O TEMPO DO ESPIRITISMO
O Espiritismo como compreensão religiosa adequada ao homem atual A chegada do Espiritismo é prova inequívoca da solicitude divina, orientando a humanidade. No momento em que o conhecimento científico encontrou suportes para derrubar o tradicionalismo místico-religioso, o homem ingressando na Modernidade, supera o teocentrismo, observando-se como responsável pela construção do seu mundo, compreendendo a informação evangélica: cada um recebe conforme suas obras. As bases morais deixadas com Moisés, avançadas por Jesus, presentes em diversas denominações religiosas e construções filosóficas, prosseguem nas informações ditadas pelos Espíritos desde a Codificação. Com Moisés, plantou-se a semente dos 10 Mandamentos. Melhorada geneticamente durante gerações, teve em Jesus o geneticista por excelência, que ofereceu a semente purificada: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. No entanto, os cultivadores humanos não conseguiram atinar com a conservação, a semeadura, os tratos culturais e a colheita. Assim, novamente manifesta-se o Plano Superior oferecendo o receituário sobre as técnicas de cultivo e a colheita dos frutos de felicidade: o Evangelho claramente pelo Espiritismo. Jesus é o legislador, o instrutor, o educador, o Mestre transmissor dos conhecimentos superiores, adaptados ao nível da compreensão humana. Os seus ensinamentos já traziam as bases do Espiritismo. Este, somente veio no momento em que já seria possível aliar ciência e religião. Compreende-se que o Cristo velou determinadas informações, de forma a torná-las compreensíveis no tempo certo: a reencarnação ele mostrou em Mateus (17:10), informando o retorno do profeta Elias, como João Batista, ou na passagem bastante conhecida em que fala do renascimento a Nicodemos (João, 3: 2-12). O homem da ciência conquista o espaço e penetra na intimidade dos átomos, compreende as diversas "moradas da casa do pai" (João, 14: 1-3) e o corpo espiritual citado por Paulo (1ª Cor., 15:44). A astronomia identifica inúmeros novos astros enquanto a física aprofunda-se mais e mais na matéria, encontrando somente energia. O Espiritismo vem cumprir a lei natural pois é resultado da evolução humana. Derrubou a divisa entre religião e ciência, inaugurando o conhecimento acerca do mundo não-material, ou espiritual (céu, inferno e purgatório, no cristianismo). Quando a física quântica expõe um universo formado por energia e pensamento, o Espiritismo chegou explicando sobre a ação dos Espíritos nos fluidos, por meio da vontade e do pensamento. Assim, entende-se porque o Cristo recomendou o "vigiar e orar", revelando nossa função co-criadora do mundo em que habitamos. O Espiritismo lança luzes sobre os erros e esclarece como adotar atitudes acertadas. Obedecer as leis divinas é indispensável. A humildade chama no portão, apontando o universo perfeito na imensidão sideral e na infinitude subatômica. O cultivo do amor não é mais um sonho, porque sabe-se que a matéria é efêmera e a espiritualidade é o real em transição, em virtude do transitório nível de conhecimento dos Espíritos. [Baseado no Evangelho Segundo o Espiritismo – cap. 1]
Yle Afro Ogum Iemanjá é uma casa de Religião Afro, que trabalha com Umbanda, Quimbanda e Nação jeje nagô, o nosso líder espiritual é o Pai Jeremias de Ogum com mais de 30 anos de vida religiosa, Nossa casa é localizada na cidade de Alvorada/RS. R:Gomes Freire N° 10 Bairro: Maringá
quinta-feira, 30 de junho de 2016
O QUE É UM FALANGEIRO?
É aquele que mais se aproxima do Orixá. Como na Umbanda não temos manifestações dos Orixás, o FALANGEIRO vem como um mensageiro do ORIXÁ, sabemos que o mesmo não é ORIXÁ,mas está num grau superior as Entidades. - o FALANGEIRO dificilmente fala. RESUMINDO: o FALANGEIRO na Umbanda se apresenta dando o nome do Orixá chamado,como: -Ogum,Oxóssi,Oxum,,Xangô,etc... A função das Entidades pertencentes as falanges é justamente descer a terra e executar o trabalho ordenado pelo ORIXÁ, Elas são portadoras da força da Divindade (os Guias). FALANGE é o mesmo que LEGIÃO, é o agrupamento de espiritos que atuam em um determinado plano espiritual, ou seja, em uma determinada faixa de vibração,falangeiros dos Orixás,Caboclos,P.Velhos,Exus,P.Giras,Ciganos,Ibeijada,etc... Isso explica por que podemos encontrar Entidades do mesmo nome atuando em locais diferentes a mesma hora, ou até no mesmo local,as Entidades trabalham em multiplicidade,cada uma conservando o nome e as caracteristicas do chefe da falange que compõe. ---O FALANGEIRO PISA ONDE O ORIXÁ NÃO PISA.
É aquele que mais se aproxima do Orixá. Como na Umbanda não temos manifestações dos Orixás, o FALANGEIRO vem como um mensageiro do ORIXÁ, sabemos que o mesmo não é ORIXÁ,mas está num grau superior as Entidades. - o FALANGEIRO dificilmente fala. RESUMINDO: o FALANGEIRO na Umbanda se apresenta dando o nome do Orixá chamado,como: -Ogum,Oxóssi,Oxum,,Xangô,etc... A função das Entidades pertencentes as falanges é justamente descer a terra e executar o trabalho ordenado pelo ORIXÁ, Elas são portadoras da força da Divindade (os Guias). FALANGE é o mesmo que LEGIÃO, é o agrupamento de espiritos que atuam em um determinado plano espiritual, ou seja, em uma determinada faixa de vibração,falangeiros dos Orixás,Caboclos,P.Velhos,Exus,P.Giras,Ciganos,Ibeijada,etc... Isso explica por que podemos encontrar Entidades do mesmo nome atuando em locais diferentes a mesma hora, ou até no mesmo local,as Entidades trabalham em multiplicidade,cada uma conservando o nome e as caracteristicas do chefe da falange que compõe. ---O FALANGEIRO PISA ONDE O ORIXÁ NÃO PISA.
quarta-feira, 29 de junho de 2016
ONDE VIVEM OS CABOCLOS
Muitos companheiros que militam no Movimento Umbandista já ouviram falar que os Caboclos quando se despedem do terreiro onde atuam incorporados em seus médiuns, dizem que vão para a cidade de Juremá.
Outros falam subir para o Humaitá, e assim por diante.
Sabemos, no entanto, que os Caboclos não voltam para as florestas como ordinariamente voltam os que lá habitam.
No espaço, onde se situam as esferas vibratórias, vivem os Caboclos agrupados, segundo a faixa vibracional de atuação, junto a psico-esfera da Terra.
São verdadeiras cidades onde se cumpre o mandato de Oxalá assim determinou, colaborando com a humanidade.
Estes agrupamentos se dividem em sete, pois sete são as faixas de atuação vibratória onde os Caboclos irão desenvolver e aperfeiçoar seus médiuns, para os trabalhos realizados nas sete esferas do espírito.
É para as cidades espirituais que os Caboclos responsáveis pelos diversos terreiros levam os médiuns, dirigentes e demais trabalhadores, para aprenderem um pouco mais sobre a Umbanda.
Portanto, Caboclo não se dilui no ar e depois volta a se agrupar em moléculas, para descer em seus aparelhos, a fim de dar prosseguimento aos serviços de caridade.
Estas moradas possuem grandes núcleos de trabalhos diversos, onde o Caboclo faz sua evolução, contrariando o que muitos irmãos da Terra, que pensam que Caboclo tudo pode, tudo sabe e tudo faz.
Enganam-se os que assim pensam, uma vez que o espaço é povoado de seres dos mais diferentes níveis de formação intelecto-moral.
O antigo habitante das matas quer ser mais do que guerreiro, quer alcançar seus antigos mitos pela transformação.
Os Orixás, que são emanações do pensamento do Deus-Pai, que está além da personalidade humana que lhe queiram dar as culturas terrenas, fazem descer a mais pura energia-matéria para ser trabalhada pelos Caboclos no espaço-tempo das esferas que compreendem a Terra, morada provisória de alguns espíritos em evolução.
Lá, na morada de luz dos Caboclos, existem outros espíritos aprendendo o manejo das energias, das forças que estabelecerão um padrão vibratório de equilíbrio para os consulentes que vêm às tendas de caridade em busca de um conforto espiritual.
Estas "aldeias" se locomovem entre as esferas, ora estão em zonas próximas às trevas, socorrendo espíritos dementados, ora estão sobre algumas cidades do plano visível, etéreas, ou sobre o que resta de florestas preservadas pelo Homem.
De lá extraem, com a ajuda dos Elementais, das criaturinhas que compõem o reino dos encantados, os remédios para a cura dos males do corpo.
É preciso que os filhos de fé se aprofundem em conhecimentos espirituais para que seus Caboclos possam revelar o mundo invisível, segundo o que é permitido e necessário, para que os umbandistas conheçam melhor um pouco mais além do ritual e práticas física verificadas no terreiro.
Caboclo é mais que um espírito que pode ter sido um índio e que deixou a matéria pelos braços do desencarne.
Em nossas andanças pelo espaço, temos visto muitos Caboclos tristes com aqueles que somente buscam seus préstimos para a solução da vida material e, em alguns casos, para atender a pedidos efêmeros.
Alguns Caboclos ficariam felizes se pudessem levar seus médiuns até as cidades da Juremá.
Entretanto, a falta de compreensão, entendimento, desprendimento e o espírito de caridade de poucos, são os que os mantêm afastados até a hora derradeira.
Preparem-se meus filhos, a fim de seguir os passos de seus Guias de luz. Somente os que buscam exercer a mediunidade conscientemente, como verdadeiros sacerdotes humildes da Senhora da Luz, compreenderão que para chegar a Aruanda, terão primeiro que provar do cálice da amargura que o Senhor provou.
Somente assim poderão encontrar o caminho de volta, sem atalhos tenebrosos e interpretações errôneas sobre a Umbanda, que não divide seus filhos, mas sim vem para reuni-los em torno de uma só bandeira, a da Luz.
O único sacrifício que a Umbanda pede é o aperfeiçoamento moral de seus tutelados, na completa identificação com a caridade.
fonte:Jornal Umbanda Hoje
terça-feira, 28 de junho de 2016
Linha de Caboclos
Estou aqui para oferecer um resumo de minha opinião em relação a essa linha,
nesse caso me limitarei apenas a ela tentando elucidar apenas um pouco do
culto de outras casas.
São espíritos que em sua encarnação foram índios, oriundos das mais variadas
regiões de nosso globo, plasmam-se como espíritos que viveram grande parte
de sua vida ou toda a sua vida, na floresta, no bom relacionamento com a
flora e fauna da região onde viviam.
Gostaria de fazer uma ressalva, que muitos índios, mesmo antes de
entrarem em contato com a ciência do homem branco, possuíam uma
cultura extremamente avançada, infestada de parábolas e excepcionais
filosofias de vida, o interessante, é que muito desse conhecimento,
assemelham-se à cultura oriental.
Na Umbanda, eles representam a jovialidade, a força, a juventude,
o período mais longo de nossas vidas, onde adquirimos o senso de
responsabilidade, formação sólida de caráter e onde toda a nossa
inteligência e conhecimento transmutam-se em sabedoria. São
espíritos que se apresentam de forma séria, exímios trabalhadores
nas demandas, curas e limpezas etéreas, muitos caboclos
apresentam-se como verdadeiros conselheiros, amigos, sempre
dispostos a fornecer uma palavra de coragem e ânimo, outros
caboclos já não são muito de consultas, atuam mais no desmanche de
feitiços e outras cargas deletérias que absorvemos direta ou indiretamente
do astral.
A Falange de caboclos é muito vasta, muitos atuam nas mais variadas égides,
como a de Xangô, Ogum, Oxossi, entre outros orixás, dependendo da
vibração da qual o caboclo atua, ele tem uma característica peculiar,
uns são exímios curandeiros, outros guerreiros vencedores de demanda,
outros muito velhos, servindo como ótimos amigos e conselheiros é
uma falange que não possui uma característica padrão em relação ao
comportamento da entidade.
Sua cor geralmente é o verde, em alguns casos acrescenta-se o branco,
mas pode variar dependendo da vibração atuante do caboclo, seu
próprio fio-de-conta pode variar. Suas oferendas geralmente são frutas,
flores, alguns solicitam charuto e cerveja em suas oferendas, já vi casos
de caboclos solicitarem vinho branco ou tinto. O pano que cobrirá
a oferenda também dependerá do caboclo bem como o local da
entrega. Alguns recebem em matas fechadas, outros sobre uma pedra,
outros mais próximo a um rio, outros em campos altos e de grama rasteira,
também dependerá da forma que seu caboclo trabalha e o local escolhido
para ele transmutar as energias, cada entidades tem o seu campo santo
mediante a vibração que atua, portanto, cada qual tem um local
determinante para abrir os seus portais. Sua saudação é Okê Caboclo.
Os caboclos costumam trabalhar com todos os elementais, seja o fogo
da vela aliado à fumaça do charuto, onde também representa o elemento ar,
a água, a terra, os vegetais. São os verdadeiros guerreiros de Umbanda,
sendo muito respeitados pelas demais linhas, geralmente são os
responsáveis pelo ori do filho, o mentor de toda a corrente umbandista
do médium.
Muitos são os espíritos que atuam sob essa roupagem fluídica,
costumo dizer que o caboclo é o alicerce de uma casa de Umbanda,
dentro de minha crença, são as entidades que têm total autonomia
sobre os exus.
Os caboclos, dependendo da vibração da qual estão imantados,
ou seja, energizados, apresentam uma característica diferente,
como citado acima. Gostaria apenas de salientar que todos os caboclos
possuem a sua vibração original, mas isso não impede que ele
possa atuar sobre outras vibrações, por exemplo, o senhor Pena Branca
é um caboclo onde sua vibração original é oriunda de Oxalá,
mas já vi outros caboclos que trazem o mesmo nome, atuando
sob a vibração de Oxossi ou até mesmo Ogum.
Ocorre muita confusão em relação a isso, outro exemplo típico é o Sr.
Pena Dourada, originalmente ele é de Oxum, mas já o vi atuando
também em filhos de Oxossi. Mas a título de referência, de acordo
com a minha experiência, tentarei esmiuçar abaixo de acordo
com as minhas experiências:
Caboclos de Oxalá
A vibração de Oxalá é aquela que nos traz a Paz, a Pureza de Espírito,
são caboclos que atuam na camada mais sutil do Centro, em nossos centros
psíquicos, nos preparando para os trabalhos litúrgicos dentro do terreiro.
Falam muito baixo, costumam conversar, atuam também na área de
saúde. Muitos ocupam cargos de chefia dentro da falange dos
caboclos e dos próprios templos.
Alguns caboclos que atuam nessa vibração são Pena Branca, Águia Branca,
Urubatão da Guia, Tupã, Aimoré, Caboclo do Sol.
Caboclos de Iemanjá
São caboclos que em sua enorme maioria trazem o poder da cura, por
serem exímios manipuladores da água, o elemento da vida,
possuem grande capacidade para curar, regenerar tecidos recuperar
a vitalidade de cada órgão das pessoas. Não são muito sérios, costumam
falar mais que os caboclos de Ogum ou Xangô, existe muitas caboclas
também sob a vibração de Iemanjá, geralmente são caboclos que atuam
na praia ou no mar.
Entre os caboclos mais conhecidos dessa vibração estão Jurema da
Praia, Iara, Ondina, Jandira, Jacira, Caboclo da Lua, Beira-Mar, Ubirajara.
Caboclos de Ogum
Geralmente são sérios, atuam mais na Ordem do centro, inibindo a ação
de entidades maléficas e desmanchando demandas, são austeros,
destemidos e onde atuam a Paz deve existir, por trabalharem sob uma
vibração que representa a força, o desejo de vitória, limitam-se apenas
em trabalhar vencendo as Guerras que cercam os templos Umbandistas,
atuam na limpeza da Egrégora da casa.
Alguns deles são: Rompe-Mato, Beira-Mar, Pena Vermelha, Quebra-Ferro,
Rompe-Ferro, Sete Estradas, Sete Lanças, Sete Escudos, Sete Ondas.
Caboclos de Xangô
A Vibração de Xangô é a Justiça Carmica, é a Lei irrevogável e onipresente
Cosmica, são caboclos extremamente sérios, falam muito pouco, atuam
também no trabalho de desmanche de feitiços, fazendo prevalecer a
justiça para com os adeptos necessitados, alguns são exímios feiticeiros,
curandeiros e quimbandeiros, assim como a maioria dos caboclos
de Ogum, os caboclos de Xangô também atuam na esquerda e na
direita em sua maioria, a Justiça deve prevalecer independente do
que aconteça. Alguns caboclos de Xangô estão diretamente ligado aos
exus, que são os soldados do astral que auxiliam na Ordem das coisas.
Seus brados de guerra são muito intensos e breves.
Entre alguns caboclos estão Treme-Terra, Cachoeira, Mata Virgem,
Rompe Pedra, Sete Luas, Caboclo do Vento, entre outros.
Caboclos de Oxóssi
De todos os caboclos, são os que mais falam, é a vibração que
representa todos os caboclos em geral, costumam apresentar-se
como bons conselheiros, ótimos curandeiros e benzedeiros.
Alguns caboclos que atuam sob a égide de Oxossi Guaraná,
Jurema, Sete Encruzilhadas, Sultão das Matas, Araribóia, Cobra Coral,
etc.
Caboclos de Oxum
São caboclos que trazem todo o encantamento e doçura dessa vibração,
Oxum é a vibração de uma verdadeira mãe, protetora, amiga e sábia,
assim são os caboclos que atuam sob essa vibração.
Alguns caboclos que já presenciei de Oxum são Pena Dourada,
Iracema, Indaiara, Jandira, Jurema dos Rios, etc.
Caboclos de Obaluaie
São muito poucos caboclos que atuam sob essa vibração, são caboclos
muito sérios, falam muito pouco e costumam também realizar seus
trabalhos na esquerda. Seus brados de guerra geralmente são muito
curtos e ocos.
Alguns caboclos da linha de Obaluaie/Omulu são Arranca-Toco,
Vira-Mundo, Urutu, etc.
Algumas vibrações como Nanã, Iansã, Oxumaré, geralmente transmitem
aos seus filhos boiadeiros, o caboclo que o filho trabalha durante
os trabalhos Umbandistas, geralmente é o do segundo orixá de seu ori.
Raros os casos, por exemplo, de um caboclo de Iansã, como até mesmo
o Ventania, que para mim sua vibração é oriunda de Xangô ou até
mesmo Sete Flechas, que eu já vi muita filha de Iansã trabalhando.
Geralmente essa linha é evocada na abertura, para limparem a casa
de todos os malefícios que eventualmente ali adentram, em minha opinião,
é a linha de maior poder espiritual que atua sobre a egrégora da Umbanda,
em outras palavras, em termos de força guerreira; É uma linha que
respeito muito e acho de ilibada importância para os trabalhos umbandistas.
Os caboclos também são constituídos de nômades que atuavam no
Oriente, já vi alguns caboclos se plasmarem totalmente vestidos, com
roupas longas, denotando uma descendência mais oriental, vale
lembrar que os índios do norte da América também utilizavam roupas.
Muita são as tribos que atuam nos trabalhos de Umbanda, apenas
citando alguns: Sioux, Apaches, Chippeway, Comanches, Iroqueses,
Navajos, Peles-Vermelhas, entre outras tribos do norte da América, também
temos a presença dos Incas, Maias e Astecas que situavam-se mais
na América Central e a vasta quantidade de tribos brasileiras, como
Tupiniquins, Tupinambás, Aimorés, Tupis, Tamoios, Guaiacurús, entre
outras tribos, onde alguns caboclos receberam como nome de trabalho,
o nome de sua própria tribo.
Outro aspecto importante que já vi acontecer em terreiros, é o médium
de qualquer forma querer ter um cacique, vale salientar aqui que em
nem todos os casos, o cacique é o que possui maior luz, maior hegemonia
sobre os trabalhos, vale lembrar que o tempo de trabalho e a intensidade do
trabalho de uma entidade é o que determina seu conhecimento, experiência
e nível evolutivo, e como eu sempre digo, cada qual na sua função.
Nas tribos existiam diversos cargos, como os guerreiros, entre eles, havia
o seu chefe de Guerra, os Xamãs, que em algumas tribos também são
conhecimentos como pajés, que eram os curandeiros da tribo,
muitos eram conselheiros e exímios manipuladores de energia,
tinha os vigias, os caçadores, entre outros grandes cargos dentro de
uma mesma tribo. O seu pode não ser cacique, pode não ter o penacho
até o chão, mas isso no mundo espiritual nada quer dizer, mais vale o
grau evolutivo e a forma altruísta de trabalho do seu caboclo ao
tamanho do seu penacho. Eu já trabalhei com quatro caboclos, dentre eles,
apenas o Sr. Pena Branca era cacique, o meu chefe de ori, Sr Urubatão
da Guia era um xamã entre os peles-vermelhas, o caboclo do Sol um
curandeiro e feiticeiro e o Rompe-Mato um guerreiro austero.
Essa é a linha de caboclos, sempre solicitados nas demandas,
sempre solicitados quando é necessário a Ordem na Casa e geralmente
são os chefes de congas nos terreiros de umbanda, o guia representante
da vibração do seu médium e o responsável pelo comando da corrente
umbandista de seu filho.
Saravá a Linha de Caboclos.
Okê Caboclo!
CABOCLOS DE UMBANDA
A palavra caboclo, vem do tupi kareuóka, que significa da cor de cobre; acobreado. Espírito que se apresenta de forma forte, com voz vibrante e traz as forças da natureza e a sabedoria para o uso das ervas.
A marca mais característica da Umbanda, uma religião surgida no Brasil no final do século XIX e início do século XX, é a manifestação de entidades espirituais, por meio da mediunidade de incorporação. Os primeiros espíritos a “baixar” nos terreiros de Umbanda foram aqueles conhecidos como Caboclos e Pretos-velhos, a seguir surgiram outras formas de apresentação como as Crianças, conhecidas, variadamente, como Erês, Cosme e Damião, Dois-dois, Candengos, Ibejis ou Yori. Essas três formas, Crianças, Caboclos e Pretos-velhos, podem ser consideradas as principais porque resumem vários símbolos: representam, por exemplo, as raças formadoras do povo brasileiro – indígenas, negros e brancos europeus – e também representam as três fases da vida – a criança, o adulto e o velho – mostrando a dialética da existência. Além disso, trazem valores arquetipais de Pureza e Alegria na Criança; Simplicidade e Fortaleza no Caboclo e a Sabedoria e Humildade dos Pretos-velhos, mostrando o caminho para a evolução espiritual dos sentimentos, do corpo físico e da mente. Com a expansão da Umbanda, muitas entidades apareceram, como os Baianos, Boiadeiros, Marinheiros e outras, sem falar de Exu, outro grande ícone umbandista.
Essa diversidade confirma a abrangência desse movimento espiritual que chama a todos e recebe seres encarnados e desencarnados, com vibrações de fraternidade e amizade sob a luz de Oxalá.
Nesse artigo trataremos, mais especificamente, das entidades conhecidas como Caboclos, invariavelmente presentes nos terreiros de Umbanda, praticando a caridade e cumprindo sua missão espiritual.
Existem variações no entendimento que os umbandistas têm sobre o que sejam os caboclos. As variações são próprias do movimento umbandista, notavelmente plural, mas há consenso na Umbanda, no fato de que os Caboclos são espíritos de humanos que já viveram encarnados no plano físico e são, portanto, nossos ancestrais. É interessante notar que em alguns cultos afro-brasileiros, os caboclos são considerados “encantados” e se relacionam com os espíritos da natureza, recebendo nomes de animais, plantas ou outros elementos naturais. Essa percepção se aproxima das lendas indígenas que narram um tempo em que os animais falavam e viviam em comunhão com os homens, podendo um se transformar no outro, (veja mais nas obras de Betty Mindlin).
A palavra caboclo vem do tupi kariuóka, que significa da cor de cobre; acobreado. A partir daí vem a relação com os índios brasileiros, de tez avermelhada. Assim, a palavra caboclo passou a designar aquilo que é próprio de bugre, do indígena brasileiro de cor acobreada. Posteriormente surgiu a noção de caboclo como mestiço de branco com índio, o sertanejo. Dada essa relação dos caboclos com os indígenas – nos terreiros de Umbanda é dessa forma que se manifestam -, e aproximando esse fato ao Orixá Oxossi, que em África é cultuado como Odé, o caçador, o Senhor das Florestas, conhecedor dos segredos das matas e dos animais que lá vivem, diz-se que os Caboclos que baixam na Umbanda são espíritos ligados a Oxossi. Muitos entendem que somente esses são caboclos e que as entidades da vibração de Ogum, Xangô, Yemanjá e Oxalá não seriam, propriamente, caboclos. No entanto, há caboclos da praia, do mar e das ondas, das pedreiras, das cachoeiras, dos rios etc., cujos elementos se associam mais aos outros Orixás que a Oxossi.
Outra maneira de se interpretar as entidades de Caboclo, é como espíritos que se apresentam na forma de adultos, com uma postura forte, de voz vibrante, que trazem as forças da natureza, manipulando essas energias para trabalhar nas questões de saúde, vitalidade e no corte de correntes espirituais negativas. Seu linguajar pode se assemelhar ao dos indígenas, paramentados ou não com cocares, arcos e flechas, machadinha e espadas. Aqui estamos entendendo os Caboclos de maneira mais ampla, como símbolo de fortaleza, do vigor da fase adulta, existindo caboclos de Oxossi, Xangô, Ogum e mesmo aquelas entidades ligadas aos orixás femininos, como Yemanjá, Oxum, Yansã. É claro que essas últimas entidades não vêm como índias, mas com uma forma tipicamente relacionada aos seus atributos. Todavia, são entidades que se apresentam como adultos.
Feitas essas ressalvas, podemos dizer que todas as entidades de Umbanda, especialmente as Crianças, Caboclos e Pretos-Velhos, são espíritos ancestrais que estão ligados, cada um, a um Orixá. Assim, as crianças trazem a vibração dos Orixás Ibeji, conhecidos na Umbanda Esotérica como Yori; os Pretos-velhos vêm sob as vibrações dos Orixás Obaluaiê, Nana Burukum ou Yorimá e os Caboclos podem ser de Oxossi, Xangô, Ogum etc. Também é preciso falar que existem os chamados cruzamentos vibratórios em que uma entidade de Ogum, por exemplo, pode trazer também as forças de outro orixá, como Ogum Yara que além das forças de Ogum, movimenta também as forças dos Orixás das águas, como Yemanjá, Oxum etc.
Vejamos alguns exemplos de Caboclos de Oxossi: Caboclo Sete Flechas, Caboclo Folha Seca, Caboclo Pena Vermelha, Cacique das Matas, Caboclo Cobra-coral, Cabocla Jurema, Cabocla Jacyra, Caboclo Ventania, Caboclo Caçador e outros. Na linha de Ogum temos: Ogum de Lê, Ogum Beira-mar, Ogum Matinata, Ogum Sete Ondas, Caboclo Biritan, Ogum Megê, Ogum Sete Espadas e mais uma plêiade de espíritos que vêm sob essa vibração. Entre os caboclos de Xangô temos muitos caboclos famosos, como Caboclo das Sete Pedreiras, Caboclo Vira-mundo (que vem como Xangô ou Oxossi), Xangô Kaô, Caboclo Pedra Branca, Caboclo da Pedra Preta etc. Para citar alguns da linha de Oxalá, que dificilmente baixam, temos Caboclo Ubiratan, Caboclo Girassol, Caboclo Ipojucan, Caboclo Guaracy e Caboclo Tupi. Esses caboclos, normalmente, vêm fazendo cruzamento vibratório com outros orixás, especialmente com Oxossi.
Todas as entidades de Umbanda são importantes. Ainda que alguns se orgulhem de serem médiuns de caboclos renomados e tidos como chefes de falange, o que vemos é que quando estão no terreiro, os Caboclos tratam uns aos outros como iguais, mostrando que o que importa é o trabalho espiritual e, como em uma aldeia, tudo é feito em conjunto e com as ordens dos planos superiores. Assim diz um ponto cantado de caboclos: na sua aldeia ele é caboclo, é Rompe-mato e seu mano Arranca-toco, na sua aldeia lá na jurema, não se faz nada sem ordem suprema.
Todas as entidades de Umbanda são importantes. Ainda que alguns se orgulhem de serem médiuns de caboclos renomados e tidos como chefes de falange, o que vemos é que quando estão no terreiro, os Caboclos tratam uns aos outros como iguais, mostrando que o que importa é o trabalho espiritual e, como em uma aldeia, tudo é feito em conjunto e com as ordens dos planos superiores. Assim diz um ponto cantado de caboclos: na sua aldeia ele é caboclo, é Rompe-mato e seu mano Arranca-toco, na sua aldeia lá na jurema, não se faz nada sem ordem suprema.
É também do linguajar de caboclo, que não cai uma folha da jurema (da mata), sem ordem de Oxalá, ou seja, que tudo na vida tem motivo e que nossas ações são registradas na lei de causa-e-efeito, ou lei do karma. Mas isso não significa ficar passivo, esperando o pior acontecer. Os Caboclos também ensinam a termos coragem e a sermos guerreiros na vida, lutando pelo que é justo e bom para todos. No que é possível, os caboclos nos ajudam a entrar na macaia (a mata que simboliza a vida), a cortar os cipós do caminho (vencer as dificuldades) e, se preciso, caçar os bichos do mato (vencer as interferências espirituais negativas). Essa postura é evidenciada em vários pontos, como esse:
Atira, atira, eu atirei, eu bamba vou atirar Bicho no mato é corredor, Oxossi na mata é caçado.
Cadê Vira-mundo pemba (bis)
Tá no terreiro, pemba, com seus caboclos, pemba.
Veado no mato é corredor, cadê meu mano caçador
E o Caboclo Ventania que me protege noite e dia.
Cadê Vira-mundo pemba (bis)
Tá no terreiro, pemba, com seus caboclos, pemba.
Veado no mato é corredor, cadê meu mano caçador
E o Caboclo Ventania que me protege noite e dia.
Para quem vivência o terreiro, que há anos luta as batalhas espirituais e já viu os caboclos vencendo as demandas dos filhos-de-fé, afastando entidades negativas, tratando doenças que a medicina muitas vezes não resolve e dando lições de simplicidade, humildade, coragem e persistência, ouvir ou mesmo lembrar esses pontos cantados, traz uma sensação de alegria que enche o coração, renova o ânimo e nos dá a certeza de que estamos no caminho certo. Melhor do que qualquer leitura sobre caboclo é vê-lo incorporado atendendo quem precisa.
Fonte: Revista Orixás, Candomblé e Umbanda – Ano I – Nº 02
Assinar:
Postagens (Atom)