sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Cuide de Sua Saúde



Nas atividades diárias, você encontra muita desatenção para com a saúde, vivida
 por gigantesco numero de pessoas.
Observando bem, com sinceridade, talvez você mesmo esteja incluso nesse
 número de indivíduos que desrespeitam os recursos do corpo físico, que o 
Criador lhes concedeu. 
Na lista das cotidianas agressões contra a saúde do corpo, você poderá deparar-se
 com:
•   o vício do tabaco, sob todos os nomes incentivado aqui e ali;
•  o vício da gastronomia, que costuma deformar o estômago, o corpo 
em geral, danificando as suas funções, sendo, não obstante, mal interpretado
 como “comer bem”;
•  o vício dos exageros de trabalho, submetendo o maquinário orgânico a
 excessos tais que em curto tempo dilapidam as energias somáticas, 
candidatando o veículo carnal a prematuro desgaste;
•   o vício do demasiado lazer, que leva a pessoa a desrespeitar a lei
 de trabalho, atirando-se ao extremo oposto, que leva o corpo orgânico
 à inação, ao desgaste pela inoperância a que é relegado por aqueles que tudo
 entregam ou negociam por uma hora a mais no leito, ou por um feriado a mais
 e outras providências pró-paralisia, em nome de um contínuo cansaço.
•  o vício dos regimes para emagrecer ou para engordar, sem qualquer
 necessidade em muitos casos, ou sem a orientação da Medicina e do
 Nutricionismo, provocando desastres que podem conduzir à falência
 do veículo corporal.
•   Cuide da sua saúde, sim, sem esquecer, no entanto, que o seu 
corpo físico é importante bênção a serviço da sua evolução no planeta, 
é um bendito talento para que, bem utilizando-o, possa galgar os passos da
 evolução que você persegue.
Evite, então, os exageros de quaisquer tipos. Não se permita padecer 
carências e distúrbios orgânicos sem que procure os cuidados médicos necessários,
 sem cultivar, contudo, a hipocondria que estabelece a mania neurótica de
 doenças, bombardeando as células com os dardos da mente perturbada.
Evite o uso indiscriminado desse ou daquele medicamento, por mais apregoado
 esteja, considerando as reações danosas que podem provocar no seu corpo.
Cuide bem da sua saúde, com todos os cuidados que ela exige, seja do alimento 
de boa qualidade e da dinâmica da boa ginástica, desde os descansos necessários 
até os remédios bem indicados pelo facultativo. Assim, aprenda a fazer tudo o
 que lhe seja importante com moderação, de modo a não desperdiçar as
 bênçãos do corpo.
Não olvide, porém, que o seu estado mental e a sua harmonia psíquica
 são fundamentais para o devido acionamento dos seus recursos corporais.
Então, procure manter a sua mente alimentada por tudo o que lhe seja útil,
 salutar, relaxante, retirando você das tensões nervosas, dos estresses, que têm
 sido tão comuns na vida de hoje, provocando, com distúrbios psico-emocionais,
 as disfunções somáticas, gerando enfermidades ao invés de manter a saúde.
Cuide-se, então.
Respeite esse talento bendito que o Criador lhe oferta na Terra.
Viva o seu dia-a-dia com essa visão de que você é o grande responsável
 por seu estado geral de doença ou de saúde, como o senhor de suas células
 corporais, como você sabe que é.
Meditação:“Amai, pois, a vossa alma, porém, cuidai igualmente de 
vosso corpo, instrumento daquela. Desatender as necessidades que a própria
 Natureza indica, é desatender a lei de Deus.” (ESE, Cap. XVII, item 11, 
segundo parágrafo)


      Retirado do Livro “Para Uso Diário”, 
Cap. 29, psicografia de Raul Teixeira, pelo espírito Joanes.

Desdobramento



NO SONO ARTIFICIAL – Enfileirando algumas anotações com respeito ao desdobramento 
da personalidade, consoante as nossas referências ao hipnotismo comum, recordemos
 ainda o fenômeno da hipnose profunda, entre o magnetizador e o sensitivo.

Quem possa observar além do campo físico, reparará, à medida se afirme a 
ordem do hipnotizador, que se escapa abundantemente do tórax do , caído em transe,
 um vapor branquicento que, em se condensando qual nuvem inesperada, se 
converte, habitualmente à esquerda do corpo carnal, numa duplicata dele próprio,
 quase sempre em proporções ligeiramente dilatadas.

Tal seja o potencial mais amplo da vontade que o dirige, o sensitivo, desligado da veste
 física, passa a movimentar-se, ausentando-se muita vez do recinto da experiência,
 atendendo a determinações recebidas, pode efetuar apontamentos a longa distância 
ou transmitir notícias, com vistas a certos fins.

Seguindo-lhe a excursão, vê-lo-emos, porém, constantemente ligado ao corpo somático 
por fio tenuíssimo, fio este muito superficialmente comparável, de certo modo, à onda
 do radar, que pode vencer imensuráveis distâncias, voltando, inalterável, ao centro emissor,
 não obstante sabermos que semelhante conforto resulta de todo impróprio para o fenômeno
 que estudamos no campo da inteligência.

Nessa fase, o paciente executa as ordens que recebeu, desde que não constituam
 desrespeito evidente, desde que não constituam desrespeito evidente à sua dignidade 
moral, trazendo informes valiosos para as realidades do Espírito.

Notemos que aí, enquanto o carro fisiológico se detém, resfolegante e imóvel, 
a individualidade real, embora teleguiada, evidencia plena integridade de
 pensamento, transmitindo, de longe, avisos e anotações através dos órgãos 
vocais, em circunstâncias comparáveis aos implementos do alto-falante, 
num aparelho radiofônico.

À semelhança do fluxo energético da circulação sanguínea, incessante no corpo 
denso, a onda mental é inestancável no Espírito.

Esmaecem-se as impressões nervosas e dorme o cérebro de carne, mas o coração
 prossegue ativo, no envoltório somático, e o pensamento vibra, constante,
 no cérebro perispirítico.

NO SONO NATURAL – Na maioria das situações, a criatura, ainda extremamente 
aparentada com a animalidade primitivista, tem a mente como que voltada para si 
mesma, em qualquer expressão de descanso, tomando o sono para claustro 
remançoso das impressões que lhe são agradáveis, qual criança que, à solta, procura
 simplesmente o objeto de seus caprichos.

Nesse ensejo, configura na onda mental que lhe é característica as imagens com 
que se acalenta, sacando da memória a visualização dos próprios desejos, imitando
 alguém que improvisasse miragens, na antecipação de acontecimentos que aspira a 
concretizar.

Atreita ao narcisismo, tão logo demande o sono, quase sempre se detém justaposta
 ao veículo físico, como acontece ao condutor que repousa ao pé do carro que dirige,
 entregando-se à volúpia mental com que alimenta os próprios impulsos afetivos, 
enquanto a máquina se refaz.

Ensimesmada, a alma, usando os recursos da visão profunda, localizada nos fulcros do
 diencéfalo, e, plenamente desacolchetada do corpo carnal, por temporário desnervamento,
 não apenas se retempera nas telas mentais com que preliba satisfações distantes, mas
 experimenta de igual modo o resultado dos próprios abusos, suportando o 
desconforto das vísceras injuriadas por ele mesmo ou a inquietude dos órgãos que
 desrespeita, quando não padece a presença de remorsos constrangedores, à face
 dos atos reprováveis que pratica, porquanto ninguém se livra, no próprio pensamento,
 dos reflexos de si mesmo.

SONO E SONHO – Qual ocorre no animal de evolução superior, no homem de 
evolução positivamente inferior o desdobramento da individualidade, por intermédio do
 sono, é quase que absoluto estágio de mero refazimento físico.

No primeiro, em que a onda mental é simplesmente fraca emissão de forças 
fragmentárias, o sonho é puro reflexo das atividades fisiológicas. No segundo, 
em que a onda mental está em fase iniciante de expansão, o sonho, por muito
tempo, será invariável ação reflexa de seu próprio mundo consciencial ou afetivo.

Evolui, no entanto, o pensamento da criatura que amadurece, espiritualmente,
 através da repercussão.
Como no caso do sensitivo que, fora do envoltório físico, vai até ao local sugerido pelo
 magnetizador, tomando-se a ordem determinante da hipnose artificial pelo reflexo 
condicionado que lhe comanda as idéias, a criatura na hipnose natural, fora do 
veículo somático, possui no próprio desejo o reflexo condicionado que lhe
 circunscreverá o âmbito da ação além da roupagem fisiológica, alongando-se até
 ao local em que se lhe vincula o pensamento.

O homem do campo, no repouso físico, supera os fenômenos hipnagógicos e volta
 à gleba que semeou, contemplando aí, em Espírito, a plantação que lhe recolhe o carinho; 
o artista regressa à obra a que se consagra, mentalizando-lhe o aprimoramento; o espírito 
maternal se aconchega ao pé dos filhinhos que a vida lhe confia, e o delinqüente 
retorna ao lugar onde se encarcera a dor do seu arrependimento.

Atravessada a faixa das chamadas imagens eutópticas, exteriorizam de si
 mesmos os quadros mentais pertinentes à atividade em que se concentram, co os
 quais angariam a atenção das inteligências desencarnadas que com eles se afinam,
 recolhendo sugestões para o trabalho em que se empenham, muito embora, à distância
 da veste somática, freqüentemente procedam ao modo de crianças conduzidas ao 
ambiente de pessoas adultas, mantendo-se entre as idéias superiores que recebem 
e as idéias infantis que lhes próprias , do que resulta, na maioria das vezes, o aspecto 
caótico das reminiscências que conseguem guardar, ao retornarem à vigília.

Nesse estágio evolutivo, permanecem milhões de pessoas – representando a faixa 
de evolução mediana da Humanidade – rendendo-se, cada dia, ao impositivo do 
sono ou hipnose natural de refazimento, em que se desdobram, mecanicamente, 
entrando, fora do indumento carnal, em sintonia com as entidades que se revelem 
afins, tanto na ação construtiva do bem, quanto na ação deletéria do mal,
 entretecendo-se-lhe o caminho da experiência que lhes é necessária à necessária à 
sublimação no porvir.

CONCENTRAÇAO E DESDOBRAMENTO – Quantos se entregam ao labor 
da arte, atraem, durante o sono, as inspirações para a obra que realizam, compreendendo-se
 que os Espíritos enobrecidos assimilam do contacto com as Inteligências superiores os
 motivos corretos e brilhantes que lhes palpitam nas criações, ao passo que as mentes 
sarcásticas ou criminosas pelo mesmo processo, apropriam-se dos temas infelizes 
com que se acomodam, acordando a ironia e a irresponsabilidade naqueles que se lhes 
ajustam aos pensamentos, pelo trabalho a que se dedicam.

Desdobrando-se no sono vulgar, a criatura segue o rumo da própria concentração, 
procurando, automaticamente, fora do corpo de carne, os objetivos que se casam 
com os seus interesses evidentes ou escusos.

Desse modo, mencionando apenas um exemplo dos contactos a que aludimos,
 determinado escritor exporá idéias edificantes e originais no que tange ao serviço
 do bem, induzindo os leitores à elevação de nível moral, ao passo que outro exibirá 
elementos aviltantes, alinhando escárnio ou lodo sutil com que corrompe as emoções 
de quantos se lhe entrosam à maneira de ser.

INSPIRAÇÃO E DESDOBRAMENTO – Dormindo o corpo denso, continua 
vigilante a onda mental de cada um – presidindo ao sono ativo, quando registra
 no cérebro dormente as impressões do Espírito desligado das células físicas,
 e ao sono passivo, quando a mente, nessa condição, se desinteressa, de todo, 
da esfera carnal.

Nessa posição, sintoniza-se com as oscilações de companheiros desencarnados ou não,
 com as quais de harmonize, trazendo para a vigília no carro de matéria densa, em
 forma de inspiração, os resultados do intercâmbio que levou a efeito, porquanto
 raramente consegue conscientizar as atividades que empreendeu no tempo de sono.

Muitos apelos do plano terrestre são atendidos, integralmente ou em parte, nessa fase de
 tempo. Formulado esse ou aquele pedido ao companheiro desencarnado, habitualmente 
surge a resposta quando o solicitante se acha desligado do vaso físico. Entretanto, 
como nem sempre o cérebro físico. Entretanto, como nem sempre o cérebro físico está
 em posição de fixar o encontro realizado ou a informação recebida, os remanescentes
 da ação espiritual, entre encarnados e desencarnados, permanecem, naqueles Espírito 
que ainda se demorem chumbados à Terra, à feição de quadros simbólicos ou de 
fragmentárias reminiscências, quando não sejam na forma de súbita intuição, 
a expressarem, de certa forma, o socorro parcial ou total que se mostrem capazes de receber.

DESDOBRAMENTO E MEDIUNIDADE – As ocorrências referidas vigem na 
conjugação de ondas mentais, porque apenas excepcionalmente consegue a
 criatura encarna desvencilhar-se de todas as marras naturais a que se prende,
 adstrita às conveniências e necessidades de redenção ou evolução que lhe dizem respeito.

É imperioso notar, porém, que considerável número de pessoas, principalmente 
as que se adestraram para esse fim, efetuam incursões nos planos do Espírito,
 transformando-se, muitas vezes, em preciosos instrumentos dos Benfeitores da
 Espiritualidade, como oficiais de ligação entre a esfera física e a esfera extra física.

Entre os médiuns dessa categoria, surpreenderemos todos os grandes místicos da fé, 
portadores de valiosas observações e revelações para quantos se decidam marchar ao 
encontro da Verdade e do Bem.

Cumpre destacar, entretanto, a importância do estudo para quantos se vejam
 chamados a semelhante gênero de serviço, porque, segundo a Lei do 
Campo Mental, cada Espírito somente logrará chegar, do ponto de vista da 
compreensão necessária, até onde se lhe paire o discernimento.

Do livro: Mecanismos da Mediunidade
Psicografia: Francisco Candido Xavier e Waldo Vieira
Pelo Espírito de : André Luiz

O Que Significa Mojubá e Laroiê?



Mojubá é a saudação para Exu (da cultura nagô), o mensageiro, o que comunica aos homens a vontade dos Orixás e, a estes, leva o pedido dos homens.

Alguns dão o significado da palavra Mojubá como sendo “Apresentando meu humilde respeito”, no entanto, a palavra é comumente utilizada como um título, uma louvação que significa respeito e reconhecimento da grandeza e magnitude da entidade EXU.

Alguns acham que MOJUBÁ significa “REI” ou ainda que Mojubá seja uma saudação, como um comprimento que se faz a quem se tem respeito, a palavra também é utilizada para dizer que a pessoa é respeitada, portanto também faz analogia com outra palavra: "grande".

Na Umbanda usamos esta saudação para Exu e Pomba Gira onde dizemos:

Exu Mojubá ou Exu é Mojubá

Pode se entender por: “Exu eu te saúdo” ou “Exu é Grande, te reverencio”...

No dialeto Yorubá, podemos entender que Mojubá significa “meus respeitos”, sendo escrito da seguinte forma:

Mo jubá = meus respeitos

Aproveitando, vamos entender o que Significa LAROIÊ

  
Laroiê é uma palavra que significa “pessoa muito comunicativa”

Laroiê Exu! = Mensageiro, Exu!

Exu é Mojubá = Exu a vós meus respeitos!

Tolerância


Vive a tolerância na base de todo o progresso efetivo.

As peças de qualquer máquina suportam-se umas às outras para que surja essa ou aquela produção de benefícios determinados.

Todas as bênçãos da Natureza constituem larga sequência de manifestações da abençoada virtude que inspira a verdadeira fraternidade.

Tolerância, porém, não é conceito de Superfície.

É reflexo vivo da compreensão que nasce, límpida, na fonte da alma, plasmando a esperança, a paciência e o perdão com esquecimento de todo o mal.

Pedir que os outros pensem com a nossa cabeça seria exigir que o mundo se adaptasse aos nossos caprichos, quando é nossa obrigação adaptar-nos, com dignidade, ao mundo, dentro da firme disposição de ajudá-lo.

A Providência Divina reflete, em toda parte, a tolerância sábia e ativa.
Deus não reclama da semente a produção imediata da espécie a que corresponde. Dá-lhe tempo para germinar, crescer, florir e frutificar. Não solicita do regato improvisada integração com o mar que o espera. Dá-lhe caminhos no solo, ofertando-lhe o tempo necessário à superação da marcha.

Assim também, de alma para alma, é imperioso não tenhamos qualquer atitude de violência.

A brutalidade do homem impulsivo e a irritação do enfermo deseducado, tanto quanto a garra no animal e o espinho na roseira, representam indícios naturais da condição evolutiva em que se encontram.

Opor ódio ao ódio é operar a destruição.

O autor de qualquer injúria invoca o mal para si mesmo. Em vista disso, o mal só é realmente mal para quem o pratica. Revidá-lo na base de inconseqüência em que se expressa é assimilar-lhe o veneno.

É imprescindível tratar a ignorância com o carinho medicamentoso que dispensamos ao tratamento de uma chaga, porqüanto golpear a ferida, sem caridade, será o mesmo que converter a moléstia curável num aleijão sem remédio.

A tolerância, por esse motivo, é, acima de tudo, completo esquecimento de todo o mal, com serviço incessante no bem.

Quem com os lábios repete palavras de perdão, de maneira constante, demonstra acalentar a volúpia da mágoa com que se acomoda perdendo tempo.

Perdoar é olvidar a sombra, buscando a luz.

Não é dobrar joelhos ou escalar galerias de superioridade mendaz, teatralizando os impulsos do coração, mas sim persistir no trabalho renovador, criando o bem e a harmonia, pelos quais aqueles que não nos entendam, de pronto, nos observem com diversa interpretação, compreendendo-nos o idioma inarticulado do exemplo.

Oferece-nos o Cristo o modelo da tolerância ideal, em regressando do túmulo ao encontro dos aprendizes desapontados. Longe de reportar-se à deserção de Pedro ou à fraqueza de Judas, para dizer com a boca que os desculpava, refere-se ao serviço da redenção, induzindo-os a recomeçar o apostolado do bem eterno.

Tolerar é refletir o entendimento fraterno, e o perdão será sempre profilaxia segura, garantindo, onde estiver, saúde e paz, renovação e segurança.

Emmanuel
(Pensamento e Vida)

Obsessão: Tipos e Graus


1 - Tipos de Obsessão

A obsessão comporta vários tipos de expressão, em cujos limites nem sempre é possível estabelecer uma linha divisória. Analisaremos os tipos mais expressivos.

a) Obsessão de encarnado para encarnado

Pessoas obsidiando pessoas existem em grande número. Estão entre nós. Caracterizam-se pela capacidade que têm de dominar mentalmente aqueles que elegem como vítimas. Este domínio mascara-se com os nomes de ciume, inveja, paixão, desejo de poder, orgulho, ódio, e é exercido, às vezes, de maneira tão sutil que o dominado se julga extremamente amado. Até mesmo protegido.

Essas obsessões ocorrem por conta de um amor que se torna tiranizante, demasiadamente possessivo, tolhendo e sufocando a liberdade do outro. É, por exemplo, o marido que limita a liberdade da esposa, mantendo-a sob o jugo de sua vontade; é a mulher que tiraniza o companheiro, escravizando-o aos seus caprichos; são os pais que se julgam no direito de governar os seus filhos, cerceando-lhes toda e qualquer iniciativa; são aqueles que, em nome da amizade, influenciam o outro, mudando-lhe o modo de pensar; exercendo sempre a vontade mais forte, o domínio sobre a que se apresentar mais passiva.

b) Obsessão de desencarnado para desencarnado

São Espíritos que obsidiam Espíritos. Desencarnados que dominam outros desencarnados, são expressões de um mesmo drama que se desenrola tanto na Terra quanto no Plano Espiritual Inferior.

Espíritos endividados e compromissados entre si mesmos, através de associações tenebrosas, de idêntico padrão vibratório, se aglomeram em certas regiões, obedecendo à sintonia e à lei de atração, formando hordas que erram sem destino ou se fixam temporariamente em cidades, colônias, núcleos, enfim, de sombras e trevas. Tais núcleos têm dirigentes, que se proclamam juízes, julgadores, chamando a si a tarefa de distribuir justiça aos Espíritos igualmente culpados e também devotados ao mal, ou endurecidos pela revolta e pela descrença. A ação obsessiva manifestada entre desencarnados está claramente explicada em, pelo menos, duas obras espíritas da atualidade.

Na obra "Libertação" - psicografia de Francisco Cândido Xavier, ditada pelo Espirito André Luiz - temos a oportunidade de conhecer a história de Gregório, ex sacerdote católico que, atuando como poderoso dirigente das trevas, se auto-intitulava juiz e mandatário maior de governo estabelecido numa estranha cidade nas regiões inferiores do Plano Espiritual. Gregório comandava com punho de ferro uma vasta região habitada por Espíritos que apresentavam as mais variadas expressões de distanciamento do bem, sobretudo os denominados julgadores. Estes tomavam conhecimento de ações praticadas por Espíritos desequilibrados, analisava-as e emitiam sentenças condenatórias, mantendo tais Espíritos subjugados.

Em outra obra Espírita, intitulada "Nos bastidores da obsessão"- psicografia de Divaldo Pereira Franco e ditada pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda - há o relato de ações produzidas por outro poderoso obsessor - o doutor Teofrastus - que comandava falange de Espíritos obsidiados, sob o seu domínio, contra os Espíritos encarnados. A história deste infeliz dirigente das trevas - insigne mago grego, quando na Terra, residente na França, queimado pela Inquisição por volta do ano de 1470, em Ruão, após perseguição impiedosa e nefanda - resume-se na sua incapacidade de perdoar àqueles que o perseguiram, deixando dominar-se por doloroso sentimento de vingança.

c) Obsessão de encarnado para desencarnado

Expressões de amor egoísta e possessivo, por parte dos que ainda estão na carne, redundam em fixação mental daqueles que desencarnaram, retendo-os às reminiscências terrestres. Essas emissões mentais constantes, de dor, revolta, remorso e desequilíbrios terminam por imantar o recém desencarnado aos que ficaram na Terra, não lhe permitindo alcançar o equilíbrio de que carece para enfrentar a nova situação. A inconformação e o desespero, pois, advindos da perda de um ente querido, podem transformar-se em obsessão que irá afligi-lo e atormentá-lo. Idêntico processo se verifica quando o sentimento que domina o encarnado é o do ódio, da revolta, etc...

As brigas e os desentendimentos nas disputas de heranças entre herdeiros, fatores geradores de mágoas, podem atrair o Espírito desencarnado, diretamente relacionado com o problema, afligindo-o de tal forma que não consegue se desligar dos familiares. A inconformação pelo retorno ao plano espiritual de um ente querido, a saudade inconsolável ou a tristeza profunda após os funerais são outros fatores de fixação, capazes de manter prisioneiro o desencarnado.

d) Obsessão de desencarnado para encarnado

Sendo a mais conhecida, caracteriza-se pelo domínio de um desencarnado sobre alguém que vive no plano físico. As causas são várias. Citaremos algumas delas.

Amores exacerbados, ódios incoercíveis, dominação absolutista, fanatismo injustificável, avareza incontrolável, morbidez ciumenta, abuso do direito como da força, má distribuições de valores e recursos financeiros, aquisição indigna da posse transitória, paixões políticas e guerreiras, ganância em relação aos bens perecíveis, o orgulho e a presunção, egoísmo nas suas múltiplas facetas são as fontes geratrizes desse funesto condutor de homens, que não cessa de atirá-los nos resvaladouros da loucura, das enfermidades portadoras de síndromes desconhecidas e perturbantes do suicídio direto ou indireto.

e) Obsessão Recíproca

Assim como as almas afins e voltadas para o bem cultivam a convivência amiga e fraterna sob outro aspecto, as criaturas se procuram para locupletar-se das vibrações que permutam e nas quais se comprazem. Essa característica de reciprocidade transforma-se em verdadeira simbiose, quando dois seres passam a viver em regime de comunhão de pensamentos e vibrações. Isto ocorre até mesmo entre os encarnados que se unem através do amor desequilibrado, mantendo um relacionamento enervante. São paixões avassaladoras que tornam os seres totalmente cegos a quaisquer outros acontecimentos e interesses, fechando-se ambos num egoísmo a dois, altamente perturbador. Esses relacionamentos, via de regra terminam em tragédias se um dos parceiros modificar o seu comportamento em relação ao outro.

f) Auto-obsessão

Amiúde se atribuem aos Espíritos maldades de que eles são inocentes. Alguns estados doentios e certas aberrações que se lançam à conta de uma causa oculta, derivam do Espírito do próprio indivíduo. O homem, não raramente é obsessor de si mesmo. É incalculável o número de pessoas que comparecem aos consultórios, queixando-se dos mais diversos males - para os quais não existe medicamentos eficazes - e que são tipicamente portadores de auto-obsessão. São cultivadores de moléstias fantasmas. Vivem voltadas para si mesmos, preocupando-se em excesso com a própria saúde, descobrindo sintomas, dramatizando as ocorrências do dia-a-dia, sofrendo por antecipação situações que jamais chegarão a se realizar, flagelando-se com o ciúme, a inveja, o egoísmo, o orgulho, o despotismo e transformando-se em doentes imaginários, vítimas de sí próprios, atormentados por si mesmos.

2 - Graus da obsessão

A obsessão apresenta caracteres diversos, que é preciso distinguir e que resultam do grau do constrangimento e da natureza dos efeitos que produz. A palavra obsessão é, de certo modo, um termo genérico, pelo qual se designa esta espécie de fenômeno, cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.

a) Obsessão simples

Dá-se a obsessão simples quando um Espírito malfazejo se impõe a um médium, se imiscui, a seu mau grado, nas comunicações que ele recebe, o impede de se comunicar com outros Espíritos e se apresenta em lugar dos que são evocados. Ninguém está obsidiado pelo simples fato de ser enganado por um Espírito mentiroso. O melhor médium se acha exposto a isso, sobretudo, no começo, quando ainda lhe falta experiência necessária, do mesmo modo que, entre nós homens, os mais honestos podem ser enganados por velhacos. Pode-se, pois, ser enganado, sem estar obsidiado. A obsessão consiste na tenacidade de um Espírito, do qual não consegue desembaraçar-se a pessoa sobre quem ele atua.

Podem incluir-se nesta categoria os casos de obsessão física, isto é, a que consiste nas manifestações ruidosas e obstinadas de alguns Espíritos, que fazem se ouçam, espontaneamente, pancadas ou outros ruídos.

A obsessão simples é parasitose comum em quase todas as criaturas, em se considerando o natural intercurso psíquico vigente em todas as partes do Universo. Tendo-se em vista a infinita variedade das posições vibratórias em que se demoram os homens, estes sofrem, quanto influem em tais faixas, sintonizando, por processo normal, com outros comensais aí situados.

No momento do sono, encarnados sob o jugo da obsessão simples encontram seus afins - encarnados ou não - com os quais se identificam, recebendo mais ampla carga de necessidades falsas.

Quando despertam, trazem a mente atribulada, tarda, sob incômodo cansaço físico e psíquico, encontrando dificuldade para fixar os compromissos e lições edificantes da vida.

Na obsessão simples, pode-se instalar ideia fixa, que conduz ao intercâmbio mental com outros Espíritos afins. Surgem, como efeito natural, as síndromes da inquietação: as desconfianças, os estados de insegurança pessoal, as enfermidades de pequena monta, os insucessos em torno do obsidiado que soma as angústias dando campo a incertezas, a mais ampla perturbação interior.

b) Fascinação

A fascinação tem consequências muito mais graves. É uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium e que de certa forma, lhe paralisa o raciocínio. O médium fascinado não acredita que o estejam enganando: O Espírito tem a arte de lhe inspirar confiança cega, que o impede de ver o embuste, ainda quando esse absurdo salte aos olhos de toda gente. Fora erro acreditar que a esse gênero de obsessão só estão sujeitas as pessoas simples, ignorantes e baldas de senso. Dela não se acham isentos nem os homens de mais espíritos, os mais instruídos. Compreende-se facilmente toda a diferença entre obsessão simples e a fascinação. Na primeira, o Espírito que se agarra à pessoa não passa de um importuno pela sua tenacidade e de quem aquela se impacienta por desembaraçar-se. Na segunda, a coisa é muito diversa. Para chegar a tais fins, preciso é que o Espírito seja destro, ardiloso e profundamente hipócrita, porquanto não pode operar a mudança e fazer-se acolhido senão por meio da máscara que toma e de um falso aspecto de virtude. Por isso mesmo, o que o fascinador mais teme são as pessoas que vêem claro. Daí consistir a sua tática, quase sempre, em inspirar ao seu intérprete o afastamento de quem quer que lhe possa abrir os olhos. À medida que o campo mental da vítima cede área, esta assimila não apenas a indução telepática, mas também as atitudes e formas de ser do seu hóspede.

c) Subjugação

A subjugação é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: O paciente fica sob um verdadeiro jugo. No painel das obsessões, à medida que se agrava o quadro da interferência, a vontade do hospedeiro perde os contatos de comando pessoal, na razão direta em que o invasor assume a governança. A subjugação pode ser física, psíquica e, simultaneamente, físio-psíquica.

A primeira não implica na perda da lucidez intelectual, porquanto a ação dá-se diretamente sobre os centros motores, obrigando o indivíduo, não obstante se negue à obediência, a ceder à violência que o oprime. Neste caso, podem irromper as enfermidades orgânicas, por se criarem condições celulares próprias para a contaminação por vírus e bactérias ou perturbar-se o anabolismo como o catabolismo. No segundo caso, o paciente vai sendo dominado mentalmente, tombando em estado de passividade, não raro sob tortura emocional, chegando a perder por completo a lucidez. Perde temporária ou definitivamente durante a sua atual reencarnação a área da consciência, não se podendo livremente expressar. Por fim, assenhoreia-se simultaneamente dos centros do comando motor e domina fisicamente a vítima, que lhe fica inerte, subjugada, cometendo atrocidades em seu nome.

A subjugação é também chamada de possessão, uma vez que há domínio mais severo do obsessor sobre o obsidiado. Se na obsessão o desencarnado age externamente, com auxílio do seu perispírito, na possessão ele se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado; toma-lhe o corpo para domicílio, sem que este, no entanto, seja abandonado pelo seu dono. Agindo assim, o Espírito desencarnado constrange o encarnado a ver, a falar e a agir, ao mesmo tempo que o sobrecarrega de problemas físicos e morais. Simula uma espécie de posse, daí a expressão possessão.

Ouvindo a mensagem em caráter telepático, transmitida pela mente livre (desencarnado), começa aceder ao apelo que lhe chega, transformando-se, por fim, em diálogos nos quais se deixa vencer pela pertinácia do tenaz vingador. Justapondo-se sutilmente cérebro a cérebro, mente a mente, vontade dominante sobre vontade que se deixa dominar, órgão a órgão, através do perispírito pelo qual se identifica com o encarnado, a cada cessão feita pelo hospedeiro, mais coercitiva se faz a presença do hóspede, que se transforma em parasita insidioso, a simbiose esdrúxula, em que o poder da fixação da vontade dominadora consegue extinguir a lucidez do dominado, que se deixa apagar.

3 - Loucura e Obsessão

Todas as graves preocupações do Espírito podem ocasionar loucura. A loucura provém de um certo estado patológico do cérebro, instrumento do pensamento. Estando o instrumento desorganizado, o pensamento fica alterado. A loucura é, pois, um efeito consecutivo, cuja causa primária é uma predisposição orgânica, que torna o cérebro mais ou menos acessível a certas impressões. Esse fato é tão real que encontramos pessoas que desenvolvem grande atividade mental e nem por isso apresentam sintomas de loucura. Outras porém, ao influxo da menor excitação nervosa, apresentam sinais de perturbação mental. Existindo uma predisposição para a loucura, toma esta o caráter de preocupação principal, que então se torna ideia fixa; esta poderá ser a dos Espíritos, num indivíduo que deles se tenha ocupado, como poderá ser a de Deus, dos anjos, do diabo, da fortuna, do poder, de uma ciência, da maternidade, de um sistema político ou social. É provável que o louco religioso se tivesse tornado um louco espírita, se o Espiritismo fosse a sua preocupação dominante. É muito diáfana a linha divisória entre a sanidade e o desequilíbrio mental. Transita-se de um para outro lado com relativa facilidade, sem que haja, inicialmente, uma mudança expressiva no comportamento da criatura.Ligeira excitação, alguma ocorrência depressiva, uma ansiedade, ou um momento de mágoa, a escassez de recursos financeiros, o impedimento social, a ausência de um trabalho digno, entre muitos outros fatores, podem levar o homem a transferir-se para a outra faixa de saúde mental, alienando-se, temporariamente, e logo podendo retornar à posição regular, à de sanidade.

No aprofundado estudo da etiopatogenia da loucura, não se pode mais descartar as incidências da obsessão, ou predomínio exercido pelos Espíritos desencarnados sobre os homens. Tendo-se em vista o estágio atual de crescimento moral da Terra e daqueles que a habitam, o intercâmbio entre as mentes que se encontram em mesma faixa de interesse é muito maior do que um observador menos cuidados e menos preparado pode imaginar. Atraindo-se pelos gostos e aspirações, vinculando-se mediante afetos doentios, sustentando laços de desequilíbrios decorrente do ódio, assinalados pelas paixões inferiores, exercem constrição mental, e, às vezes, física naqueles que lhes concedem as respostas equivalentes, resultando variadíssimas alienações de natureza obsessiva.

4 - Mediunidade e desequilíbrios mentais

A prática mediúnica não produz loucura como supõem algumas pessoas que desconhecem os ensinamentos espíritas. A mediunidade não produzirá loucura quando esta já não exista em germen; porém, existindo este, o bom-senso está a dizer que se deve usar de cautelas sob todos os pontos de vista, portanto qualquer abalo pode ser prejudicial.

Devemos porém, analisar que a prática mediúnica pode oferecer perigos à pessoas imprudentes que não tem preparo doutrinário e não possuem certo equilíbrio moral, necessários à neutralização das influências obsessivas. Daí ser necessário investir no preparo do trabalhador do grupo mediúnico, promovendo melhor seleção de participantes que deverão compor a equipe da reunião. Esses perigos, entretanto, têm sido muito exagerados. Em todas as coisas há precauções a adotar. A Física, a Química e a Medicina exigem também prolongados estudos, e o ignorante que pretendesse manipular substâncias químicas, explosivos ou tóxicos, poria em risco a saúde e a própria vida. Não há uma só coisa, conforme o uso que dela fizermos, que não seja boa ou má. É sempre injusto salientar o lado mau das práticas espíritas sem assinalar os benefícios que delas resultam e que sobrepujam consideravelmente os abusos e as decepções.