo médium for tendo
 mais e mais experiências, ele passa a lidar de modo mais natural, menos 
ansioso e aflito com essas situações.
O tema deve ser abordado de modo atencioso, respeitoso, prático e esclarecedor
 para poder dar melhor formação espiritual e criar uma estrutura mediúnica
 mais eficaz à própria casa, uma vez que estes novos médiuns passam a
 compor o já formado corpo mediúnico da casa, fazendo número e qualidade
 na força da corrente da casa umbandista.
Desperdiçar a chance de esclarecimento quando esses médiuns 
estão ávidos por conhecimento e abertos para serem direcionados é
 deixar ao acaso a responsabilidade da formação destes médiuns, podendo 
levá-los a vícios, “cacoetes” e maus hábitos mediúnicos que nunca 
mais poderão ser retirados.

E o velho adágio popular é verdadeiro: “Pau que nasce torto, morre torto”

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