segunda-feira, 26 de outubro de 2015


EXUMANIA.



Iniciando praticamente agora nossa participação no Blog de nosso amigo Edenilson, após trocas de idéias, resolvemos criar uma coluna que falará, a princípio mensalmente, sobre temas abertos em Comunidades do Orkut a respeito de Umbanda, Candomblé e Mediunidade, comentando os comentários, por assim dizer e analisando suas propostas. Como o que hoje chamam UMBANDA é na verdade um imenso apanhado de crenças e rituais e até mesmo doutrinas as mais variadas e por isso mesmo vemos, diuturnamente, as mais complexas discussões em torno de termos e vocábulos que para uns significam uma coisa, para outros outra e para outros mais outra ainda, vamos tentando, aos poucos e com muito tato, explicar onde e porque começam as discordâncias em alguns temas, de modo que com o desenrolar dos textos que aqui serão colocados, somente o acompanhamento de todos poderá levar à compreensão real de tudo o que se pretende repassar.

Antes ainda que leiam quaisquer de nossos textos é preciso que se diga que RACIOCÍNIO e MENTE ABERTA para isto são quesitos extremamente necessários, pois a defesa irracional e desmedida de qualquer princípio, apenas porque assim aprendemos e achamos que é como tem que ser, chama-se FANATISMO e isto não é positivo em qualquer crença já que nos bloqueia o raciocínio e nos impinge a aceitar somente o que aprendemos, na maior parte das vezes no "de boca em boca", tendo sofrido neste caminho, as mais diversas variações segundo as vontades dos que repassaram e dos que nos "ensinaram".

Achou alguma coisa que contradiz o que você aprendeu? Então pare, pense, repense, compare, chame lá de dentro de você mesmo uma coisa chamada RAZÃO e depois então monte sua própria conclusão.

Vamos ao nosso primeiro tema, já polêmico e desconcertante, a partir do momento em que por motivos de defesa do mito (até com certa razão) alguns passaram a criar defesas tão fantasiosas quanto contradicentes que, pelo que se observa, acabou criando um movimento que nós apelidamos de EXUMANIA.

Observemos, navegando pelas Comunidades de Umbanda que entre um, dois ou cinco temas diferentes, sempre temas semelhantes aparecem em seguida abordando quase sempre as mesmas perguntas:

Quem é Exu? Exu é diabo? Exu é Orixá? Exu faz o bem e o mal? Mata-se para exu na Umbanda? Exu dá e tira? Exu é catiço? Você mataria um bicho pra salvar uma vida humana?

Pode observar que os temas sobre Exus estão presentes sempre e em muito maior quantidade do que qualquer tema sobre Pretos Velhos, Caboclos, Crianças (esses sim os verdadeiros representantes da Umbanda no Brasil), sendo que esses três últimos, quando são evocados, pouquíssimas são as participações. Parece que até que conhecer-se sobre Exus é conhecer-se Umbanda!


Mas por que essa atração por Exus e Pomba giras? O que essas entidades trazem consigo que tanta curiosidade e ao mesmo tempo tantas controvérsias criam? Você mesmo vai chegar à sua conclusão ao final desta matéria. Mas leia-a por completo para que esta conclusão e outras mais não pequem pela ausência de subsídios razoáveis.

Vamos "começar do começo" (redundância forçada) observando que quando não existia Umbanda no Brasil (antes de 15 de novembro de 1908) já existiam Caboclos e Pretos velhos que baixavam nas já famosas "macumbas cariocas" que já eram, em síntese, uma mistura de cultos. Só que neste período "baixavam", SEM LEI, SEM DOUTRINA, SEM OBJETIVOS MAIORES que não fossem o atendimento a algumas necessidades humanas imediatas em sua maior parte e, principalmente sem que se importassem de estarem fazendo um bem para alguém e/ou fazendo um mal para outrem por decorrência, sendo a maioria dos mesmos que assim se apresentavam, usados pelos humanos, tanto para bons procedimentos quanto para demandas.

Tudo indica que ainda no Plano Astral já haviam entidades que se importavam com isto e, segundo a história da criação da UMBANDA,essas entidades não encontravam campo para suas atuações positivas no meios desses cultos desorganizados e sem lei e por isto precisavam se reunir em grupamentos com leis e objetivos bem discriminados, o que as levou a iniciarem um movimento Astral que culminou na Criação da UMBANDA anunciada pelo CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS.

Pois muito bem. Paralelamente e até concomitantemente, existiam grupamentos mediúnicos que lidavam com entidades que se apresentavam como Exus num outro movimento espiritual que recebeu o nome (apelido*) de QUIMBANDA. Nesses grupamentos a "magia" era totalmente voltada para objetivos materiais e imediatos, com tentativas de alcance de objetivos, fosse por que meios fossem, na base da força e através de espíritos bastante "materializados" e normalmente "marginalizados" que não se importavam com o que deveriam fazer - faziam desde que lhes fossem pagos certos "presentes", dentre os quais o sangue sacrifícial de bodes, galos e até bois.

Numa análise rápida e superficial porque não nos interessa entrar muito por esta porta, isto era a QUIMBANDA no período em que a UMBANDA aconteceu e estava se firmando e assim eram os EXUS que se conhecia então - espíritos marginais, SEM LEI, que faziam qualquer coisa por trocas e presentes, bem semelhantes (mas nem de longe iguais) ao que seria o tal do diabo das religiões católicas.

Calminha aí os EXUMANÍACOS, porque estamos falando de um passado que deve ser conhecido, até para que entendamos o que são os EXUS DE UMBANDA nos dias de hoje.

Continuando ... Essas entidades eram tão perigosas por sua total marginalidade frente à evolução e a qualquer tipo de LEI ou DOUTRINA, que eram temidas, sabendo-se até mesmo de locais em que os médiuns eram acorrentados à parede, tal era o grau de selvageria e agressividade que lhes era peculiar quando "montados" por seus Exus.


É preciso que se explique bem e LOGO AQUI, que o termo KIUMBA, hoje tão usado, foi criado muito recentemente, na década de 60, se não me engano, pelo finado W.W. da Matta e Silva, no intento de diferenciar os Exus que já estavam vindo na Umbanda, dos Exus que ainda se mantinham SEM LEI, mas que esse termo é reconhecido apenas por nós - é uma classificação NOSSA - porque você nunca viu ou ouviu e nem ouvirá ou verá, qualquer entidade que se apresente selvagemente numa gira de desobsessão ou descarrego se apresentando como KIUMBA "X", KIUMBA "Y" e daí por diante. E se viu ou ouviu pode estar certo de que foi O MÉDIUM FALANDO PELA ENTIDADE e não esta em verdade!

Se voltarmos ao início da VERDADEIRA UMBANDA (a que foi criada em 1908 porque o que havia antes era qualquer coisa menos UMBANDA), um culto com claros objetivos de EVOLUÇÃO ESPIRITUAL DELES E NOSSA, ATRAVÉS DA CARIDADE, veremos até que Exus não eram permitidos a não ser em casos muito especiais e sempre sob comando de entidades espirituais que já tinham condições de serem UMBANDISTAS, o que não os impedia de tentarem ir se aproximando desse NOVO CULTO, como AUXILIARES, ao mesmo tempo em que iam aprendendo com os mais evoluídos (MAIS CONSCIENTES DAS "NOVAS" VERDADES ESPIRITUAIS) novas formas de comportamento e de visão da espiritualidade inclusive, tudo muito diferente do que conheciam nos grupamentos QUIMBANDISTAS de onde eram provenientes.

Também paralelamente ao MOVIMENTO UMBANDISTA ORIGINAL desenvolviam-se outros grupamentos mediúnicos mais abertos (se podemos dizer assim), menos rígidos nos controles às entidades e que passaram a se auto-rotular de Umbandas, APÓS TEREM CONHECIMENTO DA EXISTÊNCIA DESSE CULTO, já que viram esse "direito" no fato de também darem passagem a Pretos Velhos e Caboclos (e só por isto já que as doutrinas e ritualísticas eram totalmente diferentes).

Esses, talvez por suas raízes africanas e o reconhecimento de um "orixá" de nome Exu em suas hostes, foram mais condescendentes em relação à participação dos Exus CATIÇOS (humanos desencarnados e não orixás) em seus terreiros, o que veio a confundir muito, nos dias de hoje, quando se tenta descobrir se os Exus sempre estiveram presentes na Umbanda ou se não!

A resposta certa para essa dúvida é NÃO! As falanges de Exus não faziam parte das falanges ou grupamentos espírituais que deram início à Umbanda Original no Brasil e sim de alguns cultos que se agregaram e se auto-rotularam UMBANDAS já no período em que ela ia crescendo em número de Tendas e ia se alastrando naquela velha forma deteriorante do "de boca em boca". Lembremo-nos que nessa época, nem o rádio existia no Brasil e jornais, uns poucos que muito certamente não contribuiriam com a divulgação de outro culto que não fosse o catolicismo, religião dominante nesse período. Foi somente em 1933 que foram publicados os primeiros artigos sobre Umbanda, escritos por Leal de Souza sob o título: "O Espiritismo e as Sete Linhas de Umbanda", mas quando vieram a público já haviam se criado muitas outras Umbandas, incluindo-se aí a criada pelo Caboclo Mirim, que em fundamentos e ritualística, muito já diferia do que fora proposto antes, exceto em seus objetivos principais (isto não é uma crítica e sim uma constatação e fatos).


Pois muito bem, o fato é que algumas entidades que pertenciam à Quimbanda em suas formas de Exus, foram, ao longo do tempo, adentrando às mais diversas Umbandas que se criaram então e, quando elas eram UMBANDAS DE VERDADE (as que mantinham o lema de trabalhar com espíritos para a caridade e a conseqüente evolução destes) eram doutrinados (recebiam controle e orientação sobre seus comportamentos e determinações sobre o que poderiam ou não poderiam fazer) e recebiam o título de "Exus Batizados na Lei de Umbanda" (batizados = iniciados na Lei) ou simplesmente "BATIZADOS" e, ao longo do tempo, eram considerados "COROADOS" aqueles espíritos que já tinham dado provas de que tinham aprendido a trabalhar segundo as Leis de Umbanda e nos quais se podia confiar como verdadeiros amigos.

Na fase anterior à de "BATIZADOS" recebiam o título de EXUS PAGÃOS, que seria o que hoje chamamos de KIUMBAS. Mas perceba bem que todos esses "títulos" lhes era dado por nós, os encarnados, porque eles todos sempre se apresentraram (e se apresentam ainda hoje) como Exus, fossem pagãos, batizados ou coroados.

Em Terreiros de UMBANDA DE VERDADE (pouco importando aí a raíz doutrinária desta Umbanda, se africana, kardequizada, católica, etc.), quando Exu chegava era para TRABALHAR e sempre, como já disse, sob controle de entidades Chefes de Terreiro (Caboclos ou Pretos Velhos) que inclusive, em muitos casos, mesmo nas giras a eles dedicadas (quando existiam) mantinham-se em terra e determinavam qual Exu poderia falar com o público, qual não estava ainda preparado, o que poderiam fazer ou não e depois, na hora certa, os mandavam "subir".

Por que eu usei o termo UMBANDA DE VERDADE? Porque ja haviam muitos Terreiros em que os Exus chegavam e, por suas capacidades de envolvimento psicológico, sempre com boas conversas, elogios aqui e ali, um abraço, um trabalhinho de auxílio muito bem feito acolá, iam paulatinamente, impondo seus rítmos e formas de trabalho a ponto de alguns Terreiros que continuaram se dizendo "de Umbanda" irem aumentando o número de Giras de Exus, diminuindo as de Pretos Velhos e Caboclos e chegarem a passar o COMANDO GERAL DE SUAS GIRAS a esses mesmos que deveriam estar ali para aprenderem com espíritos de maior conhecimento e evolução.


O que mais acontecia (e acontece até hoje) é que os ESPÍRITOS EXUS que assim procediam, vistos pelo prisma da UMBANDA DE VERDADE, não eram sequer COROADOS - no máximo BATIZADOS e com algum conhecimento dos princípios e objetivos Umbandistas, INDEPENDENTE do conhecimento que tinham sobre como desmanchar trabalhos ou fazê-los, sobre como influenciar o mental de pessoas sempre carentes, como incitar-lhes a FÉ neles mesmos (tudo aprendido ainda pelos lados da Quimbanda) e, como eram no máximo "BATIZADOS" mas não CONFIRMADOS (ou COROADOS) na Lei de Umbanda, continuavam, embora em menor escala, tanto ajudando quanto atrapalhando a vida alheia, como em casos, em que se criavam DEMANDAS entre Terreiros (não querem saber a verdade?), por exemplo, sempre comandadas pelo "Exu Tal" ou a "Pomba Gira Qual" que a exemplo dos "deuses" mitológicos, inclusive o bíblico Jeová em épocas mais remotas, eram invocados para guiarem seus "filhos de fé" contra outros "filhos de fé".

E como eu posso afirmar que esses Exus não eram CONFIRMADOS ou COROADOS?
O simples fato de saberem ser ESPÍRITOS AUXILIARES (que deveriam estar aprendendo mais) e envolverem os encarnados mais ingênuos até o ponto de lhes ser concedida a Chefia do Terreiro já nos demonstra isto, pois Exu COROADO (hoje também chamado GUARDIÃO) tem que saber muito bem o seu lugar dentro da UMBANDA e BATER CABEÇA para Pretos Velhos e Caboclos e nunca tentar fazer com que esses valores se invertam, porque aí o Terreiro já virou de QUIMBANDA, ainda que insistam em chamá-lo de "Umbanda" - verdade dura para muitos, eu sei. Mas VERDADE PURA!


Pois muito bem. Por toda essa história (que ainda foi muito superficial) dos Exus que vieram das Quimbandas, somando-se às lendas (itans) sobre o "Exu Orixá" dos cultos Nagôs que também auferiam a esse mito personalizado comportamentos nada adequados à civilização e ao que a sociedade compreendia e compreende como correto, tanto o "Exu Orixá" dos cultos afro, quanto o "Exu Catiço" das Quimbandas e Umbandas, foram assemelhados à figura também mitológica do diabo católico ... inclusive pelos próprios quimbandistas e muitos umbandistas (outra verdade dura) que parecem ter adorado usar essa imagens diabólicas que o comércio criou como de Exus em suas firmezas, tronqueiras, etc., o que corroborou ainda mais para a crença de que "EXU É O PRÓPRIO DIABO", crença esta que perdura e é incentivada e até aclamada por certos segmentos de certas ... "igrejas".

Com o ataque direto dessas "certas igrejas" ao mito Exu que se acentuou mais recentemente (desde a década de 70), impondo-lhes a culpa de todos os males da humanidade (Oh, Céus!), aconteceu uma reação por parte dos que vou chamar espiritualistas, exatamente em defesa do mito, o que seria até apreciável se esse movimento contra não extrapolasse e não começasse a atingir níveis fantasiosos e fanatizantes que, muito mais do que apenas defenderem e demonstrarem as incoerências, exageram e chegam a creditar a Exu (que em vários textos são confundidos - "Exu Orixá"/"Exu Catiço") até comandos da Natureza que nem aos ditos Orixás são dados. Em resumo, estão tentando, em muitas vezes, desqualificar as afirmações de que "Exu é o diabo" através de afirmações desprovidas de fundamento (por não conhecerem a verdadeira essência das falanges de Exus) e fantasias oníricas criadas por suas próprias mentes ou até mesmo por algum Exu apenas batizado que os acompanhe, intua e que se regozije com esses "NOVOS ATRIBUTOS" que estão usando para enaltecê-lo(s), ou seja, muita incoerência para combater incoerências.

E mais incoerências ainda vemos, quando no meio desses mesmos que afirmam que EXU NÃO É O DIABO, há os que ainda mantém em suas tronqueiras e até em um certos lugares que não pretendo citar agora, onde lhes vão render homenagens diversos Terreiros, AS MESMAS IMAGENS DEMONÍACAS criadas há dezenas de anos atrás para representarem quem...? OS EXUS!

A mania de Exus (ou EXUMANIA) vem crescendo tanto em função dessas "maravilhas" que agora lhes estão creditando, que encontramos até pessoas que deveriam ser mais espertas pelo nível cultural que demonstram, mas que são capazes de afirmar, com todas as letras, que os Exus são entidades em evolução (até aí tudo bem) em nível até superior ao dos Pretos e Caboclos, o que só pode acontecer ou ser verdade se os Pretos e Caboclos a que se referem forem tão Exus quanto os que, mais honestamente, se apresentam como tal - mais uma verdade dura que muitos insistem em não ver - fato este muito comum nas Quimbandas (mesmo as que se rotulam de umbandas), onde quem manda é Exu.

O pouco conhecimento sobre a essência das falanges de Exus (e os excessos de fantasias e "mistérios" que se divulgam) faz com que alguns afirmem (ora vejam só) que estando frente a frente com um Tranca Ruas, por exemplo, logicamante estão frente a um guardião, o que pode ser a maior das inverdades. Esquecem-se (ou nunca souberam pela pouca informação que têm nesse sentido) que os Exus batizados e os pagãos (kiumbas) também se apresentam com os mesmos nomes (Tranca Ruas, Tiriri, Marabô, etc), não sendo o nome de falange qualquer segurança que garanta estar-se falando com um coroado.

E aí ... como Exu virou chamariz até mesmo para giras de terreiros que pretendem medir seus potenciais pelo número de assistentes que lota suas dependências (pobres cegos, guias de cegos), pipocam no mercado, além das imagens diabólicas que demonstram que Exu não é diabo(?), cursos e mais cursos sobre "o mistério" Exu, que só virou mistério mesmo pra incentivar a curiosidade dos iniciantes.

Há pouco tivemos acesso a um texto de um certo autor que diz ter psicografado u'a mensagem de um certo Exu que, entre outros exagêros, chega a afirmar em um trecho de "sua fala": "Eu sou movimento. Não sou as ondas do mar, mas eu as faço movimentar-se...Não sou as estrelas na abóbada celeste, mas meu movimento faz a sua luz chegar até as retinas humanas...Não sou o ar que perpassa as folhas, mas as suas moléculas e partículas atômicas são mantidas em coesão e movimentadas pela minha força...."


Sem pretender "espichar assunto", só pela possibilidade de uma ENTIDADE (UM ESPÍRITO como qualquer outro) ter tentado sugerir as possibilidades acima, já poderíamos dispensar até "DEUS" de seus atributos, já que se as partículas atômicas são mantidas em coesão pela força de UM ESPÍRITO ( o tal "Exu" psicógrafo), provavelmente também foi ele quem criou e mantém o Universo.

Mais incrível ainda do que o fato de um Exu poder ter dito isto realmente
(afinal seria um Exu, envolvente como a maioria deles, não se sabendo se pagão ou batizado, porque um coroado não cometeria este desatino), é o fato de as pessoas que leram não perceberem a incoerência (esta e outras). Isso se deve especificamente ao grau de envolvimento e encantamento que adquiriram, tanto com essa entidades quanto com as fantasias que se criam diuturnamente sobre "seus poderes", "suas forças", "seus direitos de julgar e penalizar" e um outro tanto de lendas que alardeiam por aí afora.


O que a EXUMANIA está criando?

Seguidores encantados, embevecidos por lendas e fanatizados que, além de não compreenderem as verdadeiras funções dos Exus na UMBANDA (provavelmente porque quem lhes ensinou também não sabia), ainda acham que, apenas por estarem freqüentando este ou aquele grupamento espiritual, o Exu que aparece por meio de suas mediunidades TEM QUE SER UM COROADO! Mas nem querem saber que foram muito e muitos antes deles que assim pensando, hoje PAGAM DÍZIMOS por terem tido suas vidas viradas "de ponta cabeça".

Hoje (como antes também) vemos alguns ditos "umbandistas" que acreditam que todo espírito que vem na banda é de Umbanda e, portanto, é um ILUMINADO.

Mas se são, pergunto eu, porque teriam que EVOLUIR através da CARIDADE, se vemos claramente que os que não mais precisam são poucos, pouco vêm nas bandas e quando vêm têm comportamentos totalmente diferentes da grande maioria? Será que nossos Terreiros são mesmo esse "chão de estrelas" que muitos julgam ser? Ou serão verdadeiramente "TRAMPOLINS" PARA A EVOLUÇÃO ATRAVÉS DA PRÁTICA DA CARIDADE?

E mais: Será que os "iluminados" têm mesmo que ficar alardeando "suas luzes" e "poderes" (ou pseudo-poderes) como o fito de impressionar as mentes mais necessitadas de tantas fantasias?

O que a EXUMANIA está criando?


"Experts" em Exus e ignorantes em Pretos Velhos, Caboclos, Crianças que volto a afirmar NÃO SÃO ERÊS, mesmo que muitos assim os chamem. E prova disto está na quantidade de tópicos que se abrem sobre Exus, sempre com participações maciças em todas as comunidades do Orkut, por exemplo, e quase nenhuma sobre Pretos Velhos, Caboclos ... E mesmo quando são abertos, muito poucos são os que se aventuram a dar seus pitacos.

Por que?

Em primeiro lugar pelo fato dessas entidades não serem tão "envolventes" (tão malandras, em outras palavras) e sim, muito mais sérias em seus comportamentos e ensinamentos - isso não agrada a todos!

Em segundo lugar, que acaba sendo uma decorrência do primeiro, a essas entidades quase não se homenageiam com lendas e pseudo-poderes magísticos, já que aprenderam a trabalhar "na surdina" e sem alardes. São apenas os trabalhadores sérios que não se coadunam com determinados tipos de comportamentos e "idéias", não os incitam e até os combatem quando necessário (estou falando de Caboclos e Pretos Velhos DE LEI e não os que são tão Exus quanto qualquer outro e como eles agem).

Por não serem tão "envolventes" quanto os Exus; por não haver nenhuma lenda que os coloque como "agentes controladores da Natureza e até do universo" (como no caso do "Exu" citado antes); por não poderem ser confundidos quase que sempre com o MITO EXU ORIXÁ dos Candomblés porque são reconhecidamente ESPÍRITOS (o que o pessoal parece não querer ver no caso de Exus); porque são sérios demais em suas determinações ainda que pratiquem um sorrizinho aqui e outro ali, naturalmente não despertam tanta curiosidade na aprendizagem do que gostariam e poderiam ensinar, o que se pode perceber claramente ao visitarmos Terreiros e observarmos a diferença de quantidade dePÚBLICO E DE MÉDIUNS que freqüentam Giras de Exus e Giras de Velhos e Caboclos numa grande maioria de Terreiros.

Ainda "girando" pelas Comunidades, vemos aqui e ali o uso daquela velha "frase clichê", o tal de "Orai e Vigiai". Mas o que estamos observando, tendo como um dos exemplos essa EXUMANIA, não é bem isto não - o VIGIAI está muito longe de ser compreendido!


A propósito. Você que nos lê, já observou como cresce o número de "EX"?

Entenda quem quiser e, principalmente quem PUDER!
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* APELIDO - usei essa classificação para o nome dado (QUIMBANDA) porque há um culto de KIMBANDA (este com "K" mesmo) que é legitimamente africano e deveria ser um culto onde seus cabeças (os embandas) seriam tipo "feiticeiros do bem" e que atuariam em curas espirituais, por exemplo.

Etiene Sales, um umbandista que mereçe ser lido!



Olá! Há um bom tempo e sempre que tenho oportunidade, ao saber de textos escritos por Etiene Sales, a ansiedade e alegria pelos mesmos são grandes e invariavelmente a recompensa é a mesma, uma enorme satisfação intelectual e fraternal.

Enquanto temos e sabemos que há quem se esconda em palavras calculadas, prá fazer média e ganhar ovelhinhas obedientes, existe também UMBANDISTA de qualidade e coragem como Etiene Sales.

Caso vc queira saber mais, ele lançou há pouco tempo, salvo engano, um livro chamado Umbanda de Preto Velho – A tradição popular de uma religião - Editora All Print.
Se houver interesse em conhecer mais textos dele veja em:
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.php?user=ghostm
A Tristeza do Centenário da Umbanda em face de sua desunião e do
preconceito entre os Umbandistas. 


A importância dos 100 anos da Umbanda vai muito além de Zélio, isso dentro do meu entendimento.

Fundador ou Institucionalizador?

Eu acredito em Zélio como um institucionalizador de algo que já existia em termos práticos, ou seja, o trabalho de guias como pretos-velhos, caboclos etc.

Zélio deu um nome (que já era conhecido dos Bantos e que podemos encontrar em um dos livros do Artur Ramos como sendo o sacerdote de uma Macumba aqui no Rio de Janeiro) e uma formatação, intitucionalizando uma forma de culto, chamando-a de Umbanda ou Alabama ou Aumbandam. Até hoje não se tem certeza do nome original, mas que acabou ficando como Umbanda.

O que era praticado antes do Caboclo das Sete Encruzilhadas, pelos guias nos Candomblés de Caboclos, nas Macumbas Cariocas (Omolokô), nas Juremas, nos Catimbós etc, pode ser considerado como Umbanda?

Se considerarmos o trabalho desses guias, a sua atuação e a sua essência, podemos dizer que sim. Porém, se considerarmos apenas a forma pela qual foi definida a institucionalização do culto de Umbanda pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, na constituição de suas casas, não podemos considerar como Umbanda qualquer outra forma (lembrando que Umbanda então, seriam apenas as casas que seguem na íntegra, sem misturas, o culto introduzido pelo Caboclos das Sete Encruzilhadas; qulaquer coisa retirada ou acrescida a esse culto, já não pode ser considerada como Umbanda, vendo o Caboclo das Sete Encruzilhadas como
seu Fundador e idealizador). Se esse contexto for dito como a verdadeira Umbanda, como a correta (a que foi institucionalizada por Zélio), ela inviabiliza quaisquer outras formas e práticas, assim como doutrinas, ritos ou fundamentos que não sejam aqueles formatados por Zélio e o Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Existe Umbanda sem os guias?

Se considerarmos o trabalho precedente ao Caboclo das Sete Encruzilhadas, como já sendo Umbanda, na atuação de vários guias, ela simplesmente trilhou vários caminhos (a de Zélio era mais uma, e com a finalidade de institucionalizar a religião que já era praticada de forma
desordenada), assim como o próprio Cristianismo formou várias crenças, várias religiões Cristãs pelo mundo.

Hoje, como acontecia nos anos 40 do século XX (na época do Primeiro Congresso de Espiritismo de Umbanda - até o nome Espiritismo soa estranho, pois mostra uma dependência de identidade da Umbanda dentro do Espiritismo, e não dentro dela mesma como uma religião autônoma ou como um conjunto religioso por si só), existem diversas formas de Umbanda (ritos, práticas, formas, doutrinas etc) diferentes. Muitas que nem
sabem quem foi Zélio ou o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Que foram formadas a partir das Macumbas, dos Candomblés, das Juremas, dos Catimbós etc. As quais os seus guias fundadores nunca, se quer, souberam ou citaram Zélio e, muito menos, o Caboclo das Sete
Encruzilhadas como sendo fundador ou institucionalizador da Umbanda.

Muitas pessoas hoje em dia souberam de Zelio e, por conseguinte, seus terreiros, suas casas e até suas entidades, por meio de escritores como Rubens Saraceni, ou por meio das listas e sites na Internet.

Eu também não encontrei nenhuma referência ao termo Umbanda comoconstitutiva de uma forma de religião, nesses meus 22 anos de estudos, antes de 1908. Porém, encontrei referencias ao trabalho de entidades como pretos-velhos, caboclos, boiadeiros e até de exus, antes de Zélio. Então temos que pensar: se retirarmos essas entidades trabalhadoras
teríamos Umbanda? Ou só temos Umbanda porque temos o trabalho estruturado dessas entidades; seja separadamente ou em grupo?

Então para mim, como para outros pesquisadores, como Renato Ortiz, José Guilherme Cantor Magnani, Diana Brown, Yvonne Maggie e tantos outros, a representatividade daquilo que se chama Umbanda, não é dada pela  anunciação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas por algo que já existia antes dele, e que por ele foi institucionalizada, dado um nome e
colocando como sendo uma religião de negros e indios, de excluídos, digamos assim. Formas e essencias que se juntaram e foram se aglutinando ao longo do tempo, formando o que conhecemos hoje como Umbanda ou como um conjunto religioso chamado Umbanda.

Acredito eu que o mais importante hoje não é saber quem têm ou quem não têm a verdadeira Umbanda (ou se apenas aqueles que seguem o Caboclo das Sete Encruzilhadas são Umbanda - Mas tem que ser seguidor na íntegra e sem misturas ou adaptações, porque se isso ocorre já descaracterizou o que foi por ele colocado), mas sim todos nós, independente da forma, prática, doutrina e fundamentos (se veio ou não de Zélio, ou se nunca escutou quem ele foi), todos nós termos respeito e nos enxergamos como
Umbandistas.

No passado e hoje em dia, continuamos errando e batendo na mesma tecladogmática (e dizem que Umbanda não tem dogmas) da verdadeira Umbanda. Que a verdadeira Umbanda é assim, que ela é assada; que a verdadeira Umbanda é a de Zélio ou de A, ou de B, ou C ... E, pela lógica, se só existe uma proposição correta, as outras, por conseqüência, estarão
erradas. Assim, se a Umbanda preconizada por Zélio é a verdadeira e a que tem que ser seguida, as outras estão erradas: não são Umbanda.

Muita gente ainda vê a Umbanda por essa lógica simplista e, se os demais não seguem a Umbanda preconizada por Zélio, a Umbanda Branca e verdadeira, então não estão fazendo Umbanda. Mas quem hoje em dia (como nos idos de 41) faz essa Umbanda? Nem nas casas institucionalizadas pelo caboclo das sete encruzilhadas se faz a mesma forma de Umbanda, ou fazem? (pode atabaque, tem o título ou a função de Ogã, pode beber, pode fumar, se trabalha com exu, boiadeiro, marinheiro, baiano, corta-se porco, não se pode cortar ...).

Eu acredito que temos que mudar o foco das verdades, da exclusão(exclusão essa que foi a espinha dorsal do mito da anunciação do caboclodas sete encruzilhadas, na federação Espírita de Niterói) das Umbandas.Temos que partir para a inclusão e não para exclusão; nos vendo como um todo, um conjunto diverso e plural que é a Religião de Umbanda em todas as suas vertentes. 

Enquanto os Umbandistas não se aceitarem como tais; enquanto houverdiscriminação intra-religiosa e super-valorização de algumas doutrinascomo sendo Umbanda e de outras como não sendo Umbanda, nunca iremos nos unir de fato. Esse foi nosso erro do passado e continua sendo nosso erro de hoje. 

A Umbanda, há muito tempo, já se tornou Ecumênica (um conjunto religioso diverso e plural), mas parece que a soberba e o dogmatismo de ser ou estar acima do outro, de ter a verdadeira verdade ou de se deixar acreditar que se tem a verdadeira verdade, está destruindo uma esperança de união.

Na época em que Zélio incorporou o caboclo e ele institucionalizou uma forma de culto, aquilo alí era contextual e necessário naquela época, naquele momento histórico. Hoje existem várias formas de doutrina dentro da Umbanda e é essa a nossa realidade de hoje.

Devemos lembrar também, que na época inicial do caboclo das sete encruzilhadas, ter a doutrina espírita como referência era a doutrina que se espelhava a Umbanda por ele preconizada. Só que as coisas mudaram e a religião se transformou, se modificou, evoluiu em diferentes partes, se fundindo e assumindo outras formas, e manifestou outras doutrinas (vide os diversos livros tidos como "doutrinas Umbandistas" que, por vezes, são discriminatórios entre sí ou cada um fala a sua própria verdade como sendo o todo da Umbanda; há casos até, em que são obras psicografadas, manifestando uma legitimidade do Astral Superior como uma codificação geral, para toda a religião).

Se não entendermos as modificações acontecidas na Umbanda ao longo desses 100 anos (essas transformações, essa evolução), nunca conseguiremos nos ver como um todo, nos respeitar como um todo, nos aceitar como parte desse todo que mudou e evoluiu: plural e diversificado.

Se o próprio Cristianismo se modificou, se transformou, se ramificou em diversas crenças, em várias religiões Cristãs diferentes, porque seria diferente com a Umbanda?

A Umbanda é uma religião ecumênica, diversa e plural. E só iremos alcançar uma união de fato e de direito quando todos nós nos enxergarmos como membros dessa diversidade e dessa pluralidade; num ecumenismo sem fronteiras para a espiritualidade.

Um contexto religioso onde não há Papas, Potestades com a única e verdadeira verdade, onde não há uma única doutrina codificada, mas diversas doutrinas irmãs e correlatas dentro de princípios básicos de caridade, amor ao próximo, paz, evolução e fraternidade.

É assim que vejo a Umbanda em seu todo e espero que um dia possamos nos unir, nos despindo do fantasma do dogmatismo, da exclusão e do preconceito. Que tenhamos mais 100 anos de vida, mas com uma união ecumênica e fraterna, real e transparente.

Sem preconceitos de que isso não é Umbanda, você não pode ser Umbanda, a Umbanda só pode ser isso ou aquilo. Afinal, a Umbanda não tem donos, muito menos, um terreiro, centro ou tenda que possa dizer, com plenitude e firmeza, que pratica a verdadeira Umbanda em toda a sua abrangência. 


Até porque, quem faz ou o que é a verdadeira Umbanda?

Que possamos ter 100 anos de respeito entre nós, buscando uma União e sem preconceitos, mágoas, ofensas, humilhações ... 100 anos de valorização de todos os Umbandistas, respeitando um ao outro como irmãos de Umbanda (independente das formas e doutrinas), em uma cultura de alteridade e fraternidade.

Um abraço a todos,

Etiene Sales - GhostMaster
Administrador, Sacerdote Umbandista, Pós-graduado em Ciências da Religião


Á todos que enxergam e praticam o discernimento e a simplicidade como umbandistas,


Paz e Luz!

À Amizade Verdadeira e aos Amigos da Verdade



Amizade Real X Simulacros de Amigos

(Falando de Amizade, Simulacros, Relacionamentos, Carma e Verdades, na Lata!)

- Resposta da Companhia do Amor a uma pergunta feita por um amigo próximo, que enviou um e-mail triste, em que conta como estava magoado com a ruptura de uma amizade antiga, por motivos bobos, que, segundo ele, poderiam ter sido resolvidos com mais diálogo, maturidade e compreensão.

Não existem inimigos fora de você mesmo.
Sabe aquele amigo de ontem, que hoje lhe detesta ou depõe contra? Na verdade, nunca foi seu amigo verdadeiro. Era um simulacro* de amigo.
Amigo real, dos bons, jamais vira a cara, mesmo com todas as adversidades conjuminando contra; mesmo com fofocas e tolices rolando no meio escuro da maledicência.
A vida é assim: as pessoas vão e vêm, e vice-versa; faz parte do jogo de viver.
Quem é verdadeiro, pontifica na amizade e no respeitoquem é amigo só de fachada, sempre tem algum interesse mesquinho no final; sempre apresentará a conta pela amizade.
Birras, muxoxos, pirraças, semblantes amarrados ou falação descabida pelas costas, tudo isso faz parte do coração do simulacro de amigo. Ou seja, é estado de consciência dele mesmo.
Portanto, passe por isso tranqüilamente. As consciências se encontram na eternidade da vida, isso é certo. O que não foi feito corretamente, com certeza será esclarecido; às vezes em outros planos de consciência, onde cada um poderá ver o que está no coração do outro, sem véus ou falação descabida. Deixe o tempo rolar suas águas por baixo das pontes vitais...

De sua parte, apenas seja generoso. Perdoe os atritos e palavras mal projetadas por outros. Você não sabe o que se passa no íntimo de ninguém. Aliás, muitas vezes você não sabe nem o que se passa com você mesmo, ou o por quê de certas sensações e coisas que sente e lhe impulsionam os atos.
Deixe os outros com eles mesmos, cada um com a responsabilidade daquilo que fala, sente e faz. E você, consigo mesmo, ciente de tudo o que acontece em seus pensamentos, emoções e atitudes. E responsável, acima de tudo.

Se alguém falou mal de você, problema da pessoa - causa e efeito de cada um-; mas se você se ofendeu com isso, aí o problema é seu - causa e efeito seus mesmo. E se você falou mal, isso é seu também. É simples assim; chama-se causa e efeito.”

“Sabe quem entende bem disso? O Dr. Carma!** Ele é o especialista.
Trabalhe a paz em você mesmoA imaturidade dos outros é problema deles.
Evite julgar a conduta alheia; se alguém quer se afastar, respeite.
Se os motivos alheios forem pequenos, isso é deles mesmos.
Preste mais atenção nos seus próprios motivos; se eles forem pequenos, resolva-os. E um dos motivos pequenos é justamente o aborrecer-se com o julgamento alheio.
Quando o amigo é um simulacro, a atitude é pequena. 
Amizades, casamentos ou sociedades de simulacro, sempre acabam pequenos.
Só o amor é real e grandioso! E isso é tão raro! Tão raro como respeitar a vida.”

“Rapaz, seja grandioso! Não por ego, mas pela sua paz de espírito.
Saiba valorizar melhor os seus amigos reais, e jamais os perca, pois eles são raros. São eles que lhe compreenderão nos momentos difíceis; são eles que permanecerão.
E não leve as coisas tão a sério, nem a si mesmo, ou o que dizem de você.
Seja você mesmo, mas grandioso! Dá trabalho, mas garante a melhoria.
Mas, também dá trabalho ser pequeno: dói demais, por dentro.
E, quem projeta farpas no mundo, é porque já as tinha em seu arsenal interior.”

P.S.: O mantra de hoje é “OM GRANDIOSO OM!”

- Companhia. do Amor - A Turma dos Poetas em Flor.

(Recebido espiritualmente por Wagner Borges – Curitiba, 10 de outubro de 2006).
Notas: Nota de Wagner Borges:

Estou disponibilizando a resposta dos espíritos da Companhia do Amor publicamente, por um motivo justo: os toques deles poderão ser úteis para a reflexão de muitas outras pessoas que estão magoadas em lances de relacionamentos.
Como sempre, eles falam diretamente o que é necessário, “sem dourar a pílula”.
Certa vez, um deles me disse:
Carregar ódio no coração é igual a se alimentar de algo embolorado:
fermenta muito e faz arrotar atitudes medíocres; 
e alguns ainda vomitam na vida a porcaria que fizeram questão de engolir e de manter fermentando. 
Golfam no mundo a própria acidez emocional, sem jamais atinar que a causa de tudo está em suas emoções fermentadas pelo ódio. 
Por que as pessoas não notam que as emoções pesadas são doenças psíquicas? Por que permitem o empobrecimento de suas vidas com carradas de atitudes tacanhas? 
Quando o ódio enferruja a alma, o amor passa batido. 
E aí, só ficam as golfadas emocionais sujando tudo em volta, inclusive a própria vida.”
Mais do que um grupo de poetas e escritores extrafísicos, penso que eles são “médicos da alma”. Em lugar do bisturi, eles usam as palavras em suas cirurgias emocionais.
De minha parte, eu sou apenas o enfermeiro, ajudando nas cirurgias e aprendendo tudo o que posso. E de tudo o que eles escrevem, não tiro o meu ego da reta. Os toques e espetadas conscienciais que eles dão também são um alerta para minha própria vida.

Notas do texto:

* Simulacro – aparência; imitação; superficialidade; aspecto exterior e enganador.

** Carma - do sânscrito “Karma” - Ação; Causa – é a lei universal de causa e efeito - Tudo aquilo que pensamos, sentimos e fazemos são movimentações vibracionais nos planos mental, astral e físico, gerando causas que inexoravelmente apresentam seus efeitos correspondentes no universo interdimensional. Logo, obviamente não há efeito sem causa, e os efeitos procuram naturalmente as suas causas correspondentes. A isso os antigos hindus chamaram de carma.

*** A Companhia do Amor é um grupo de cronistas, poetas e escritores brasileiros desencarnados que me passam textos e mensagens espirituais há vários anos. Em sua grande maioria, são poetas e muito bem humorados. Segundo eles, os seus escritos são para mostrar que os espíritos não são nuvenzinhas ou luzinhas piscando em um plano espiritual inefável. Eles querem mostrar que continuam sendo pessoas comuns, apenas vivendo em outros planos, sem carregar o corpo denso. Querem que as pessoas encarnadas saibam que não existe apenas vida após a morte, mas, também, muita alegria e amor.
Os seus textos são simples e diretos, buscando o coração do leitor.
Para mais detalhes sobre o trabalho dessa turma maravilhosa, ver os livros "Companhia. do Amor - A Turma dos Poetas em Flor – Volumes 1 e 2" - Edição independente - Wagner Borges, e sua coluna no site do IPPB (que é uma das seções mais visitadas no site): www.ippb.org.br
Outro dia, numa nota ao final de um texto, eles escreveram o seguinte:
“Nós aqui, da Cia. do Amor, não sabemos tudo. Não somos sábios espirituais nem mestres de ninguém. Mas jogamos limpo e fazemos aquilo que O Papai do Céu nos pede sempre: “falar na lata as verdades espirituais, sem rabo preso com nada, direto na veia, como manda o figurino”. Somos leais e bem espertos (ou seria despertos?) e valorizamos demais o dom da vida. E o amor é a coisa mais bonita que existe. NINGUÉM MORRE... A VIDA CONTINUA... VAMOS JOGAR...
Na Terra ou no Astral, sejamos craques (muito felizes), jogando um bolão nos eternos campos da vida... fazendo golaços (atitude bacanas), balançando a rede e correndo para a galera (os amigos, dessa e de outras vidas), sem nos esquecermos de agradecer ao Papai do Céu, o Dono de todos os campos e uniformes e também de todas as bolas (planetas) que rolam no gramado sideral.
O mantra de hoje é: ‘OM SEJA FELIZ OM!’
Ou seria melhor: ‘OM CRAQUE OM!’
A Cia. do Amor vai nessa e deixa uma AXÉZÃO para todos os leitores inteligentes e sensíveis à alegria de viver.”

De todo meu coração, obrigado João Carlos por me lembrar deste mantra;

SORRIA E SIGA O SOL!


Paz e Luz!
CAMBONAR




"O ato de cambonear ou cambonar é o ato de servir.

O mundo perfeito seria : quando entrar para uma gira o médium deveria cambonar durante um bom tempo - considero o mundo perfeito 1 ano.

Com isso ele vai aprender a diferenciar as entidades, o que fumam, bebem, falam, usam, desenham, incorporam, desencorporam.

Aprender que toda consulta é sigilosa e que devemos falar em tom baixo durante pois ninguém tem que ouvir ou entender ou saber o pq da consulta.

Devemos orientar os consulentes quanto ao entrar na gira, cumprimentar a entidade e fazer com que ela se senta a vontade para expor seus problemas.

Mas que lá não é casa da "mãe Joana" para ficar conversando ou brincando durante a sessão.

Respeito com o médium e com a entidade, cuidado com o que fumam, andar com "fogo" para acender o charuto ou cigarro.
Ver se a entidade precisa de água ou alguma coisa.. e tirar e arrumar o cabelo do médium.

Ter ciência que muitas vezes seremos peça de decoração pois o recado não é para gente, mas em alguns momentos teremos que dar o dobro de atenção para ouvir, traduzir e explicar.

Não temos dar nossa opinião e sim traduzir o que a entidade esta falando.

Responsabilidade: se não ouvirmos devemos perguntar até entender o que devemos explicar pois uma explicação errada e a responsabilidade é minha.

Quando a entidade esta "chegando ou indo" devemos segurar, mas não apertar e sim apenas amparar, encostar a mão delicadamente no médium para que este não caia e não apertar para não tirar a vibração (senão o médium fica mausss).

Dar recados, pegar as velas, papeis e fazer anotações.

Quando não puder servir a entidade na hora, nakele momento, peça desculpas e avise: " já volto", "só um momento", "desculpe a demora".

Peça licença para passar na frente na entidade, ela pode estar trabalhando espiritualmente e vc passar na frente pode "levar junto".

Quando a entidade estiver dando passe, não passe atras dela, e sim na frente.. se observar vai ver que ela "joga as coisas para traz"...

Quando a entidade esta fazendo um "ponto" para o consulente, fique ao lado mas não passe nada por cima do ponto..lembre-se que o ponto riscado fica em "3D" no plano espiritual..

Ao pegar alguma coisa da entidade - peça licença e ao apagar um ponto peça licença... Educação é bom e respeito .. mais ainda :o)

se vc ver que a roupa esta incomodando, arrume, suba a calça, arrume as mangas.. deixe a entidade mais confortável possível..

Cambono tem que ter o radar ligado 26 horas durante o trabalho.

Se vc pediu silêncio e não adiantou... uso de boa educação e mande FICAR QUIETO e se não resolver fale com a entidade que esta tomando conta do trabalho.

Temos que cantar, bater palma, dançar, rezar :o)

Durante os pontos riscados, não fique sentado do lado da entidade e sim em pé próximo pois se tiver que pegar material será mais agil.

Ao sentar no chão o cambono ocupa um lugar que poderia ser da entidade, por isso fique de pé ao lado da entidade e nunca em cima da entidade que esta trabalhando.

Quer conversar com outras entidades, fazer sua consulta, deve-se perguntar ao guia chefe se pode ir ou avisar o cambono que cuida das consultas para que ela avise que aquela entidade tem X consultas contando com vc.

Brincadeiras.. dentro da casa não é lugar para rir alto ou ficar fazendo piadas.. claro que situações engraçadas acontecem mas a gira não deve parar para que vc dê risada.

Exerça sua função com responsabilidade e não como passa tempo."

Paz e Luz!

REFLEXÕES ESPIRITUAIS - TOQUES DOS INICIADOS



Olá! Desejo que este texto recebido pelo Prof. Wagner Borges toque seu espírito e silencie o mundo com seu canto de sereia, permitindo que a Voz do Silêncio diga tudo. O mais é excesso. Com um dia ouvi de um espírito;
"Nós estamos no mundo, mas o mundo não nos quer. Precisamos então, ocupar nosso lugar no mundo, para não darmos ao mundo, o que é do mundo." 
Sorria e Siga o Sol!
REFLEXÕES ESPIRITUAIS - TOQUES DOS INICIADOS
(Na balada extra-física com os mentores Espirituais) Por Wagner Borges 
No centro da noite, escuto um chamado sutil. Vêm do alto e entra pelo topo de minha cabeça. E vai direto ao meu peito... É silencioso, mas eu o escuto com o coração. É portentoso e, ao mesmo tempo, simples. Relaxo a mente e as emoções, e fico quietinho.
Então, de espírito a espírito, capto os toques dos Iniciados:
1. Violência é doença! A cura é a meditação serena.
2. Quem semear, colherá!
3. Com trevas no coração, como alcançar o Samadhi?
4. Objetivos levianos sempre atraem realizações tacanhas.
5. Carregar a luz em si mesmo não é tarefa para fracos de espírito.
6. Coração escuro atrai situações e entidades trevosas.
7. Espiritualidade é ação. Não é discurso. É estado de consciência.
8. Reunião espiritual não é ponto de encontro social!
9. A quem muito é dado, muito será cobrado. Conhecimento demanda responsabilidade.
11. Quem quer voar espiritualmente, que largue as correntes do medo.
12. Quem quer ir para o Alto, que se deite no leito pensando no Alto!
13. Semelhante atrai semelhante. Quem procura, acha!
14. Quem esquece a lanterna, perde-se na escuridão da noite.
15. Quem esquece o discernimento, tromba feio com as trevas.
16. Muitos se deitam em leitos com lençóis brancos e macios, porém, com a aura suja e com presenças invisíveis muito escuras agarradas neles.
17. Se a prece é de coração, tudo que é trevoso se afasta.
18. Aparência externa engana muito. Mas as energias revelam o que cada um é. Na luz, o real sempre aparece.
19. Anda na beira do abismo quem se deixa levar pela raiva.
20. O Invisível é a origem de todo visível. Quem ama, sabe!
21. Liberdade não é fazer tudo que se quer.É saber viver em equilíbrio e bem consigo mesmo.
22. Quem é da luz, respeita as trevas. Mas não se mete com elas.
23. Grandes enganadores sempre pagam um preço alto: também acabam enganando a si mesmos, até mesmo pela força do hábito.
24. Bons estudantes espirituais não fazem por menos: jamais se deitam sem erguer os pensamentos ao Alto. E, quando acordam, fazem o mesmo.
25. O homem não é poderoso para deter a corrente do tempo e o desgaste natural do seu veículo físico. Então, de onde vem sua arrogância?
26. Quem pondera, descobre o essencial: é só o Supremo que sabe o tempo certo de cada um. O Poder real é o d’Ele.
27. As grandes provas estão nas coisas simples da vida. E os grandes mestres são simples, como a vida...
28. Bons estudantes espirituais não fazem por menos: não reclamam das provas do caminho. E tiram lições delas, para seguir em frente com mais sabedoria...
29. Se alguém tiver ódio de alguém, não é da luz, pois seu coração escuro o liga a outras coisas trevosas.
30. Quem bate, é fraco de caráter. Forte é quem ama e compreende.
No centro da noite, eu medito e aprendo. Sondo o meu coração e pondero. E sinto várias presenças invisíveis, serenas e amigas, me saudando. E, por incrível que pareça, elas me agradecem por eu ter escrito. E eu também agradeço a elas, por me passarem reflexões tão legais. Então, elas e eu agradecemos juntos ao Supremo, por tudo. E a noite se ilumina, na graça do Todo que está em tudo.

P.S.: Às vezes, quem está no meio da multidão agitada, está mais só do que imagina. E quem aparentemente está só, mas na Luz, está mais acompanhado do que pensa, pois sente-se ligado a miríades de seres luminosos pelo espaço infinito...

Na noite das baladas, onde homens e mulheres e espíritos infelizes se engalfinham energeticamente, sedentos de sensações alienantes na atmosfera escura da grande metrópole de aço e concreto, onde o Grande Arquiteto Do Universo também me colocou para viver, aprender e trabalhar, eu escutei um chamado sutil para uma outra balada, em espírito.
E minhas companhias de balada consciencial são o sábio Sanat Khum Maat e o grupo extrafísico dos Iniciados (3). É com eles que vou viajar espiritualmente (4) daqui a pouco, logo que deitar a carcaça no leito.
E, graças a Deus, não estão limpos apenas os lençóis da cama, mas a aura também (5). E eu vou me deitar pensando no Alto, como deve ser...
(Esses escritos são dedicados aos meus amigos Victor Hugo França, Maísa Intelisano, Fernanda Lopes, Marisa, do espaço Origens, Luis Fernando Mingrone, o Enki, Ana Lahis Tano, e Patrícia, que são trabalhadores da luz e companheiros firmes de fé e de jornada - e a Vivian, linda moça, com coração e mãos de luz, a quem agradeço pela luz rosada e pelo carinho enviados a mim.)
De coração a coração, em espírito e verdade, que a balada dos mentores espirituais possa iluminar suas consciências e também fortalecê-los na jornada, humana e espiritual.

Espaço Para a Criança E a Juventude na Umbanda



Da Importância De Criar Um Espaço Especial Para A Infância E A JuventudeDentro Dos Templos Umbandistas

Por Cristina Zecchinelli (Ela é sensacional!) vermelhitos como sempre meus.

"Todas as religiões precisam construir seu futuro, precisam preparar os seus adeptos desde a infância de forma que ao chegarem à idade adulta possam dar continuidade aos cultos e ritos, e que o façam com sabedoria e responsabilidade.
A maioria das religiões tem algum tipo de educação preparatória para as gerações mais novas. Educação que inclui moral, ética, orientação para a vida, orientação a respeito de sua religião ( história e tradição, usos e costumes, leis, etc.). Desta forma, as religiões vão construindo um caminho para o futuro, para que haja uma continuidade de seus cultos e o mínimo possível de deturpação por ignorância. Constroem tradições que ficam internalizadas no espírito de seus adeptos que no futuro serão seus mantenedores.
A Umbanda, no momento em que completa 100 anos de sua institucionalização também deve preocupar-se com isso. Mais que somente pela tradição e pela continuidade, por sua missão de caridade e orientação ao próximo. Para que se formem Homens melhores, que por sua vez construirão o mundo do futuro de forma mais consciente. Isso faz parte da responsabilidade moral e espiritual de uma religião: dar base às novas gerações.
Quando me reporto a um espaço especial para crianças e adolescentes na Umbanda, me refiro à muito mais que tomar passes ou correr pelos terreiros, mais que algumas proveitosas conversas com os pretos velhos e caboclos. Refiro-me a uma programação educativa que inclua um determinado espaço e um determinado tempo (seja semanal, quinzenal ou mensal) para aplicar aulas regulares que informem sobre a vida, a religião e suas mensagens, moral , ética, etc. e assim formem o Homem o cidadão e o umbandista do amanhã.
Faz-se necessário que as crianças e adolescentes reconheçam em cada templo , mais que um lugar onde vão conversar e tomar passes, é preciso que reconheçam seus templos como um espaço ao qual vão para praticar seu encontro com o Sagrado e onde serão recebidas com a devida atenção e o devido preparo por parte daqueles que forem seusevangelizadores, professores da religião ou orientadores, o nome que se dará a essa figura ou à essas aulas é o que menos importa. Importa que exista esse espaço próprio para receber crianças e adolescentes e que essas o reconheçam como seu espaço de aprendizagem exercício espiritual. Importa que aqueles que se dispuserem a tal tarefa se preparem muito bem para receber esses espíritos tão cheios de energia, disposição e curiosidade. Importa que esse seja um espaço onde tanto uns como outros se sintam acolhidos e seguros, onde haja instrutores com a disposição para ouvi-los e esclarecê-los, que falem a sua linguagem, que os compreendam. Que as crianças e adolescentes tenham a quem recorrer para tirar suas dúvidas sem medo e sem pressa. Alguém que saibam que está ali especialmente para isso e que estará preparado para dar-lhes toda a atenção de que precisem. Que sintam prazer em comparecer às aulas e saiam de cada aulameditando sobre o seu conteúdo cheios de novas perguntas e pensamentos bons na cabeças, ansiosos para que chegue a próxima aula.
O conteúdo programático deve ser desenvolvido pela direção da casa com a supervisão e a chancela da espiritualidade. Deve estar de acordo com o direcionamento espiritual, ritualístico e filosófico de cada templo. O principal é que tal conteúdo inclua boas maneiras, ética, moral, história do seu templo, história da Umbanda, lições de amor e paz de grandes autores, parábolas educativas de Jesus ( já há livros infanto-juvenis que contam as parábolas em linguagem atualizada e sem dogmatismo podendo ser utilizadas por qualquer religião ou mesmo sem compromisso com nenhuma). Tal programa deve ainda conter explicações sobre a espiritualidade e os fundamentos da Umbanda e seus orixás e guias, orientações sobre o poder das energias, etc. Precisa ainda, ser dividido por faixa-etária, de forma a não ficar além ou aquém do alcance mental e emocional de cada turma.
A Umbanda precisa criar em suas crianças e adolescentes o orgulho sadio de pertencer a uma religião e o “poder” de saber o suficiente para dissertarem sobre ela quando entre seus amigos e colegas seja na escola , seja nos pátios ou nas praças. As crianças e adolescentes umbandistas passam muitas vezes por constrangimentos que vem menos do fato de freqüentarem a Umbanda e muito mais do fato de não saberem que são umbandistas e não possuírem argumentos para fundamentar numa conversa o que é a Umbanda e que são umbandistas. E aqui entra também a importância de que essas crianças e adolescentes tenham conhecimento não somente da Umbanda como uma visão geral de outras religiões.
Ilude-se aquele que pensa que as crianças e jovens não se preocupam com religião , que não conversam sobre o tema e que não se constrangem por não conhecê-lo. Engana-se profundamente o adulto que imagina que apenas a mera presença da criança nos dias de sessão e um passe ou uma conversa com as entidades bastem para a juventude de hoje.Não bastam! As crianças de nossos dias e os adolescentes não são tão desinteressados ou desligados quanto se quer pensar. Têm outras necessidades. São a geração do 3º Milênio. Espíritos que tem um enorme cabedal de conhecimento acumulado e que estão nascendo numa era de informações ultra-rápidas. Suas mentes parecem já vir com acelerador para recepção de conhecimentos. Seu mundo é um mundo de informações instantâneas onde não ter informação e principalmente, não ter formação podem gerar um sentimento de caos, de insegurança, de ter sido negligenciado e excluído de alguma coisa ou de não ser importante para a religião ou de que não deve importar-se com ela.
Muitos dirão não haver necessidade de tal processo educativo infanto-juvenil. Outros, que bastará deixá-los conversar com uma entidade ou outra que os tratará certamente com todo o amor e a sabedoria. Outros que isso é obrigação dos pais. Outros, que sempre foi assim e sempre deu certo até agora - a esses informo que estão infelizmente “parados no tempo” e que o tempo não pára, ao contrário aprece acelerar mais e mais a cada dia.Crianças não nascem mais de olhos fechados, aos 30 anos dominam o controle remoto e aos 5 dão banho em adultos quando o assunto é computador.

É preciso lembrar que são eles, crianças e adolescentes, que vivem num mundo dinâmico onde o tempo se torna cada vez mais curto e os pais cada vez menos presentes, são eles, que necessitam desse espaço-tempo. De inclusão plena. De uma base que parta do geral para o particular. E são eles o futuro da Umbanda , do país do mundo.
Se a Umbanda, essa mesma Umbanda que hoje se organiza em conselhos, organiza encontros , locutórios , cursos, seminários e palestras, e busca fazer ouvir sua voz, marcar seu espaço ao sol, influir e opinar sobre os assuntos da nação, Se essa Umbanda não perceber o grito silencioso das necessidades de suas crianças e jovens ( e não somente umbandistas, mas todos) então estará lutando por nada. Abandonando enfraquecendo os elos da corrente e será responsável pelo que deixar de fazer por e para essas gerações.
Aos umbandistas: zeladores , filhos de santo, ogãns e ekedi/sambas, freqüentadores da assistência, um apelo para que meditem sobre o assunto. Pesem suas responsabilidades diante do Astral , da Sociedade e de si mesmos, não se prendam somente à caridade socorrista seja no atendimento aos necessitados nos terreiros, seja em cestas básicas e campanhas diversas. A responsabilidade dos umbandistas prende-se também, e com certeza será cobrado de cada um, à educação das futuras gerações, ao amparo não somente físico e espiritual, mas moral e mental. Socorrer, orientar, amparar, ouvir, aprender, ensinar e sedimentar o bem, a fé e o amor nos corações das próximas gerações é tarefa de todo aquele que se pretende religioso, portando religado ao Pai, como irmãos mais velhos devem sempre cuidar dos mais novos.
É indispensável amar (na prática) nossas crianças e os nossos jovens, ensinar aos pequenos a importância dos valores morais, da ética, da fé, da confiança, do amor incondicional, da prudência, da tolerância. Infelizmente, o tempo em que somente exemplificar bastava já se foi. Hoje, mais que nunca é preciso vigiar e orar, como também é preciso por em prática, compartilhar, chamar a si a responsabilidade, envolver e entreter nossas futuras gerações em aprendizados úteis, para que participem ativamente, encontrem um espaço de seu na Umbanda e no mundo.Imperativo que a Umbanda cuide bem dessas novas vidas que as abrigue em seu seio amoroso e que não às deixe à deriva, escapando como água pelos dedos abertos, entregues às vicissitudes da vida por falta de um espaço seu, onde possa aprender , se refugiar, se equilibrar, encontrar soluções, orientações e caminhos . Essa responsabilidade é de todos os umbandistas. A omissão desse espaço-tempo é falta grave, pela qual o futuro cobrará nesta e em outras vidas."

Quem tiver ouvidos para ouvir que ouça, Quem tem olhos para ver que veja e Quem sentir que é hora de arregaçar as mangas e abrir um sorriso que o faça!

Paz e Luz!